Analfabetismo: com tanta gente fora da escola, como ser um país desenvolvido?
Os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram um aspecto assustador da educação no Brasil: a taxa de analfabetismo que vinha caindo desde 2004 voltou a crescer (leia matéria sobre o assunto e a minha análise).
A taxa de população analfabeta acima de quinze anos teve uma leve variação para cima, passando de 8,6% (em 2011) para 8,7% (2012).
Os dados de analfabetismo no Brasil preocupam ainda mais em análises recortadas.
No Nordeste, um em cada quatro homens com mais de 25 anos é analfabeto.
Isso significa que quase 25% da população economicamente ativa masculina da região (que tanto padece de desenvolvimento em várias áreas) não sabe escrever um bilhete, não consegue pegar um ônibus sozinho e nem pode ler a receita prescrita de um medicamento.
São pessoas impossibilitadas de participar do desenvolvimento econômico nordestino.
A taxa é semelhante da encontrada na Índia, onde cerca de 25% da população com mais de sete anos não sabe ler nem escrever.
FORA DA ESCOLA
Os números mostram que programas de inclusão social no Brasil têm conseguido manter crianças pequenas na escola (a taxa de analfabetismo de dez a 14 anos é de 1,9%), mas não atraiu a população jovem e adulta de volta às aulas.
De quem foi alfabetizado, poucos ficam na sala de aula. O IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), divulgado em julho, mostrou que só metade da população adulta do país concluiu o ensino fundamental.
Com essa trajetória, quem chega ao ensino superior em idade universitária (18 a 24 anos) é uma minoria: 14% da população. Em países ricos, a taxa gira em torno de 70%.
Estamos indo mal. Enquanto discutimos levar alunos de graduação às melhores universidades do mundo pelo Ciência sem Fronteiras, ainda não conseguimos resolver problemas básicos da educação.
Se boa parte da população não consegue nem terminar a escola, vamos continuar precisando importar profissionais altamente especializados, como médicos e engenheiros.
E Aí vem a pergunta que não quer calar: O QUE O PT FEZ NESTES 12 ANOS DE GOVERNO?????????
Consertou as mazelas deixadas na educação pelo governo FHC.
Educação não apenas tem poder de gerar e ampliar riqueza, mas também de criar fontes. Portanto, mesmo que não se tenha esta ou não esteja visível, educação pode abrir horizontes locais ou alhures. E mais: riqueza produzida com base nessa tende mais socialmente ser distribuída quanto maior for o nível educacional, pois suas ações prescindem de profissional qualificado, significando boa remuneração. Já má educação, eufemismo de baixíssima qualidade e síntese de que ignorância reina até de forma petulante, produz até mais, se houver riqueza preexistente, especialmente ao natural.
Deve-se isso, como no caso brasileiro, um dos piores índices em educação e dos maiores em economia, por ser sua ação determinante exploração, mais tendendo à espoliação. E o detalhe é que riqueza assim gerada pode ser amealhada, portanto, usufruída, por uma pequena e exclusiva fatia social, migrando mais aos que se valem das mais diversas espertezas. Havendo o dado mais importante: educação será praticamente o único bem que restará de qualquer Nação quando desgraça mais profunda bater suas portas. E qualquer estudo de uma das variáveis, como aplicação dos recursos, mostra que historicamente há negligência nisso no Brasil, ou mais propriamente pelos que decidem, ao aplicar até grotescamente errado, descambando para erro proposital, e até desperdiçando muito.
Batista, é verdade. A educação é um direito de todos. Muito obrigada pelo seu comentário. Continue acompanhando o blog! abraços, Sabine
É uma vergonha. Os Estados e municípios nordestinos jamais investiram em educação conforme os dados do Pnad, revelados atualmente. Estamos perdidos e sem perspectiva de desenvolvimento, principalmente no Nordeste brasileiro, e principalmente no Estado do Ceará.
Francisco, muito obrigada pelo seu comentário. Continue acompanhando o blog! abraços, Sabine
Sabine Righetti nos mostra as consequências da exclusão da sociedade brasileira na educação do Pais , as causas são velhas conhecidas, nestes 5oo anos de Brasil nunca houve um projeto de nação .as elites portuguesas e depois a brasileira tocou o povo como massa descartavél. Darci Ribeiro é enfatico nesta falta de projeto. Josue de castro no geografia da fome. Olhar para o povo só de uns anos para cá , dando a chance de estudar em uma universidade pública de renome com as FEDERAIS.atráves de incentivos como fiés e bolsas de estudos, como cotas raciais.Por isso a triste estatistica de um Pais que não queria dividir nem o direito a educação para o seu POVO.
Angelo, muito obrigada pelo seu comentário. Continue acompanhando o blog! abraços, Sabine
Na frase “Em países ricos, a taxa gira em torno de 70%” o correto seria “em países DESENVOLVIDOS”, já que o Brasil é um dos países mais ricos do mundo. Muito boa e pertinente a matéria.
Paulo, você tem razão. O problema por aqui é a extrema desigualdade. Abraços e obrigada pelo comentário, Sabine
Sabine, não é possível cravar que o analfabetismo cresceu no país com base em dados de apenas 1 ano da Pnad. A Pnad é uma pesquisa amostral, com margem de erro de cerca de 2%. Portanto, só é possível indicar tendência com base em série histórica. A variação de 0,1 ponto percentual é estatisticamente insignificante. É claro que a taxa de 8,7% não é boa para o país, mas o destaque está equivocado. O “lide” deve ser a desigualdade regional. Em termos nacionais, é preciso investigar mais para apontar as causas da velocidade lenta de decréscimo do analfabetismo no Brasil (essa sim uma tendência apontada nas últimas edições da Pnad). É preciso entender melhor as questões demográficas e as políticas de EJA, por exemplo.
Ricardo, boa ideia. Vou investigar a relação EJA e o analfabetismo regional. Obrigada pelo comentário, Sabine
A meu ver o que choca mais ainda é observar o domínio extremamente precário da língua de uma massa imensa de brasileiros que constam nas estatísticas como alfabetizados. E não me refiro somente aos analfabetos funcionais. Qual seria o percentual da população adulta que teria um vocabulário razoável e uma adequada redação e compreensão de texto? É isso que aponta para a verdadeira dimensão dessa tragédia nacional. `
Gente, se a maior parte dos Petistas são analfabetos, para que ensino bom no país.Estes caras sem vergonhas querem é dinheiro no bolso deles, o povo é que se dane.
Eu so tenho grandes esperancas isso naum parece uma pergunta estupida. No entanto, depois de ler o teu conteudo, confessor que estou um pouco perdido. Apenas o que estava procurando: se comunicar bem aqui?
Exatamente o que eu estava procurando!