Mesmo com bons salários é difícil achar bons professores
Desde que comecei este blog, há meio ano, muitos dirigentes de escola têm entrado em contato comigo para falar sobre o mesmo assunto: a dificuldade de encontrar bons professores.
Isso acontece mesmo com bons salários.
Algumas escolas particulares “top” de São Paulo chegam a pagar R$ 50 a hora/aula para os professores. São exceções, claro, mas isso equivale ao salário médio, por exemplo, de um advogado (veja aqui).
Mesmo assim os processos seletivos dessas escolas não fecham.
Muita teoria e pouca prática formam os professores
Salman Khan: ‘Bom professor é o que faz o aluno aprender por si’
RUF: Veja quais são os melhores cursos de pedagogia do Brasil
A reclamação é que é difícil achar docentes com boa formação teórica que consigam ensinar o conteúdo e que estejam conectados com a realidade do aluno de hoje.
O que isso significa?
Significa que quem está na sala de aula agora é bem diferente dos alunos que nós fomos (eu, os professores e talvez você, leitor).
Hoje, o processo de aprendizado começa mais cedo, o acesso à informação vai além do livro didático e as famílias têm uma composição diferente.
Tudo mudou. A maneira como se ensina precisa ser modificada também.
CRIANÇAS RUINS
“Mas a postura que se assume é que as crianças são ruins e difíceis de ensinar”, diz Flávia Manzione, coordenadora do Prisma –um centro de formação de professor da escola Santa Maria (zona sul de São Paulo).
O próprio Prisma é uma tentativa de dar formação continuada aos docentes dentro da própria escola.
Isso porque até mesmo as boas universidades, diz Manzione, deixam a desejar na formação de professores. Já escrevi sobre isso na Folha algumas vezes.
UM BOM GUIA
Conversando com Manzione, eu me lembrei da entrevista que fiz com o matemático Salman Khan, criador da Khan Academy.
De acordo com Khan, o bom professor não é aquele que dá aulas sensacionais.
“Um professor incrível é o que conhece profundamente o assunto que pretende passar, mas que entende que precisa passar ao estudante ferramentas para que ele descubra o conhecimento por si só.” (leia aqui)
Ou seja: o bom professor na verdade é um ótimo guia.
Nossos cursos de licenciatura, do modo como são pensados hoje, são capazes de formar ótimos guias conectados com a realidade dos alunos?
Por R$ 50 a hora eu deixo minha carreira de analista de sistemas para ser professor. Pode me enviar o contato por favor? Obrigado.
Pois é Marcelo, esse é o grande mal do nosso país: todo mundo acha que pode, simplesmente, “virar” professor, da noite para o dia. É por isso que vemos tanta gente ruim dando aulas, onde “estão” professores, mas que nunca “serão”, verdadeiramente. E olha: analista de sistemas, que eu saiba, tem ganhado em torno de 145 reais por hora de consultoria. Acho que você está na empresa errada, apenas isso. Abraço.
Falou e disse! analista de sistemas q ganha menos de 50 por hora ? ai, ai, ai……… e eu ia perguntar pra articulista se ela acha q 50 a hora é ganhar bem!!!!
Meus caros, segunda a articulista da Folha, a referida escola é top. Se a informação é verdadeira, e cremos que é, então falamos da melhor. Agora pergunto a vocês: qual é o valor do salário de um engenheiro numa grande construtora? Qual o valor da hora a um advogado em um escritório top? E de um médico no hospital Sírio-Libanês, no Albert Einsten? Se compara a melhor escola com o salário médio de outras categorias sócio-profissionais. Por isso ser professor é uma miséria o ganho…
PARABÉNS PELA RESPOSTA! A ESSE IDIOTA!
E QUEM ESCREVEU ESSA MATÉRIA PROVAVELMENTE DEVE SER UM PROFESSOR FRUSTADO! NÃO CONHECE A REALIDADE DA SOCIEDADE E DA ESCOLA PúBLIca
BRASILEIRA!
Odair, eu não sou uma professora frustrada. Se quiser saber quem eu sou, há uma bio disponível neste blog. Abraços, Sabine
Pode ser que o Comentarista seja incompetente como analista de sistemas também!
Você e a ana não sabem do que estão falando: vida de profissional de TI é trabalhar muito e ganhar pouco.
Para conseguir um emprego de analista de verdade, não só o título na carteira de trabalho, para poder participar de todo o processo, como escolha da arquitetura, documentação, programação… é extremamente difícil.
Não porque o profissional não tem conhecimento, mas porque há pouquíssimas vagas para isso. Mais de 99% dos profissionais são explorados como programadores ou técnico de infra e nunca saem dali, mesmo tendo conhecimento.
Eu trabalhei na brq em curitiba, na sede nacional de TI do hsbc, e para a schäffer com inglês fluente e disponibilidade para viagens. Nunca ganhei mais que 1800 BRUTO, antes dos descontos.
Sou Professor há 25 anos em escolas particulares; por favor, me envie o(s) contato(s) dessa(s) escola(s); não estou querendo “virar” professor, já sou professor e desconheço escolas que paguem esse valor; por favor, envie-me os contatos.
