Abecedário https://abecedario.blogfolha.uol.com.br Universidades, escolas e rankings Mon, 10 Dec 2018 18:26:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Universidades do Brasil caem em ranking mundial de empregabilidade de egressos https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/09/12/universidades-do-brasil-caem-em-ranking-mundial-de-empregabilidade-de-egressos/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/09/12/universidades-do-brasil-caem-em-ranking-mundial-de-empregabilidade-de-egressos/#respond Wed, 12 Sep 2018 18:37:59 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/usp-320x213.jpeg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3404 As instituições de ensino superior do Brasil perderam algumas casas na avaliação mundial de empregabilidade de egressos da consultoria britânica QS. Na listagem divulgada nesta segunda (10), a USP — líder nacional — caiu de 61º lugar (na listagem de 2018) para 67º lugar (no ranking de 2019). Já a Unicamp, segunda colocada do país no ranking, caiu do grupo 201º-250º lugar no mundo em termos de empregabilidade para a faixa 250º-301º no mesmo período.

O ranking da QS avalia 650 universidades do globo e classifica as 500 melhores. A listagem tem base em cinco indicadores: reputação dos egressos no mercado de trabalho (30% da nota de cada universidade), sucesso dos ex-alunos (25%), parceria entre empregadores e docentes (25%), presença de empresas na universidade (10%) e empregabilidade dos formados até doze meses após a formatura (10%).

Olhando isoladamente os indicadores, no entanto, a USP vai bem em dois quesitos. A universidade, por exemplo, está em 26ª posição no mundo especificamente no indicador de sucesso dos ex-alunos. Isso significa que a USP forma boa parte dos líderes do mercado nacional. Isso já apareceu em uma pesquisa do Datafolha divulgada em 2017 — o levantamento mostrou que pelo menos um em cada dez líderes pesquisados no Brasil é “uspiano”.

A USP está, ainda, em 55ª posição na reputação entre as empresas no ranking de empregabilidade da QS. A boa reputação da universidade aparece também no RUF – Ranking Universitário Folha 2017. A universidade é a mais mencionada no país entre os empregadores consultados no Brasil.

A USP, no entanto, zera no indicador que avalia a presença das empresas nas universidades no ranking QS. Isso é medido pela quantidade de vezes que os empregadores consultados estiveram no campus da universidade doze meses antes da realização da pesquisa. A QS considera que essa conexão entre empregadores e estudantes é importante para criar networking e para a carreira dos futuros egressos. Quem lidera especificamente esse quesito é a Universidade de Ciência e Tecnologia Huazhong , da China.

Os Estados Unidos lideram a listagem geral de empregabilidade da QS com universidades como Stanford, MIT, Universidade da Califórnia em Los Angeles e Harvard. A Austrália, com as universidades de Sidney e de Melbourne, aparece na sequência. Em termos regionais, a PUC-Chile (37º lugar) e o Instituto Tecnológico de Monterrey do México (52º lugar) são os destaques da América Latina — seguidos pela USP.

Neste ano, seis brasileiras estão na lista das 500 universidades com melhor empregabilidade do mundo — todas da região Sudeste do país. No ranking publicado ano passado, o país tinha sete universidades da listagem. Saíram a PUC-SP e UnB; já a Unesp passou a figurar na listagem das 500 melhores do mundo em empregabilidade.

Essa é a terceira edição do ranking de universidades QS de empregabilidade. A consultoria britânica publica desde 2011 um ranking mundial de universidades no qual a reputação entre empregadores é um dos indicadores utilizados.

 

As brasileiras no ranking de empregabilidade da QS 2019

USP – 67º lugar
Unicamp –  250º -301º
UFRJ –  250º -301º
Unesp –  301º -500º
UFMG –  301º -500º
Unifesp –  301º -500º

Fonte: QS empregabilidade 2019

]]>
0
Quando conheci Otavio, ele disse que o jornalismo cresceria com a educação https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/08/21/quando-conheci-otavio-ele-disse-que-o-jornalismo-cresceria-com-a-educacao/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/08/21/quando-conheci-otavio-ele-disse-que-o-jornalismo-cresceria-com-a-educacao/#respond Tue, 21 Aug 2018 22:56:37 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/otavio-320x213.jpg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3365 Conheci Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha, morto nesta terça (21), aos 61, quando estudava na Universidade de Michigan (EUA), com uma bolsa mantida pela própria Folha — e eu era a bolsista da vez. Ele fora conhecer, em 2012, a parceria do jornal estabelecida com a universidade alguns anos antes. Eu fiquei responsável por mostrar como funcionava a coisa toda em uma conversa pelo campus.

Nunca me esquecerei daquela conversa.

Otavio falou com otimismo sobre o futuro do jornalismo. Ele disse — e eu concordei — que assim que o país começasse a melhorar o seu sistema educacional, uma massa de leitores em potencial passaria a ter acesso à informação de qualidade. Disse que achava que isso aconteceria logo. E que o jornalismo profissional, então, ganharia ainda mais força.

