É melhor ser um ótimo mecânico do que um engenheiro medíocre
Esses dias eu me deparei com o processo interessante de escolha da universidade por um jovem alemão e resolvi trazer a discussão para o blog.
Estudioso e com perfil acadêmico, ele quer cursar economia.
Tem em mente uma preocupação: fazer um curso mais teórico e menos prático, desses com disciplinas em empresas e estágios.
Na Alemanha, os jovens vão para a universidade dependendo da sua aptidão.
Isso é possível porque lá os salários não variam tanto entre um mecânico e um engenheiro.
O sistema alemão sabe que é melhor garantir um ótimo mecânico do que um engenheiro medíocre.
No Brasil, a lógica é muito diferente.
Aqui um mecânico muito bom provavelmente estará se esforçando para entrar na universidade –mesmo que seja em curso de, a ver, direito.
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
Em terras tupiniquins dificilmente as escolhas profissionais estão ligadas a aptidões como acontece na Alemanha, mas sim a uma série de outras questões. Salário é a principal delas.
Quer um exemplo?
Alguém aqui acredita que a maioria dos brasileiros tem aptidão para “administração de empresas”?
Esse é o curso com mais matriculados no Brasil: um em cada seis estudantes universitários faz administração (leia mais sobre isso aqui).
Além disso, a escolha da universidade no Brasil dificilmente passa por um critério como perfil do “curso mais ou menos prático”, como acontece na Alemanha.
MAIS MECÂNICOS
Não se trata, obviamente, de subir em um palanque contra o ensino superior. Pelo contrário.
Apenas 14% dos nossos estudantes em idade universitária (18 a 24 anos) estão em salas de aula de instituições de ensino superior. É claro que precisamos de muito mais do que isso.
Mas nem todo mundo tem aptidão para a universidade e, pior, muita gente pode estar deixando para trás aptidões preciosas –como a mecânica– para entrar em uma sala de aula em busca de melhores salários.
Quanto ganha um país em que ótimos mecânicos fazem direito?
Ocorre que da forma como está estruturado o sistema de ensino no Brasil, muitos empresários e políticos faturam muito , muito alto. Então, prá que mudar ?
Silva, você tem toda a razão…Existem empresários donos de universidades, doublés de políticos, que fazem verdadeiros llobies em Brasília contra modificações importantes/essenciais no nosso sistema de ensino…Aos políticos não interessa um povo bem educado/esclarecido…Saudades do Darcy Ribeiro/Brizola…
Digo, lobbies…
Essa visão rousseauniana ainda vai destruir o pouco que resta do Brasil.
Quando é que vocês vão acabar com esse maniqueísmo infantil de classificar empresários como “malvados” e o povo (= Bom Selvagem) como os “coitadinhos”?
Que ladainha mais chata e velha…
Andre, não seja alienado em suas observações…
Porque não podemos ter nossa própria cultura educacional. Odeio estas comparações com os europeus, países minusculos que precisaram de duas guerras para se acertarem e ainda tem quem os defenda como icones a serem seguidos.
Sérgio, não interessa o que você pensa de mim. Interessa é saber se você tem idéias melhores do que as minhas.
Você ainda não conseguiu perceber que, quanto mais o Brasil pune a iniciativa privada, mais pobre ele fica?
Jura que você não consegue perceber o quão mais ricos do que nós são os países em que a livre-iniciativa pode trabalhar à vontade?
Jura que você não percebe?
E depois o alienado sou eu… rsrsrs
Andre, iniciativa privada é coisa de empresário. Mas tornar-se político ( em paralelo) para favorecer seus negócios privados é outra. Conheço isso com o nome de corrupção…(desculpe por tê-lo rotulado de alienado, não quis ofendê-lo)…
Andre, o doublé de político/empresário nada faz por seu povo. Age apenas em benefício de seus próprios interesses, em benefício de seu próprio bolso. Trata-se de uma “doença” muito comum em Brasília. Até um famoso ministro do STF( as iniciais do nome são GM) é dono de faculdade/universidade. Penso que ele deveria escolher entre ser um bom ministro ou um bom empresário. Tudo isso é muito neurótico…
Sérgio, até que ponto o patrimônio pessoal pode (ou deve) ser usado como divisor de águas entre quem pode entrar na vida política e quem deve ficar fora dela?
Impedir um sujeito de ser político só porque ele é rico é o mesmo erro de dar ao pobre uma vaga na universidade, simplesmente porque o pobre é pobre.
O que o Brasil deveria aprender com os ditos “países ricos” é que empresário não é bandido. Se o sujeito ficou rico, algum mérito ele tem, e portanto ele tem algo de útil a ensinar ao restante da sociedade que não enriqueceu.
Em vez de ser visto como vilão, o empresário de sucesso deveria ser visto como herói.
Nos Estados Unidos era assim, na Alemanha é assim, no Japão é assim… no Brasil, não é.
Aqui, só tem caráter quem é pobre. Os ricos são todos canalhas.
Com uma mentalidade como essa, a ruína é o destino certo que nos aguarda.
Mas eles “advogam”, fazem política em causa própria. Trata-se de atitude desonesta, corrupta. Seja no Brasil ou qualquer país. Aliás, não acredito que numa Noruega ou Suécia ou Dinamarca isso aconteça…
Os empresários, em sua maioria, procuram enganar ao máximo os seus clientes. São gananciosos por dinheiro!!!… Sem querer ser racista e já sendo, creio que são todos originários das “regiões poeirentas e desérticas” do Oriente Médio”…rsrsrsrs
(Nosso papo está perdendo o foco do tema do blog)…
Sérgio, o Brasil é uma democracia, certo?
Há mais de 20 anos existem eleições regulares neste país. Ninguém ocupa cargo público com base na canetada, ou por indicação biônica.
Então, se há patifes no poder, a culpa é toda nossa.
É sinal de que nós, o povo, somos pelo menos tão patifes quanto os patifes que nós elegemos.
“Os empresários, em sua maioria, procuram enganar ao máximo os seus clientes”.
Sérgio, diante dessa sua colocação, acho melhor deixarmos esse assunto pra lá… não vale a pena.
Andre, falou!!!…
Discordo, veementemente!!!!!
Ou como diria meu amigo Logan, “vai nessa chará”. Estão falando de várias coisas distintas e misturando tudo numa salada inútil à causa da educação. Comparar o país com economia mais sólida do mundo ao Brasil é uma afronta a nossa capacidade intelectual. Não comparem economias nem sistemas educacionais, comparem culturas. A nossa é mais atrasada em termos tecnológicos, sociais, históricos e até cognitivos.
Fernando, por que exatamente não podemos comparar economias? Não entendi seu argumento. abraços.
Vai nessa Chará?!!! Parte 2
Sabine, me desculpe mas você está lançando pequenos lances de informação que da maneira como está apresentado não indica realmente uma proposta ao debate sério. A resposta do porquê tantos brasileiros inscritos em Administração é simplesmente porque é um curso barato e fácil de criar a infraestrutura de oferta de vagas bem como professores. Quando surgiu e explodiu em oferta de vagas na década de 80/90 sequer era necessário que os professores tivessem curso superior para dar aulas (condição de muitos cursos ainda hoje no interior), verificou-se uma grande massificação do engodo sugerido pelas mídias de que educação era garantia de crescimento, e muitos que buscaram os cursos superiores ainda o faziam com a ideologia das décadas de 60/70, em que pouquíssimas pessoas tinham acesso às faculdades mas as que conseguiam melhoravam suas rendas. Criou-se assim a massificavam do ensino superior a R$200,00 de mensalidade, normalmente cursos de Administração e Direito. É ingenuidade achar que alguém faz faculdade pensando em expandir suas habilidades natas. Talvez seja assim com os Alemães, mas aqui se busca grana, dinheiro, ascensão social, concursos. Essa é a realidade, por isso os médicos mandam seus filhos estudarem medicina, os advogados aristocratas mandam os seus estudarem direito etc etc.