Obrigado !
Essas questões são fictícias. Não há como haver um debate sobre professores “bons” e “ruins” sem pensar antes na própria preservação do lugar de professor (e não de prestador de serviços ou pau pra toda obra).
Não há docência sem discência, dizia Paulo Freire. Isto é, não há professor sem condições que preservem o lugar de professor.
Certamente o Paulo Freire não é um bom exemplo de educador. Grande parte da enorme quantidade de analfabetos funcionais desse país está associado ao método de ensino adotado no ‘b’rasil e proposto por ele e outros ‘cumpanheros’.
Interessante considerar que 50 reais pela hora trabalhada representaria um bom salário para remunerar “docentes com boa formação teórica que consigam ensinar o conteúdo e que estejam conectados com a realidade do aluno de hoje”.
Com esse valor, 50 reais recebidos por essa hora trabalhada, esse docente não conseguiria pagar uma hora de aula de inglês, para citar apenas um exemplo.
Precisamos sim formar professores que consigam atender melhor as necessidades dos alunos e da sociedade atual. Contudo, precisamos ainda mais repensar o valor – social, moral, ético e monetário – que atribuímos ao trabalho desse profissional, à educação.
Por último, para ser professor é necessário ter formação, não é só enviar o currículo.
Será que existe mesmo escolas que pedem diploma de licenciatura?
Oiii… Não quero criticar a qualidade dos cursos e nem nossos valentes e batalhadores professores. Se, numa ponta, existe o curso de formação que “vende” o sonho do diploma (cidadãos alfa, beta e gama), na outra ponta tem o professor idealista que dedicou anos de sua vida para conquistar o diploma. Só que entre as duas pontas há uma sociedade com milhões de alunos famintos por educação. Quem controla o meio entre as pontas é o Estado (mesmo uma escola particular está sujeita às normas do MEC). Por mais bem intencionado que seja o Estado, é impossível atender adequadamente todas as nuances de nossa sociedade. O fato é que a sociedade está caminhando mais rápido que o Estado. Enquanto os jovens tem a mente aberta, o Estado tem a “mente fechada” e imagina saber o que é melhor para a juventude. A rejeição ao modelo é imensa e estão aí os resultados. Chá de humildade faz bem, mas quem quer tomar?
la vai o p t apostando nossa fichas no pre-sal!santa ingenuidadese possuir petroleo fosse indutor de desenvolvimento p/ uma naçãoos seguintes paises seriam potencias mundiais:iraque; venezuela; angola; mexico; libia;petroleo é muito bom p/ as chamadas big oil:shell; esso; BP; etcpetroleo não é indutor de desenvolvimento de um país nem nunca foitem q investir em ensino (de qualidade nao o lixo q temos hj e nao adianta botar mais $$$ tem q rever nossos metodos educacionais!!) sem mais
É um pena que um profissional qualificado para educar o futuro do brasil não tem nem o valor de um advogado que na maioria dos casos ganham para livrar a cara de bandidos.
Realmente o professor não tem valor mesmo.
Que pena.
A expressão-chave é “chegam a pagar”. Com os salários top, não teriam dificuldade de contratar. Tem dificuldade de contratar por salários muito mais baixos. Quando o patrão reclama que não consegue contratar, invariavelmente é porque não está oferecendo o suficiente.
Com certeza: tinha que colocar quantos por cento representam os tais salários “top” e, mesmo assim, desses que auferem tal salário, o quanto conseguem efetivamente com ele. Quero dizer: um professor com salário “top” pode não ter toda a sua carga horária cheia por um salário “top”. Pode ter, digamos, apenas 60% da carga semanal com esse salário e outros 40% preenchidos em outras escolas com salário menor. Então tem esse primeiro fator incidência percentual: qual é a média da hora-aula paga? Qual é a mediana? Etc. Aí já começa a retratar melhor a função docente. Quais são as condições de trabalho? Afinal, ser docente não é só ficar ministrando aula, aula, aula. Tem que preparar, tem que se atualizar e corrigir provas. E tudo isso praticamente não é remunerado.
Pait, a questão é que mesmo as escolas top, que pagam melhor, têm dificuldade de encontrar *bons* professores e deixam processos seletivos abertos. Abraços, Sabine
R$ 50,00 a hora é bom salário?!? Lembro-lhe que até mesmo o bagunçado e equivocado PRONATEC do Gov. Federal paga isso. Se a escola é “top” – seja lá que isso quer dizer – e cobra, às vezes, mais de 1000 reais por estudante, no ensino fundamental, pagar um valor desse por hora/aula não está nada bom, já que, em tese e seguindo seu raciocínio, seria o “topo” de carreira de um professor.
Temos que ter a convicção de que, pra crescermos (Brasil), tudo o que pudermos investir em Educação deve ser viabilizado. É o único caminho pra gerar progresso e bem estar pra todos!
Se um professor tem uma carga horária de 40 horas/aula semanais, o salário dele chega a R$ 8 mil, o que para a realidade do nosso pais é um bom salário. Claro que pra muita gente esse valor é baixo. Tudo depende dos parâmetros e do padrão de vida de cada um. Concordo plenamente com o que alguém disse sobre “estar” e “ser” professor de fato. Quem só trabalha pela remuneração jamais será um bom profissional, ainda que ganhe salário de dois dígitos.
