MEC deve apresentar ‘base curricular de professores’ nos próximos dias
O Ministério da Educação deve apresentar nos próximos dias uma referência para orientar os currículos dos cursos de licenciatura e de pedagogia de todo o país. São as graduações que formam os professores que dão aula em todas as escolas brasileiras.
A ‘base nacional curricular de professores’ será encaminhada pelo MEC para avaliação do CNE (Conselho Nacional de Educação). A expectativa é que o órgão debata o conteúdo curricular por cerca de dois anos antes de chegar à versão final do documento. Se isso acontecer, a implementação da nova base deve começar em 2023.
O processo será semelhante ao da aprovação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que, nesse caso, orienta a elaboração de currículos para o ensino infantil, fundamental e médio. A BNCC passou por cinco ministros de educação e foi aprovada na gestão do atual ministro Rossieli Soares da Silva. A última parte da BNCC, referente ao ensino médio, foi aprovada em novembro.
O ministro tem enfatizado que habilidades básicas de quem dá aula estejam na ‘base nacional curricular de professores’ — e, consequentemente, em todos os cursos que formam professores no país. De acordo com ele, hoje há diferenças muito grandes entre o que é ensinado em licenciatura e em pedagogia em diferentes instituições.
A iniciativa da base curricular de professores, no entanto, tem torcido o nariz especialmente de universidades públicas — que têm autonomia pedagógica, mas devem seguir as determinações do CNE.
Já nas instituições privadas de ensino superior, de onde sai a maioria dos professores do país, a principal preocupação é com os cursos de graduação a distância. Hoje, metade das matrículas em pedagogia no país são em cursos online.
O encaminhamento da ‘base nacional curricular de professores’ do MEC ao CNE deve ser a última tacada de Rossieli da Silva na pasta. O ministro — que já foi secretário estadual de educação no Amazonas — está de mudança para São Paulo, onde assume a Secretaria Estadual de Educação na gestão do governador eleito João Dória (PSDB).