Tudo o que aprendi sobre jornalismo profissional teve influência do Otavio — a começar pelo Manual de Redação da Folha, que li aos 18 anos. Eu tinha ganhado a publicação de presente de aniversário de meu pai.  Isso foi exatamente dez anos antes de que eu começasse a trabalhar na Folha. Aquilo era e continua sendo a minha referência.

Eu me lembro claramente de me dar conta, naquela conversa com Otavio, no campus da Universidade de Michigan, do tamanho de minha sorte (ou seja lá que nome isso pode ter). Eu estava em uma das melhores universidades do mundo, estudando um tema que havia escolhido, com uma bolsa da empresa para qual eu trabalhava, falando com um gigante do jornalismo profissional no Brasil.

A própria bolsa que eu tinha recebido da Folha mostrava a preocupação da empresa com a profissionalização do jornalismo. “Você está conseguindo ter tempo para pensar?”, ele me perguntou na época. Fiz que sim. “Bons jornalistas precisam de um tempo para pensar”, ele disse.

Em Michigan, eu estudei diferentes metodologias de rankings universitários e seus indicadores. Queria entender como se define mundo afora que uma universidade é melhor do que outra. Isso foi logo depois de termos lançado a primeira edição do RUF – Ranking Universitário Folha — uma ousadia da Folha, elogiada na época pelo Otavio (era a primeira vez que um jornal brasileiro reunia tantos dados sobre educação superior no país em uma só plataforma).

Também falamos, naquela conversa, sobre astronomia. Eu já tinha ouvido falar pelos corredores da redação que Otavio gostava muito de ciência, mas, hoje, vejo que o assunto foi uma tentativa humilde dele se conectar com a interlocura, que, na época, era repórter científica. Falamos sobre exoplanetas — planetas que também orbitam uma estrela como o Sol, mas que estão fora do nosso sistema solar, — e sobre descobertas recentes do jipinho da Nasa que tinha acabado de pousar em Marte.

De volta ao Brasil, migrei para a área de educação no jornal e terminei meu doutorado, na Unicamp, sobre avaliação de ensino superior. Continuei trabalhando no RUF até hoje. Também tenho trabalhado com indicadores de educação básica e sigo achando, como Otavio dizia, que o jornalismo sério e profissional crescerá com a melhora da qualidade de nossa educação — algo tão urgente.

Eu me lembro de ter  me despedido do diretor de Redação da Folha, lá na Universidade de Michigan, agradecendo pela bolsa de estudos nos EUA, pelas oportunidades que eu tive de experimentar na Folha (por exemplo, lançando o RUF) e por tudo o que estava aprendendo em jornalismo sério, comprometido e de qualidade. Acho que ele não respondeu, às vezes ele parecia tímido. Hoje, gostaria de agradecer tudo de novo.

Otavio, muito obrigada.

 

 

]]>
0
Impacto das universidades brasileiras é baixo mesmo na América Latina https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/07/20/impacto-das-universidades-brasileiras-e-baixo-mesmo-na-america-latina/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/07/20/impacto-das-universidades-brasileiras-e-baixo-mesmo-na-america-latina/#respond Fri, 20 Jul 2018 18:07:32 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/unicamp-320x213.jpeg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3290 O Brasil tem as melhores universidades latino-americanas, de acordo com um ranking britânico divulgado na quarta (18) pelo THE – Times Higher Education. No entanto, quando olhamos especificamente para o impacto das instituições brasileiras, que é um dos critérios analisados pelo ranking THE, o Brasil perde para países como Peru, Equador e Colômbia.

O THE avalia as universidades especificamente da América Latina com base em cinco indicadores: ensino, pesquisa científica, impacto da pesquisa, internacionalização e relação com a indústria. O Brasil vai bem na maioria dos quesitos, mas derrapa no impacto de seus trabalhos acadêmicos.

Considerando os cinco compoentes da fórmula do THE, a Unicamp lidera a América Latina, seguida pela USP. Seis universidades brasileiras estão entre as dez primeiras da região — um número maior do que no ano passado, quando havia cinco (neste ano, as federais de Minas e do Rio Grande do Sul entraram para o topten, enquanto a UFRJ caiu para 12º lugar).

Quem tem mais impacto na região latino-americana, no entanto, é a Universidade Caytano Heredia, do Peru, seguida pela Diego Portales (Chile). A primeira brasileira na avaliação de impacto, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), aparece em 16º lugar depois de instituições da Colômbia, do Equador, da Argentina e do México. A Unicamp está em 28º lugar seguida da USP, em 29º.

O componente que avalia o impacto das universidades no ranking latino-americano do THE vale um 20% da nota recebida pela universidade (na listagem mundial, esse item vale ainda mais: 30% da nota). Para fazer o cálculo, o THE se debruça sobre a quantidade de trabalhos científicos de cada universidade mencionados em outros trabalhos publicados posteriormente.

O Brasil vai mal nessa análise porque os trabalhos brasileiros são menos citados mundialmente do que aqueles feitos em outros países da América Latina. O baixo impacto dos trabalhos acadêmicos por aqui é, aliás, o que mais tem derrubado as universidades brasileiras em comparações globais. Para se ter uma ideia, a USP, que já esteve em 158º lugar no ranking THE global (em 2012), hoje está na classificação 251-300 no mundo.

