Abecedário https://abecedario.blogfolha.uol.com.br Universidades, escolas e rankings Mon, 10 Dec 2018 18:26:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Precisamos falar sobre os professores das escolas privadas https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/23/precisamos-falar-sobre-os-professores-das-escolas-privadas/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/23/precisamos-falar-sobre-os-professores-das-escolas-privadas/#respond Wed, 23 May 2018 19:03:34 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/15271035125b05c01805a1d_1527103512_3x2_lg-320x213.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3188 A paralisação de professores da rede privada de São Paulo contra uma revisão de direitos da categoria, nesta quarta (23), trouxe à tona uma figura que costuma passar batido pelos debates de educação no país: o professor da escola privada.

A questão é que o docente das escolas pagas enfrenta praticamente os mesmos desafios de quem dá aula nas instituições públicas de ensino. Dificilmente, no entanto, falamos sobre eles.

O país tem, hoje, 2,2 milhões de docentes na educação básica, de acordo com o Censo da Educação Básica de 2016. Desses, dois em cada dez professores trabalham exclusivamente na rede privada. Isso significa quase meio milhão de profissionais. A imensa maioria (oito em cada dez) trabalha nas escolas públicas.

Agora, os professores da rede privada viraram assunto porque se posicionaram contra uma proposta do sindicato patronal dos estabelecimentos de ensino do estado. Dentre outras coisas, a ideia da entidade é reduzir bolsas a filhos de docentes e cortar o tempo de recesso dos professores.

Professores de cerca de 40 escolas de elite da capital paulista começaram uma paralisação que, em alguns casos, teve apoio de pais e de alunos.

Bom, é uma ilusão achar que os problemas da escola brasileiras estão restritos aos muros da educação pública. A começar pelo salário do professor.

SALÁRIO MENOR 

Um estudo publicado em 2017 pelo Inep-MEC mostrou que quem dá aula na rede pública ganha mais, em média, que o docente da rede privada. O salário médio de um professor de escola pública é de R$ 3.335 para 40 horas semanais. O valor é R$ 736 maior do que o de um professor da rede privada (R$ 2.599), na mesma jornada.

Isso significa que professores ganham bem em escolas particulares de elite, mas, em escolas privadas de bairro, menores, que são a imensa maioria no país, o salário é bem menor do que na rede pública.

Um dos motivos que leva os docentes para a rede privada são as possibilidades de bolsas para os filhos nas escolas em que trabalham. Esse é justamente um dos benefícios que estão em debate na proposta do sindicato patronal. Hoje, filho de quem dá aula em uma escola privada não paga para estudar. As escolas alegam que o benefício traz um impacto muito grande, especialmente em colégios pequenos. Dez docentes podem significar, por exemplo, vinte bolsas.

Esse debate é, na prática, uma tentativa de as escolas particulares equalizarem as contas. Em tempos de crise, de desemprego e de inadimplência dos pais, muitas instituições de ensino estão patinando para fechar o mês.

Vale, no entanto, lembrar da situação em que estão os docentes. Os professores são os profissionais que mais sofrem da síndrome de burnout, que é um completo esgotamento mental. Novamente o problema, claro, não se restringe a quem dá aula na rede pública.

ESGOTAMENTO MENTAL

Um estudo publicado em 2014 no periódico científico de psicologia da USF (Universidade São Francisco), feito por docentes da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, mostra que professores da rede privada no Brasil também sofrem de burnout. Especificamente na rede privada do Rio Grande do Sul, onde se concentrou a pesquisa, a relação entre professores e alunos é um dos principais estopins do esgotamento mental dos docentes.

Isso se traduz, por exemplo, como relata o estudo, em “falta de limite e de educação” por parte dos alunos –o que pode ser ainda pior na rede privada do que pública de ensino. “Se, por um lado, pais de alunos de escolas privadas tendem a participar mais do cotidiano escolar, por outro, essa participação pode se reverter em uma espécie de controle da atividade dos professores”, diz um docente de uma escola privada de São Paulo que prefere não se identificar. “Corremos um risco real ao dar uma bronca em um aluno de escola privada.”

Os professores da rede privada são minoria, mas são parte importante do sistema de educação do país. Como escrevem os autores do estudo, é necessário rever as políticas educativas, as formas de gestão e os métodos de intervenção nas instituições para auxiliar. Podemos aproveitar esse momento para fazer justamente isso.

