Termina sexta (21) inscrição para ONG que leva profissional para escola pública

Até sexta (21), profissionais formados em qualquer área do conhecimento que já pensaram em dar aula podem se inscrever em uma programa de uma ONG que leva pessoas interessadas em educação para a sala de aula de escolas pública do país.

A proposta é da ONG Ensina Brasil, braço brasileiro de uma organização conhecida mundialmente, a Teach for All (Ensino para Todos).

A ideia nasceu nos EUA. Lá, os selecionados das melhores universidades do país passam, por meio da ONG, dois anos dando aula em escolas públicas antes de entrar no mercado de trabalho. Isso inclui, por exemplo, engenheiros formados no MIT dando aula de matemática em escolas vulneráveis do país.

A ideia da ONG é desenvolver uma rede de lideranças em educação. Ou seja: não se trata de um programa para substituir professores que estejam faltando na rede pública de ensino (o que, de fato, é um problema real). A proposta é viabilizar que pessoas interessadas em educação possam vivenciar a sala de aula antes de, por exemplo, trabalhar com políticas públicas na área.

Isso porque um dos problemas da área é que quem pensa propostas para educação pública estudou na rede privada de ensino — e desconhece os problemas, o cotidiano e a realidade das escolas públicas do país.

Para se ter uma ideia, de acordo com dados da ONG, dois terços dos participantes do programa no mundo (a ONG está em 45 países) seguem atuando em educação depois da experiência na sala de aula — inclusive em posições de liderança em redes de ensino e ONGs da área.

“O problema é grande demais para fazer alguma coisa sozinho. A gente acredita no poder coletivo dessas pessoas e não no super herói ou super heroína”, diz Erica Butow, CEO do Ensina Brasil.

Por aqui, essa é a terceira chamada de inscrições. Nas anteriores, a seleção — que dura cinco etapas — chegou a ter 12 mil candidatos para 130 vagas — incluindo candidatos formados no ITA e na USP.  A ideia do processo é avaliar aspectos dos candidatos como resiliência, resolução de problemas e empatia.

Os “ensinas” aprovados passam dois anos no programa em uma das 39 escolas públicas de redes municipais e estaduais parceiras do programa. Essas redes são responsáveis pelo pagamento do salário dos selecionados.

Nesse tempo, os “ensinas” recebem tutoria e formação pedagógica de 1.400 horas realizada em parceria com faculdades credenciadas pelo MEC (para dar aula no Brasil é preciso ter licenciatura).

A ONG, hoje, tem apoio no Brasil de organizações como Fundação Lemann, Fundação Itaú Social, Instituto Sonho Grande, Instituto Samuel Klein e The Haddad Foundation.