Por que isso acontece?

Há algumas explicações. Em primeiro lugar, o Brasil ainda publica boa parte de seus estudos científicos em português (estima-se que 70% dos mais de 300 periódicos científicos nacionais sejam em língua portuguesa). Isso impede que cientistas que não falem o nosso idioma consigam ler e citar os trabalhos brasileiros. Tem mais impacto as universidades que priorizam estudos publicados em inglês.

Há, ainda, quem diga que o problema esteja na qualidade dos trabalhos acadêmicos brasileiros mesmo. Se um estudo científico não trouxer uma descoberta relevante, então dificilmente será citado por trabalhos feitos posteriormente.

Mas atenção: isso não significa que a qualidade dos pesquisadores das universidades brasileiras seja ruim (a literatura sobre o assunto ressalta, inclusive, que indicador de impacto não serve para medir produção individual, mas sim a produção das instituições).

Acontece que para publicar um estudo que abale a comunidade acadêmica global é preciso ter recursos para infra-estrutura, para insumos de laboratório, para pagar alunos de pós-graduação. E, por aqui, para se ter uma ideia, os investimentos federais destinados à ciência já caíram pela metade desde 2014.

O corpo docente das universidades brasileiras, avaliado no THE no indicador de “ensino”, aliás, está entre os melhores da região. Nove dentre as dez universidades mais bem avaliadas nesse quesito são do Brasil — a exceção é a Universidade dos Andes, da Colômbia, em 10º lugar.

No lugar de comemorar a boa posição da Unicamp e da USP na avaliação geral das universidades latino-americanas do THE, vale a pena esmiuçar os indicadores e projetar cenários. Enquanto os investimentos em ciência não se normalizarem no Brasil, o impacto da ciência brasileira vai continuar caindo na América Latina e no mundo –e aí vamos caminhar em passos largos para o final da fila de qualquer ranking.

 

]]>
0
Brasileiro assume grupo ligado à Unesco que trata de rankings universitários https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/06/28/brasileiro-assume-grupo-ligado-a-unesco-que-trata-de-rankings-universitarios/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/06/28/brasileiro-assume-grupo-ligado-a-unesco-que-trata-de-rankings-universitarios/#respond Thu, 28 Jun 2018 12:33:16 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/Luiz-CláudioIREG-320x213.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3231 O matemático Luiz Cláudio Costa, ex-presidente do Inep-MEC (até 2012) e professor aposentado da Universidade Federal de Viçosa, dentre outras credenciais, acaba de assumir a principal referência mundial em rankings universitários: o Observatório de Rankings Acadêmicos e de Excelência (IREG, na sigla em inglês) ligado à Unesco.

Criado em 2009, a ideia do observatório é acompanhar e discutir em uma reunião anual as metodologias e os impactos de rankings universitários nacionais e internacionais de todo o mundo — como o RUF (Ranking Universitário Folha). O RUF, aliás, apresentou sua metodologia na reunião anual do IREG em 2013, em Varsóvia, na Polônia.

Para se ter uma ideia, a estimativa é que existam hoje cerca de 20 rankings globais de universidades, que analisam e comparam instituições de todo o mundo, e mais de 60 rankings nacionais como o RUF. Essas avaliações olham para indicadores como produção científica de cada instituição, nível de formação dos docentes e taxa de evasão dos alunos.

O primeiro deles, do jornal U.S.News (EUA), o “U.S. News & World Report”, surgiu em 1983 com objetivo de orientar alunos estrangeiros que buscavam estudar daquele país. Vale lembrar que em boas universidades americanas, cerca de um em cada cinco alunos vem de países como China e Arábia Saudita. O ranking é publicado anualmente até hoje e inspirou listagens de países como Canadá, México, Chile e do Brasil (caso do RUF).

A questão é que, como mostra a literatura acadêmica na área, rankings universitários impactam a decisão de alunos, a gestão de universidades de todo o mundo e as políticas públicas voltadas ao ensino superior. Uma das ideias da gestão de Costa no IREG, diz, é avaliar se rankings universitários têm melhorado a qualidade do ensino superior de todo mundo. “Também vamos discutir em profundidade o desbalanço que hoje existe nos rankings em favor das atividades de pesquisa em relação as atividades de ensino. É muito difícil medir ‘qualidade de ensino'”.

O blog conversou com Luiz Cláudio Costa com exclusividade. O especialista elogiou os conceitos e pressupostos do RUF, que considera “muito adequados à realidade brasileira”. Acompanhe a seguir a conversa.

Abecedário – Por que é importante que a Unesco se volte ao tema dos rankings universitários como tem feito por meio do IREG?
Luiz Cláudio Costa – A Unesco é uma importante organização que tem um forte vinculo com a educação. É muito importante quando falamos de educação superior e de avaliação, com o objetivo de melhorar a qualidade, termos dados e metodologias bem definidas. Esse é um papel que a Unesco deve ter, auxiliar na discussão de metodologias, na definição de alguns termos e até mesmo no uso dos rankings. A instituição já fez uma publicação sobre o assunto em 2013 (“Rankings and Accontability in Higher Education, Uses and Misuses”). Ela foi parte importante na criação do IREG, mas precisamos fortalecer o diálogo com a Unesco para que a sociedade, pesquisadores e as próprias instituições tenham mecanismos para analisar sua performance e propor melhorias para o ensino superior.

