Abecedário https://abecedario.blogfolha.uol.com.br Universidades, escolas e rankings Mon, 10 Dec 2018 18:26:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Óvulo de mulher que estudou em universidades bem ranqueadas nos EUA vale mais https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/ovulo-de-mulher-que-estudou-em-universidades-bem-ranqueadas-nos-eua-vale-mais/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/ovulo-de-mulher-que-estudou-em-universidades-bem-ranqueadas-nos-eua-vale-mais/#respond Thu, 17 Nov 2016 17:50:48 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2778 O impacto de rankings universitários e de outras formas de avaliação de educação pode chegar a áreas improváveis. De acordo com informações de um trabalho publicado pelo físico Marcos Barbosa de Oliveira, da Faculdade de Educação da USP, um óvulo de uma mulher que estuda em uma universidade de excelência como Harvard pode valer até dez vezes mais do que o preço de um óvulo “comum” no mercado nos EUA.

Isso porque Harvard é classificada como a melhor universidade do mundo em avaliações como o ranking de Xangai. Está também no top10 do ranking global de universidades Times Higher Education, que tem uma metodologia de avaliação diferente da chinesa.

Aplicativo da Folha calcula nota do Enem e chances no Sisu após a prova

Nos Estados Unidos, a comercialização de óvulos e de esperma para fertilização é permitida por lei. Lá, também é possível receber dinheiro para participar de testes clínicos de novos medicamentos. No Brasil, esse tipo de comércio é proibido.

Como os cientistas afirmam que os genes da mãe desempenham papel dominante no desenvolvimento das partes dos cérebros responsáveis pela inteligência, os óvulos das mulheres consideradas “mais inteligentes” –por exemplo aquelas que conseguem passar pelo filtro de Harvard– passam a valer mais.

A diferença de valores, de acordo com o artigo de Oliveira, é gritante: enquanto os óvulos das “harvardianas” chegam a U$S50 mil cada (cerca de R$ 170 mil), o preço médio do mercado para as mulheres que estudam em universidades medíocres nos rankings globais sai por uma média de U$S 5 mil a unidade (R$17 mil).

EUGENIA

Oliveira trabalha com os riscos embutidos nas possibilidades tecnológicas –incluindo o de eugenia. O artigo dele está no livro “Domínio das tecnologias” (ed. Letras a Margem, 2015). Em outros trabalhos, ele questiona a neutralidade da ciência, as formas neoliberais (com foco na produtividade) de avaliação de ciência e trata de má conduta científica.

Na época em que se identificou os genes maternos como responsáveis pela inteligência, na década de 1980, por meio de uma técnica nova de “marcadores genéticos”, o risco de eugenia sob nova roupagem entrou em debate nos corredores acadêmicos. Por exemplo: a possibilidade de regimes repressivos autorizarem apenas as mulheres mais inteligentes a terem filhos.

Outra possibilidade levantada foi simplesmente a de que homens interessados no QI (quociente de inteligência) de seus filhos poderiam, de repente, começar a achar mais atraentes as mulheres inteligentes.

 

 

 

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Escolhemos a carreira muito antes de o cérebro estar pronto para tomar decisões https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/04/06/escolhemos-a-carreira-muito-antes-de-o-cerebro-estar-pronto-para-tomar-decisoes/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/04/06/escolhemos-a-carreira-muito-antes-de-o-cerebro-estar-pronto-para-tomar-decisoes/#respond Wed, 06 Apr 2016 20:11:55 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2478

Entre as perguntas de leitores que mais recebo aqui no Abecedário, as dúvidas sobre escolha de carreira estão no topo. Devo fazer medicina ou direito? Veterinária ou publicidade? Engenharia civil ou biologia? Em geral, há dúvidas entre cursos bastante diferentes, o que angustia alunos e pais. Eu mesma prestei jornalismo, cinema, veterinária e economia aos 17 anos. Pode?

Pois vejam só que interessante: a explicação para esses questionamentos está no nosso cérebro.

Basicamente, um adolescente que termina o ensino médio no Brasil aos 17 ou 18 anos, em média, não tem condições neurológicas suficientes para tomar uma decisão que vai valer para a vida inteira.

Quantas universidades você visitou antes de escolher a sua?

O nosso cérebro está em constante amadurecimento desde que nascemos. Uma das últimas partes a ser “concluída” é o córtex pré-frontal, que, como o nome diz, fica bem na frente da cabeça –no meio da testa.

É dele a responsabilidade de processar informações referentes a planejamento e a tomada de decisões. O problema é que o córtex pré-frontal amadurece completamente quando temos em torno de 24 anos –bem no final da chamada “idade universitária”, que, oficialmente, é dos 18 aos 24 anos.

IMPULSO

Para piorar o cenário, é na adolescência que o chamado “sistema límbico” cerebral fica mais ativo. Ou seja: é muito mais fácil, nessa fase, tomar decisões por impulso do que por planejamento.

O que fazer?