Se você deixar um exemplo de como isso acontece, agradeço
Mais uma vez na mosca. Mas aí vem um ponto crucial: enquanto a pequena porção do país que é educada e com acesso irrestrito à informação e meios não entender o quão mal educada e burra ela é, temos poucas esperanças.
Marcelo, obrigada pelo comentário. Ainda temos de lembrar que acesso ao ensino superior não é sinônimo de acesso ao ensino superior de qualidade, né? abraços, Sabine
Qual é o critério para definir o ótimo mecânico e o engenheiro medíocre? Por que o mecânico é ótimo e o engenheiro é medíocre? Pode dar exemplos mais concretos?
Tec, estamos falando de um plano ideal. Um ótimo mecânico é um mecânico ótimo e um engenheiro medíocre é um engenheiro medíocre. A questão aqui é mostrar que um mecânico muito bom (sem formação superior) deve ser tão ou mais valorizado que um engenheiro medíocre (com formação superior), o que não acontece no Brasil.
Um engenheiro mediocre ganha em média R$5.000,00 por mes .
Um ótimo mecanico de manutenção pode ganhar entre R6.000,00 e R$12.000,00 por mes . A discrepancia maior que existe é dentro da própria categoria , isto sim é problema
Roberto, você conhece algum mecânico que ganha R$ 12 mil por mês? Se conhecem apresente-me, pois isso daria uma reportagem. Os mecânicos ótimos que eu conheço ganham pouco mais que o salário mínimo. Abraços, Sabine
Verdade…
Na Mercedes Benz em torno de 8500 reais mecânicos de manutenção. Manutenção elétrica 12 000. (detalhe muitos engenheiros na Manutenção). Eu sou mecânico de usinagem só pelo salário falo alemão, inglês e espanhol, busco uma oportunidade na minha área negócios, dentro da empresa mais o QI (que indica) impossibilita, por enquanto vou sendo mecânico medíocre, paga minhas contas e ainda me leva pra viajar uma vez por ano.
Sabine, procure informar-se, há mecânicos que ganham 12.000 por mês. Outra coisa sou um mecânico formado em administração, tá pra ti… e me orgulho muito das duas profissões,,,
Moises, estou justamente tentando me informar. Até agora não encontrei um mecânico que ganhe salário de engenheiro. Se eu achar, certamente será exceção. A discussão do texto é justamente essa: trabalhos técnicos não são valorizados quanto o diploma superior, justamente por isso bons mecânicos deixam o ofício de lado em busca de um curso superior em áreas muitas vezes não relacionadas ás suas aptidões. Disso você discorda? Sabine
Tem os mecânicos que viraram donos das próprias oficinas. Este é um ramo em que, na maior parte das vezes, o sujeito começou como mecânico ou funileiro e foi crescendo na profissão. A oficina em que levo o carro é assim. Nos anos 80, três irmãos abriram uma oficina quase de fundo de quintal e os três metiam a mão na graxa. O negócio prosperou e hoje eles têm uma grande oficina que toda hora aparece no Guia 4 Rodas como uma das melhores de São Paulo. Agora, só supervisionam, são os funcionários que enfiam a mão na graxa.
Olá Sabine, quanto aos mecânicos que ganham bem, existem sim. Mas depende principalmente de duas coisas; do tempo de serviço e do ramo em que trabalham. Por exemplo, os ramos aeronáutico e petrolífero (principalmente os que trabalham em plataformas de petróleo) deixam os engenheiros medianos/medíocres no chinelo.
Abç
Akuma, sim, mas você concorda que, em geral, pessoas sem ensino superior (como mecânicos) ganham menos e pessoas com ensino superior (como engenheiros) ganham mais, mesmo que os primeiros forem melhores do que o segundo — e que isso faz com que mecânicos bons possam procurar qualquer ensino superior para ganhar melhor?
Sim, concordo. Infelizmente bons mecânicos abandonam suas profissões para cursarem, geralmente, uma UniEsquina visando um salário maior.
Sabine,
Realmente voce mostrou algo que nuncam mostram. otimo!
Voe e’ inteligente demais para o Brasil.
Marcio, ninguém é inteligente “demais” para o Brasil…O que mais se precisa nesse país é de pessoas inteligentes. Seja a Sabine, você ou qualquer outro indivíduo…
Sergio,
eu ja’ perdi a ilusao. Eu nao acho que tem volta. O estado ja’ esta’ aparelhado pelo que ha’ de pior.
sinto muito.
Marcio, não desista. Essa vida é uma eterna luta…As eleições vêm aí. Vamos colocar pessoas competentes/inteligentes no governo do Brasil. Elas existem. Não estou sonhando…
Um dos problemas é a supervalorização dos cursos universitários. Não é raro vermos ofertas de vagas essencialmente técnicas e que exige do profissional alguma titulação universitária.
Na mosca.Hoje em dia no Brasil temos que definitivamente desvincular o conceito de escolaridade do de capacidade, ainda mais com o nível(????????) da educação, desde a básica até a dita “superior”.
Um post inteligente merece comentários inteligentes que não sejam críticas genéricas que poderiam ser colocadas em praticamente qualquer outra notícia de cunho revoltante deste jornal. O que se precisa discutir aqui é como a Alemanha consegue dar um salário digno a um mecânico. Aqui no Brasil, estamos criando uma espécie de proletariado pós graduado onde o título já não vale muita coisa. Pessoas formam de direito para passar em concurso. A nítida impressão que eu tenho é que não há no Brasil uma demanda real para essa mão de obra “qualificada”, embora todos os dias tenhamos que ouvir o mesmo discurso do tal apagão de mão de obra, que curiosamente nunca vem acompanhado de um movimento migratório de mão de obra do exterior para cá, como seria de se esperar, obviamente porque o tal apagão não vem acompanhado de um aumento salarial condizente com a suposta demanda por profissionais. Ao mesmo tempo, há uma proliferação de cursos de mentirinha pagou-passou como diversas graduações e pós latu-sensu que não qualificam e não colocam nossa mão de obra em pé de competitividade com a de países com políticas educacionais mais sérias. O fato é que o Brasil cresceu e cresce, mas não avança tecnologicamente na mesma medida porque o motor do nosso crescimento está na exportação de commodities, que é baseado na automação e na mão de obra barata, e não na inovação e no P&D. Enquanto estudantes dos países emergentes não enfiarem na cabeça que educação é importante (e isso significa o aluno correr atrás e não esperar que o professor mágico “que ele está pagando” enfie conhecimento dentro de sua cabeça), empresários não enfiarem na cabeça que competir implica em investir em inovação de verdade (investir = gastar dinheiro) e governos não estabelecerem políticas efetivas na educação (que não se limitem a distribuir tablets para professores mal pagos), nada vai mudar. Aí o Brasil vai continuar essa Índia, enquanto a Coréia do Sul e a China se preparam para ser nossos novos patrões.
Falou tudo!
excelente!