 

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Conheça o professor de escola que criou uma exposição de ciências que roda o país https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/07/07/conheca-o-professor-de-escola-que-criou-uma-exposicao-de-ciencias-que-roda-o-pais/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/07/07/conheca-o-professor-de-escola-que-criou-uma-exposicao-de-ciencias-que-roda-o-pais/#respond Fri, 07 Jul 2017 20:14:35 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2879

Quem passou pelo shopping Market Place (zona Sul de São Paulo) nas últimas semanas deve ter cruzado com uma exposição de ciências que ocupa o lugar de uma loja no piso superior. O que os visitantes não sabem é que a iniciativa –e toda a construção dos equipamentos— é de um professor de física do ensino médio do interior de São Paulo, Júlio Abdalla, 61.

A história começou há cerca de 20 anos, quando ele montou uma mostra de experimentos de física na escola em que dava aula. Em 2014, conta, ele refez a exposição e decidiu transformá-la em “uma mostra itinerante para viajar de norte a sul do Brasil”. Deu o nome de ExperCiência.

Museus devem incentivar perguntas

Os experimentos foram desenvolvidos pelo professor, com recursos próprios e com ajuda de marceneiros, serralheiros e outros profissionais. “Para sua elaboração, uso meu conhecimento em ciências e também pesquiso bastante.” Essa pesquisa inclui visitas a museus de ciências de ponta de países como EUA, Reino Unido e Alemanha.

Em uma das atividades da exposição (o chamado gerador de Van de Graaf) é possível experimentar um efeito da eletrostática. O equipamento, quando tocado, faz com que os cabelos do visitante fiquem literalmente em pé. É um dos preferidos das crianças.

Hoje, o acervo da ExperCiência tem cerca de 50 equipamentos. Parte deles já esteve, diz Abdalla, nos estados do Amazonas, Pará, Ceará, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. De acordo com Abdalla, essa é a única exposição significativa de ciências que viaja pelo país.

Há também experimentos em dois grandes museus permanentes: o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, em Porto Alegre e o Catavento, em São Paulo. De acordo com Abdalla, mais de 200 mil pessoas já brincaram no ExperCiência. São quase três estádios do Maracanã lotados.

ATÉ SÁBADO

No Market Place, a exposição termina no sábado (8). A definição de um novo destino depende de parcerias –com shoppings, por exemplo. “O nosso desejo é expor em todos os cantos do país, mas como dependemos de parcerias, são elas que acabam influenciando os locais.”

Júlio Abdalla ainda dá aula de física, agora na escola Gabarito, que ele próprio criou há 15 anos, inicialmente com aulas de reforço de física, química e matemática para o vestibular.

Para ele, o ensino de ciências no país é muito ruim. “Faltam investimentos e interesse em levar conhecimento para a população”, diz. “Vejo algumas iniciativas de desenvolvimento de parques  de ciências em algumas cidades, que logo são abandonados ou  inutilizados.”

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Campanha da USP ensina genética por meio de cartazes no metrô de SP https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/05/25/campanha-da-usp-ensina-genetica-por-meio-de-cartazes-no-metro-de-sp/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/05/25/campanha-da-usp-ensina-genetica-por-meio-de-cartazes-no-metro-de-sp/#respond Mon, 25 May 2015 19:26:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=1919 Se você circular pelo metrô de São Paulo nos próximos dias pode encontrar passageiros falando sobre genética. É que desde o último dia 23 de maio estão espalhados pela linha verde do metrô os cartazes da campanha “Está no DNA?“, do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP.

São três pôsteres diferentes com perguntas relacionadas ao DNA –uma  substância química que traz as informações para a fabricação de todas as proteínas do nosso corpo. “Ser um excelente atleta está no DNA?”, por exemplo, é uma das questões da campanha.

A proposta, de acordo com a geneticista Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, é instigar as pessoas e convidá-las a pensar sobre ciência e sobre genética. Justamente por isso, a campanha se chama “semear ciência” –a ideia é plantar uma semente que desperte para o conhecimento científico e para a reflexão.

O “semear ciência” e as demais atividades do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP são financiados pela Fapesp, agência que paga por grande parte da pesquisa científica realizada no Estado de São Paulo. A agência, aliás, tem demonstrado cada vez mais interesse pela divulgação dos resultados da pesquisas científica e pelo disseminação do conhecimento científico fora dos laboratórios.

A iniciativa é bem vinda especialmente no cenário brasileiro. De acordo com o último Pisa, exame internacional de estudantes feito em 65 países, ciências é a matéria em que os alunos brasileiros estão mais defasados em relação aos outros países. O Brasil fica em 59º lugar entre 65 países avaliados (leia mais aqui). Os brasileirinhos vão mal principalmente porque falta acesso ao conhecimento científico.