O que pretende abordar na sua gestão no IREG?
Já apresentei alguns temas que pretendo priorizar, dentro do pressuposto de que a avaliação só tem sentido se induzir melhoria de qualidade, e esse deve ser o adequado uso dos rankings. Vamos fazer uma discussão durante todo esse ano e apresentaremos os resultados em 2019 na Universidade de Bologna (Itália), se ao longo dos anos,  considerando o marco do ranking de Shangai Ranking em 2003 [primeiro ranking a a avaliar universidades de todo o mundo, feito na China],  os rankings contribuíram para a melhoria de qualidade nas universidades. Vamos convidar algumas universidades para falar de suas experiências.
Também criei um grupo de estudo para definir aquilo que chamamos de “semântica dos rankings”, por exemplo, o que significa “full time students” [estudantes em período integral]. Entendo que é preciso que os rankings tenham uma certa padronização em seus conceitos. Da mesma forma, estaremos discutindo em profundidade o desbalanço que hoje existe nos rankings em favor das atividades de pesquisa (é mais fácil de medir publicações de alto impacto) em relação às atividades de ensino. É muito difícil medir “qualidade de ensino”. Hoje a maioria dos rankings trabalha com “reputação”. Esse é um grande desafio.

Hoje a literatura já fala em 60 rankings nacionais de universidades e mais de 20 rankings internacionais. Na sua opinião, por que os rankings viraram um fenômeno tão grande?
Veja, estamos tratando de um tema que é muito caro à sociedade: educação de qualidade. É um bem social no qual cada vez mais as pessoas investem tempo e dinheiro. É portanto importante ter alguns parâmetros  para se medir a qualidade das instituições de ensino superior. É também importante para o país, para os governantes saber que as suas instituições estão produzindo educação e conhecimento de qualidade. Cada vez mais os rankings ganham a atenção da sociedade. É um fenômeno que veio para ficar. 

Há algum ranking de universidades no mundo que ache particularmente interessante?
Acho muito interessante o conceito do THE [Times Higher Education, que é britânico] e do QS University Rankings [também britânico, elaborado inicialmente junto com o THE], mesmo que tenham algumas restrições na forma que eles avaliam o ensino. Dos rankings nacionais o “U.S. News & World Report” se destaca. Gosto muito dos conceitos e pressupostos do RUF, muito adequados à realidade brasileira. Tem um novo ranking, que eu estou chamando da segunda geração dos rankings, o “Moscow University Ranking (MosIUR)”, que vale a pena observar. Eles estão tentando responder as perguntas corretas e necessárias, por exemplo, como buscar indicadores para medir a qualidade do ensino e a relação da universidade com a sociedade (extensão).

No caso do Brasil, há algo que seja importante avaliar quando se trata de qualidade nas universidades que ainda não esteja sendo analisado?
O Brasil tem uma tradição histórica de avaliação realizada pelo Estado, como indutor de qualidade. Essa tradição começa na pós-graduação e, na graduação, veio o Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior), do Inep-MEC. Apesar dos avanços, uma das dificuldades do Sinaes é que as suas avaliações também têm repercussão nos processos de regulação e supervisão, e alguns de seus indicadores precisam ser revistos. Um deles, por exemplo o Conceito Preliminar de Curso (CPC), que na realidade não é um conceito e não é preliminar, mas é sim um indicador de qualidade curso. Deveria ser usado com esse objetivo. Enfim temos avanços. Fora do governo, como já disse anteriormente, o RUF trouxe avanços e um outro olhar, como por exemplo, empregabilidade. Acho que precisamos ainda avançar no acompanhamento da trajetória do egresso.

]]>
0
China lidera ranking universitário de países emergentes; Brasil perde posições https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/16/china-lidera-ranking-universitario-de-emergentes-brasil-perde-posicoes/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/16/china-lidera-ranking-universitario-de-emergentes-brasil-perde-posicoes/#respond Wed, 16 May 2018 12:00:56 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/pekin-university-320x213.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3159 Sete das dez melhores universidades dos países emergentes são chinesas, de acordo com o último ranking divulgado pelo THE (Times Higher Education). No topo também aparecem universidades da Rússia (3º lugar), da África do Sul (9º) e de Taiwan (10º). A primeira brasileira a figurar na lista, a USP, está em 14º lugar no mesmo ranking — caiu três posições desde a primeira avaliação de países emergentes do THE, publicada em 2014. Já a China, no mesmo período, aumentou em 43% a quantidade de universidades no “topten” do ranking de universidades de países emergentes.

O que está acontecendo com o ensino superior da China? E do Brasil?

Primeiro, vamos entender esse ranking de universidades. A lista do THE avalia e compara instituições de 42 países como China, Argentina, Brasil, Polônia e  África do Sul. Em tese, são países que têm certa semelhança econômica e que desenvolveram seu ensino superior recentemente (as universidades de países desenvolvidos são mais antigas — as melhores instituições dos EUA são dos século 17 e 18; na Europa Ocidental, há instituições de até mil anos).