Um eminente educador americano desenvolveu um conceito interessante para explicar aptidão. Segundo ele, as pessoas nascem com um tipo de inteligência das três existentes: inteligência prática, analítica e criativa. Os práticos gostam de botar a mão na massa e detestam escritórios. Os analíticos se dão bem com detalhes e rotina e são organizados. Os analíticos detestam rotina, não são muito práticos mas são inquisitivos e inovadores. Qualquer um pode fazer uma auto-análise para descobrir que inteligência possui. Poderá escolher melhor a carreira e sobretudo ser feliz fazendo o que gosta.
Isto é um problema cultural de um povo ainda mercantilista: super-valorização de CONHECIMENTO em detrimento do SABER. O CONHECIMENTO é coletivo, mas o SABER é individual. Só que ter CONHECIMENTO não significa SABER, pois o CONHECIMENTO se adquire em escolas e o SABER se adquire praticando o CONHECIMENTO, independentemente de ter sido adquirido em escolas ou não. A política educacional brasileiro certifica quem tem apenas o CONHECIMENTO, e não certifica quem tem o SABER. Por essa certificação pela metade, temos disperdiçado montanhas de dinheiro pagando PHDs que produzem coisas teóricas inúteis e faltando dinheiro para pagar o bom mecânico da esquina.
Kao,
voce falou algo muito importante.
So’ gostaria de mencionar que embora realmente alguns PHd , sem duvida, fazem coisas inuteis, p PHd e’ importante na sociedade como um todo. Claro no Brasil qualquer visao global de sociedade na qual cad aum tem seu papel cai por agua abaixo.
Acho que isso que te fez levar a esta generalizacao.
Infelizmente, a maioria é obrigada a optar pela sobrevivência, quanto às aptidões ficam em 3º plano e com sorte, torna-se um hobbie.
Na faculdade que curso, 90% dos alunos querem apenas um diploma, pois ela é pública e também por não terem conseguido passar na USP. Lamentável.
De fato a escolha de carreira no Brasil ainda segue o par salário-status. Isso explica porque tantos concorrem aos vestibulares de medicina e direito (afinal virarão “doutor”). A questão da administração de empresas é um pouco mais complicada, envolvendo em parte a idéia de poderem chegar a CEO de alguma multinacional e em parte o fato de ser um curso visto como sendo com menos exigências, tanto para quem oferta como para quem cursa.
Agora, voltando a questão de aptidão, de fato as universidades brasileiras pouco fazem para mostrar quais cursos têm vocação mais teórica e quais têm vocação mais prática (a partir do corpo docente que está lá). O mesmo curso pode ter vocações diferentes dependendo de quem oferece.
Isso se propaga ao ensino médio e cursinhos preparatórios, que aparentemente não reconhecem que tais diferenças são possíveis.
No caso do ensino médio a coisa fica ainda pior, pois pouco se mostra sobre possibilidades de crescimento profissional SEM ter que ir para o ensino superior. Isso até mesmo em cursos técnicos, como o que fiz (há mais de 30 anos). De 35 técnicos formados no máximo cinco não foram fazer engenharia ou alguma outra coisa. Meu caso é ainda pior, pois além de engenharia ainda fiz mestrado e doutorado e virei professor numa área diferente do técnico.
Tentei ser um bom musico dos 15 aos 40 anos. Como aqui é um país que despreza as aptidões das pessoas aos 41 aproveitei a boa base que tinha e fiz um concurso público federal pra me garantir.
É lamentável um país em que a opção dos jovens é ser concursado.
Temos um serviço público péssimo e todo mundo quer ser servidor público, paradoxal…
Um país que paga 70 mil por mês para um médico e 7 mil para um enfermeiro e cobra 27,5% de imposto na fonte dos dois não pode dar em nada mesmo. E vamos formando bachareis de direito que querem uma boquinha na burocracia, médicos que não querem clinicar , apenas ler e fazer exames e para os que não conseguem entrar nos cursos top, sobram as vagas de bacharéis em geografia, serviço social ou pedagogia, o importante é ser doutor.É a liseira com graduação , pós graduação e mestrado.
Vamos fazer um decreto aproximando o piso salarial de um mecânico e um engenheiro para que sejamos iguais a Alemanha nas áreas de Engenharia e Mecânica….
Não creio que se possa “decretar” salários. A remuneração profissional tem de ser “conquistada” pelas categorias profissionais através de suas entidades de classe. Um governo nunca poderia saber de minhas necessidades afim de baixar um salário.
Mais que isso, a remuneração virá com a lei de oferta e demanda. Quando empresas precisarem de técnicos e não os acharem, pagarão mais pelos que estiverem habilitados. Isso vale na verdade para qualquer profissão, mas é mais verdade em profissões que demandem trabalho manual qualificado.
Esse é um “dilema” histórico no Brasil, onde tem mais valor um “doutor”, mesmo que medíocre, que um trabalhador manual brilhante. Dou como exemplo meu caso, que optei por seguir a carreira de técnico, e já ouvi um amigo, engenheiro, me dizer “Vc deveria fazer um curso de Engenharia, mesmo mais boca, para parar de ter esses engenheirinhos de …. atuais mandando em vc.”.
Essa é nossa cultura, aliás, não só nossa.
Desculpe, mas o que um técnico brasileiro aprende num 2° grau desfalcado de bons professores, está muito longe do que aprenderia numa universidade de qualidade, tipo UFRJ ou USP…
Perfeito, é isso mesmo.
Acrescentando que o governo acha que dar bolsinha overseas ou interna vai formar uma grande nação, mal sabe ele que deve cortar o mal pela raiz,com educação de base de qualidade, como era na época do regime, que era tão bom, que acabou sendo derrotado pela sua própria próle… ó Brutus!
Concordo que a solução vem com um bom ensino de base, mas sua visão de que o ensino era melhor no regime militar é míope. Concordo que as poucas escolas públicas da época davam um ensino melhor. Mas isso era apenas para uns poucos que tinham meios para se manter na escola. Estudei naquela época e a maioria dos colegas de classe começavam a trabalhar com 11, 12 anos de idade, acabando por abandonar a escola pois poucas funcionavam no período noturno.
Assim, com poucos alunos era fácil ter bons professores. A realidade da universalização do ensino mal planejada PELOS MILITARES é que levou ao estado atual.
O ensino era muito melhor ANTES do regime militar!!!…A ditadura implantou a ignorância em nosso meio. Foi “de caso pensado”…
Quebrar essa tradição cultural brasileira do apego ao ensino superior vai levar muito tempo. Mesmo as pessoas vendo e sabendo que um bom curso técnico poderá remunerar muito melhor que um mau curso superior, a mentalidade que vem desde o Brasil império quando as famílias se sentiam quando seus filhos iam estudar na Universidade de Coimbra não irá mudar tão cedo. Até porque ninguém investe nessa mudança. Muito pelo contrário.
Você tem que dizer isto para esses idiotas sócio construtivistas que ficam condenando o ensino tradicional de perfil tecnicista.
Eles ficam nessa utopia de criar uma educação participativa e voltada para cidadania com valores multiculturais, mas que na verdade é uma lenga lenga marxista que vai do nada ao lugar nenhum.
Uma coisa não tem nada que ver com a outra. Ninguém que seria um bom técnico vai fazer curso de ciências sociais ou coisa do tipo. Vai fazer curso de engenharia pela sua vocação técnica, e os cursos de engenharia passam longe das coisas que você aponta como problema.