Bom, em países com ensino superior de ponta, como os Estados Unidos, os alunos entram em cursos universitários  mais “genéricos” e, depois, conforme vão amadurecendo as ideias (e o cérebro), e vão descobrindo as disciplinas, que são eletivas, os jovens afunilam para um determinado curso. Ou dois.

Mais: lá, assim como em boa parte dos países europeus, o ensino médio dura um ano a mais que no Brasil. Após concluído, muitos estudantes escolhem ter um ano sabático para viagens de aprendizado, voluntariado ou mesmo para trabalhar. No fim das contas, a entrada da universidade chega lá pelos 20 anos –o final da adolescência, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).

“Tirar um ano sabático após a conclusão do ensino médio é uma ótima saída”, explica Andrea Hercowitz, pediatra e hebiatra do Hospital Albert Einstein. “É um ano de amadurecimento.”

Aqui, os alunos terminam a escola mais cedo, aos 17 ou 18 anos, muito antes do amadurecimento do córtex pré-frontal, e precisam decidir às pressas exatamente a carreira que querem para a vida toda. Isso porque as universidades brasileiras oferecem cursos específicos, escolhidos durante o processo seletivo.

Resultado: frustração dos alunos e índices de evasão altíssimos nas universidades –o que significa dinheiro jogado no lixo no caso das universidades públicas.

Para quem não pode tirar um ano sabático, como Hercowitz sugere, aqui vão algumas dicas que podem ajudar um pouquinho a tomada de decisão, apesar das limitações neurológicas:

  • 1. Converse com pelo menos um profissional do curso que pretende fazer e visite seu local de trabalho
  • 2. Visite a universidade que almeja, converse com professores e com alunos. Se possível, assista aulas
  • 3. Veja qual é a grade do curso. Pouca gente sabe, por exemplo, a quantidade de disciplinas obrigatórias de física na graduação de engenharia
  • 4. Visite também cursos que não estão nos seus planos. Você pode se surpreender e mudar de ideia!
  • 5. Tente visualizar sua vida adulta na carreira que planeja, depois que você se formar. Algumas carreiras, como medicina, exigem dedicação plena dos profissionais

Se estiver na dúvida, lembre-se que a “culpa” pode ser do seu cérebro. Peça ajuda e orientação.

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Medicina do Einstein terá prova oral no vestibular e aula sem cadáver https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/10/03/medicina-do-einstein-tera-prova-oral-no-vestibular-e-aula-sem-cadaver/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/10/03/medicina-do-einstein-tera-prova-oral-no-vestibular-e-aula-sem-cadaver/#respond Sat, 03 Oct 2015 17:15:05 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2018 A Faculdade de Ciências da Saúde do hospital Albert Einstein –considerado um dos melhores hospitais do país– está com inscrições abertas para o processo seletivo para a primeira turma da graduação em medicina. O curso chega com novidades desde o vestibular: o processo seletivo vai contar com prova oral e as aulas serão baseadas em uma metodologia de aprendizado colaborativo.

Assim como já acontece com enfermagem –curso oferecido pelo Einstein há mais de 25 anos–, a ideia é que as aulas da medicina sejam fortemente baseadas na metodologia “TBL”, sigla em inglês para “aprendizado baseado em equipe”.

Grosso modo, nas aulas com formato TBL os professores saem do papel de protagonistas e passam a mediar os exercícios em sala de aula, resolvidos pelos alunos em equipe. Algumas instituições mais modernas, como Harvard, nos EUA, oferecem disciplinas em formato TBL juntando alunos de vários cursos para incentivar a resolução de problemas de maneiras multidisciplinar.

Candidata à medicina tira nota máxima em simulado do Enem

Esse formato de aprendizado, de acordo com o vice-presidente da faculdade do Einstein, Claudio Schwartzman, permite que os futuros médicos se preparem, de fato, para o que vão encontrar pela frente. “A área da saúde pode envolver cuidados com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos. São equipes multidisciplinares”, diz.

SEM CADÁVERES

As aulas, por enquanto, serão no prédio da faculdade, no Butantan, que o Abecedário foi conhecer pessoalmente. É lá que ficam as salas de aula com mesas em círculo e os laboratórios que usam recursos de computação para simular o corpo humano –a tradição judaica não permite usar cadáveres.

Até 2018, enfermagem e medicina migram juntos para um complexo que está sendo construído bem em frente ao hospital Albert Einstein, no Morumbi. “A ideia é seguir o modelo norte-americano de ter um hospital e uma instituição de ensino e pesquisa de ponta bem em frente”, explica Olga Farah, gerente de ensino.

Toda essa tecnologia tem um preço: o curso de medicina vai sair por R$ 5.900 por mês. De acordo com Schwartzman, o Einstein espera oferecer até 20% de bolsa para alunos de baixa renda aprovados no processo seletivo –o primeiro vestibular recebe inscrições até 13 outubro; as provas acontecem em novembro.

PROVA ORAL

Por enquanto, medicina terá 50 novos alunos por semestre. Eles serão selecionados por meio de um exame em duas fases. A primeira etapa é tradicional, com testes e questões dissertativas. A novidade é que a segunda etapa da seleção terá uma prova oral: cada candidato passará por oito mini-entrevistas.

