1ª colocada em simulado do Enem faz ‘análise estatística’ do seu desempenho

Sabine Righetti

Quem quiser passar no vestibular precisa de uma estratégia de estudos –ainda mais se o curso desejado for muito concorrido como é o caso de medicina. Foi assim –seguindo uma estratégia de avaliação do próprio desempenho– que Mariana Ferreirinha da Silva, 27, conseguiu o melhor resultado no simulado on-line Folha-Adaptativa para o Enem: 831 pontos.

Para se ter uma ideia do que o número significa, a melhor nota média no Enem do ano passado foi 743 pontos, do colégio Objetivo Integrado (leia mais aqui).

“Não estava esperando ir tão bem”, diz a estudante. Formada em administração pública por uma universidade particular a distância, ela agora pretende cursar medicina em uma universidade pública na capital São Paulo, onde mora, ou nas redondezas. “Quero chegar na cidade da universidade de ônibus e em poucas horas”, brinca.

A ideia dela é se especializar em medicina alternativa e homeopática –interesse despertado quando ela estudou jardins medicinais.

Para chegar lá, Mariana diz que estuda intensamente uma média de oito horas por dia em casa –“na minha cama, tomando sol, no quintal”– com a ajuda de plataformas on-line de aprendizado. “Cursinho [pré-vestibular] é muita pressão”, diz. Para conseguir se dedicar aos estudos em período integral, ela fez uma poupança e deixou para trás um emprego como assistente administrativa.

CINCO MIL QUESTÕES 

A estudante diz que abusa de simulados on-line como o oferecido pela Folha-Adaptativa para treinar–calcula que já deve ter resolvido umas cinco mil questões do Enem só neste ano. E, para avaliar seu desempenho, eis a estratégia: “Faço as provas, coloco os resultados em uma planilha do Excel e analiso”, conta. “Vejo os assuntos que mais caem, os temas que mais acerto e analiso a minha confiança na questão –quando erro, em geral é porque eu fiquei em dúvida entre duas respostas”, diz. “Isso é método de estudo.”

É nessa planilha própria que ela verifica quais disciplinas e quais assuntos têm de se aprofundar –e aí vai atrás desse conteúdo. Apesar da nota alta no simulado, ela se considera “na média” em todas as disciplinas e diz que derrapa em redação.

60 MIL CONCORRENTES

Mariana “concorreu” pelo pódio com mais de 60 mil pessoas que se inscreveram para fazer a simulação. Mais da metade dos inscritos tinha entre 18 e 24 anos — a chamada “idade universitária”.

Essa é a terceira edição do simulado para o Enem oferecido pela Folha com questões inéditas e com correção feita com a mesma tecnologia utilizada pelo MEC, a TRI (Teoria de Resposta ao Item). Diferentemente das provas convencionais de vestibular, como a Fuvest, no Enem as questões têm valores diferentes, dependendo, por exemplo, do índice de erro e de acerto das perguntas.

O simulado da Folha-Adaptativa para o Enem também tem prova de redação; neste ano, 80% dos inscritos que concluíram as questões da simulação também fizeram a redação e corrigiram os textos colaborativamente. Essa parte da prova é importante: no ano passado, quase 10% dos alunos que fizeram o Enem zeraram na redação. Foram cerca de 500 mil notas zero (leia mais aqui).

As provas do Enem acontecem nacionalmente nos dias 24 e 25 de outubro e devem ser feitas por cerca de sete milhões de jovens.  Além de ser usada para ingresso em quase todas as universidades federais do país, a nota no Enem também é usada para quem quiser uma bolsa no Ciência sem Fronteiras (bolsas acadêmicas em universidades do exterior).

 

Mariana Ferreirinha da Silva, 27, teve o melhor desempenho no simulado da Folha para o Enem
Mariana Ferreirinha da Silva, 27, teve o melhor desempenho no simulado da Folha-Adaptativa para o Enem. Foto: arquivo pessoal