O problema é que hoje, no Brasil, paga-se muito mais por um engenheiro do que por um técnico, o que leva a que todos queiram ser o engenheiro (que manda e ganha mais) e não o técnico (que recebe ordens e é mal remunerado).
Isso vai mudar apenas quando não se tiver técnico, o que levará a se pagar muito bem para os que exisitirem. Algo semelhante, embora numa área diferente, aconteceu antes do ano 2000 com programadores Cobol (que era pré-histórica e não empregava ninguém), quando se percebeu que a maioria dos programas que poderiam dar problemas na virada do ano eram escritos em Cobol, o que levou a se pagar muito bem para os poucos que ainda dominavam aquela linguagem de programação.
Os técnicos ganham mal por que sua formação no ensino médio é péssima através de professores mal formados/motivados/remunerados/desinteressados, exceção aos que estudam no CEFET…
[Isso vai mudar apenas quando não se tiver técnico, o que levará a se pagar muito bem para os que existirem] e porque você acha que o PRONATEC existe?
A internet serve para muitas coisas. Entre elas, para as pessoas demonstrarem o ressentimento contra marxistas e neoliberais. Agora, até notícia sobre a safra de orquídeas vira embate entre “petralhas” e “demotucanos”. O senhor jura que viu conspiração marxista no fato de o Brasil valorizar muito mais o diploma universitário que o técnico, mesmo que o sujeito seja formado em Engenharia no botequim da esquina e o mecânico tenha uma excelente formação? Viu mesmo ou está entrando na onda do stand-up e resolveu fazer umas gracinhas pra ficar milionário como o Rafinha Bastos? Se for a segunda opção, eu acho justo. Todo mundo tem o direito de querer ficar milionário nesta vida.
Acho que o Brasil e’ o unico pais do mundo no qual todo mundo e’ “doutor”, mesmo sem ter o titulo.
A matéria trata de uma coisa bastante complexa: nossa herança colonial.
Recebemos o “bacharelismo” como herança maldita dos Portugueses, e a verdade é que não fizemos absolutamente NADA para nos livrar dessa herança.
Não sou especialista no assunto, mas suspeito que, por trás desse apego ao bacharelismo, esteja o eterno gigantismo do Estado brasileiro, sempre se apropriando da maior parte dos recursos humanos e materiais produzidos pela economia nacional.
Sabine, no Brasil um excelente mecânico de nível médio não tem o mesmo prestígio social que um mero engenheiro mecânico…
Quando eu estudava alemão, minha professora, que era descendente de alemães e havia morado uns bons anos na Alemanha, explicou um pouco sobre o funcionamento do ensino lá e eu achei muito mais justo que o daqui.
Não sei se estou errada, mas concluí que a principal diferença entre o esquema de ensino brasileiro e o alemão tem a ver com a valorização (SUPERvalorização, talvez) do diploma universitário. Trabalhadores braçais ou profissionais técnicos são tão necessários quanto profissionais diplomados. Mas quem não tem um diploma aqui, em geral, não consegue ser valorizado e nem ganhar um bom salário, mesmo que seja excelente no que faz.
Talvez também tenha a ver com “meritocracia”… quem estuda 20, 30 anos acha que é “normal” ganhar 30 vezes (estou chutando) mais do que a média salarial brasileira e quem não fez uma faculdade (porque não quis ou por falta de oportunidades ou porque quis seguir uma profissão que não exigia curso superior) “merece” ganhar um salário muito baixo. Nesse ponto, eu acho bonita a lógica alemã: ser mecânico ou juiz foi uma escolha de cada um, de acordo com sua vontade e/ou aptidão; cada um está fazendo o que gosta ou o que sabe/tem prazer em fazer e nem por isso o mecânico merece ganhar um salário abissalmente inferior ao do juiz.
Aline, é isso mesmo. Na Alemanha, e em muitos outros países desenvolvidos, profissões técnicas são valorizadas. Aqui temos uma supervalorização do diploma, mesmo que esse disploma muitas vezes não signifique um bom profissional. abraços, Sabine
A supervalorização do curso universitário no Brasil deve-se ao baixo nível de ensino médio/2° grau…
Aline, “quase” perfeito.
O que voce diz:
“…ser mecânico ou juiz foi uma escolha de cada um, de acordo com sua vontade e/ou aptidão…”, não é bem assim: na Alemanha há vários obstáculos no processo de formação. O maior deles é o último ano do equivalente ao nosso ensino médio, o tal “Abitur”. É uma série de exames que dura um ano inteiro e que posiciona o estudante em relação às suas opções de formação técnica e superior. Nestes exames se verifica se o estudante pode ou não ir adiante nas carreiras de sua preferência. E, lá como cá, as carreiras de mais prestígio exigem resultados melhores no tal “Abitur”.
Na verdade é um pouco mais complicado que isso, pois o estudante pode complementar sua formação técnica (lá é uma espécie de “pós ensino médio”) com uma formação superior. As regras mudaram um pouco recentemente, mas era possível que um técnico “FH” (Fachhochschule = escola técnica superior) pudesse complementar sua formação para se tornar um engenheiro “FH” e, depois, já numa faculdade/universidade se tornar um engenheiro diplomado (Diplom Ingenieur), sempre dependendo de exames de aptidão. Quem chega lá por esta via mais longa esquentou bancos escolares por pelo menos 20/21 anos, bem mais do que os nossos 17 (no mínimo). Na forma direta, são pelo menos 18/19 anos.
Outra coisa: técnico ou superior, os cursos só são válidos após o aluno realizar um estágio supervisionado E FOR BEM AVALIADO pela empresa onde ele estagiou. Do contrário, vai repetir o estágio ou procurar outra “Fach” (área técnica) onde ele possa tentar sua sorte. É o tal sistema “Dual”, tão aclamado e tão difícil de se reproduzir em qualquer lugar no mundo.
Não sei se me fiz entender.
Roberto, tenho muita curiosidade em saber como um recém formado em Engenharia( ou qualquer outro curso superior), na Alemanha, consegue o primeiro emprego. Seria através de “Q.I.” como aqui no Brasil ? Ou, teoricamente, já está bem empregado ao sair da universidade?
Um recém formado, originário de família humilde, mal relacionada socialmente, tem maiores chances que aqui no Brasil?
Cursos superiores na Alemanha não é coisa para fracos.
Mas, de maneira geral, quem ficar de “mimimi, tadinho dimim”, “blábláblá, que mundo cruel”, “buábuá, ninguém me quer”, etc., tem pelo menos 2 possibilidades: ou vai sobreviver de “Arbeitslosengeld”, (seguro-desemprego), ou vai carimbar papel, arrumar caixas, etc. em qualquer lugar. Lembrando que em qualquer dos 2 casos a grana até que é boa.
Já aqui no Brasil, dado nosso tremendo “avanço” social, temos uma 3ª possibilidade: tornar-se “militonto” politiqueiro (a soldo ou “digrátis”) para trolar na Internet. Como voce vê, ocupação não falta… 🙂
Mas se teu interesse for sério, tente este exemplo aqui:
http://career.daimler.com/dhr/wms/daimler/index.php
Brinque com os campos de Jobsuche:
“Absolventen und Berufsanfänger” na 1ª linha;
“Stuttgart” (p.ex.) na 2ªlinha;
“Forschung&Entwicklung” (p.ex.) na 3ªlinha;
e clique START.
Fique na paz.