Veja a classificação das universidades brasileiras no RUF

A diferença dos resultados da China e do Brasil no ranking evidencia que as políticas de ensino superior daqui e de lá têm andando bem diferentes.

A China tem investido pesadamente nas chamadas universidades de nível mundial (world-class), que são instituições grandes, com orçamento parrudo, intensivas em pesquisa e fortes internacionalmente. Desde o final da década de 1990, o governo chinês tem colocado recursos extras em nove instituições de ensino superior chinesas para literalmente bombá-las globalmente.

A Universidade de Pequim (foto), líder do ranking das emergentes do THE, está entre as nove escolas chinesas que tem recebido dinheiro extra do governo. Isso, claro, tem melhorado significativamente seus indicadores. Para se ter uma ideia, em outra avaliação de universidades, a ARWU, conhecida como “Ranking de Shangai”, a Universidade de Pequim passou da classificação no grupo 201-300 (em 2003) para 71º lugar (em 2017). Um salto gigante.

MENOS DINHEIRO

Já no Brasil, houve um ensaio de aportes extras de recursos em universidades de nível mundial no segundo mandato de Dilma Rousseff, que acabou não saindo do papel. Em sentido contrário, as universidades brasileiras estão perdendo dinheiro. Todas elas.

Nas universidades federais, há cortes de recursos de investimento e de custeio (manutenção). Nas estaduais, como a USP, o orçamento cai junto com a queda na arrecadação de ICMS. As particulares perderam recursos de financiamento estudantil.

Intensificar pesquisa científica, que vale metade das notas recebidas pelas universidades no ranking THE dos países emergentes, também está difícil por aqui. O Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, de onde sai boa parte do fomento à ciência nacional, perdeu metade do seu orçamento desde 2014.  Mal dá para manter o ritmo da produção acadêmica.

Outros países emergentes estão seguindo o caminho da China. Como lembra Lara Thiengo, que acabou de defender uma tese de doutorado sobre universidades de nível mundial na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a Rússia também tem investido mais dinheiro em um grupo de universidades. “Na Rússia, foi implantado, em 2015, o Projeto 5-100, que tem como objetivo promover a ‘educação russa de classe mundial’’, diz.  A ideia do governo, conta Lara, que é pesquisadora da rede de estudos de rankings Rankintacs, é que cinco universidades russas estejam entre as cem melhores do mundo até 2020, tendo como medida rankings como o THE.

Bom, parece que o projeto tem dado resultados. Hoje a Universidade Estadual Lomonosov de Moscou ocupa o 3º lugar no ranking THE de países emergentes –subiu seis posições desde a primeira listagem, de 2014. Há onze instituições russas entre as cem melhores dos países emergentes. Em 2014, havia apenas duas universidades da Rússia no mesmo grupo.

A questão é que rankings universitários são comparações entre instituições. Se universidades de países emergentes como Rússia e China recebem mais recursos, intensificam sua pesquisa e sobem de posições em listagens como o THE, outras instituições vão perder casas — e o Brasil tem ocupado esse papel.

No lugar de refletir sobre a queda de posição isolada de uma universidade como a USP, seria bacana a gente analisar o ensino superior do país todo como uma política nacional.

 

]]>
0
Sobre as mães de universitários que escrevem para o blog https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/14/sobre-as-maes-dos-universitarios-que-escrevem-para-o-blog/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/14/sobre-as-maes-dos-universitarios-que-escrevem-para-o-blog/#respond Mon, 14 May 2018 17:39:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3138
Praça do relógio na USP; para especialistas, participação de mães em vida universitária é fenômeno brasileiro (Eduardo Anizelli – 24.nov.2016/Folhapress)

Neste mês das mães, resolvi escrever sobre um interlocutor importante que tenho desde que comecei a me debruçar sobre o tema de ensino superior: as mães dos universitários brasileiros. Elas estão sempre aqui no blog, na página do Ranking Universitário da Folha e na minha caixa de entrada de e-mails.

Falei sobre essa forte presença maternal entre estudantes jovens e adultos no Congresso Internacional da FAUBAU (Brazilian Association for International Education), em abril, e ouvi, dos especialistas em educação estrangeiros que estavam presentes, que isso é um fenômeno tipicamente brasileiro — talvez latinoamericano. Pode ser.

Por aqui, recebo com frequência mensagens de mães de universitários pedindo informações sobre cursos e instituições de ensino superior de todo o país. Elas querem saber de tudo: preço, qualidade, empregabilidade, como funcionam as repúblicas estudantis. Tem muita festa? O objetivo declarado é ajudar os filhos e filhas que estão planejando entrar na universidade –ou já estão matriculados em um curso de graduação e até de pós-graduação.

Para se ter uma ideia, recebo mais mensagens de mães do que dos próprios filhos universitários!

Nas universidades brasileiras que visito para falar sobre o RUF, lá estão as mães. Já vi mães acompanhando seus filhos da graduação (e muitas vezes da pós-graduação) pelos corredores acadêmicos para questionar notas com os professores, justificar comportamentos e debater questões didáticas. Há pais, também, claro, mas elas são maioria. Dizem os coordenadores de curso, isso está ficando cada vez mais comum.