Para quando alunos por classe são essas aulas? Fica muito dificil um professor manter o controle com uma sala com mais de 25 alunos. O máximo deveria de 24 alunos por classe, para manter no controle essas crianças ruins .
Sou profissional curso superior com experiencia na minha area. Fui convidado e aceitei lecionar algumas disciplinas para um Curso Tecnico. Confrontei-me com 3 obstaculos: deficiencia na formação basica dos alunos, numero excessivo de alunos por turma e criterios de avaliação final da Escola – aluno possui potencial de crescimento “paga em dia”.
Em Minas um professor da escola estadual do ensino médio, com 2 graduações e uma pós recebe menos de 10 reais por aula e leciona para 47 até 50 alunos por sala. MILAGRE NÃO PODEMOS FAZER.
Para compreender a dificuldade de se encontrar bons professores é necessário analisar os problemas que circundam a Escola, a comunidade ali inserida, se há projetos públicos com intuito de melhorar a qualidade de vida da maioria das pessoas, que em sua maioria estão preocupados se terão algo para comer na próxima refeição ou como esta a situação do tráfico de drogas próximo de casa. Enquanto isso, o professor ensina sobre as Briófitas, guerra fria e trigonometria.
Realmente esses assuntos não são muito atrativos quando os alunos apresentam preocupações sobre a sua própria sobrevivência e o mínimo de bem estar.
Artigos como este me deixam com uma certa revolta, pois o problema esta muito além disso …
O aluno atual não é “diferente”. Ele é apenas um indivíduo mergulhado num mar de informações que não sabe utilizar. A coisa mais rara do mundo é encontrar um adolescente que não use o computador apenas para jogar vídeo-game, escutar música ou para mandar mensagens estúpidas.
Nas Universidades a coisa não é muito diferente: a Internet se transformou numa fábrica de cópias de teses e venda de trabalhos prontos. A facilidade tecnológica só estimulou a preguiça e a indolência.
A discussão toda está fora de foco, um pasto perfeito para gaiatos de toda espécie venderem bravatas e bugigangas tecnológicas a fim de “melhorar” o Ensino.
Estudar é uma atividade séria, exige concentração e empenho. Não existem caminhos fáceis para o aprendizado de qualquer coisa. Esse é o ponto. Não é a toa que as Escolas que dão um banho no ENEM são as Militares e aquelas administradas por grupos Católicos, que valorizam a disciplina e o respeito. Como se não bastasse, vejam o exemplo da Finlândia (Ensino Público, com giz e lousa) que arrasa no PISA e com Professores ganhando menos que os de Brasília.
Nada vai funcionar no Ensino brasileiro enquanto não se mudar a mentalidade de um povo que só sabe viver atrás de uma mamata.
É isso aí!
Desculpe, mas pela minha experiência em docência universitária em Instituição privada e Instituição pública, há grandes equívocos nessa matéria. Chamar de valor top $50,00 a hora-aula e mencionar que é difícil encontrar bons professores que sejam ótimos teóricos e ótimos contextualizadores é realmente estar por fora do assunto. Além do que as condições que são “oferecidas” para que esse professor trabalhe são aquém do mínimo esperado. Professor, nesse Brasil, é desvalorizado e explorado. Há sim, mais professores excelentes do que se imagina. Não há, outrossim, ambientes merecedores desses professores de excelência.
Sou Arquiteto e professor particular de Matemática para 1° e 2° graus, nas horas vagas…Meu preço é R$100,00/h…
Sergio, obrigada pelo comentário. Sua observação nos dá um bom nível de discussão! abraços, Sabine
Primeiramente é preciso formar os bons professores. Depois oferecer-lhes bons salários…Não se encontra bons professores por aí. Necessário formá-los …
A coluna é muito, mas muito superficial. E além de superficial passou longe da (pretensa) imparcialidade jornalística.
Em primeiro lugar, o que é um bom professor? Quais critérios foram estabelecidos?
Outra coisa, quais são os requisitos que essas escolas estão exigindo? Nem sempre são critérios acadêmicos ou profissionais.
Deixo aqui uma pergunta: quantos professores negros trabalham nos colégios de grife???
Por fim, a jornalista não pensou em ouvir a palavra dos professores por que??? Ela não é professora, nunca pisou numa sala de aula na educação básica, não sabe da realidade e quer comentar…
Carlos, a pergunta “o que é um bom professor” eu venho tentado responder há alguns anos. Justamente por isso mencionei a definição de Salman Khan. E, sim, eu sou professora. Abraços, Sabine
“Quantos professores negros trabalham em colégios de grife?”
Resposta: tantos quantos tiverem competência para tal.
Abs.,
Nagib.
É risível ver essa garota tentando falar sobre educação. Vai ver jogaram o assunto em seu colo e disseram: ” se vira!”, ai pra não perder o emprego ela fechou os olhos, imaginou todos os papinhos de café que teve nos últimos dias sobre o tema escreveu isso ai. Conversinha mastigada, sem profundidade alguma, como se este tema fosse tão simples assim.
