Após crescer 30% ao ano, mensalidade de universidade dos EUA fica estável
Os estudantes universitários dos EUA estão em festa: o custo anual dos cursos de graduação e de pós naquele país subiu apenas 3% no último ano acadêmico (que terminou em maio).
Digo “apenas” porque as taxas andavam exorbitantes ultimamente.
De 2008 para 2009 e de 2010 para 2011, os valores cresceram 30% por ano. Desde então, os números estão razoavelmente “estáveis”.
Os números foram anunciados pelo College Board daquele país, uma espécie de conselho de instituições de ensino superior, e comemorado nos campi dos EUA.
Foi comemorado também fora dos EUA. Hoje, cerca de 20% dos estudantes matriculados nas melhores universidades do país (e do mundo) como Caltech, Harvard e MIT são estrangeiros.
Para quem vem de um país cujo câmbio não ajuda, estudar nos EUA estava se tornando inviável.
Isso não é bom: o governo americano sabe que sete alunos estrangeiros nos EUA equivalem a um emprego formal.
Ou seja, existe toda uma economia por trás dos estudantes de fora – e por trás dos estudantes de modo geral.
BOM E CARO
O valor anual de um curso de graduação nos EUA em uma universidade pública estadual (sim, essas universidades não são gratuitas como no Brasil) gira em torno de R$20 mil.
O valor a ser desembolsado varia, claro, dependendo da universidade, dos cursos escolhidos e do perfil do aluno. Os melhores têm algum tipo de bolsa.
Em escolas privadas, uma graduação “padrão” de quatro anos pode sair por R$75 mil ao ano. Novamente, o valor pode ter muitas variações.
Traduzindo esse valor em reais, um estudante sem bolsa que quiser fazer economia em Harvard, por exemplo, terá de desembolsar algo equivalente a R$300 mil pelo curso inteiro.
A expectativa agora é saber o que acontecerá nos próximos anos.
Imagine se você economiza em reais, vai estudar nos EUA e o curso volta a subir 30% ao ano?
As universidades mais ricas (Harvard, Princeton, Yale, etc.) oferecem ajuda financeira tanto para alunos americanos quanto estrangeiros. Na maioria das outras universidades, entretanto, espera-se que um aluno estrangeiro de graduação (ou mesmo de mestrado) geralmente arque com o custo total (ou quase total) das anuidades.
A boa notícia para os brasileiros é que, no DOUTORADO, pelo menos na área de engenharia, que é a que eu conheço melhor, todas as universidades americanas classificadas pelo menos como top 10 geralmente oferecem auxílios para alunos aceitos que cobrem 100 % das anuidades e ainda pagam ao aluno um estipêndio mensal. Não há necessidade realmente de sair do Brasil com uma bolsa CAPES (p.ex. Ciência Sem Fronteiras), que cria uma série de amarras.
Alertando para que o conceito “fazer economia em Harvard” como um leitor brasileiro entenderia não faz sentido. Em Harvard como em qualquer universidade americana, a estudante é aceito pela universidade para fazer graduação. Após um ou dois anos ela escolhe seu “major”, ou especialização, cujos requisitos terá que cumprir. Esses requisitos incluem um certo número de disciplinas na área, 25% do total de créditos ou talvez um pouco mais.
Nada que se compare a “fazer curso de economia” ou qualquer outra área no Brasil, onde o aluno entra para estudar uma coisa e já está com todo o currículo definido, altamente especializado, com algumas pouca matérias de fora da área.