Roberto, sua resposta foi mais neurótica que esclarecedora. Mesmo assim, muito obrigado…
A maior parte das pessoas escolhe o curso de Administração de Empresas porque é um curso que facilita o ingresso nas grandes corporações, que são as que melhor remuneram. O curso de ADM não prepara o sujeito apenas para ser o dono de uma empresa, mas para trabalhar nas áreas financeira, contábil, de marketing, recursos humanos, comercial, tecnologia da informação, etc. Pra quem é utilitarista, é uma escolha extremamente racional.
Se não me engano mesmo um mecânico, na Alemanha, recebe treinamento formal e precisa estudar para ser mecânico. Um mecânico brasileiro típico, que aprendeu o que pôde sozinho, não chegaria lá ganhando salário de engenheiro.
Em um plano ideal se ENGENHARIA fosse levada a sério pela sociedade e o trabalho dos engenheiros não fosse destruído por burocratas e pela ganância do empresariado deixando engenheiros e outras áreas do conhecimento trabalharem junto com grande esforço em planejamento para o benefício do bem comum este país não teria tantos problemas. Nossas cidades são horríveis, sem infraestrutura relegada ao longo de décadas, transito caótico, serviços de comunicações que não funcionam, estamos poluindo tudo e não reciclamos nada. Nossos carros são inseguros, transporte público (privado)coletivo é uma nojeira…. há muito trabalho e desafios para técnicos e engenheiros…. mas o sistema não esta interessado em resolvê-los.
A questão, Filos, é que a cidade foi administrada por uma infinidade de engenheiros ao longo da história: Prestes Maia, Faria Lima, Maluf, Kassab e Covas, entre outros. Todos eles deram boas contribuições para o caos que você mencionou.
Discussão interessante. Eu acho que na Alemanha há uma maior interação e cooperação entre universidade, empresas e a sociedade com objetivo de ganhos para todos, profissionais, universidades e empresas. O universo profissional e empresarial alemão é muito mais organizado, bem mais regulado nos aspectos políticos e técnicos. Deveríamos avaliar e quem sabe copiar. O que acho importante é que tanto o mecânico , o engenheiro e o cozinheiro todos ganhem bem e tenham a sua disposição uma grande variedade de trabalhos a disposição e que tenham possibilidade de escolher onde trabalhar a qualquer momento sem qualquer preconceito.
A educação do brasileiro (quando existe) é equivocada. A mãe de um estudante estava toda orgulhosa porque o filho teria cursado 3 faculdades. Me poupe…
Ensino superior não precisa estar necessariamente atrelado ao exercício de uma profissão. O sujeito pode, por exemplo, cursar História da Arte, Filosofia, etc., porque tem interesse em estudar mais profundamente o conhecimento produzido por essas áreas e não porque quer se tornar filósofo ou historiador. Nessa lógica, o sujeito pode cursar quantas faculdades quiser. Não se trata de uma pessoa que não sabe o que quer, mas de uma pessoa que tem interesses diversos e não reduz a sua formação à formação profissional.
Ricardo, ao que parece, a pessoa sobre a qual você comenta não estuda para futuramente exercer a profissão. Estuda por diletantismo. Então não se trata de um típico brasileiro e sim de uma raridade em terras tupiniquins. Um “boa vida” com as finanças bem resolvidas.Talvez pertencente à família de algum senador da república …
Concordo com você que a maior parte das pessoas tem uma relação utilitarista com os estudos. As pessoas, de fato, colocam as criancinhas de 2 anos na escola na esperança de que, quando tiver 22, forme-se para atuar em uma carreira rentável. Sendo assim, se as famílias perdessem a crença na escola como instituição que instrumentaliza o sujeito para competir por melhores empregos e salários, certamente deixariam os filhos sem estudos, iletrados. Mas não acho que todo mundo pense assim. A universidade tem de ser o espaço que alargue os horizontes do indivíduo para a compreensão da vida. Caso contrário, vira um cursinho do Sesi com nariz mais empinado.
Ricardo, convenhamos: as universidades brasileiras (pelo menos as públicas) são verdadeiras fábricas de estreitar horizontes, e não de alargá-los.
O aluno entra mais ou menos normal e sai de lá um marxista de carreira, com discurso e pensamentos típicos da esquerda psicopata brasileira.
É triste, mas é a realidade.
André, não sei quem é mais chato, o marxista de carteirinha ou o anti-marxista de carteirinha. Até porque, cada vez me convenço mais, nenhum dos dois leu Marx. Aliás, não leu nada nem ninguém. A experiência que tive na USP foi com professores extremamente comedidos com relação a suas posições políticas. Tive aulas com André Singer e Fernando Haddad, ligados ao PT, e com Paulo Sérgio Pinheiro, Maria Hermínia Tavares de Almeida, Maria Arminda do Nascimento Arruda e Brasílio Sallum Júnior, ligados ao PSDB, em geral, mas mais especialmente ao ex-presidente Fernando Henrique. Jamais os vi fazendo fanfarronices políticas, proselitismo, qualquer coisa do gênero. São intelectuais sérios, professores sérios, cientistas sérios. Concentravam-se em fazer suas explanações e discussões sobre as aulas e nada mais. Era mais fácil arrancar deles comentários futebolísticos do que suas predileções político-eleitorais. Posso garantir a você.
Ricardo, eu também fiz USP, e lhe digo que minhas experiências não foram assim tão “civilizadas” quanto as suas.
Fiz Bacharelado em Matemática.
As optativas que fiz fora do IME, e principalmente na FFLCH, foram pura perda de tempo. Pra dizer a verdade, fizeram muito mal para o meu fígado.
Cansei ver ver professor de Geografia Física, por exemplo, fazer proselitismo de Adorno e Horkheimer. Cansei.
Mas a pior coisa que vi na USP foi o apoio que esses professores-ativistas davam aos grupelhos utrarradicais que vira e mexe incendiavam a universidade.
Cansei de ver professores promovendo abaixo-assinados que defendiam qualquer coisa, menos a melhoria das condições de ensino daquele câmpus.
Em vez de serem pessoas “ponderadas”, como você falou, um sem-número de professores se prestava a ser estopim (e até agentes-causadores) das grandes tensões entre alunos e Instituição.
Quem entra na USP hoje tem a nítida sensação de que caiu num túnel do tempo e voltou a 1968.
Em sua maioria, gente retrógrada, atrasada, anacrônica e, ainda por cima, prepotente. Nem mesmo a monumental falência soviética conseguiu lhes ensinar alguma coisa.
Um verdadeiro nojo.
André, você falou algo interessante. Embora Ciências Sociais sempre leve a fama na FFLCH, talvez por causa dos alunos, os professores dos Departamentos de Sociologia e Ciência Política são os mais ponderados da faculdade. Os de Antropologia e Filosofia, também, é preciso lhes fazer justiça. Agora, em Letras, História e Geografia você encontra alguns (não diria todos, diria até que são minoria) que confundem a atuação de intelectuais com a de militantes. Sobre Adorno e Horkheimer, foram intelectuais importantes. O fato de se inscreverem na tradição de pensamento do materialismo dialético não faz com que tenhamos de enxergá-los como militantes. É importante ler esses caras, assim como Locke, John Stuart Mill, Tocqueville, etc., que se inscrevem em outras tradições de pensamento. Agora, uma coisa é ler todos esses caras, outra é o professor deixar obscurecer o seu papel de intelectual pelo de ativista. Aí deixa de ser universidade e vira mesa-redonda dominical. Não pode acontecer, como você disse.
Pois é, Ricardo.
Eu concordo contigo que os professores devem falar sobre os marxistas.