Eder, por favor não me chame de “garota” como tentativa de me desqualificar. Sou jornalista há mais de dez anos, doutoranda e igualmente professora. Abraços, Sabine
EU AINDA NÃO ENTENDO COMO A MAIORIA DAS PESSOAS ”SE ACHAM” ESPECIALISTA EM INÚMEROS ASSUNTOS,COMENTAM QUALQUER COISA E AINDA DESQUALIFICAM OS OUTROS.É SABIDO QUE A INTERNET NOS IMPÕEM A UM IMEDIATISMO,MAS MELHOR SERIA SE OLHÁSSEMOS O PENSAMENTO DE ROUSSEAU ”A PACIÊNCIA É AMARGA,MAS SEUS FRUTOS SÃO DOCES”.SABINE,NÃO PERCA SEU TEMPO COM ESSE TIPO DE GENTE.NÓS SABEMOS QUE NA INTERNET,SEJA QUALQUER ASSUNTO A SER TRATADO,TEMOS INÚMEROS ESPECIALISTAS.
Como já comentaram, apesar de 50 reais/h não ser pouco, também não é uma enormidade. Um professor com carga de 30 horas semanais chegaria a 6000 reais. Agora, quanto ao aspecto de formação de professores, é óbvio que estamos muito defasados.
A expansão do ensino a partir dos anos 70, buscando a universalização do acesso criou primeiro uma falta de professores, seguida de uma diminuição de salários (forma encontrada para pagar mais professores sem aumento significativo nos gastos governamentais), que acabou afugentando bons estudantes dos cursos de licenciatura. O resultado é uma falta ainda maior de bons professores…
O cálculo correto é 50,00 x 30h.a.x 5,51 que dá um salário bruto de 8.265,00.
tendo todas as tardes e noites livres para preparar aula e estudar.
Não, meu amigo.
Está incluído reuniões pedagógicas, conselhos nos finais de semana, comparecimento em festa junina, semana esportiva, saídas pedagógicas, correção de infindáveis pacotes de provas além de recuperações, presença em formaturas etc…
A qualidade dos cursos de Graduação está ruim e não é de hoje.
Quando me formei no curso de Letras, em 1973, senti o quanto ele era deficitário. Desta data em diante a qualidade decaiu muito.
Pouco se faz para que tenhamos QUALIDADE.
´No quesito raciocínio lógico é fundamental que sejam ministradas aulas
de Latim e Filosofia.
Em que curriculum elas estão inseridas, atualmente?
Deveriam estar presentes, SEMPRE , desde o ensino médio!
Como os Pais não mais fazem a educação presencial dos Filhos e a Escola, especialmente a de Ensino Fundamental continua apenas com pedagogias cognitivas sem nenhum viés sensitivo e com Professores que, eles próprios tem dificuldades pessoais muito acentuadas, os Alunos se sentem perdidos e desorientados.
Na equação da solução deste problema não entra a variável financeira e sim a da sabedoria que nossos Mestres de há muito deixaram de ter e por isto mesmo não transformam os Alunos em Discípulos, condição essencial do aprendizado.
A primeira coisa que precisaria ser revista, na minha opinião, é essa “reserva de mercado” para os licenciados.
Um bom professor de Matemática não é um sujeito especializado em técnicas de ensino, mas sim um sujeito que sabe Matemática o suficiente para encantar seus alunos. Todo mundo sabe que um Licenciado em Física, por exemplo, sabe MUITO MENOS Física do que um Bacharel na mesma matéria. Por quê? Porque, em vez de estudar Física, ele pegou parte considerável de seu tempo e a investiu no estudo de Paulo Freire e outras “metodologias” (?!) de ensino.
Enfim, acho que essa seria uma tentativa válida: abrir o mercado de Educação também para os Bacharéis.
Poderíamos também abrir o mercado do direito para qualquer um que passasse na prova da OAB. Ou ainda, permitir que uma técnica de enfermagem realize procedimentos cirúrgicos, ou alguém que malhou a vida inteira passe a receitar exercícios físicos e uma excelente cozinheira preparar os cardápios e tabelas nutricionais para a indústria. Olha, com todo respeito, essa “reserva de mercado” a que você se refere, nem existe, pois basta dar uma passadinha nas escolas públicas e perceber o monte de bacharéis, de diversas áreas, atuando nas salas de aula.
Raciocinar pelo exagero é um erro. Caneta Vermelha.
Sério que há tantos bacharéis assim nas escolas públcias, Venilson? Estranho muito essa sua informação. Segundo ouço falar, professores da escola pública mal sabem resolver uma equação de 2º grau. Estranho haver tantos bacharéis com tão baixo nível.
