Os bastidores das chapas nas eleições na USP

Sabine Righetti

Se você não for um professor da USP, a possibilidade de que você participe das eleições para reitor é bem pequena. Hoje, 85% das quase 2 mil pessoas que votam são docentes.

Mesmo fora das eleições, que acontecem dia 19 de dezembro, vale a pena acompanhar o processo eleitoral de perto. A USP é a maior universidades do país em termos de alunos (são cerca de 90 mil), a melhor de acordo com o RUF e a que tem o maior orçamento – são %$ 4 bilhões anuais que saem de cofres públicos.

Por isso, decidi trazer um perfil dos candidatos à reitoria — do candidato à reitor e à vice, respectivamente, em cada chapa. Todas as informações que estão aqui foram coletadas de muitas conversas com a comunidade uspiana.

CHAPA 1:  Hélio Nogueira da Cruz (atual vice-reitor) e  Telma Maria Tenório Zorn (pró-reitora de graduação)
O atual vice-reitor e economista Hélio Cruz participou pouco da gestão de João Grandino Rodas. Ao que tudo indica, Rodas fez uma administração centralizadora e Hélio, com toda sua expertise, ficou marginalizado. Hélio lançou uma chapa — que não teve o apoio de Rodas. A vice de Hélio é a médica e pró-reitora de graduação Telma Zorn. Eles têm um perfil bem diferente: ela é falante, ele é calado. Juntaram-se para unir forças (mesmo que distintas).

CHAPA 2:  José Roberto Cardoso (diretor da Poli) e José Antonio Franchini Ramires (professor de medicina e diretor do Incor)
O professor Cardoso é o único nome de oposição nessa eleição. Ele não fazia parte da atual gestão e se expõe publicamente fazendo críticas: a graduação precisa mudar, o sistema de prestação de contas da USP é falho, os laboratórios estão atrasados. Cardoso é conhecido por uma boa gestão na Poli, mas foi pouco visto com Ramires, seu vice. Ao que parece, montaram uma chapa juntos para unir forças (engenharia e medicina).

CHAPA 3: Marco Antonio Zago (pró-reitor de pesquisa) e Vahan Agopyan (pró-reitor de prós-graduação)
Zago e Vahan parecem um casal em lua-de-mel: o que um fala, o outro completa. Trabalham juntos há anos. Assim como a chapa 2, eles trazem o peso da medicina (Zago) e da Poli (Vahan) — e ainda trazem o peso das humanas: a pró-reitora de extensão, Maria Arminda do Nascimento Arruda, é uma espécie de “apêndice” da candidatura deles. Há quem diga que eles são uma candidatura tripla. Os três eram pró-reitores da gestão atual.

CHAPA 4: Wanderley Messias da Costa (superintendente de relações institucionais) e Suely Vilela (ex-reitora da instituição)
A quarta e última chapa foi chamada de “surpresa” na comunidade uspiana. Ninguém esperava uma aliança entre o geógrafo Wanderley e a ex-reitora Suely Vilela. E, menos ainda, ninguém esperava que essa fosse justamente essa chapa que receberia o apoio do atual reitor, o Rodas. Passarinhos contavam que Rodas e Wanderley andavam meio brigados com Suely ultimamente. Eles dizem que não. Suely é uma figura polêmica, mas forte dentro da USP.

E você?

Se você participasse da eleição da USP, quem deles ganharia o seu voto?

 

 

 

Comentários

  1. Sabine: Esqueceu mencionar que não é qualquer tipo de professor da USP que mantem o poder de decisão nas eleições pela Reitor, mas professores titulares. Eu, como professor doutor, tenho muito pouco poder sem falar dos alunos e funcionários. É justamente por causa disso que há greve e forte movimento dos alunos agora. Cordialmente, Sean Purdy, Departamento de História

  2. Como aluno da USP é muito triste ler “Se você participasse da eleição da USP, quem deles ganharia o seu voto?”. Esse tipo de ditadura onde poucos tem voz atrapalha o crescimento da maior universidade do país.

    1. Filipe, é o seguinte: voce já pensou que “Esse tipo de ditadura”, como voce diz, pode ter feito da USP a melhor universidade do Brasil? Que aquelas universidades que apresentam eleições diretas são, de longe, muito piores do que a USP? Pense nisso.

  3. Zago-Vahan não convencem muito. A proposta deles promete tudo a todos. Não dizem as prioridades.

    Dentro da Poli, o prof Cardoso foi mais ativo. É o único que critica a atual gestão, que foi muito problemática (para dizer o mínimo). E que levanta a discussão sobre a graduação, que precisa mudar – mais do mesmo não basta.

  4. Tenho acompanhado os debates e noto muita coesão entre o Prof. Cardoso e o Prof. Ramires. Juntos, mostram que tradição (Poli + Medicina) não é sinônimo de conservadorismo, pois apresentam ideias tanto inovadoras quanto realizáveis. Sou uspiana de coração – ali obtive minha graduação, Mestrado e Doutorado. Quero o melhor para a USP, chega de mesmice, nem só de pesquisa de pós vive uma universidade, é preciso cuidar da graduação, maior portal de acesso da sociedade à USP. Uma boa graduação, com um ambiente agradável (instalações, laboratórios e docentes dedicados) trará, como consequência, o gosto pela pesquisa e o desenvolvimento de inúmeros talentos.

  5. Hélio e Telma parecem ser os mais bem preparados para dirigir a USP. Meu voto é deles e tenho certeza que não me decepcionarei.

  6. A USP vive um momento delicado com relação a manter sua saúde financeira e não abrir mão das conquistas recente. Neste contexto, a chapa dos Professores Hélio e Telma é, sem dúvida, a melhor alternativa para uma nova gestão na Reitoria.