Claro que devem.
Do mesmo modo que também devem falar sobre Von Mises ou Walras.
O que acontecia nessas instâncias que mencionei, porém, é que os professores falavam SOMENTE sobre os marxistas.
Tudo se passava como se nada mais existisse, além da concepção marxista do mundo.
Era propaganda política descarada. Coisa de baixíssimo nível – e o pior é que a maioria dos alunos embarcava nessa canoa furada.
Enfim, o que ocorre é que tudo isso colabora para perpetuar a problemática que a Sabine colocou como tema do debate: engenheiros medíocres ou mecânicos competentes?
Por si mesma, essa pergunta já teria uma resposta óbvia.
Imagine, então, o que acontece quando refizermos a pergunta, da seguinte maneira: “o que é melhor: um engenheiro medíocre ou um mecânico competente?”
Graças a todo esse ativismo panfletário e incendiário, a USP vem sistematicamente perdendo colocações em rankings importantes.
Já não somos mais capazes de formar sequer engenheiros decentes, pois não teríamos como absorver essa gente. A única função que a USP parece não ter perdido é a de fornecedora de mão-de-obra ideologizada para órgãos do Estado.
A economia real e o restante do país, que se danem. Voltamos às nossas tristes raízes de colônia portuguesa, com uma elite coimbrã morando no meio do mato, sendo picada por pernilongos e borrachudos tropicais.
Infelizmente o Brasil é assim. O próprio governo contribui para essa situação com, por exemplo, um professor de educação básica, ingressa no serviço público estadual com salário em torno de R$ 2.000,00, por outro lado, um promotor público ingressa no serviço estadual com salário em torno de R$ 18.000,00.
Concordo com a matéria. Da teoria a prática
há sempre um longo caminho a percorrer.
Por exemplo, um ótimo mecânico pode se
tornar um ótimo engenheiro mecânico. Um
bom mestre de obras, pode se tornar um
ótimo engenheiro civil. Em muitos casos,
mais vale a prática, do que a gramática.
Quando se permite o acesso universal ao ensino superior, dá-se à população a falsa impressão de ascensão social.
Esse é um dos principais motivos de haver tanto incentivo à tal “democratização do ensino superior”.
A partir do momento em que ingressa numa faculdade, o sujeito e sua família se sentem socialmente ascendidos. Sentem-se “gente”. Ficam felizes e continuam votando nos picaretas que lhes concederam esses benefícios imerecidos.
Detalhe: quando me refiro ao “acesso universal ao ensino superior”, refiro-me à festança de cotas e outras barbaridades que, em vez de forçarem o aluno a estudar, tratam de lhe garantir um bilhete de entrada (a custo zero) no mundo universitário.
André, sua posição sobre cotas está equivocada. Primeiro porque não existe ingresso facilitado, segundo porque quem entra pelas cotas se esforça muito.
Apenas como exemplo, a UNESP adotou cotas a partir desse ano. Não tenho os números finais, mas por exemplo em medicina, a diferença na classificação entre o último não-cotista e o último cotista foi de quase 1000 posições, o que aparentemente indica que o cotista entrou sem esforço. A realidade, entretanto, é que a diferença de nota entre eles foi menor do que 3 pontos, numa escala de 0 a 100. Com isso pode-se dizer que o desempenho do cotista, considerando-se sua origem de escola pública, foi até melhor do que o dos demais.
Aleardo: não sei se é possível fazer essa inferência porque o grau de “bacharel” nos Estados Unidos exclui profissões de alta média salarial como advogado (J.D), médico (M.D), dentista (D.M.D) ou veterinário (V.M.D) , que, no sistema americano, são cursos de pós-graduação requerendo geralmente bacharelado de 4 anos + 3 ou 4 anos de uma “profisssional school”. No caso da engenharia por sua vez, embora o diploma americano de engenheiro requeira apenas um bacharelado de 4 anos, os profissionais mais bem pagos da área em geral tendem a ter adicionalmente pelo menos um mestrado profissional (M.Eng = um ou dois anos além do bacharelado). Assim, quando se fala nos jornais americanos sobre “média salarial para profissionais apenas com bacharelado”, a maior parte dos que entram na conta são graduados em cursos de humanidades ou “liberal arts”, puxando a média para baixo.
De qualquer forma, uma diferença importante entre os EUA e o Brasil tem a ver, penso eu, com oferta e procura. Nos EUA, se eu me recordo bem, cerca de 40 % da população adulta tem algum tipo de curso superior completo (incluindo graduações curtas de dois anos além de bacharelados de quatro anos). No Brasil, se eu não estou enganado, essa porcentagem é apenas 13 % (talvez tenha aumentado um pouco nos últimos dez anos, mas ainda é com certeza bem menos de 20 %). Em termos relativos, existe então uma oferta muito menor de profissionais com nível universitário no Brasil, o que deveria puxar os salários para cima.
João, mate a minha curiosidade: No Brasil, um engenheiro ou arquiteto recém formado só consegue o primeiro emprego
(ou todos) através do “boca a boca”, “Q.I.”…
Nos USA ou nos países desenvolvidos da Europa também é assim ou são facilmente encaminhados por seus próprios méritos?…
Observo também que aqui no Brasil é difícil encontrar um “jew” mal empregado. Penso que eles se interprotegem, se é que você me entende (sem querer ser racista e, já sendo)…Mas são exceção. Falo de brasileiros aborígenes mesmo!!!…
Falo “de cadeira” sobre esse assunto. Formei-me em arquiteto pela UFRJ. E meus familiares têm procedência humilde. Não possuimos “Q.I.”. Sempre procurei trabalho remetendo C.V. através de anúncios de jornais. Sem sucesso.( Até simpatizavam com meus currículos.Mas nunca me contratavam. Não sei o porquê…). Não sou homem de ter certezas. Mas sei que não sou incompetente…
Se eu mentir, avise-me. Tenho mais de 30 anos dentro de universidade pública. Nunca achei turma de engenharia em que pelo menos 40% nunca ingressou para aprender nada. Já tem o suficiente para vida ou, pior, acredita nisso, independentemente de tirar diploma ou não, mas se tirar papai e mamãe já garantiu o que proporcionará um belo salário só pelo papel diploma, nem precisa fazer nada de fato. Para tais, sua luta sempre foi no sentido curso ser o pior possível, numa situação que hoje os nossos cursos de engenharia não é nem 30% do que seu equivalente no primeiro mundo, na prática, posto que, papel aceita tudo, porquanto, o que consta como currículo é um monte de tolices. Por isso, mesmo cotista de escola pública que nunca sequer lhe ensinaram resolver equação do segundo grau não perde para um sujeito desse.
Aleardo, num vestibular disputadíssimo como o da UNESP, uma diferença 3 pontos é algo gigantesco.
É uma diferença do tamanho da distância entre o Paraíso e o Inferno. É o que te faz ficar em 1º lugar ou em 500º.
Portanto, há sim uma enorme diferença (em termos de preparo e de capacidade) entre candidatos separados por 3 pontos.
Andŕe, a diferença de 3 pontos pode representar uma grande diferença de classificação mas não representa uma grande diferença de capacidade. Esse é meu ponto. A proposta de cotas é para permitir a inclusão de pelo menos alguns alunos de escola pública, que não teriam chance apesar de terem boa capacidade.
Entendo sua observação relativa às notas, Aleardo, mas eu acho que uma competição que envolva mérito não pode usar outros critérios que não sejam a nota fria e objetiva que você vai tirar numa prova.