A distribuição dos cartazes no transporte público é ideia do educador Rodrigo Mendes, que trabalha no Centro de Estudos do Genoma Humano da USP. É uma forma simples de chegar até as pessoas: o passageiro vê o cartaz e acaba usando o  tempo gasto no transporte para, eventualmente, acessar o site da campanha do celular. Assim, acaba aprendendo mais sobre genética.

Foi isso o que aconteceu com mais de 6.000 pessoas que acessaram o site da campanha anterior, “Diferentes, mas semelhantes“. Essa primeira rodada tratava de genes comuns entre o ser humano e outros seres vivos –para se ter uma ideia, 96% dos genes dos seres humanos são iguais aos do chimpanzé! (leia mais aqui). Os pesquisadores agora querem aumentar esse número de acessos.

NA SALA DE AULA

Mas não são apenas os passageiros do transporte público que podem usufruir do conteúdo. A página do projeto também dedica uma seção inteira aos professores que quiserem usar os cartazes para debater sobre genética.

A proposta didática é que a escola distribua os pôsteres pelos corredores e, depois de alguns dias, levante perguntas em sala de aula como: Será que o humor de uma pessoa pode ser determinado pelo DNA?

No ano passado, os cartazes foram distribuídos em todas as mais de 3.000 escolas estaduais paulistas com ensino médio e também circularam pelo metrô de São Paulo e por uma rede de ônibus do ABC paulista.

A campanha atual, sobre DNA, deve ficar pelo menos um mês no metrô de São Paulo e os cartazes também devem circular em uma rede de ônibus de Ribeirão Preto, cidade que fica a 336 km da capital paulista. Outras cidades também podem ter cartazes para distribuir em linhas de ônibus: “Quem se interessar pela campanha pode entrar em contato para receber os cartazes,”, diz a geneticista Eliana Maria Beluzzo Dessen, também do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP. As escolas que manifestarem interesse também vão receber o material.

E você acha que a facilidade para aprender está no DNA? Acesse o site da campanha e descubra!

 

 

 

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Chalita quer cem creches doadas por empresas até o final do mandato https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/04/16/chalita-quer-cem-creches-doadas-por-empresas-ate-o-final-do-mandato/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/04/16/chalita-quer-cem-creches-doadas-por-empresas-ate-o-final-do-mandato/#respond Fri, 17 Apr 2015 01:06:55 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=1858 O secretário municipal de educação de São Paulo, Gabriel Chalita (PMDB), disse que pretende expandir o número de creches públicas na cidade com uma mãozinha do setor privado. A informação é de uma entrevista concedida pelo secretário ao Abecedário e ao jornal “O Estado de S.Paulo”.

De acordo com Chalita, a prefeitura de São Paulo não vai ter dinheiro para construir todas as creches que necessitaria para ter 150 mil novas vagas até 2016, como havia sido prometido pelo prefeito Fernando Haddad (PT). Um balanço da prefeitura divulgado em janeiro deste ano mostrou que apenas 28% da meta já havia sido entregue (leia mais aqui).

Para driblar o problema, a ideia é pedir para empresas privadas a doação de terrenos e também a construção das creches, respeitando o projeto da prefeitura. A manutenção e administração das creches ficará totalmente a cargo da prefeitura. A meta é ter pelo menos cem creches doadas e mais cem construídas pela prefeitura até o final de 2016.

Para chegar ao número de 150 mil novas vagas, a ideia é aumentar a quantidade de crianças por creche –nas novas e nas já existentes (leia mais aqui). Chalita costuma dizer que é melhor uma creche cheia do que ter crianças fora da creche.

A primeira parceria estabelecida foi com a empresa Carrefour que, de acordo com o secretário, deve construir cinco creches usando o espaço do estacionamento das lojas. Outras empresas, como os shoppings Iguatemi e Aricanduva e o Grupo Pão de Açúcar, também devem dar sua contribuição construindo, com recursos próprios, creches para a prefeitura.

‘NÃO AGRADEÇA, DOE CRECHES’

A prefeitura tem insistido nas doações recorrentemente em conversas com empresários. “Hoje estava em um lançamento de um livro e umas pessoas de cartórios vieram agradecer a ação da prefeitura. O prefeito brincou dizendo: ‘agradeça doando uma creche”, disse Chalita durante a entrevista. “Eu sempre digo aos empresários: se você tem um terreno, um espaço, doe para a gente. Às vezes a prefeitura demora anos para fazer uma construção, precisa licitar. A empresa privada leva três meses.”

