Alunos da USP, Unesp e Unicamp criam movimento contra greve

Sabine Righetti

Um grupo de estudantes de graduação e de pós-graduação das três universidades estaduais paulistas –USP, Unesp e Unicamp– resolveu se unir contra as paralisações que começaram há cerca de um mês em algumas unidades dessas universidades.

A ideia, dizem os organizadores, é mostrar que não existe um movimento estudantil único nessas instituições e que nem todos os alunos apoiam a greve.

“A gente quer ter o direito de ser contra a greve. Não quero ser acusado de fascista por causa disso”, diz Felipe Lintz, 21, aluno de geografia da Unesp de Rio Claro, interior de São Paulo.

Por reajuste e contra ‘desmonte’ da USP, funcionários fazem ato em SP

Lintz é um dos idealizadores do movimento na Unesp. A proposta começou com a página no Facebook Unicamp Livre –antes mesmo de o início da greve. Acabou se espalhando para Unesp Livre e, agora, chegou ao USP Livre.

“O movimento estudantil que apoia a greve tem uma minoria de alunos. A maioria quer continuar assistindo as aulas”, diz Lintz.

Na USP, o movimento “Livre” está sendo liderado no campus de Ribeirão Preto. “Estamos lutando pela liberdade de expressão frente à esquerda que apoia as paralisações por ideologia”, diz o criador da proposta na universidade que, por medo de retaliação, prefere não se identificar.

Funcionários das três universidades estaduais paulistas começaram as paralisações no dia 12 de maio. Eles são contra a proposta de reajuste salarial de 3% oferecida pelo Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo). De acordo com o USP Livre, “os funcionários estão sendo coagidos a participar da greve.”

Para os alunos do movimento “Livre”, a greve por reajuste de salários é inaceitável. “Enquanto 11 milhões de brasileiros estão desempregados, não faz sentido pararmos a universidade pública para pedir aumento. Estamos enfrentando uma crise”, diz o líder da USP.

A proposta, agora, é que o movimento “Livre” comece a participar das assembleias do movimento grevista. A primeira participação do Unesp Livre está prevista para quinta-feira (09), quando acontece a próxima assembleia da universidade.

O movimento já saiu de São Paulo e chegou até a universidades que não estão em greve. Caso da federal do Amazonas, que, na dúvida, já conta com a página Ufam Livre.