Mesmo assim, com todo o respeito, diplomas não são (nem nunca foram) atestado de competência ou de habilidade. Aliás, esse é um dos maiores problemas do Brasil. Vocês acreditam que se um sujeito tem diploma em algo, então esse sujeito é competente naquela área. E acreditam também que é impossível ser competente numa área, mesmo sem ter formação acadêmica no assunto. Para seu conhecimento, um dos maiores físicos do século XX chamava-se Yakov Zeldovich. Foi um dos responsáveis pela bomba atômica soviética. Sabe no que Zeldovich era graduado? Em nada. Michael Faraday, o pai do Eletromagnetismo, nunca se sentou num banco escolar, e sabia mais Física do que o próprio Einstein. Chrsitian Dior, Yves Saint-Laurent, Karl Lagerfeld, Pierre Cardin e Coco Chanel NUNCA passaram por uma faculdade de Moda. Enfim, a lista é enorme, quase infinita, e por isso eu não me estenderei nela. O que me basta é dizer que reservar atividades profissionais para portadores de diplomas específicos é algo que não passa de reserva de mercado – que, como todos sabemos, é o grande escudo dos incompetentes.
Nagib,
Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Vamos separar seu pensamento, porque ele aponta para várias direções ao mesmo tempo, dando entender que se trata de uma coisa só. E não é:
1o) Eu concordo plenamente contigo: não é um diploma que caracteriza a competência de ninguém. Por isso mesmo, “abrir” mercado para bachareis não resolve problema algum, porque não há nenhuma garantia de que o bacharel é melhor formado do que o licenciado (que, segundo seu primeiro comentário, perdeu tempo lendo Piaget);
2o) A reserva de mercado é absurdamente forte nos ramos da medicina, da engenharia e do direito e duvido que você aceite ser atendido por um curandeiro, ou um pajé de uma tribo indígena, ao invés de um médico. E olhe que não defendo a classe médica, pelo contrário,apenas duvido que você acredite mesmo no que falou, relacionado aos diplomas;
3o) No meu ensino médio eu tive aulas com biólogos bachareis dando aula de biologia; advogados dando aula de história; padres dando aula de filosofia; engenheiros dando aulas de matemática. Licenciados mesmo são muito poucos. Sabe porque? Porque são pessimamente remunerados e as condições de trabalho são horríveis. Esses outros profissionais entram na sala de aula como um “bico”, complemento de renda, ou esperando uma oportunidade melhor surgir para rachar fora da escola: não é carreira;
4o) Eu não julgo ninguém sem conhecê-lo: não acho que bachareis não saibam dar aulas. O que eu acho é que se o mercado cria seus nichos e exige tal e qual qualificação para esta profissão, então isso tem que valer para todas e não somente para algumas;
5o) No caso dos bachareis, como você, basta cumprir mais 300 horas de estágio e mais 800 h de disciplinas relacionadas a educação, para que vc obtenha um novo diploma e possa dar aulas tranquilamente: estudar nunca é demais, não é mesmo?
Um abraço.
Venilson, não estou apontando para várias direções ao mesmo tempo. Na verdade, meu ponto é um só: até que ponto os professores que aí estão (na sua maioria, licenciados) são de fato competentes para ensinar Matemática, Português ou Biologia?
Talvez eles saibam muito sobre Piaget, mas o fato é que Piaget não serve para nada. No Japão (e em vários outros países ricos) ninguém nem quer saber de Piaget. Após décadas, a França abandonou Piaget dois anos atrás, quando percebeu que Piaget é muita conversa e pouca ação. O dano que Piaget (e outros) causou na instrução dos jovens de muitos países, isso é algo imensurável.
Licenciados, via de regra, acreditam em crendices tais como “metodologias de ensino”.
Com todo o respeito ao Piaget e aos seus fãs, estudar metodologias de ensino não torna ninguém um bom professor, muito menos um bom conhecedor da matéria que se ensina.
Confiar a instrução dos alunos a gente que confia em Piaget ou Montessori é um erro grave e fatal. E não sou eu quem diz isso. O Brasil AMA esses “educólogos” e, até onde eu sei, tem estado há décadas nos últimos lugares do ranking do PISA.
Sabe como se aprende Teorema de Pitágoras, meu caro? Não é com Piaget. É resolvendo dezenas, centenas de problemas sobre o assunto; não é com teorias mirabolantes sobre “métodos de ensino”, mas sim com trabalho duro.
Mas se vocês acham mesmo que o caminho certo é esse do Piaget, que vocês vêm trilhando há décadas, então continuem nele. Talvez uma hora dê certo.
Abs.,
Nagib.
A propósito, no seu 1o comentário, você falou em Paulo Freire e eu, equivocadamente, falei em Piaget.
Mas, neste caso, nos afastamos da discussão inicial, que não era realizar um debate ideológico sobre a importância ou não de Piaget, Paulo Freire e outros teóricos da educação e sim uma discussão sobre formação necessária para atuar como professor e se é válido permitir (o que, via de regra, é realidade em qualquer escola pública) que outros profissionais atuem na educação.
Por isso, mantenho minha posição inicial: a carreira, a formação, as condições de trabalho, a remuneração, a postura da sociedade em relação aos professores está completamente equivocada. Deixar ou não deixar que bachareis, médicos, engenheiros, carpinteiros, delegados, motoboys, psicólogas, o Lula, a Dilma, o José Serra – no limite, qualquer um que passe na porta da escola – atuem como docentes, é reduzir a questão da educação e desconhecer os seus problemas.