Se o cotista é tão bom quanto você disse, então por que ele não abre mão do recurso das cotas? Do mesmo jeito que ele não teve culpa de estudar no pior colégio, o aluno do melhor colégio também não teve culpa por nascer numa família em melhores condições.
Perceba que irônico: estamos avaliando quem é o culpado entre os cidadãos, quando, na verdade, os grandes culpados são aqueles que estão no poder.
No Brasil, os donos do poder descobriram que dividir a sociedade entre ricos e pobres, pertos e brancos, culpados e inocentes, é a melhor estratégia para se perpetuarem no poder.
E o trouxa do povo compra essa idéia. Embarca na onda desses caras.
Em vez de destilar ódio contra os filhos bem-nutridos das famílias ricas, os “injustiçados” deveriam voltar sua fúria contra o Estado brasileiro, que lhe arranca até os olhos, na forma de impostos, e não lhe devolve absolutamente nenhum benefício.
Quando vou a um concerto, quero ouvir os melhores músicos. Quando vou assistir “Nemo”, quero ver o desenho dos melhores artistas. Quando compro um calendário “Pirelli”, quero ver as mulheres mais bonitas.
Não me interessa a história de vida dessa gente. O que eu quero é o melhor “produto” que meu dinheiro pode comprar.
Essa é a lógica do sistema em que vivemos. Justa ou injusta, é assim que ela é, e é graças a esse sistema que estamos aqui, desfrutando de coisas como internet, liberdade de expressão e computador pessoal.
Universidades não são o ambiente adequado para se sanar as mazelas de uma sociedade. Negar esse fato é dar combustível a gente como essa que está hoje no poder.
André: a posição de que uma seleção por mérito não pode usar outro critério além da “nota fria e objetiva obtida numa prova” pressupõe que notas de provas (por exemplo de um vestibular ou equivalente) são a única forma (ou a forma mais eficiente) de medir mérito ou aptidão, o que não é necessariamente verdade. As universidades americanas por exemplo discordam e usam critérios “holísticos” de seleção que, além de notas em exames padronizados como o SAT e os SAT Subject Tests, também levam em consideração notas do ensino médio, entrevistas, atividades extracurriculares, etc.
A propósito, o chefe do departamento de Engenharia Aeroespacial do MIT, numa visita recente ao ITA no Brasil, CRITICOU bastante o modelo brasileiro de seleção apenas por vestibular que, segundo ele, a exemplo de modelos semelhantes usados na Índia e na China, não seleciona necessariamente os alunos mais criativos ou de maior potencial , e frequentemente favorece alunos “adestrados” em fazer provas, geralmente treinados por cursinhos preparatórios especializados. Segundo ele, exames padronizados (como a SAT americano) são sim importantes para a seleção, mas nunca podem ser usados como critério único, e o critério nunca pode ser mecânico, baseado em uma única nota ou pontuação (às vezes separadas por décimos), sem considerar cada candidato individualmente.
Lógica que há uma diferença de escala. O MIT deve receber talvez cerca de 10 a 15 mil candidatos para ingresso na graduação por ano, enquanto a USP por exemplo recebe 150 mil. O número elevado de candidatos comparado às vagas disponíveis praticamente inviabiliza qualquer processo seletivo diferente de vestibular nas grandes universidades públicas brasileiras. Mesmo assim, acho que é possível propor alternativas, o que seria tema para outra discussão.
Sei lá, Marcelo… eu acho deselegante e insensato um gringo chegar aqui no Brasil e começar a nos dizer o que fazer ou não fazer, o que é bom ou o que é mau para nós.
Principalmente porque esse cara do MIT deveria estar mais preocupado é com a situação do ensino em seu próprio país, já que os asiáticos (os tais “sem criatividade” aos quais ele se referiu) estão detonando de vender tecnologias maravilhosas para o resto do mundo, fazendo rios de dinheiro, enquanto os States lutam a duras penas pra ter superávit comercial diante de países economicamente falidos, como o Brasil.
Esta claro que um certo ar de preconceito que vem desde o título da da matéria só poderia provocar a aparecimento de preconceituosos separatistas com ar de superioridade,,não é Andre?
Preconceito? Não entendi. Desenvolva para eu entender, pf.
Olha, Caju, eu queria ser bonito como o Marlon Brando, quando ele tinha 20 anos.
Juro que eu queria. Mas infelizmente eu não sou.
Mas, pela sua lógica, e pela lógica de muitos outros, essa minha condição não seria impedimento para eu ir até Hollywood, me candidatar à vaga de galã de um filme qualquer.
Afinal, se os caras me recusassem (coisa que certamente aconteceria), então eu poderia sair por aí, acusando-os de preconceito.
Afinal, é justo me recusaram só porque eu não sou tão bonito quanto o Marlon Brando?
Eu acho isso injusto.
Mas, apesar de toda essa injustiça, eu deixo aqui uma perguntinha bem prática pra você: quanto você pagaria para assistir a um filme em que, em vez do Marlon Brando, o galã fosse um cara feio como eu?
Nada? Não pagaria nada?
Então você também é preconceituoso.
Universidades com a cara do Brasil
http://www.jornalbeiradorio.ufpa.br/novo/index.php/2014/149-edicao-117-fevereiro-e-marco/1555-universidades-com-a-cara-do-brasil
Ah, sim, Caju, eu já ia quase me esquecendo: eu também toco piano.
Não tão bem quanto o Vladimir Horowitz, é verdade, mas isso não interessa.
O fato é que vou me candidatar a uma vaga na Filarmônica de Berlim e, se não me aceitarem, vou chama-los de preconceituosos. Vou processá-los.
E se você, Caju, não se dispuser a pagar US$ 500 por cabeça para assistir aos meus concertos, eu também o processarei. Por preconceito.
A Alemanha é provavelmente uma exceção no sentido de que é um dos país de renda per capita alta com uma da menores porcentagens de pessoas com ensino superior completo na população. Mesmo assim, essa porcentagem é muito maior do que no Brasil ou outros países de rennda média.
Nos Estados Unidos, como mostra a reportagem abaixo do LA Times, profissionais com doutorado (pós-graduação) ganham em média significativamente mais ao longo da vida do que profissionais só com bacharelado (graduação). Bacharéis, por sua vez, ganham muito mais do que quem só tem diploma do colégio (High School).
http://latimesblogs.latimes.com/money_co/2011/08/college-gradutates-pay.html
João, a reportagem indica que quem tem doutorado recebe 50% a mais do que quem tem apenas graduação, que recebe 84% a mais do que quem ficou no ensino médio. Isso siginifica que o engenheiro ganha um pouco menos que o dobro do mecânico.
Claro que isso é mais do que na Alemanha, mas não chega à média brasileira, em que o salário médio de um técnico é pelo menos 3 vezes menor que o salário médio de um engenheiro.
Responder
Aleardo: não sei se é possível fazer essa inferência porque o grau de “bacharel” nos Estados Unidos exclui profissões de alta média salarial como advogado (J.D), médico (M.D), dentista (D.M.D) ou veterinário (V.M.D) , que, no sistema americano, são cursos de pós-graduação requerendo geralmente bacharelado de 4 anos + 3 ou 4 anos de uma “profisssional school”. No caso da engenharia por sua vez, embora o diploma americano de engenheiro requeira apenas um bacharelado de 4 anos, os profissionais mais bem pagos da área em geral tendem a ter adicionalmente pelo menos um mestrado profissional (M.Eng = um ou dois anos além do bacharelado). Assim, quando se fala nos jornais americanos sobre “média salarial para profissionais apenas com bacharelado”, a maior parte dos que entram na conta são graduados em cursos de humanidades ou “liberal arts”, puxando a média para baixo.
