Em eleições da USP, 80% dos votantes são professores
Terminou hoje mais uma eleição na USP para escolher o dirigente máximo da universidade, o reitor.
O médico e ex-pró-reitor de pesquisa Marco Antonio Zago foi o nome mais votado (leia mais aqui)
A lista tríplice que será enviada ao governador Geraldo Alckmin nos próximos dias também tem Hélio Nogueira da Cruz (ex-vice-reitor) e Wanderley Messias (ex-superintendente de relações institucionais), respectivamente em segundo e terceiro lugar.
Está nas mãos de Alckmin escolher quem vai assumir o 26º posto de reitor da universidade mais importante do país.
Dessa vez, 80% dos votantes foram professores.
E a participação dos docentes na decisão poderia ter sido maior: ao todo, 86% da Assembleia Eleitoral da USP, ou seja, de quem pode votar, são docentes.
O “restante” é composto por alunos e funcionários.
A questão é que esses mesmos docentes representam cerca de 5% das 100 mil pessoas da comunidade acadêmica da USP.
Isso incomoda o movimento estudantil da universidade, que tem reivindicado há algum tempo eleições diretas para reitoria. A escolha do reitor seria feita diretamente por alunos, funcionários e docentes.
Todos os votos teriam o mesmo peso e a decisão não passaria pelo governador.
Quem é contra eleições diretas diz que isso seria ilegal. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) define que 60% dos votos, pelo menos, devem se referir aos docentes.
Diz também que o processo seria anti-democrático. A passagem da lista tríplice pelo governador é uma forma de garantir a participação da sociedade no processo –que é quem, afinal, paga as contas da USP.
LÁ FORA
Em boa parte das universidades americanas e britânicas, mesmo as públicas, a eleição também acontece por meio de colégios eleitorais que são compostos de diferentes maneiras (leia mais sobre isso aqui).
Em alguns delas, ex-alunos e membros do setor privado integram esses colégios e fazem parte da decisão.
Em processos decisivos como esses, o reitor pode ser um docente da instituição ou mesmo alguém do setor privado, de fora da universidade, especializado em gestão.
É isso que acontece, por exemplo, em escolas brasileiras de ensino superior como a FGV.
Mas não há nem sinal de que uma universidade pública brasileira possa, um dia, ter um reitor que não seja um professor titular da mesma universidade.
E você? Acha que o reitor das universidades públicas deve necessariamente ser um docente?
Como pensa que deveria ser a eleição?
Me desculpe, mas essa ideia de eleição direta para reitor é uma cretinice sem tamanho.
Primeiro porque a USP é uma autarquia e não um país. E assim como TODAS as demais autarquias da adm. pública, seus diregentes devem ser escolhidos por quem foi eleito representante da população. E não há nada de “anti-democrático” nisso. Ou vamos agora defender que os usuários do sistema financeiro elejam o presidente e a diretoria do Banco Central?
Segundo porque a missão da instituição é treinar alunos e produzir pesquisa de ponta. Quem tem a incubência dessa tarefa são os professores, que lá na instituição ficarão por 30-45 anos. Aluno é usuário e funcionário é apoio. Esse pessoal não tem compromisso, interação (os alunos ficam lá por 4/5 anos!) ou maturidade suficientes para justificar que tenham qualquer influência na governança da instituição.
Não por acaso, só aqui no Brasil é que essa jabuiticaba chega ao ponto de aparecer como coisa séria em grandes jornais.
O corpo discente antes de pretender imiscuir-se na administração da USP,
deve sanear a sua própria seara:en-
quanto permitirem que a UNE,seja
um feudo do Partidão,carecem de au
toridade para qualquer pretensão…
Todos pagam as contas (icms) e poucos estudam la. E coerente a proposta dos alunos, mas o problema e que tem muito politico JR nos centros academicos tentando manipular as massas e depois saem todos candidato nas eleiçoes e que ate recebem salarios de par-ti-dos.