PROGRAMA DE TREINAMENTO

Há, ainda, algumas mães que levam seus filhos e filhas universitárias mais adiantados nos cursos universitários para as provas de programas de treinamento de grandes empresas. Entram com a cria no processo seletivo, ficam na sala de espera durante a prova, assim, avaliando se aquele ambiente é adequado.

Isso é um problema.

A idade universitária corresponde ao fim da adolescência e à passagem para a vida adulta, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Um universitário está justamente aprendendo a resolver problemas, debater notas, escolher disciplinas. Ele tem que saber selecionar um programa de treinamento de acordo com a carreira que está desenhando. Não pode ter alguém tomando a decisão por ele.

As melhores universidades do mundo exigem que os alunos morem em residências universitárias estudantis (longe dos pais e das mães) justamente para aprender a conviver com a diferença, a resolver problemas sozinho, a gerenciar a própria vida. Isso pode ser mais importante do que muitos cursos porque desenvolve as habilidades sociais dos estudantes.

Em Stanford (EUA), por exemplo, todos os alunos de gradução moram no campus –mesmo que eles sejam originalmente das redondezas de Palo Alto, na Califórnia, onde fica a escola. A “mensalidade” da universidade inclui a moradia.

A literatura de educação mostra que atitudes superprotetoras dos pais podem render comportamentos infantilizados dos filhos –inclusive na idade adulta. Isso significa que se o jovem, em transição para a maturidade, não aprender a tomar decisões que dizem respeito a sua própria vida, ele não vai aprender nunca mais.

 

**

Tem uma história inspiradora em educação para compartilhar com a gente neste mês das mães? Fale comigo no sabine.righetti@grupofolha.com.br

 

]]>
0
SISUmetro: confira sua chance de ingresso na universidade a partir da nota oficial do Enem https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/sisumetro-confira-sua-chance-de-ingresso-na-universidade-a-partir-da-nota-oficial-do-enem/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/sisumetro-confira-sua-chance-de-ingresso-na-universidade-a-partir-da-nota-oficial-do-enem/#respond Thu, 18 Jan 2018 10:55:22 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3052

Quem fez o último Enem já pode ter uma ideia de quais instituições públicas de ensino conseguirá entrar. É que o MEC divulga nesta quinta (18) as notas oficiais dos alunos que fizeram o exame em 2017. Com nota em mãos, é possível acessar o app Quero minha nota!, da Folha em parceria com a empresa TunEduc, e ter uma estimativa bem precisa das possibilidades de ingresso no ensino superior público pelo chamado SISUmetro.

Para conseguir fazer o cálculo, basta baixar o aplicativo Quero minha nota!, preencher sua nota oficial no Enem e as informações sobre o curso escolhido. Se você já era usuário do app e tinha preenchido suas respostas no Enem, basta atualizar a informação com a nota oficial divulgada pelo MEC.

Baixe o app ‘Quero minha Nota!’ (Android)

Baixe o app ‘Quero minha Nota!”(iOS)

RUF: confira os melhores cursos e universidades do país

Como errar menos ao escolher uma carreira específica

O SISUmetro mostra a possibilidade de ingresso nas instituições públicas (institutos federais, universidades federais e algumas estaduais), a partir das notas de corte do ano passado. Os critérios de cada universidade, que dão pesos diferentes às quatro áreas do Enem dependendo do curso, também são considerados.

Ter uma ideia de qual é sua chance de ingresso no ensino superior é importante para que o estudante consiga fazer um bom planejamento antes da abertura da inscrição do SISU — sistema do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas a candidatos participantes do Enem. Seguindo cronogramas anteriores, o SISU deve abrir inscrições cerca de duas semanas após a liberação da nota oficial.

Uma das dicas é, por exemplo, avaliar a qualidade das instituições que você tem chance de ser aprovado a partir de informações do RUF – Ranking Universitário da Folha. Analisar as características do curso de cada instituição, o que os alunos matriculados falam sobre ele na internet e como é a cidade onde fica o campus do curso são igualmente importantes para errar menos ao entrar no ensino superior.

O Enem tem ganhado cada vez mais importância no cenário do ensino superior do país. A nota dos alunos no exame também é usada para financiamento estudantil nas instituições de ensino privadas: é preciso ter no mínimo 450 pontos.  Em 2017, mais de  seis milhões de alunos se inscreveram no exame. Um em cada dez alunos que fizeram o Enem já usam o Quero minha Nota!.

]]>
0
Como errar menos ao escolher uma carreira específica na adolescência https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/12/04/como-errar-menos-ao-escolher-uma-carreira-especifica-na-adolescencia/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/12/04/como-errar-menos-ao-escolher-uma-carreira-especifica-na-adolescencia/#respond Tue, 05 Dec 2017 00:03:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3025 No Brasil, cometemos uma crueldade sem tamanho no nosso sistema de ensino superior: obrigamos os jovens vestibulandos a escolher uma carreira específica para a vida inteira como “economia empresarial e controladoria com ênfase em negócios internacionais” antes mesmo de entrar na universidade. O problema é que o nosso ensino médio não prepara ninguém para escolher uma carreira específica, o cérebro dos jovens não está pronto para decisões de longo prazo e, se o aluno escolher o curso errado, ele tem de sair do sistema para prestar vestibular de novo. Isso significa perda de tempo e de dinheiro –público ou privado.

