Pela Palestina, EUA boicotam universidades de Israel

Sabine Righetti

A Associação de Estudos Americana decidiu apoiar um boicote a parcerias acadêmicas dos EUA com universidades de Israel.

O objetivo é interromper intercâmbios de estudantes, pesquisadores e docentes e evitar artigos científicos em co-autoria (algo muito comum na pós-graduação).

A decisão foi tomada após uma associação semelhante de países asiáticos ter decido romper com universidades de Israel.

O motivo do boicote é a relação de Israel com a vizinha Palestina.

De acordo com a Associação de Estudos Americana, os palestinos não têm liberdade acadêmica por conta das ameaças de Israel.

“A decisão é solidária com todos os que aspiram a liberdade científica, incluindo o povo palestino”, descreve o documento.

O boicote virou assunto nos corredores acadêmicos de todo mundo e ganhou uma boa dimensão hoje nas redes sociais e em veículos especializados de ensino superior.

Quem critica a decisão diz que boicote acadêmico dos EUA a Israel é anti-ético e que os estudantes e pesquisadores israelenses que estão fora do seu país podem ser prejudicados e sofrer sanções.

Oito ex-presidentes da Associação de Estudos Americana chegaram a escrever uma carta em que criticam a decisão do boicote.

Israel é conhecido pela qualidade da sua pós-graduação e tem duas universidades entre as 200 melhores do mundo de acordo com o ranking THE: a Universidade Hebraica de Jerusalem (191º lugar) e a Universidade de Tel Aviv (199º) –o Brasil não tem nenhuma universidade na mesma lista.

POR AQUI

Em terras tupiniquins não existe ainda nenhuma manifestação oficial contra ou a favor do boicote a Israel. As relações acadêmicas brasileiras com Israel, aliás, existem, mas não são tão intensas como nos EUA.

Para se ter uma ideia, Israel nem está (pelo menos por enquanto) na lista de países que recebem estudantes brasileiros de graduação e de pós pelo programa federal Ciência sem Fronteiras –serão 100 mil estudantes enviados para fora até 2014.

Mas há pesquisadores importantes de Israel que andam pelos laboratórios nacionais.

Caso de Ada Yonath, Prêmio Nobel de química em 2009.

Ela é pesquisadora do Instituto de Ciência Weizmann em Israel e vira e mexe vem para o Brasil no LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron), em Campinas (SP) –leia a entrevista que fiz com ela numa das vezes que ela estava aqui.

E você? O que acha desse boicote às universidades de Israel?

 

 

Comentários

  1. Ué, o regime de apartheid na África do Sul foi muito enfraquecido graças a este tipo de pressão e boicote, no mundo todo. O regime sionista em Israel não é exatamente a mesma coisa, mas tem diversas leis que discriminam os habitantes não-judeus. O boicote acadêmico contra universidades israelenses me parece correto.

  2. Grave erro da política externa e acadêmica dos EUA e dos países que adotarem postura semelhante. Não há o menor sentido em atribuir a minoridade científica e acadêmica da Palestina a qualquer ação de Israel. A situação palestina é consequência de suas próprias deficiências e contradições internas. MAS COMO É “POLITICAMENTE CORRETO” HOJE EM DIA CRITICAR ISRAEL, ENTÃO, SURGEM ESTES ABSURDOS.

    1. Obnubilados pelo politicamente correto,algu-
      mas criaturas esquecem de culturas adeptas
      da Jihad…

  3. Israel deve estar muito preocupado! um povo com menos de 20 milhoes de pessoas no mundo todo,detentores de um quarto de premios nobel, povo que deu os cinco homens mais impotantes para o mundo, Jesus, Albert Einstein, K marx,Isacc newton, freud. quem vai perder é o mundo que nao quiser se relacionar com eles.

  4. Fiz um comentário há 4 horas. Está até agora ”esperando moderação”. Mas o comentário em si é ”moderado’! Acho que, com moderação, vou cancelar minha assinatura do jornal!

  5. Tambem entendo que o tratamento conferido aos palestinos não irá levar os sionistas ao Céu, exista ou não. Entretanto confundir política e seus objetivos com os do desenvolvimento cultural e tecnológico é coisa de americano bebâdo e certamente em nada contribuirá para solução dos problemas do povo palestino.

    1. Ronaldo Costa, pelo fato da decisão da Associação de Estudos Americanos não se coadunar com as suas crenças é coisa de americano bêbado? Não sei se é prepotência ou excesso de álcool nas festas de fim de ano!!!

  6. Concordo com o boicote se os signatarios o realizarem
    com todos os paises e universidades que nao praticam
    liberdades,caso contrario terao demonstrado as claras
    seu antisemitismo,alem de demonstrar sua irrefutavel
    estupidez ao tentar manchar a honra daqueles que se
    demonstraram campeoes no campo universitario.Como
    nao conseguem derrubar Israel no campo das aptidoes
    tentam fazer lo por vias escusas…FRACASSARAO

  7. Penso ser uma estratégia política de forte impacto positivo que apoia a criação do estado palestino, que há muito deveria ter ocorrido.