De acordo com Schwartzman, a proposta é identificar os chamados aspectos “não cognitivos” dos candidatos, como a capacidade de se expressar, de se comunicar e de liderar uma determinada situação. Essa metodologia de seleção, comum em universidades de países como os Estados Unidos, já tem sido usada no Brasil, mas é uma novidade no caso da medicina. Tudo indica que o Einstein será a primeira escola brasileira a selecionar futuros médicos dessa maneira.

Em enfermagem, 90% dos egressos da faculdade acabam trabalhando no próprio hospital Albert Einstein. E como vai ser em medicina? “Queremos formar médicos que possam influenciar a saúde no Brasil”, diz Schwartzman.

 

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1ª colocada em simulado do Enem faz ‘análise estatística’ do seu desempenho https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/10/01/1a-colocada-em-simulado-do-enem-faz-analise-estatistica-do-seu-desempenho/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/10/01/1a-colocada-em-simulado-do-enem-faz-analise-estatistica-do-seu-desempenho/#respond Thu, 01 Oct 2015 03:25:59 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2053 Quem quiser passar no vestibular precisa de uma estratégia de estudos –ainda mais se o curso desejado for muito concorrido como é o caso de medicina. Foi assim –seguindo uma estratégia de avaliação do próprio desempenho– que Mariana Ferreirinha da Silva, 27, conseguiu o melhor resultado no simulado on-line Folha-Adaptativa para o Enem: 831 pontos.

Para se ter uma ideia do que o número significa, a melhor nota média no Enem do ano passado foi 743 pontos, do colégio Objetivo Integrado (leia mais aqui).

“Não estava esperando ir tão bem”, diz a estudante. Formada em administração pública por uma universidade particular a distância, ela agora pretende cursar medicina em uma universidade pública na capital São Paulo, onde mora, ou nas redondezas. “Quero chegar na cidade da universidade de ônibus e em poucas horas”, brinca.

A ideia dela é se especializar em medicina alternativa e homeopática –interesse despertado quando ela estudou jardins medicinais.

Para chegar lá, Mariana diz que estuda intensamente uma média de oito horas por dia em casa –“na minha cama, tomando sol, no quintal”– com a ajuda de plataformas on-line de aprendizado. “Cursinho [pré-vestibular] é muita pressão”, diz. Para conseguir se dedicar aos estudos em período integral, ela fez uma poupança e deixou para trás um emprego como assistente administrativa.

CINCO MIL QUESTÕES 

A estudante diz que abusa de simulados on-line como o oferecido pela Folha-Adaptativa para treinar–calcula que já deve ter resolvido umas cinco mil questões do Enem só neste ano. E, para avaliar seu desempenho, eis a estratégia: “Faço as provas, coloco os resultados em uma planilha do Excel e analiso”, conta. “Vejo os assuntos que mais caem, os temas que mais acerto e analiso a minha confiança na questão –quando erro, em geral é porque eu fiquei em dúvida entre duas respostas”, diz. “Isso é método de estudo.”

É nessa planilha própria que ela verifica quais disciplinas e quais assuntos têm de se aprofundar –e aí vai atrás desse conteúdo. Apesar da nota alta no simulado, ela se considera “na média” em todas as disciplinas e diz que derrapa em redação.

60 MIL CONCORRENTES

Mariana “concorreu” pelo pódio com mais de 60 mil pessoas que se inscreveram para fazer a simulação. Mais da metade dos inscritos tinha entre 18 e 24 anos — a chamada “idade universitária”.

Essa é a terceira edição do simulado para o Enem oferecido pela Folha com questões inéditas e com correção feita com a mesma tecnologia utilizada pelo MEC, a TRI (Teoria de Resposta ao Item). Diferentemente das provas convencionais de vestibular, como a Fuvest, no Enem as questões têm valores diferentes, dependendo, por exemplo, do índice de erro e de acerto das perguntas.

O simulado da Folha-Adaptativa para o Enem também tem prova de redação; neste ano, 80% dos inscritos que concluíram as questões da simulação também fizeram a redação e corrigiram os textos colaborativamente. Essa parte da prova é importante: no ano passado, quase 10% dos alunos que fizeram o Enem zeraram na redação. Foram cerca de 500 mil notas zero (leia mais aqui).

As provas do Enem acontecem nacionalmente nos dias 24 e 25 de outubro e devem ser feitas por cerca de sete milhões de jovens.  Além de ser usada para ingresso em quase todas as universidades federais do país, a nota no Enem também é usada para quem quiser uma bolsa no Ciência sem Fronteiras (bolsas acadêmicas em universidades do exterior).

 

Mariana Ferreirinha da Silva, 27, teve o melhor desempenho no simulado da Folha para o Enem
Mariana Ferreirinha da Silva, 27, teve o melhor desempenho no simulado da Folha-Adaptativa para o Enem. Foto: arquivo pessoal

 

 

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