    1. Tipo, assim, “eu sujei, me põe para limpar”, né? A situação financeira da Usp se deteriorou por causa da má gestão da administração da qual a chapa 1 foi vice reitor e pró reitora. Porque achar que eles saberiam consertar o estrago que eles mesmo fizeram?

      1. Caro Pait, não cabe ao vice-reitor e tampouco aos pró-reitores a decisão de como gastar o dinheiro da universidade. Este papel é do reitor. A má gestão financeira da USP nos últimos anos é de responsabilidade do Rodas. Inclusive, por não concordarem com as suas atitudes, a chapa dos Professores Hélio e Telma não possuem o seu apoio. A chapa que compactua com o Rodas é outra.

  7. Eu votaria na CHAPA 1: prof. HELIO e profa. TELMA …. sem dúvida eles são os mais preparados para os cargos de Reitor e de Vice-Reitora da nossa USP.

  8. Tenho acompanhado os debates e noto muita coesão entre o Prof. Cardoso e o Prof. Ramires. Juntos, mostram que tradição (Poli + Medicina) não é sinônimo de conservadorismo, pois apresentam ideias tanto inovadoras quanto realizáveis. Sou uspiana de coração – ali obtive minha graduação, Mestrado e Doutorado. Quero o melhor para a USP, chega de mesmice, nem só de pesquisa de pós vive uma universidade, é preciso cuidar da graduação, maior portal de acesso da sociedade à USP. Uma boa graduação, com um ambiente agradável (instalações, laboratórios e docentes dedicados) trará, como consequência, o gosto pela pesquisa e o desenvolvimento de inúmeros talentos.

  9. Sou aluno de graduação na USP e não votaria em nenhuma chapa. Reitores e diretores não interessam. A Universidade de São Paulo precisa é de uma CPI, pois só assim poderá ser aberta a caixa-preta da universidade. Há uma ineficiência muito grande nos cursos de graduação. Comecei uma matéria obrigatória nesse semestre com setenta e cinco matriculados e agora já são menos de vinte!

  10. Wanderley e Suely é a melhor alternativa. Zago cairá na compulsória e Vahan terá que convocar eleição para reitor daqukdoia anos e dez meses. Hélio é empacado e Telma destruiu a graduação. Com ele a USP para e Cardoso Fez o que pela Poli? Nada! Alem disso, na Medicina, Ramirez tem o voto dele apenas.

  11. Chega ser RISIVEL (piada) virem neste espaço pedir apoio ao voto direto de alunos e funcionarios … APÓS A FESTA DE ONTEM … onde novos espaços foram invadidos e depredados , equipamentos caros roubados … e PASMEM … HAVIAM 2 MIL PESSOAS a maioria NUAS E CONSUMINDO DROGAS …

    1. Concordo. Estão, paulatinamente, transformando a USP na União Socialista dos Pilantras, infelizmente. Se Harvard for o Sol das universidades mundiais, a USP já é Plutão que não é mais planeta. A tendência é piorar!

    2. Que comentário esdrúxulo! Não é de hoje que rola drogas na Usp! E mentira a maioria não estava nua e nem consumia drogas! A pauta do voto direto continua válida, parte da universidade está em greve! ACORDA!

  12. Realmente um absurdo uma universidade de renome como a USP tem um sistema de votação tão anti-democrático!
    Mas o pior é aqui na UFSC, onde os alunos podem votar, facultativamente, e a grande maioria não vota!

  13. O maior problema da USP é o poder da burocracia que serve à omissão dos professores coordenadores diante dos conflitos inevitáveis entre os alunos e as regras petrificadas. Vejam o caso José Vitor (2013) no doutorado da ECA. Pesquisador aplicado, 13 créditos acima do mínimo, o aluno está para ser jubilado e sequer é ouvido por coordenadores e a própria orientadora sobre suas razões. Não há comunicação humana na ECA/USP, apenas requerimentos e protocolos para análises em comissões. Todo o ano de 2013 para obter negativas unilaterais em 3 delas. Um caso típico. E quem se importa com essa violência no processo educatico da maior ti ti ti ti do país?

  14. A Profa. Telma não destruiu a graduação. Pelo contrário, continuou programas de outras gestões (coisa incomum em gestões que começam), criou programas importantes e que contemplaram a eficiência das unidades uspianas, valorizou as Comissões de Graduação, ampliou os bônus no vestibular para alunos da escola pública e, principalmente geriu o seu orçamento com competência e sobriedade. Sempre esteve pronta a atender os alunos de graduação e a responder suas colocações. Hélio e Telma uma chapa eficiente e dinâmica para gerir a USP nos próximos 4 anos.

  15. Sem sombra de duvida eu apoio Prof. Helio e Profa. Telma, pela competência, seriedade, sobriedade e honestidade. A Profa. Telma não destruiu a graduação mas contribuiu para engrandecer a graduação com Programas especiais e projetos importantes como: Pasusp , Embaixadores da USP, Programa Pró-Inovação no Ensino Prático de Graduação (Pró-Inovalab), Programa Pró-Ensino, que incentiva docentes e discentes a produzirem materiais didáticos para a graduação, entre muitas outras ações. Como podem simplesmente denegrir o trabalho de uma Professora titular que dedicou toda sua trajetória profissional em prol da nossa Universidade.

  16. O Prof. Wanderley irá revolucionar a USP! Extremamente competente, futurista e revolucionário. Se queremos ter uma USP melhor, sem dúvida o reitor deverá ser o Prof. Wanderley Messias da Costa. É só comparar a contribuição de todos os outros candidatos e, não só agora, mas também, nos últimos 30 anos. Com seriedade e expertise do Prof. Wanderley a USP voltará aos primeiros lugares do “rank” internacional e os conflitos serão sanados. Confira!!

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