É curioso que todo mundo, de qualquer área fora da educação, tenha tanto conhecimento sobre a profissão docente e os licenciados, coitadinhos, não sabem nada, nem mesmo resolver uma equação de 2o grau. Sabe o que descobri? Eu também não sei. Um abraço e obrigado por proporcionar o debate.
Venilson, acho que não saímos do tema; apenas o abordamos “pelas bordas”. No fundo, ao longo de todo o nosso debate, estivemos falando sobre a formação de talentos.
A própria matéria postada pela Sabine já traz à tona o seguinte ponto: talentos não se obtêm à custa de dinheiro. Os dados da matéria comprovam que isso é um fato, e não um achômetro.
O segundo ponto, que um achômetro meu, é que o Brasil insiste numa abordagem metodológica da Instrução.
A meu ver, isso é um erro. Acredito piamente que o verdadeiro talento, associado a uma grande dose de determinação, é capaz de formar um profissional cujo calibre nenhuma faculdade conseguiria alcançar.
Pelos critérios brasileiros, por exemplo, Coco Chanel não poderia jamais ser professora de Moda ou mesmo de Artes.
Agora eu te pergunto: se você quisesse se especializar numa dessas duas áreas, você dispensaria uma professora como Coco Chanel? rsrs
Apelou, perdeu.
Entrando atrasado na discussão, acho que de fato não se pode confundir as coisas. Nem todo licenciado é ruim e nem todo bacharel é competente. O trabalho em sala de aula não depende simplesmente de conhecimento do conteúdo. Como o próprio Nagib indica, é necessário tornar o tema interessante aos alunos e isso pode ser feito por qualquer um que queira fazer isso. Apenas ter conhecimento não é garantia de nada. Tenho vários colegas doutores que dão péssimas aulas em suas especialidades de pesquisa.
A questão aqui é que para se ter um bom professor em sala de aula é preciso ter alguém com bom domínio do conteúdo (licenciados e bacharéis podem ter) e algum domínio de como transmitir isso. Esse domínio não tem nada que ver com Piaget, Paulo Freire ou qualquer outro, mas sim em saber escolher alternativas para apresentar o conteúdo (teoria, exemplos, prática, etc). É preciso também reconhecer que o conteúdo está ali por ser necessário para alguma coisa e trabalhar isso para tornar o assunto interessante, se possível dentro do contexto do aluno.
Exatamente, Aleardo.
Era isso mesmo o que eu estava tentando dizer.
Obrigado por me ajudar com as idéias.
O problema de tudo “simplesmente” está nos três poderes da nossa sociedade:
Família, governo e progressão continuada.
Não adianta julgar os ignorantes pois quem decide a metodologia de ensino são os intelectuais.Esse negócio do professor ter que prender a atenção do aluno, que o professor tem que bem dizer ser ator, pois palhaços já somos. Temos que decidir apenas em qual circo vamos trabalhar. Todo mundo que tem competência para mudar esta história, neste momento, deve estar decidindo o que vão almoçar, e nós aqui preocupados com o sistema político- pedagógico.
Realmente na faculdade ninguém quer saber o que o estudante de licenciatura pensa.Apenas tem que responder o que eles estão programados para ouvir, e se a resposta pessoal for realmente pessoal a nota da prova é péssima.E o que é melhor ainda é saber que o aluno da escola estadual não sabe de nada e não quer aprender mesmo,e ainda passa de ano.Mas para passar no ENEM, num concurso público ou em uma entrevista de emprego, se ele não souber, ele não passa. Fica nítido aí que o interessante para o sistema é a pobreza continuada,a riqueza continuada,o governo continuado.Pensem nisso.
Há analfabetos que não são diplomados e que são capazes de produzir estragos devastadores na vida de uma sociedade.
É o caso do Lula, por exemplo. Um sujeito que sempre teve muito tempo livre, que poderia ter estudado muitos assuntos, mas que sempre fez absoluta questão de ser um bronco ignorante.
Ocorre, porém, que nem todo “sem-diploma” é como o Lula.
Há gente que não tem diploma e que usou seu tempo livre para se dedicar ao verdadeiro conhecimento. Caímos naquele raciocínio que mencionei acima: Platão não fez faculdade de Filosofia, e a anestesia não foi inventada por um pós-graduando de Medicina de Yale.
Nem todo “sem-diploma” é um Lula da vida.
Infeliz “post”.
Primeiro cita um salário de 50 R$/h cpmo sendo muito bom, quer dizer, a autora está pensando no professor-aulista, ou também chamado professor-taxi porque corre de escola em escola. Escolas top deveriam ter 100% de professor em periodo integral.
Segundo, a autora diz que professor acha aluno ruim porque não aprende. Não é esse o problema, é que o aluno “não quer aprender”, que é bem diferente. Não as coisas que o MEC obriga.
Concordo em que o melhor professor é o guia. Mas essa não é uma novidade. Sócrates, há 2500 anos, ensinava conversando e levando a pessoa a suas próprias conclusões.
Imagine um sujeito como o Boni (da TV Globo), por exemplo.
É um gênio da comunicação, certo?