  8. É a politização da ciência. Antes, houve a politização do esporte (boicote aos Jogos Olímpicos de 1980). Absurdos, mas que fazem parte dos retrocessos inerentes ao processo histórico , num constante ir-devir.

  9. Acho positivo , e espero que se espalhem protestos pelo mundo , tal qual foi feito pela libertação de Mandela !

  10. Não sou favorável até certo ponto a atrelar educação com política. Vejo política e educação ou conhecimentos científicos como algo atrelado, mas que devem ser dissociados. A política quase sempre é jogo de interesses, fato que, se ocorre no mundo acadêmico, deveria ser duramente combatido. Mas no caso específico da relação Israel – Palestina, a dimensão foge a qualquer consenso ou suposição. É algo abominável a maneira como Israel conduz a situação. São totalemente fechados ao diálogo e se sentem donos da região de Gaza. Aposto sinceramente que se estivessem dispostos a um diálogo transparente e veradeiro essa situação já teria sido resolvida. Mas parecem não se importar por uma cultura de paz. Preferem demonstrar supremacia bélica. Sendo assim, qualquer sanção julgo válida. Seja educacional ou de colaboração.

  11. Típico antissemitismo do final dos tempos.
    A Bíblia diz que no últimos dias, todas as nações se voltarão contra Israel.
    Então, ai está, as profecias se cumprindo.

  12. Talvez com essas sanções Israel pense um pouco mais como é sentir ser rejeitado, prática que eles andam impondo ao povo palestino!!!

  13. Israel faz da Palestina um campo de concentração moderno, mas com o objetivo unico de exterminio do povo Palestino….
    Testam medicamentos, armas e levam o povo a um estado de miserabilidade controlada.
    Leiam “O Clube deBilderberg”….

  14. Com essa atitude EUA regridem a idade da pedra e descem perigosamente ao patamar de países comunistas e ditatoriais. Evidencia o dolo oculto da decisão e o desespero de quem está acuado.

  15. Justo, um pais racista e praticante do aparthid, deve ser excluido das relações internacionais em todos os niveis.

  16. Acho tremenda babaquice essa coisa de misturar estudos academicos com politica. Coisa de quem não tem produção academica.

  17. ENTENDO QUE ISSO É CONTRAPRODUCENTE, POIS O CAMPO DE PESQUISA ISRAELENSE É GIGANTESCA E TEM TRAZIDO ENORMES BENEFÍCIOS PARA TODO MUNDO ESSE INTERCAMBIO E SUMAMENTE PREJUDICIAL NÃO APENAS PARA ISRAEL MAS TAMBÉM PARA OS PAÍSES FOMENTADORES O MUNDO PERDE MUITO COM ISSO.

  18. Notório é, a liberdade acadêmica é para todos, porém Israel não permite sequer que os palestinos tenham agua e comida sem seu controle e acho justo que alguma coisa começe a acontecer efetivamente com Israel através da comunidade internacional e não pelo conselho de segurança um sistema falido que só beneficia Israel. Os judeus viveram segregação na WWII mas por incrivel que pareça alguns metodos sofridos por eles são aplicados aos palestinos. Acho justo que sanções maiores caiam sobre os sionistas inclusive no campo acadêmico para que Israel negocie com os palestinos e devolva os territorios ocupados da palestina e colina do golan na Síria.

  19. Israel é o último estado racista do mundo, que pratica uma forma de segregação racial similar à do antigo apartheid, na Africa do Sul (de quem os sionistas, aliás, foram amigos e parceiros, inclusive no campo nuclear). Israel expulsou 750 mil palestinos de de suas casas e terras, em 1948, durante a NAKBA (“catástrofe”, em árabe), e aboliu o país que existia há mais de mil anos — a Palestina — para inventar o seu próprio país, povoado com imigrantes EUROPEUS. Israel pratica violência sistemática contra a população civil palestina, possui armas de destruição em massa — químicas e nucleares, inclusive — e já atacou todos os seus vizinhos, ocupando até hoje territórios da Palestina, Síria e Líbano. Israel, base norte-americana no Oriente Médio, é a maior ameaça à paz na região e deve sofrer boicote, desinvestimento e sanções em todos os campos. Que o Brasil rompa relações diplomáticas e comerciais com a entidade sionista! Viva o povo palestino!

  20. A votação mostra que há muitas coisas erradas com a Americas Studies Association. O anti-semitismo é apenas uma delas.

    Quem acha errado ter relações com cientistas israelenses mas acha positivo ter relações com países como a China, Síria, Cuba, Rússia e por aí afora não tem compasso moral. Perdeu a noção do que é certo e errado.

  21. O boicote é válido e muito simbólico. Não tem nada a ver com os pesquisadores israelenses (inclusive muitos deles são contra o sionismo) mas contra um estado beligerante e expansionista que impede os palestinos de levarem uma vida minimamente normal. Hoje mesmo deixei de comprar um azeite ao constatar que era de Israel e expliquei o motivo para as pessoas que estavam em volta e sequer sabiam que existe esse boicote mundial ao Apartheid sionista.

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