Ninguém aprende a economizar água na escola
O calor e a seca em São Paulo estão fazendo com que a falta de água tenha se tornado um dos principais assuntos das redes sociais à mesa de bar. Só se fala disso.
Algumas cidades da região de Ribeirão Preto (cerca de 300km de SP), por exemplo, já estão racionando água.
A capital provavelmente terá de racionar –a reserva está com menos de 20% da capacidade e a expectativa é de chuvas apenas em março. ‘Precisamos economizar água’ virou um mantra.
Mas alguém aí aprendeu a fazer isso?
Explico: dificilmente conceito básicos de cidadania, de democracia e de urbanização são passados na escola.
Há exceções, mas de maneira geral é raro que as nossas lousas tragam debates sobre de onde vem a água que bebemos, a energia que usamos e como funcionam as cidades em que estamos inseridos.
Logo, nossos estudantes não têm ideia do quão importante é economizar água com ou sem seca –e logo mais eles serão os adultos que usarão a tal água que precisa ser economizada.
Como resolver isso?
NA SALA DE AULA
Certamente não precisamos criar novas disciplinas para falar de consumo de água na escola: podemos usar as aulas que já existem para isso.
Existe algo mais atual em geografia do que usar um mapa da cidade apontando o trajeto da produção de água e de energia, cruzando a cidade até as nossas casas?
A aula de redação pode servir para que os alunos debatam formas de mostrar para a população a importância da redução do consumo de água hoje em dia.
A matemática pode calcular o consumo pela população e fazer projeções mostrando como as reservas cairão se não chover ou se o consumo não diminuir.
Por aí vai.
A geração atual já é ambientalmente mais consciente do que as anteriores (como a minha) porque tem mais acesso à informação. Já vi muita criança dando bronca nos pais que lavavam a louça com a torneira aberta.
Agora imaginem se incluirmos esse tema na sala de aula? Poderia ser o começo de uma revolução sustentável.
Vamos começar?
Adorei essa reportagem muito importante essa ideia de economizar a água que é um bem utilizado por todo ser humano , que pode um dia existir ou não, as crianças de hoje vão se tornar os adultos de amanhã e essa maneira de educar associando sustentabilidade com outras matérias é muito construtiva. Esse forma de lecionar merece ser muito bem revista.
Concordo com vc
Parabéns, bela idéia. É isso que precisamos fazer nas escolas, orientando desde pequenos os bons costumes, não sòmente quanto o consumo de água, mas em muitos outros assuntos como: trânsito, uso com respeito aos bens públicos etc.
José Antônio, obrigada pelo comentário! Concordo com você. Continue no blog! 🙂 Abraços, Sabine
Sabine,
Seu artigo é muito importante e pertinente não somente porque estamos vivendo esta escassez de água mas sobretudo pq a escola precisa assumir seu papel na sociedade, seu compromisso social.
Lúcia, obrigada pelo comentário! Continue no blog! 🙂 Abraços, Sabine
A Sabesp faz diversos trabalhos de conscientização em escolas para mostrar conteúdo de educação ambiental, inclusive com formação de professores como multiplicadores de conhecimento, além de levar milhares de alunos às estações de tratamento de água. Vale a pena conhecer este trabalho.
Bob, Boa notícia. Essa iniciativa da Sabesp tem trazido resultados? Há alguma forma de avaliação disso? Abraços e obrigada pelo comentário, Sabine
Sra.
Tenho 51 anos e desde pequeno meus pais ensinavam durante as refeições, que devíamos servir somente o que íamos comer para não sobrar comida no prato e evitar desperdício, bem como economizar água e respeitar para ser respeitado, três coisas básicas para o convívio social. Portanto na minha opinião esse tipo de assunto deve ser tratado na família e não jogar para o professor mais essa responsabilidade. Afinal os pais servem pra que?
Geraldo, o problema é que muitas vezes nem os pais têm essa consciência porque nunca aprenderam ou discutiram sobre isso. Não se trata de jogar a responsabilidade para escola, mas sim de usar uma questão cotidiana no dia a dia das aulas. Abraços e obrigada pelo comentário, Sabine
Penso ao contrário. O assunto é discutido em sala de aula. O problema é uma cultura impregnada na sociedade de que a água é finita. Desde a primeira série, hoje já tenho 27 anos, aprendi sobre a importância de economizar água.
Herbeth, mas de onde vem essa cultura impregnada senão da educação? abraços e obrigada pelo comentário, Sabine
Perdão. Usei a palavra finita. O termo correto é infinita
Bobagens, o consumo doméstico representa apenas 2 % do consumo. Sendo superado, de longe, pela agricultura e indústria. Para que haja realmente uma “revolução sustentável” é necessário diminuir o consumo, não só de água, mas o consumo em geral. E, isso seria ferir de morte o capitalismo. E qual ambientalista realmente defende isso? Enquanto isso grandes corporações defendem a privatização das fontes de água, e utilizam indiscriminadamente tais recursos sem ao menos ser incomodadas. E é o cidadão comum que tem que restringir a utilização desse recurso fundamental para a vida?