Quem aí não conhece alguém que mudou de curso na universidade várias vezes? Ou, pior: quem aí não conhece pelo menos uma pessoa que sabe que está na carreira errada? Recentemente, falei em um TED na USP sobre como errar menos ao escolher uma carreira específica na adolescência. Já que não podemos mudar a porta de entrada no sistema de ensino superior no país, podemos ao menos reduzir a influência da rigidez desse sistema na escolha dos cursos superiores.

Quer saber como? Assista ao TED abaixo e espalhe a ideia!

]]>
0
Confira as três questões mais fáceis e as mais difíceis do Enem por área do conhecimento https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/11/27/confira-as-tres-questoes-mais-faceis-e-as-mais-dificeis-do-enem-por-area-do-conhecimento/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/11/27/confira-as-tres-questoes-mais-faceis-e-as-mais-dificeis-do-enem-por-area-do-conhecimento/#respond Mon, 27 Nov 2017 18:14:15 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3011

O gabarito do Enem 2017 você já conhece, mas não seria interessante ver se você acertou as questões mais difíceis da prova? Então vamos lá. A Folha elencou as perguntas mais tranquilas e as que mais deram trabalho no Enem deste ano por área do conhecimento —Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática.

A seleção de questões foi feita a partir dos gabaritos inseridos pelos usuários do aplicativo Quero Minha Nota!, da Folha e da startup de dados educacionais Tuneduc.

Até agora, 10% dos alunos que fizeram Enem neste ano já inseriram suas respostas no app e conferiram a estimativa da sua nota no exame —lembrando que, no Enem, a nota na prova não é correspondente à quantidade de questões certas. O cálculo, feito por uma tecnologia chamada TRI, que tem base no padrão de respostas dos alunos para estimar, por exemplo, se o estudante chutou alguma resposta.

Baixe o app ‘Quero minha Nota!’ (Android)

Baixe o app ‘Quero minha Nota!”(iOS)

Se você ainda não baixou o Quero Minha Nota!, ainda dá tempo. Além de ter uma estimativa da sua nota no Enem, você consegue ter uma ideia de quais universidades federais seria aprovado de acordo com sua nota no exame.

E, se já baixou o app, confira abaixo se você acertou as questões mais difíceis do Enem!

:: Linguagens e Códigos e suas Tecnologias ::

MAIS FÁCEIS: questões 11 (abaixo), 21 e 34 do caderno AZUL do Enem 2017


Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“As questões mais fáceis da prova são aquelas que exigem a capacidade de identificar informações presentes em textos ou a partir da leitura de imagens. As questões 11 e 34 tiveram resolução facilitada por apresentarem textos base curtos, com linguagem simples e clara, exigindo leitura e interpretação de imagens, mas não inferências. A resolução da questão 21 exigia um passo extra, solicitando que os candidatos relacionassem o texto à determinada concepção artística, mas pode ser considerada fácil pela forma como foram construídas as alternativas.”

MAIS DIFÍCEIS:  questões 7, 25 e 33 do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
Alguns professores que comentaram a prova mencionaram a extensão dos textos base, que foi considerada cansativa. Além disso, identificaram a necessidade de relacionar textos e movimentos artísticos, habilidade necessária para a escolha das alternativas. Para se ter uma ideia, uma das questões mais difíceis do Enem deste ano, a questão 7, teve respostas diferentes do gabarito oficial em sites de resolução comentada, mostrando a complexidade da tarefa de interpretação. Todas as três questões consideradas mais difíceis requerem do candidato a capacidade de inferir informações (como a intenção do autor) e discriminar gêneros textuais, relacionando-os com determinada corrente artística.”

:: Ciências Humanas e suas Tecnologias ::

MAIS FÁCEIS: questões 47, 58 e 86 do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
As questões exigem operações cognitivas de menor complexidade, pois apresentam uma relação bastante direta entre o que se descreve nos textos e as alternativas. Isso exige pouco conhecimento prévio dos temas tratados. Além disso, assuntos como nazismo, terremotos e imigração são comumente discutidos na escola e fora dela.”

MAIS DIFÍCEIS: questões  68, 75 e 90 (abaixo) do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“As três questões exigem operações cognitivas complexas. Demandam dos candidatos a capacidade de analisar um fragmento de conteúdo (textual ou imagético) e extrair deles relações indiretas, que permitam extrapolar o contexto do conteúdo para encontrar a alternativa correta. Além disso, os itens exigem que os alunos somem conhecimentos prévios às informações contidas nos textos ou imagens, o que os tornam mais complexos.”

:: Ciências da Natureza e suas Tecnologias ::

MAIS FÁCEIS: questões 101, 115 e 132 (abaixo) do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“As três questões possuem conteúdos recorrentes nos vestibulares e nos materiais didáticos do ensino médio. A questão 101 pode ser resolvida com base no senso comum de que lâmpadas de LED são eficientes e não esquentam, dispensando a análise profunda dos gráficos apresentados. As outras duas (132 e 115) são “conteúdistas” e sem grande complexidade.”