De qualquer forma, uma diferença importante entre os EUA e o Brasil tem a ver, penso eu, com oferta e procura. Nos EUA, se eu me recordo bem, cerca de 40 % da população adulta tem algum tipo de curso superior completo (incluindo graduações curtas de dois anos além de bacharelados de quatro anos). No Brasil, se eu não estou enganado, essa porcentagem é apenas 13 % (talvez tenha aumentado um pouco nos últimos dez anos, mas ainda é com certeza bem menos de 20 %). Em termos relativos, existe então uma oferta muito menor de profissionais com nível universitário no Brasil, o que deveria puxar os salários para cima.
Aqui no BRASIL muitos engenheiros tem muita enpafia, não dão o devido respeito a quem trabalha diariamente com todo o processo da industria e muitas vezes o diminui, então aqui vai de um mecanico, engenheiro é o cara que joga cana no engenho só.
“Em terras tupiniquins dificilmente as escolhas profissionais estão ligadas a aptidões como acontece na Alemanha, mas sim a uma série de outras questões. Salário é a principal delas.”
Nao apenas salário mas status tambem, profissoes que geram admiração e respeito social , o famoso status, tambem são motivos bastante utilizados para escolher uma profissao no brasil. Profissoes que utilizam força bruta explicita (pedreiro por exemplo) são tidas como pouco ou nada dignas, isso ocorre porque fazemos uma ligação simbólica entre trabalho braçal e escravidão, devido a nosso passado de 350 anos que vive nos assombrando. Pro isso que no Brasil mesmo que um pedriero ganharsse 10 mil ainda assim a maioria dos jovens preferiria ganhar bem menos como advogado ou médico
Sabine,
E’ bom que eu possa comentar no seu blo sem ser assinante.
Infelizmente o mesmo nao e’ verdade para comentar na opiniao de colunistas da folha.
Fui comentar na coluna da Patricia Campos Melo e descobri que somente assinates tem esse direito.
Acho estranho que a folha so’ permita comentar quem paga! Lamentavel o poder financeiro que e’ exercido neste jornal. Fica a impressao de que as opinioes nao sao opinioes mas encomendas de pagantes.
Realmente…….. quanta maldade o capitalismo comete neste mundo, né?
Saudade da União Soviética.
Aquilo sim era o Jardim do Éden.
qual a relacao com o bom mecanico?
Nenhuma, Márcio. Nenhuma relação.
Do mesmo modo que o seu mimimi contra o “puder” econômico também não tem nenhuma relação com bons mecânicos.
Eu nao reclamei contra o poder economico.
Eu reclamei que um jornal deve dar direito de opinao a tods, por definicao.
essa e’ a definicao do jornalismo. O jornalismo tem que ter etica do contrario perde a credibilidade.
Para sua informacao apenas, eu adoro o capitalismo e nao tenho absolutamente nada contra poder economico.
Então tá, Márcio. Me desculpe. Eu entendi errado.
Curiosamente, conversando com uma colega de trabalho, ela me disse que o filho de sua empregada doméstica está cursando Engenharia numa faculdade de reputação duvidosa.
Por quê?
Porque “dá status”.
Num país pré-capitalista, ascensão social não se dá por saldo bancário, mas sim por títulos “nobiliárquicos”.
Que pobreza.
Andre, eu de novo discordando de você …No Brasil ( sistema capitalista), mais importante que um “título nobiliárquico” é o saldo bancário… A procedência da grana é o que menos importa…Temos exemplos disso a toda hora, infelizmente…
Sérgio, a impressão que eu tenho é bastante diferente da sua.
No Brasil, o ápice da ascensão social não é ser um empresário bem-sucedido. Pelo contrário: todos sabem que ser empresário, no Brasil, é meter-se em dores de cabeça intermináveis. É ser tratado como bandido pelo governo. É ser processado e condenado (ainda que injustamente) pela “Justiça” Trabalhista. É envelhecer 10 anos a cada 6 meses.
Prova disso é que a própria juventude brasileira não sonha em empreender. O que eles querem é ser aprovados num concurso para ser juízes, promotores públicos ou trabalhar no Banco Central.
É ganhar 10 ou 20 paus por mês até o fim da vida e se contentar com isso.
Ah, sim… e ter estabilidade no emprego.
Isso, então, é tido como o suprassumo das conquistas pessoais.
Li esse logo que publicado. Apostei, e já ganhei, que o debate mais fundamental não ocorreria. Dado por hipótese de que o engenheiro seria medíocre e o técnico bom, não existe como este perder para um medíocre. De fato, ante tal verdade, e se for algo que um jegue possa fazer, coloque o jegue, pois sendo burro, não é burro ao quadrado; burro e ainda diplomado. Ou seja, o debate seria alguém defender haver curso ou no que depende dele, não diplomando engenheiro medíocre. Portanto, tentar invalidade tal hipótese, uma vez que assumindo essa com verdade suficiente para corroborar um post deste é assumir que estamos literalmente perdidos.
Parece que é mais importante o ‘status’ universitário que o técnico. O aluno (geralmente incompetente) entra através de ‘cotas’ numa universidade (geralmente de má qualidade) para fazer um curso (que não é o de sua preferência), encontra professores (pouco interessados em dar aulas decentemente), aplica-se (muito pouco!) ao longo do curso, é ‘passado’ pelos professores (que não querem problemas com a direção) e sai quase que ignorante perfeito. Mas é universitário. E nem tem vergonha de como conseguiu o título!
Se for pra ganhar muito pouco ou ter um diploma pra guardar na gaveta prefiro ser mecanico. Tem concessionaria que paga muito bem pra mecanico de autos, nas montadoras boas pagam melhor ainda pra tecnico em mecanica e em algumas empresas metalurgicas ou multinacionais paga muito bem tb pra mecanico de manutençao.
Tem um monte de advogado, jornalista, administrador que ganha bem menos que muito mecanico e muito engenheiro que nao sabe nada de mecanica, as vezes, nem sabe fazer conta sabe.
Tem advogado que ganha 2000,00 tem mecanico que ganha 9 mil. Diploma nao paga conta e nao enche barriga. E bom ter, mas nao e garantia de nada.
Tem muito mecanico, tecnico em mecanica, eletronica, eletricidade que e muito mais inteligente que engenheiro.
Ate antes do prouni era muito dificil um pobre pagar faculdade ou entrar numa usp da vida.
Se o cara quer fazer engenharia, vai fazer direito pq e mais facil e nao tem calculo A, B, C. Qdo surgir a primeira dificuldade abandona o curso pq nunca gostou.
Claro, que nem sempre da pra se fazer o que gosta, mas se tem condiçoes vai trabalhar no que gosta, na carreira que sonhou desde criança.
E tem uma coisa a maioria tem dificuldade na facul de engenharia pq teve uma base fraca.
Historia, biologia, geografia e construir condominio de casas terreas, uma do ladinho da outra.
Engenharia (matematica, fisica, quimica) e construir predio, nao da para construir sem base. Nao da para fazer ate 2º piso e pular 8 e começar o 11º piso. A nossa base em escola publica em exatas e horrivel, so nao e pior que ingles.
Tem muita faculdade so de nome, e nao ensina nada. So quer saber do nosso dinheiro.