Por que nossas crianças não querem ser cientistas?
Os dados do Pisa, avaliação internacional de estudantes feita pela OCDE em 65 países, são desanimadores para o Brasil.
Estamos mal em todas as áreas: matemática, leitura e ciência.
Dessas, a área científica é a que mais preocupa. É em ciência em que vamos pior — e não melhoramos desde o último Pisa, de 2009 (leia mais aqui).
O Brasil em 59º lugar na lista da avaliação de ciência, atrás de países como Cazaquistão, Jordânia e Malásia.
Na minha tentativa de entender esses dados, conversei com uma especialista da PUC-SP, Ana Lúcia Manrique, que é coordenadora de uma pós-graduação em educação matemática, e ela fez uma pergunta bastante interessante:
“Por que os nossos alunos não querem ser cientistas?”
A especialista me lembrou que a curiosidade faz parte da infância. Ou seja: o gosto pela ciência é quase natural.
O problema é que a escola no Brasil é tão ruim que acaba tendo um efeito contrário. Ao invés de se apaixonarem por ciência, os meninos e meninas acabam se distanciando dela.
A física perde a beleza da astronomia, por exemplo, e vira aplicação de fórmulas. A biologia e a química são ensinadas na lousa e giz. Os alunos não colocam a mão na massa.
Quanto menos brasileirinhos interessados, apaixonados e se dando bem em ciência, menos engenheiros, geólogos, biólogos, oceanógrafos teremos no futuro.
E, nossa, o Brasil carece demais desses profissionais.
Não é por acaso que China, Japão e Cingapura, berço da inovação da atualidade, estão no topo da lista de desempenho dos países em educação científica.
As crianças desses países, sim, querem ser cientistas. E as nossas?
Ora, o Brasil é o país dos bacharéis de direito e igrejas evangélicas… A última produção genuinamente brasileira e começa a ser utilizada no Mundo inteiro foi a marcação de local da falta e barreira, invenção de um mineiro de Araguari… Nas madrugadas 5 dos 8 canais de TV passam religião e para cada 178 horas religiosas há 1 de ciência…
Nunca tinha pensado cimo esse horário era impoortante na tv. Valeu.
As crianças estão ocupadas demais se preocupando com coisas que dão mais futuro, como ganhar na Mega, ser o próximo Ronaldo ou participar de algum reality show.
A verdade é que o PT está pouco se lixando para educação.
Além disso, todo mundo hoje só quer saber de fazer Direito pra passar em concurso e ficar o resto da vida mamando no Estado às custas de quem trabalha na sociedade.
Ninguém no Brasil está preocupado em produzir, em inovar, em criar, em empreender de verdade. Somos os piores no ranking de inovação. Todo mundo aqui só quer saber de parasitismo, mordomias e acomodação, de preferência nas costas do Estado.
Do pobre ao rico, no Brasil a mentalidade é se escorar no Estado. O pobre tem suas bolsas e o rico também (vide Eike Batista com a bolsa-BNDES).
As crianças se espelham nos péssimos exemplos dos políticos e não querem mais saber de se esforçar, de estudar, de aprender. Só pensam em ser DJs, MCs, funkeiros, ex-BBBs, jogadores de futebol, pagodeiros, dançarinas etc.
O futuro do Brasil é muito sombrio.
E qual partido se preocupa verdadeiramente com educação? Infelizmente não é apenas o PT que se preocupa mais com poder do qualquer outra coisa. Mas para ser justo, foi durante o governo do PT que mais se aumentou os investimentos em educação.
Não sou defensor de nenhum partido mas quando olho para meus pais e avós vejo uma crescente no acesso a educação a qualidade pode não ser das melhores mas o brasileiro esta muito acostumado a só por a culpa nos governantes no clima no papa e por ai vai e não busca as oportunidades que “batem a porta”. Pergunte quantos estudantes deixariam baladas barzinhos uma boa novela pra ir a biblioteca para estudar? te garanto que a minoria. devemos parar de ficar buscando em quem colocar a culpa e fazer a nossa parte.
Perfeito, Fernando Dias! Você tocou em pontos essenciais. Acrescentaria apenas, ao fato das escolas hoje serem palcos eleitoreiros e os alunos vítimas de arcaicas ideologias. Sou professora e vejo essa realidade de perto. Um aluno hoje que manisfa a vontade de inovar, pesquisar, estudar fora, fazer uso de tecnologias, contribuir cientificamente para o país é taxado, excluido e mal visto pelos professores, estes, vomitam diariamente que o aluno só será bom e um homem bom se se preocupar com os sem-terra, com as desigualdades, combater o capitalismo etc. Se um aluno, quiser tentar algum auxilio financeiro para desenvolver projetos científicos/tecnológicos, independente da área do conhecimento, não conseguirá. Mas se quiser fazer qualquer pesquisa na área das humanas e se debruçar em findáveis estudos sobre filósofos, pensadores e teóricos de outros séculos encontrará uma gama de projetos, bolsas, incentivos para fazê-lo. A escola hoje é uma das instituiçoes mais burras, retrógadas e antiguadas que nós temos.