Sebastião, mesmo assim. Precisamos conscientizar as crianças desde cedo. Eles serão os adultos que, talvez, trabalharão no sistema agropecuário, abraços e obrigada pelo comentário, Sabine
Desculpe-me senhora Sabine, penso que fui enfático em meu comentário a ponto de ser desagradável no inicio do meu texto. Não era minha intenção. Concordo com a senhora, devemos educar as crianças. Em minha casa temos duas pequenas e nos preocupamos em educa-las tendo em vista os problemas ambientais. Também somos professores, e na profissão agimos da mesma maneira. Mas o lamentável é que acho que não podemos contar com as futuras gerações. O motivo? Talvez nós não tenhamos tempo suficiente para reverter o processo de destruição do ambiente. Vide o trabalho do pesquisador James Ephraim Lovelock. O embate com o capitalismo hoje não passa somente pela questão da propriedade privada ou a mais-valia, mas também, em subverter a lógica do consumo. As crianças devem sobretudo serem educadas a não consumir supérfluos. E as grandes corporações não só esgotam os recursos, como também, estimulam o consumismo desde a mais tenra idade, vide também o documentário Criança a Alma do Negócio. Penso que não podemos deixar para o futuro, devemos agir já.Seria muito bom se tal tema pudesse ser esmiuçado em sua coluna, para que possamos de bater de maneira mais aprofundada, pois o tempo urge, e a questão pede urgência. Novamente peço-lhe desculpas por qualquer tom inadequado. Respeitosamente, -como diria Gil- aquele abraço.
Se as crianças estão dando bronca nos pais, ela aprenderam sobre a importância da água aonde?
É tão fácil “bater” na educação/escola…
Arrume um culpado… É a escola!
A França tem a mais de 30 anos um sistema terciário de tratamento da água… A culpa é da escola!
Não chove em São Paulo… A culpa é da escola!
20% da água é desperdiçada por vazamentos nas adutoras… A culpa é da escola!
Você percebe como todos os problemas poderiam ser amenizados com mais educação ?
Ronaldo, sim. Por isso que sou militante da educação! Abraços e obrigada pelo comentário, Sabine
Faz sentido, mas devemos primeiro ensinar o português e a matemática, todas as demais disciplinas vêm daí. No dia em que tivermos alunos realmente alfabetizados, interessados em leitura e nas idéias que dela advém, que passem da ligeireza da internet para a profundidade do livre pensar… nao será só de água que o cidadao vai viver.
Não generalize. Na escola que dirijo, fazemos campanhas o ano inteiro. E distribuímos o redutor de vazão para as torneiras gratuitamente aos alunos.
Meu filho de 05 anos e meio me disse ontem que sua professora falou que era muito importante cuidar da água, igual você e a mamãe me falam em casa. Isso hoje e obrigação de todos, dos pais , da escola e de todos adultos
Eu disse exatamente isso, em outras palavras, mas meu comentário foi deletado. Não entendi o motivo….E ainda discutimos democracia e educação. Ironia. Fácil delegar responsabilidades para a escola, somente para a escola.
A Senhora, ou seu servidor deletou meu comentário por quê? Não é Senhora mesmo que citou a questão da democracia? E a Senhora não trabalha com Educação, que exemplo é esse, Sabine? Posso postar novamente minhas ideias? A Senhora irá permitir?
Letícia, nada aqui é deletado. Abraços, Sabine
Ninguém precisa aprender a economizar água, a conta já limita o consumo, além disso, o consumo residencial de água é apenas 8% do total, vazamentos de água do sistema da PM nas cidades, q esguicham água para o alto por horas até serem consertados, gastam mais água do q 1000 donas de casa jogando uma água no seu jardim para q as flores ñ morram, o resto é tolice politicamente correta de quem vive fora da realidade…
Arnaldo, penso que o fato de haver desperdício em áreas além da casa não significa que ninguém deve aprender a economizar água. Todos devem aprender a economizar água e devem economizar em casa, no trabalho ou onde quer que seja. abraços, Sabine
nossa isso é a mais pura verdade, tenho que dar uma palestra sobre a agua e agora vi o quanto é importante reforçar todos os dias nas aulas, não existe educar e sim mostrar o certo. porque o que vai determinar se a pessoa vai ser ou não educada é a sua índole e caráter.
e eu aprovo sua ideia vou ate ver se tem como comentar isso no local aonde vou ministrar a palestra!
Legal, Andreia! Vamos nessa. Abraços, Sabine
Cara amiga, sou Técnico em Meio Ambiente e Educador Ambiental e vejo a sua postagem que foi em 12/02/2014, levei um grande susto antes de postar a minha mensagem. eu pensei que você enviou a sua antes de 1.999. Em abril de 1.999 foi criado pelo PRONEA a Lei nº 9.795 que fala da Educação Ambiental e você é educadora e sabe que é algo muito complexo, mas acredite, tamanho é o desconhecimento das pessoas sobre o meio ambiente, que elas falam coisas sem o devido conhecimento, mas acredite também a escola faz verdadeiros milagres quando contam com profissionais a altura dos ensinamentos dos alunos. Sou Pós graduando de Educação Ambiental pela UFPR e estamos fazendo verdadeiros projetos principalmente no que diz respeito a economia de água, o qual você diz que não se aprende na escola. Fico pasmo quando você menciona que não precisamos de mais disciplina para falar sobre os problemas ambientais, sim porque a falta de água é um problema ambiental, mas saiba que as disciplinas de geografia, biologia e ciências tornam os problemas ambientais muito fragmentados, pelo fato de ser muito físico na geografia ou muito biológico na biologia ou ciências, a educação ambiental minha amiga tem de ser de forma interdisciplinar para que ela seja completa. Leia mais a Educação Ambiental, mas leve isso como uma forma construtiva de educação para que você possa entender com mais facilidade, um grande abraço.
Rafael, o que você propõe é fragmentar a educação ainda mais com mais uma disciplina que desconecte questões a ambientais de disciplinas já existentes, como biologia? Abraços, Sabine