Escolas de São Paulo simulam eleição e promovem debates com candidatos

Sabine Righetti

Um levantamento feito pelo Abecedário mostra que as eleições chegaram de diversas formas à rotina de algumas escolas de São Paulo. As iniciativas, dizem as escolas, foram motivadas pelo interesse dos próprios alunos, que começaram a prestar mais atenção em política especialmente após as manifestações de junho de 2013 (leia aqui).

No Santa Maria (zona sul), os alunos do ensino médio estão promovendo debates com candidatos de verdade na própria escola. Na agenda, há candidatos a deputado federal de vários partidos, como Ailton Amaral (PSOL), Arnaldo Faria de Sá (PTB), Floriano Pesaro (PSDB), Goulart (PSD) e Nilto Tatto (PT). A escola também vai realizar, amanhã, 26 de setembro, uma simulação do voto. Os estudantes receberão título de eleitor para participar.

Na mesma escola, os alunos do 5º ano do ensino fundamental tiveram de criar grupos partidários para discutir propostas para a escola. A ideia é parecida com a proposta do colégio Pio XII, que fica no Morumbi (zona oeste). Lá, os alunos votam para escolher o representante de classe –e fazem, eles próprios, a apuração dos votos.

A proposta, diz a escola, é preparar os alunos para o processo eleitoral que enfrentarão no futuro. “Quando iniciamos o projeto, os alunos ficam mais atentos às propagandas eleitorais. Começam a trazer santinhos e contam em quem os pais votarão”, explica Paula Neves Fava Bon, coordenadora pedagógica da educação infantil do colégio.

No Humboldt, escola bilíngue (português e alemão) da zona sul, os alunos são convidados a escrever um projeto de lei para ser, hipoteticamente, encaminhado aos poderes legislativos, municipal e federal. A ideia, diz Marilu Faricelli, professora de história da escola, é identificar uma necessidade da sociedade para, depois, criar o projeto.

NA SALA DE AULA

As eleições também entraram na pauta das aulas em colégios como o Santo Américo (zona sul) e a Escola Internacional de Alphaville, instituição bilíngue localizada em Barueri, na Grande São Paulo. Nessas escolas, o tema das votações passam pelas aulas de história, geográfica e até matemática. 

Outras escolas, como o Mary Ward (zona leste), resolveram fazer debates sobre as eleições fora do conteúdo da sala de aula. A escola realizou um debate sobre a obrigatoriedade do voto no Brasil. “O objetivo é refletir com os alunos sobre o sistema de governo do país, a questão do voto obrigatório, quais países utilizam este sistema e a opinião deles sobre o tema”, afirma Alexandra Grassini, professora do colégio.

Quem quiser introduzir o tema das eleições na sala de aula pode usar o material do Plenarinho, que explica, de maneira interativa, o que são as eleições e como é o poder no Brasil. A linguagem é simplificada, ou seja, os estudantes podem visitar o site também de maneira autônoma.