Onde Humanas tem mais importância e incentivo no Brasil? Por favor me diga onde isto acontece! É só olhar as bolsas pro Ciências Sem Fronteiras. NENHUMA é na área de humanas! E vai ver quantos artigos científicos (o que realmente interessa na área acadêmica) uma pesquisa/tese na área de humanas gera, em relação às outras áreas!!! Há muito mais investimento em áreas que produzem mais artigos científicos do que nas áreas que produzem livros!
países sérios movimentam economia através da educação e geração de patentes q rendem dividendos por décadas. país falido investe no circo pq eh mais facil, + menos rentável. investir no circo serve p/ manter povo na miséria intelectual e p/ perpetuar sua condição bovina. Eis o brasil povo marcado povo feliz
Porque no Brasil é mais cool ser beagle.
Existem sim pessoas que se interessam por ciências porém no Brasil não se destinam recursos a este fim. Há pouquíssimas vagas nas universidades e os interessados “matam-se” para serem incluídos.
e quando entram na faculdade, encontram péssimas condições para se desenvolver profissionalmente, só quem continua é porque realmente é apaixonado. Infelizmente não fui um desses apaixonados porque a situação financeira falou mais alto.
Além do ensino de Ciências ser muito fraco, quantos museus de ciências temos, por exemplo, em São Paulo. Dá para contar nos dedos de uma mão.
Lembro que era criança e que era comum ver programas científicos na TV aberta. Lembro da série Cosmos de Carl Sagan que passou na TV Globo aos domingos pela manhã.
Além da escola, é preciso viver em uma sociedade que valoriza a Ciência.
Porque dá mais dinheiro ser religioso. Não precisa pensar e não paga imposto.
As nossas crianças estão abandonadas pelo estado. Em todas as ruelas, becos,ruas , praças etc existem botecos onde os marmanjos enchem. Discutem futebol,BBB,e outras bobagens. As crianças convivem com este ambiente pobre, miserável estúpido, aprendendo a beber e outros vícios com o papai, o titio, o padrinho e etc. Nossas crianças são bobas, mas metidas a espertas afundadas em eterna ignorância. Ficam adultas antes da hora e acabam formando um contingente totalmente despreparado, sem futuro e condenadas a empregos de 2ª,3ª classe num círculo vicioso que potencializa a pobreza. Por muito tempo, ainda, ficaremos na rabeira do mundo.Ciência,cultura não é a nossa praia. Estamos mesmo é ligados nas bobagens difundidas pela mídia, que também é uma porcaria. Pega uma latinha aí, meu chapa!!!
Desde a Roma antiga os governantes dão ao povo, pão e circo. Naquele tempo distribuiam pão entre o publico do Coliseu. Hoje em dia os governantes dão ao povo a famigerada Bolsa Familia e os Estadios de Futebol, verdadeiros elefantes brancos onde depois da copa estarão as moscas por falta de publico para as partidas de seus times mediocres.
Mais ingrejas e menas iscola.
Refletimos o que a mídia nos proporciona ou seja: BBB, Futebol, A Fazenda, Funk, Mulher Fruta, Pagode, Novelas e etc… A cultura do povão é manipulada pela Globo, Record e etc…
O foco hoje da escola é o vestibular. Existe marketing a rodo por nota de ENEM e aprovações, mas pouco importa o interesse do aluno. Um aluno mais curioso e que questione (afinal o questionamento é a base da ciencia) é o rebelde. Daí a escola tira o poder de crítica do aluno, todos viram bois mansos da infância até a velhice. Não questionam política, economia, o cotidiano, o relacionamento, a vida enfim. Se não o fazem não podem ser verdadeiros cientistas.
Após superar toda a cadeia arcaica da formação escolar chega a universidade. Desta vez, aqueles que desejam a ciencia entram em programas de iniciação científica. Na maior parte das vezes são tratados como mão-de-obra barata em troca de nome em artigo científico (que vai junto do nome do professor titular que não participou em nada da pesquisa).
Chega a pós-graduação e os programas de mestrado e doutorado são baseados em artigos científicos, revista indexada, nota da CAPES. Não há curiosidade em momento nenhum. Ah, e mais uma vez questione um professor universitário e compre muita dor de cabeça para sua vida acadêmica.
Independente do ensino. Ciencia é para a vida. Um faxineiro pode aplicar ciencia em sua prática, aprimorar seu trabalho e talvez até enriquecer com isso. Ciencia não se aprende em livros ou aulas, é uma atitude baseada em ser questionador. É a inquietude que move o ser.
Existe uma censura de atitudes em nossa sociedade. Esta mata a crítica. Cientista sem crítica não existe, mas existe um monte de escritor de artigos científicos por aí. Ahhh, esses tem de balde.