MAIS DIFÍCEIS:  questões 106, 108 e 131 do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
Estas questões exigem conhecimento profundo dos temas abordados. A questão 108 é sobre energia mecânica e trabalha com a variação da energia potencial e cinética. Para respondê-la, é necessário relacionar o conhecimento físico com conhecimento gráfico de funções lineares e funções quadráticas. A resolução é feita a partir da manipulação das fórmulas de energia, buscando o caráter gráfico da função que foi gerada como resposta. A pergunta 131 exige quatro etapas de cálculos, com resultados dependentes entre si. Errar uma das etapas é suficiente para errar a questão. Para responder a questão 106, o aluno teve que extrapolar seus conhecimentos escolares de fisiologia vegetal e aplicá-los em um contexto diferente do usual.”

:: Matemática e suas Tecnologias ::

MAIS FÁCEIS: questões 154, 155 e 178  do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“Trazem conteúdos do ensino fundamental. As questões 154 e 178 envolvem a resolução de problemas por meio de raciocínio lógico: a primeira exigindo conhecimentos de orientação espacial e, a segunda, o raciocínio lógico-numérico. A questão 155 exige a resolução de um problema envolvendo informações apresentadas em uma tabela com cálculo da média aritmética.”

MAIS DIFÍCEIS: questões 140 (abaixo), 143 e 160  do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“As questões com menor número de acertos exigem alguma capacidade de abstração do aluno. Uma das questões envolve conhecimento em geometria plana (partes do círculo e área do retângulo), já as outras duas envolvem conhecimentos em análise combinatória.”

]]>
0
Para diversificar perfil de aluno, FGV-SP lança curso noturno de administração https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/07/12/para-diversificar-perfil-de-aluno-fgv-sp-lanca-curso-noturno-de-administracao/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/07/12/para-diversificar-perfil-de-aluno-fgv-sp-lanca-curso-noturno-de-administracao/#respond Wed, 12 Jul 2017 23:46:26 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2888
Fachada da Escola de Administração da FGV-SP (no centro de São Paulo)

Conhecida por ser uma escola tradicional de administração no país, a FGV-SP acaba de dar um passo importante para diversificar o perfil dos seus alunos. A partir de 2018, 50 estudantes poderão fazer administração de empresas à noite.

Hoje, a escola oferece o curso exclusivamente diurno em período integral (é o melhor curso privado do país no RUF de 2016). Ou seja: os alunos têm de se dedicar apenas aos estudos nos anos iniciais –até começar a fase de estágios.

A ideia do curso noturno, de acordo com Nelson Lerner Barth, coordenador do curso de administração, é alcançar quem já trabalha.

Isso inclui quem não poderia deixar o emprego de lado por questões financeiras. Também estão no alvo os estudantes mais velhos, que já estão no mercado de trabalho em outra área e pretendem fazer uma segunda graduação.

Esse é um passo importante na diversificação do perfil dos alunos da escola –um processo que foi intensificado internamente há cerca de cinco anos.

A escola tem, por exemplo, um cursinho pré-vestibular para alunos que vieram de escola pública. É uma iniciativa coordenada pelos próprios alunos regulares da graduação. Estudantes de baixa renda que passam no processo seletivo da FGV-SP têm bolsa garantida (o curso todo sai por cerca de R$250 mil).

ESCOLA PÚBLICA

Em 2015, a escola recebeu os primeiros alunos moradores de favela de São Paulo.  Nesse ano, dois refugiados africanos ingressaram na escola.

A FGV-SP sabe que turmas heterogêneas –em termos de gênero, perfil social e idade– rendem aulas mais dinâmicas.

Funciona mais ou menos assim: se todos os alunos forem brancos, de famílias abastadas e egressos de escolas particulares, por exemplo, a visão de mundo do grupo será muito parecida. Quando se monta uma turma bem misturada, com diferentes perfis de estudantes, os debates ficam muito mais acalorados.

Justamente por isso, as melhores universidades do mundo –como as americanas Harvard e MIT– têm cerca de 25% de alunos estrangeiros e investem em turmas com diferentes perfis sociais (o que inclui até misturar ateus, islâmicos e budistas numa mesma classe).

No caso do curso noturno da FGV-SP, a expectativa é ter também alunos que trabalham por opção –caso de herdeiros de empresas.  “O curso noturno é também um facilitador para quem gosta de estudar à noite”, diz Barth.

As inscrições para o processo seletivo de administração de empresas diurno (200 vagas) e noturno (50 vagas) seguem até outubro. O processo seletivo foi modificado no ano passado: agora inclui carta de motivação e entrevista. É uma tentativa de mapear alunos que, além de demonstrar interesse no curso, também tenham boa capacidade de arguição (característica considerada hoje fundamental na formação de lideranças).

O curso noturno terá duração de cinco anos –um ano a mais do que a opção diurna. O valor total será o mesmo, mas as mensalidades do noturno saem um pouco mais em conta, já que o pagamento é diluído no curso que tem maior duração.

]]>
0