Mas, pela lei brasileira, mesmo que ele quisesse, ele não poderia jamais dar um aula sobre o que quer que fosse, para quem quer que fosse, relativamente a Comunicação.
Dizer que R$ 50,00/ hora aula é um bom salário??? É muita desinformação. Para cada hora de aula dada, o Prof. precisa de no mínimo mais 3 horas de preparo. Esse era o valor pago em escolas particulares há uns 7-8 anos, e nem era considerado um valor bom… e com a inflação de hoje em dia???
OS PROFESSORES E A SOCIEDADE,JUNTO AO GOVERNO QUE A REPRESENTA PRECISAM TRANSFORMAR AS FORMAS DE REPASSAR VALORES.A ÊNFASE ESTÁ INVERTIDA:PRECISA-SE ENSINAR AOS ALUNOS NÃO ”O QUE APRENDER” MAS SIM,COMO APRENDER,EVOCAR,ASSOCIAR INFORMAÇÕES,ENTENDER E COMPREENDÊ-LAS.
Pergunto: como ter bons professores, se não há bons livros?
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT12698-15223-12698-3934,00.html
Só docente que presta pode fazer livro idem
Responder
Dizer que R$ 50,00/ hora aula é um bom salário??? É muita desinformação. Para cada hora de aula dada, o Prof. precisa de no mínimo mais 3 horas de preparo. Esse era o valor pago em escolas particulares há uns 7-8 anos, e nem era considerado um valor bom… e com a inflação de hoje em dia???
Minha cara educadora
O problema maior da educação é que não há no Brasil um consenso, sobre ela, não existe uma epistemologia, uma razão de ser para a educação. Sendo assim várias áreas, se preocupam e tentam influenciar sobre ela, como por exemplo, ciência políticas, filosofia, psicologia e sobre tudo a sociologia. Enquanto a educação não encontrar o seu caminho e deixar de lado os conceitos dessas outras áreas, ficaremos na mesmice.
Prof. Gaspar
Autor do método calgaspar de ensino da matemática
A carreira do professor é muito importante para o país. Sem o professor não existe um futuro nem a curto nem a longo prazo. Portanto formar um bom professor é muito importante. Comparado com os EUA, no Brasil existe o curso de licenciatura nas vária áreas e acho que é preciso reforçar esses cursos. Eu acho que o curso de licenciatura deveria ser melhor que o de graduação, uma vez que desse irá sair um professional que vai transmitir os conhecimentos aos alunos.
É importante a sociedade apoiar o professor. Isto se faz com respeito a carreira, e também claro com uma remuneração decente, principalmente no setor público. O apoio também se dá com os pais trabalhando junto com os professores, o que é um conceito simples mas muito difícil na prática.
Olá Sabine, me formei em Letras no ano passado em uma Instituição particular de ótima qualidade. No entanto, me sinto totalmente despreparada para enfrentar os desafios da sala de aula. E o problema não é só comigo, os colegas formados em outras universidades me disseram estar passando pelo mesmo problema. Creio que o nível do ensino está baixo, com cada vez menos cursos de licenciaturas ofertados no mercado. Os profissionais estão desestimulados (os que ensinam e os que aprendem) e o resultado é esse mesmo, infelizmente. Sem profissionais qualificados para preencher vagas.
Ana, obrigada pelo seu comentário! É esse debate que estou tentando promover. Os cursos de licenciatura são muito desconectados da realidade da escola. O que você mudaria no seu curso? abraços, Sabine
e vamos ficar muito tempo sem bons professores …. e continuar na busca de qualidade na educação sem os professores
Em um País sério, o maior salário deveria ser do Presidente da República, o segundo do Professor, o terceiro do lixeiro!
Acho que o maior salário deveria ser do Presidente da República, o segundo do Professor, o terceiro do Lixeiro!
Com péssimos cursos de licenciatura, e com o péssimo nível da maioria das escolas, tanto públicas quanto particulares, fica difícil mesmo encontrarmos bons professores; os que existem, “emburrecem” após alguns anos como professor.
As pessoas não têm uma boa expectativa sobre o futuro da educação. Os jovens já não querem ser professores e é comum encontrar jovens professores atuando em outras áreas. Os profissionais atuantes já não tem motivação para trabalhar e além da defasagem na formação dos professores, os cursos oferecidos nessa área não trazem inovação ou apresentam pouca aplicabilidade e muita teoria. O investimento na educação é insuficiente, mas uma boa parte é mal aplicada, assim como em outras áreas, ou seja, há também um problema na gestão de recursos. Tudo isso é uma grande bola de neve, algo que se arrasta há muito tempo. Eu não acredito em solução milagrosa, penso que o melhor caminho é a contribuição de todos. A juventude muitas vezes se perde nesse mundo complexo e exigente, então penso que a sociedade deveria levar os jovens mais a sério.
8 mil reais segundo a escritora é salário top e bom, e como comparação, isso é o que ganha qualquer gerente de qualquer agência bancária pública hoje em dia, que requer apenas ensino médio como concurso.
pra piorar, a “especialista” segundo a própria descrição não faz a pergunta mais óbvia possível. Se com salário “bom” não se acha, quão difícil será achá-los com salário baixo?