Há um outro lado também: a cultura nacional (por influência de Portugal) é “forte” nas humanidades. Letras, poesia, etc. Já em exatas…
O Brasil não valoriza e nunca valorizou ciências e matemática em particular. O brasileiro se vangloria de não ser racional, valoriza o jeitinho em vez do planejamento e se orgulha de não saber matemática e, ainda assim, “se dar bem na vida”. E não estou falando do brasileiro pobre e sem acesso à educação. Falo aqui da pequeníssima camada que pode pagar boas escolas e por o filho na universidade. É esse brasileiro que precisa mudar, primeiro, e passar a valorizar ciência e matemática para que, então, a sociedade brasileira como um todo, reaja. Outra coisa, é ridículo tentar transformar qualquer problema sobre educação (ou falta de) em discussão sobre partidos políticos ou governos. Esse problema é da nossa sociedade como um todo e enquanto não resolvermos encará-lo a sério, não sairemos do lugar. Afinal de contas, não são os filhos dos governantes, de qualquer partido que seja, que tentam arrancar um diploma de engenharia numa universidade de ponta do país à base de todas as estratégias possíveis de cola que se possa imaginar. E se fazem isso, não é culpa da escola e sim dos pais que nunca deixaram claro para esses jovens que há certos comportamentos que são inaceitáveis. Prof. Marcelo Santos.
Em um país onde o futebol é prioridade máxima e igrejas ditam normas e seus líderes fazem festa na política, a ciência nesta terra vira assunto de “inquisição”. Ficando mesmo na ignorância de um povo que nem se manifesta quando na sua escola o laboratório nem existe, pois os heróis nacionais pensam com os pés, os religiosos explicam tudo e os professores relegados à salários miseráveis lutam pra sobreviverem
O maior problema que nós, professores, enfrentamos no exercício escola é a falta de interesse do Governo em implementar um plano de educação que venha atender as dificuldades de ensino e de aprendizagem. Normalmente, os projetos das Secretarias de Educação dos Estado e dos Município vêm atender a um plano eleitoral, ficando a qualificação da profissão de Professor e a formação dos cidadãos a um simples resultado de estatística que não reflete a realidade da Escola. Desta forma, formar novos professores e futuros cientistas chega ser uma batalha titânica.
A Sra. Ana Lúcia Manrique está certíssima! Precisamos radicalmenet de uma reforma na educação e estimular tanto professores e alunos a se apaixonarem pelos estudos, e consequentemente pelo equilíbrio de interesse por todas as ciências!
Prezada Sabine,
Considero bastante oportuna a discussão sobre o desinteresse predominante entre os jovens brasileiros por carreiras científicas, tendo em vista mais um péssimo resultado de nossos estudantes na avaliação PISA em ciências, pior até que em leitura e matemática.
Tomando como base minha experiência pessoal (sou um dos que persistiu no ideal de tornar-se cientista no Brasil), enumero a seguir os fatores principais que contribuem, em nosso País, para tal situação desfavorável:
1) Acentuada dependência tecnológica, que persiste ao longo da história e resulta no fato do Brasil ser, ainda hoje, essencialmente um exportador de “commodities” agro-pastoris e minerais.
2) Valorização cultural, social e remunerativa de atividades profissionais necessárias ao controle burocrático-jurídico e administrativo de processos, em detrimento do trabalho de caráter científico e tecnológico relacionado com pesquisa, desenvolvimento e inovação.
3) Má qualidade do ensino fundamental e do ensino médio públicos.
4) Ênfase excessivamente teórica e, não raro, exclusivamente expositivo-repetitiva no ensino de disciplinas científicas, sem que seja destacada a devida vinculação destas com o progresso tecnológico e, pior, omitindo-se quase totalmente a parte experimental que é inerente a essas disciplinas (pouquíssimas escolas são equipadas de fato com bons laboratórios).
5) Ausência, na mídia de grande alcance, de veiculação verdadeiramente destacada das atividades científicas e da importância da ciência e da tecnologia no mundo atual.
Reverter cada um desses fatores e integrá-los coerentemente demandaria um esforço nacional imenso, concretizado na forma de uma política de Estado consistente (ou seja, independente de governos) que perdurasse por algumas décadas, visando transformar o Brasil no mínimo em uma potência científica e tecnológica intermediária.
Entretanto, sabemos que, infelizmente, essa não é a nossa tradição… .
Resumindo….. Depois de 500 anos, o Brasil ainda continua com o mesmo pensamento retrógrado e oportunista do período da colonização. Cada um que pensa em comandar neste país, só tem uma finalidade em mente “favoritismo pessoal”. Isto aqui só será um país de verdade quando houver políticos e não politiqueiros. Mas da forma como é tratada a educação, não consigo ter esperaça nessa mudança.
Nossas crianças não querem por que isso nem existe no Brasil(ciência).
A profissão de físico sequer é regulamentada – pelo menos até a última vez em que me informei, ano passado, ainda não era. O projeto de lei que a regulamenta ainda estava sendo enviado para o Senado e acho que ainda não foi aprovado. Coisa sem importância, pode esperar…
Se uma criança disser que pretende ser cientista, provavelmente será olhada pela família e amigos como uma sonhadora, um prof. Pardal. O mesmo acontece com inventores e similares.
Isso não é profissão, profissão é ser advogado, médico, jornalista etc.
É triste mas é assim.