E está difícil convencer as empresas a participarem do projeto?

“Estamos tendo algum êxito já”, disse Chalita. De acordo com o secretário, a ideia é “incomodar” os empresários com a ideia das creches e criar uma cultura de doação e participação na educação pública –algo que já acontece com sucesso em países como nos Estados Unidos.

As creches são importantes porque é justamente na primeira infância –de zero a três anos– que acontece boa parte do desenvolvimento das crianças. É nesta fase que, brincando e recebendo diversos estímulos, a criança desenvolve uma espécie de pilar que, mais tarde, vai sustentar o aprendizado cognitivo de línguas, de ciências e até de matemática, além do aprendizado chamado de “não cognitivo” (como a capacidade de se expressar, a auto-confiança etc).

A entrevista de Gabriel Chalita faz parte do programa #GabineteAberto, conduzido pela própria prefeitura de São Paulo. Funciona assim: todas as segundas-feiras, um gestor da cidade é entrevistado por jornalistas, com transmissão vivo no site do São Paulo Aberta. Quem estiver acompanhando também pode mandar perguntas via redes sociais usando a hashtag #GabineteAberto.

 

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Avaliação da educação básica revela ineficiência extrema das escolas https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2014/09/06/avaliacao-da-educacao-basica-revela-ineficiencia-extrema-das-escolas/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2014/09/06/avaliacao-da-educacao-basica-revela-ineficiencia-extrema-das-escolas/#comments Sun, 07 Sep 2014 01:32:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=1336 A infinitude de dados sobre educação básica divulgados pelo MEC na última sexta-feira (5) deixa pelo menos uma certeza: a escola no Brasil continua sendo extremamente ineficiente. E não há nem sinal de mudança.

Vamos analisar juntos.

Os dados divulgados pelo governo são resultado da prova do Ideb (Índice Brasileiro de Educação Básica). É um exame aplicado no final de cada ciclo da educação brasileira: no 5º ano do ensino fundamental (os chamados “anos iniciais”), no 9º ano do ensino fundamental (os “anos finais”) e no 3º ano do ensino médio.

Confira as notas do Ideb por Estado

Essa prova é feita em todas as escolas públicas do país e em um conjunto de escolas particulares, de maneira que a amostra seja representativa nacionalmente.

Os dados mostram que as notas dos alunos vão despencando conforme os anos avançam.

Vamos pegar o caso do Estado de São Paulo. No final dos anos inicias (5º ano do ensino fundamental), a nota ficou em 5,70 –e até melhorou em relação à última avaliação, de 2011, quando a nota ficou em 5,40.

Na conclusão dos anos finais (9º ano do ensino fundamental), a coisa piora. A nota, em São Paulo, cai para 4,40, um pouquinho melhor do que a avaliação de 2011 (cuja nota ficou em 4,30).

GARGALO NO ENSINO MÉDIO

Aí chega o ensino médio, com 3,70 na prova –conceito ainda pior do que em 2011, quando a nota ficou em 3,90. Ao todo, 16 Estados brasileiros tiveram notas piores no ensino médio público em comparação às suas próprias notas em 2011.

Por que as notas obtidas nos anos iniciais da escola são o teto máximo da avaliação e, ao longo do caminho escolar, o aluno só piora?

Simples: isso acontece porque a escola é ineficiente. Quem chega ao ensino médio no Brasil hoje traz um acúmulo de problemas de formação desde o começo do ensino fundamental. São déficits de aprendizado que compõem uma espécie de efeito cascata ao longo dos anos escolares e desembocam com força no final do período escolar.

Funciona mais ou menos assim: sem ter aprendido direito a fazer contas ou a interpretar textos nos primeiros anos do ensino fundamental, o aluno brasileiro derrapa nos anos finais, quando encontra disciplinas específicas como física e química.

Diante de tanta dificuldade, a possibilidade de que o aluno desista é imensa. E, no Brasil, sim, os alunos desistem: hoje, metade dos estudantes brasileiros simplesmente não termina o ensino médio. Os alunos ficam pelo caminho.

Como pode um país onde faltam médicos e engenheiros permitir que metade dos jovens que entram na escola simplesmente fiquem pelo caminho sem terminar o ensino médio?

Formar metade de quem entra na escola é desastroso. É um índice de 50% de perda. Se a educação brasileira fosse uma empresa, estaria falida.

E, pior: o Ideb revela o desempenho justamente de quem permaneceu na escola, ou seja, de quem fez a prova do 3º ano do ensino médio. Trocando em miúdos, nem os melhores e mais persistentes alunos, que são os que ficaram na escola, conseguem bons resultados.