Espero que o Governador escolha um nome progressista que seja a favor de mudanças na universidade. Tem predio la caindo os pedaços ha anos etc etc e tal.
Todos são um doce antes de assumir.
É importante que o reitor, presidente ou qualquer cargo de chefia de uma empresa ou universidade seja alguém que conheça desde a base o funcionamento da instituição, e um professor não poderia ser a melhor pessoa. Mas a forma em que ele deve ser escolhido deve sim ser reestudada, os alunos devem ter sim maior peso na escolha, afinal eles são normalmente 70% da comunidade universitária e são os mais afetados por essa gestão!
Bom dia!
Fico feliz pela vitória da chapa Todos pela USP, dos profs. Marco Antonio e Vahan Agopyan. Acredito que o governador Alckmin não deve desrespeitar a decisão dos órgãos colegiados da Universidade, como fez o Serra. Assisti à apresentação da chapa no Instituto de Biociências, e ficou muito claro que existe uma proposta coerente de melhoria do negligenciado ensino de graduação, de treinamento e melhor emprego do quadro de funcionários, e descentralização e desburocratização. Acredito na excelência da Universidade de São Paulo, e defendo que a mesma aprimore sua relação com a Sociedade, que cobra a todos um melhor desempenho de seus profissionais. Agora tudo indica que realmente conseguiremos isso, com um canal de diálogo sempre aberto, com mais agilidade nas decisões, e, estímulo à docência e atualização didática dos mesmos. Estaremos atentos e dispostos a participar!
Alan Besborodco
Bacharel em Biologia
Licenciando em Biologia
Rascunho de pesquisa:
¨Digamos que fosse assim: O ocupante da Presidência da República (executivo) ainda presidisse o Congresso Nacional (legislativo), com todos os seus ministros e assessores diretos votando e os demais, alguns eleitos sem lhes dever obediência, apenas 30%. E mais: presidisse o Judiciário, podendo nomear para isso quem quiser e na hora que achasse conveniente. A nossa Constituição diz que isso é um absurdo.
Porém, essa não vale dentro de universidade pública. Pois o mais comum é reitor além de exercer o executivo, preside os conselhos superiores (legislativo), em que todos os seus prós e similares votam, restando, no máximo, 30% que possivelmente tem assento sem que lhe deva até a alma. A Procuradoria e similares é da sua indicação pessoal, porquanto, nenhuma sindicância que se preze pode ser aberta sem a sua anuência e indicação dos membros.
Como uma concepção desta sobrevive no meio que deveria ser o mais esclarecido da sociedade e ninguém percebe nada?¨
Rascunho da minha pesquisa:
¨ Digamos que fosse assim: O ocupante da Presidência da República (executivo) ainda presidisse o Congresso Nacional (legislativo), com todos os seus ministros e assessores diretos votando e os demais, alguns eleitos sem lhes dever obediência, apenas 30%. E mais: presidisse o Judiciário, podendo nomear para isso quem quiser e na hora que achasse conveniente. A nossa Constituição diz que isso é um absurdo.
Porém, essa não vale dentro de universidade pública. Pois o mais comum é reitor além de exercer o executivo, preside os conselhos superiores (legislativo), em que todos os seus prós e similares votam, restando, no máximo, 30% que possivelmente tem assento sem que lhe deva até a alma. A Procuradoria e similares é da sua indicação pessoal, porquanto, nenhuma sindicância que se preze pode ser aberta sem a sua anuência e indicação dos membros.
Como uma concepção desta sobrevive no meio que deveria ser o mais esclarecido da sociedade e ninguém percebe nada?
¨
Parabéns ao nosso novo reitor, Professor Doutor Marco Antonio Zago. Pelo que eu li sobre ele e suas propostas, creio que será o reitor que trará novos horizontes à USP. Infelizmente, o professor Zago terá um difícil trabalho no sentido de renovar a graduação na USP e diminuir a evasão dos cursos. Certos professores (que eu conheço) não gostarão nenhum pouco do novo reitor e sua filosofia.
Aluno do IFUSP.