O texto é tão ruim que é necessário dizer que fez uma entrevista com Khan para se autopromover e ainda recebe o nome de especialista.
Olá, respondendo sua pergunta. Como profissional de Letras acho que falta ensinar mais gramática aos alunos da graduação, porque infelizmente é isso o que é mais cobrado no mercado de trabalho. Tanto em escolas, como em áreas editorias. As pessoas têm a impressão que os profissionais da área têm a obrigação de saber TODAS as regras gramaticais existentes. E o que se passa é que não dominamos nem um terço disso. Claro que é uma utopia achar que devemos saber todas. Mas as aulas de gramática (acredite ou não) estão cada vez mais raras nas graduações (tenho diversos amigos do ensino publico e privado que confirmam isso) e tenho colegas que não tem condições nenhuma de lecionar. Tem-se, nas universidades, a falsa impressão de que isso não é o mais relevante nas escolas e esse não é o tipo de conteúdo que deve ser ensinado aos alunos. Eu concordo que é muito mais interessante para o aluno conseguir interpretar questões ou escrever um texto do que saber regras gramáticas, no entanto, o docente tem obrigação de saber como e quando empregá-las de maneira correta.
Mas falando no geral, acho que a Universidade está anos luz distante das escolas. Acredito que temos que partir do contexto dos alunos, da realidade deles para chegarmos aos conteúdos que devem ser estudados. E o que acontece é que simplesmente ignoram ou desvalorizam a vivência e conhecimento prévio do aluno. Os professores com quem trabalho têm em mente que são seres superiores e que nada que vêm dos alunos interessa, quando na realidade é totalmente diferente. Hoje, com a tecnologia e tudo mais é muito mais fácil atrair e tornar as coisas prazerosas para os alunos. Mas, infelizmente, vivemos ainda somente valorizando o tradicional.
E na sua opinião o que deve ser mudado?
Ana,
Como é possível a um aluno “conseguir interpretar questões ou escrever um texto”, conhecendo muito pouco de Gramática?
Não consigo ver como isso seria possível.
Caro Nagib, é justamente isso que acontece. Os professores não dominam a gramática, logo não conseguem fazer os alunos dominarem um texto e interpretá-lo de maneira eficiente. Infelizmente é uma realidade nas quatro escolas que passei atuando como estagiária e ainda o que muitos, muitos colegas relatam. Há uma diferença mtooo grande entre o que se espera do professora na escola e o que a Universidade ensina para esse professor
Olha, Ana, de certo modo isso que você falou está perfeitamente em linha com o que ouço de colegas que optaram por fazer licenciatura em Física.
O sujeito vai para a Faculdade de Educação e lá o que se aprende são só as teorias mirabolantes do Construtivismo – que é basicamente Marxismo disfarçado de método de ensino – e se dá pouca, mas muito pouca atenção à Física em si.
O que acontece?
Quando esse licenciado vai dar aulas num colégio, ele sabe muito mais sobre Piaget, Freire, Vigotsky & Cia do que sobre Física.
Os alunos, claro, não são bobos. Percebem que o professor não se sente seguro sobre o tema que leciona, e isso acaba gerando um círculo vicioso. Por não saber Física direito, o licenciado não consegue despertar em seus alunos o interesse (ou até mesmo a paixão) sobre o assunto. É a perpetuação do fracasso escolar.
Por isso eu mencionei, lá em cima, que o currículo das licenciaturas precisava ser revisto com a máxima urgência. É inadmissível que um licenciado em Física saiba menos Física do que um bacharel, e isso se aplica a todas as outras áreas.
Enquanto não consertarem essa situação, nada vai melhorar.
Nagib, eu sou bacharel e licenciada em Letras e problema continua.
Não sei exatamente qual é a solução.
Mas acredito que perde-se, realmente, muito tempo em sala de aula discutindo pensamentos e teorias que não estão nem perto da realidade das escolas.
Ontem eu li no DCI que apenas 13% das exportações brasileiras vêm da indústria.
Num cenário desolador como esse, Ana, é improbabilíssimo que algum aluno tenha ânimo para aprender, e um professor para ensinar.
Depois que o Lula chegou ao poder, o país parece ter perdido de vez a fé no trabalho e no estudo.
MANIFESTO DE REPÚDIO À VIOLÊNCIA NA UFPA
http://emdialogoamazonia.blogspot.com.br/2014/02/manifesto-de-repudio-violencia-na-ufpa.html
Eu sou professor há 3 anos, e me desdobro para dar uma boa aula, no entanto, o aluno também está muito alienado, adotando cada vez mas o padrão Vida Loca, desinteressados dos assuntos escolares (ainda que se arrependam no futuro). As escolas particulares tratam os alunos como clientes e os professores como empregados que não podem prejudicar os clientes da escola. Mesmo as escolas particulares, em geral, não oferecem condições para o professor apresentar um bom trabalho e fugir do livro e do quadro negro. Por esses e outras iniciei um curso de qualificação em Refrigeração. Não vejo futuro na escola e nem no aluno. Uma pena. Abraço a todos.