Estupros e abusos nas universidades existem e devem ser coibidos
Um relatório sobre abusos sexuais divulgado nesta semana pelo governo dos EUA chamou atenção para um fato: uma em cada cinco universitárias sofrem abusos sexuais naquele país.
Isso inclui desde intimidações em pleno campus até estupro.
Muitas estudantes acabam sendo vítimas quando bebem ou usam drogas.
É o que o relatório chama de “abuso de incapacitado”. A mulher simplesmente não consegue se defender.
O interessante é que, ao anunciar o relatório, o presidente Obama chamou atenção para os casos das universitárias dizendo: “precisamos falar sobre isso”.
Basicamente, ele quis dizer que casos de estupro e de abusos sexuais em universidades costumam ser ignorados. Ninguém fala sobre eles.
POR AQUI
No Brasil acontece a mesma coisa. Não se vê, por aqui, universidades soltando relatórios sobre casos de assaltos, estupros ou até mesmo de suicídio entre seus alunos –que, infelizmente, não são raros.
Alguém aí sabe quantos estupros, abusos sexuais ou mesmo assaltos aconteceram na universidade em que se estuda ou trabalha? Eu não.
Sem esses dados, fica difícil fazer qualquer tipo de política de prevenção.
Recentemente, uma tentativa de estupro de uma aluna de engenharia de produção da USP foi amplamente divulgada pela imprensa (leia aqui).
Na ocasião, o diretor da Poli anunciou que mudaria o banheiro feminino de local no prédio. O banheiro onde a garota foi atacada ficava em um lugar remoto da escola. E foi isso.
PM NO CAMPUS
O fato aguçou o debate sobre a presença da PM no campus –algo incentivado pelo novo reitor da USP, o médico Marco Antonio Zago.
Há um movimento contra a presença de polícia no campus sob o argumento de que atividades como manifestações, comuns na vida universitária, poderão ser reprimidas.
O que não podemos é fomentar a ideia de que a universidade é uma porção intocável da sociedade. Coisas ruins acontecem no campus.
Se a cidade é violenta, o ambiente na universidade será igualmente violento.
Se há estupros fora do campus, haverá dentro do campus também.
Sim, Obama, precisamos falar sobre isso.
Nada justifica uma agressão sexual. Mas também acho evidente que as garotas, se quiserem ser tratadas com respeito, devem também ter comportamento adequado. Vestir-se como atriz de filme pornô, usar drogas e ainda por cima vociferar palavrões como se fosse torcedor da Gaviões não é o que eu chamaria de “conduta segura”…
Ewing, entendo que as mulheres têm o direito de se vestir do jeito que quiserem sem que sofram qualquer tipo de risco por isso. Quem está errado é quem agride, e não quem é agredido, não? abraços, Sabine.