O problema, para especialistas em educação como Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann, é que o sistema não olha para as crianças que estão com dificuldade ao longo do caminho: “O aluno que chega ao ensino médio não veio de Marte, ele veio do ensino fundamental que tem problemas.”

Sim, o ensino fundamental tem problemas que desembocam no ensino médio, que também tem problemas. Diante de indicadores tão negativos, a única pergunta que consigo fazer agora é: até quando vamos continuar ignorando esses problemas?

 

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Evento gratuito traz filmes sobre educação em São Paulo https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2014/03/28/evento-gratuito-traz-filmes-sobre-educacao-em-sao-paulo/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2014/03/28/evento-gratuito-traz-filmes-sobre-educacao-em-sao-paulo/#comments Fri, 28 Mar 2014 18:21:07 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=732 Quem gosta de educação e de cinema tem uma boa oportunidade para juntar os dois assuntos de uma só vez.

O festival Ciranda de Filmes traz na semana que vem uma série de curtas, médias e longas nacionais e estrangeiros –de países como França, Argentina e EUA– sobre educação.

Os filmes serão exibidos de 31 de março a 3 de abril, no Cine Livraria Cultura. A entrada é gratuita. Veja a programação aqui.

Entre os destaques nacionais está a animação “O menino e o mundo”, de Alê Abreu. O filme chamou atenção da crítica internacional e recebeu prêmios importantes, como melhor animação no Festival de Cinema de Havana (leia sobre o filme aqui).

O menino e o mundo (Brasil, 2013) 

Também está no festival um documentário brasileiro sobre as escolas públicas Vocacionais. Esses espaços foram fechados durante a ditadura militar e são lembrados até hoje como ponto máximo da escola pública de qualidade no Brasil.

Vocacional – Uma Aventura Humana (Brasil, 2011)

Entre os estrangeiros, o meu preferido é a animação “O menino e a floresta”. É a história de um menino que cresce isolado em uma floresta ao lado apenas do pai –e dos espíritos da floresta.

Trata-se de uma fábula sobre a muitas vezes espinhosa relação entre pais e filhos.

O menino e a floresta (Le jour des corneilles – França, 2011)

Além dos filmes, haverá debates com especialistas em educação sobre as produções exibidas (veja os nomes na programação).

De acordo com a organização, os filmes abordam fundamentalmente três temas: nascimento e infância, espaços de aprendizagem e educação e espaços de transformação.

Anotem na agenda:  festival Ciranda de Filmes, de 31 de março a 3 de abril, no Cine Livraria Cultura.

Eu, cinéfila e apaixonada por temas de educação, estarei lá.

 

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Venha debater com os candidatos à reitoria da USP! https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2013/11/18/venha-debater-com-os-candidatos-a-reitoria-da-usp/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2013/11/18/venha-debater-com-os-candidatos-a-reitoria-da-usp/#comments Mon, 18 Nov 2013 18:29:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=357 Folha promove hoje (18), às 19h, um debate com os candidatos a reitor da USP.

São eles: José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica, Wanderley Messias da Costa, professor-titular de geografia, Marco Antonio Zago, pró-reitor de Pesquisa, e Hélio Nogueira da Cruz, vice-reitor.

O debate será no auditório do jornal (al. Barão de Limeira, 425). Eu vou fazer a mediação!

Para saber mais sobre o debate, clique aqui.

Se quiser ler  sobre as quatro chapas que estão concorrendo à reitoria, acesse aqui.

Venha debater!

 

 

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Ensino superior em debate na Folha. Venha! https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2013/09/09/ensino-superior-em-debate/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2013/09/09/ensino-superior-em-debate/#comments Mon, 09 Sep 2013 15:50:51 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=33 Vou aproveitar o blog para fazer um convite aos leitores. A  Folha promove hoje, às 19h, um debate sobre avaliação do ensino superior.

Participarão o cienciometrista Rogério Meneghini, responsável pela medição de produção científica do RUF, o matemático Renato Pedrosa, coordenador do grupo de estudos de ensino superior da Unicamp, e Carolina da Costa, diretora acadêmica da graduação do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa.

Eu vou mediar.

Quem estiver interessado, por favor faça inscrição pelo e-mail eventofolha@grupofolha.com.br, informando nome e RG, ou ligue para 0/xx/11/3224-3473.

O evento será no auditório do jornal (al. Barão de Limeira, 425, 9º andar, Campos Eliseos, São Paulo).

Participe!

 

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