Abecedário https://abecedario.blogfolha.uol.com.br Universidades, escolas e rankings Mon, 10 Dec 2018 18:26:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Universidades do Brasil caem em ranking mundial de empregabilidade de egressos https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/09/12/universidades-do-brasil-caem-em-ranking-mundial-de-empregabilidade-de-egressos/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/09/12/universidades-do-brasil-caem-em-ranking-mundial-de-empregabilidade-de-egressos/#respond Wed, 12 Sep 2018 18:37:59 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/usp-320x213.jpeg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3404 As instituições de ensino superior do Brasil perderam algumas casas na avaliação mundial de empregabilidade de egressos da consultoria britânica QS. Na listagem divulgada nesta segunda (10), a USP — líder nacional — caiu de 61º lugar (na listagem de 2018) para 67º lugar (no ranking de 2019). Já a Unicamp, segunda colocada do país no ranking, caiu do grupo 201º-250º lugar no mundo em termos de empregabilidade para a faixa 250º-301º no mesmo período.

O ranking da QS avalia 650 universidades do globo e classifica as 500 melhores. A listagem tem base em cinco indicadores: reputação dos egressos no mercado de trabalho (30% da nota de cada universidade), sucesso dos ex-alunos (25%), parceria entre empregadores e docentes (25%), presença de empresas na universidade (10%) e empregabilidade dos formados até doze meses após a formatura (10%).

Olhando isoladamente os indicadores, no entanto, a USP vai bem em dois quesitos. A universidade, por exemplo, está em 26ª posição no mundo especificamente no indicador de sucesso dos ex-alunos. Isso significa que a USP forma boa parte dos líderes do mercado nacional. Isso já apareceu em uma pesquisa do Datafolha divulgada em 2017 — o levantamento mostrou que pelo menos um em cada dez líderes pesquisados no Brasil é “uspiano”.

A USP está, ainda, em 55ª posição na reputação entre as empresas no ranking de empregabilidade da QS. A boa reputação da universidade aparece também no RUF – Ranking Universitário Folha 2017. A universidade é a mais mencionada no país entre os empregadores consultados no Brasil.

A USP, no entanto, zera no indicador que avalia a presença das empresas nas universidades no ranking QS. Isso é medido pela quantidade de vezes que os empregadores consultados estiveram no campus da universidade doze meses antes da realização da pesquisa. A QS considera que essa conexão entre empregadores e estudantes é importante para criar networking e para a carreira dos futuros egressos. Quem lidera especificamente esse quesito é a Universidade de Ciência e Tecnologia Huazhong , da China.

Os Estados Unidos lideram a listagem geral de empregabilidade da QS com universidades como Stanford, MIT, Universidade da Califórnia em Los Angeles e Harvard. A Austrália, com as universidades de Sidney e de Melbourne, aparece na sequência. Em termos regionais, a PUC-Chile (37º lugar) e o Instituto Tecnológico de Monterrey do México (52º lugar) são os destaques da América Latina — seguidos pela USP.

Neste ano, seis brasileiras estão na lista das 500 universidades com melhor empregabilidade do mundo — todas da região Sudeste do país. No ranking publicado ano passado, o país tinha sete universidades da listagem. Saíram a PUC-SP e UnB; já a Unesp passou a figurar na listagem das 500 melhores do mundo em empregabilidade.

Essa é a terceira edição do ranking de universidades QS de empregabilidade. A consultoria britânica publica desde 2011 um ranking mundial de universidades no qual a reputação entre empregadores é um dos indicadores utilizados.

 

As brasileiras no ranking de empregabilidade da QS 2019

USP – 67º lugar
Unicamp –  250º -301º
UFRJ –  250º -301º
Unesp –  301º -500º
UFMG –  301º -500º
Unifesp –  301º -500º

Fonte: QS empregabilidade 2019

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Empresas estrangeiras são as que mais têm pesquisa com USP, Unesp e Unicamp https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/08/09/empresas-estrangeiras-sao-as-que-mais-tem-pesquisa-com-usp-unesp-e-unicamp/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/08/09/empresas-estrangeiras-sao-as-que-mais-tem-pesquisa-com-usp-unesp-e-unicamp/#respond Thu, 09 Aug 2018 15:06:54 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/brito-cruz-320x213.jpg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3351 Na lista das dez empresas com mais artigos científicos publicados com as universidades estaduais paulistas (USP, Unicamp e Unesp), oito são estrangeiras. As exceções são a Petrobras, que lidera a quantidade de pesquisas em parceria com essas universidades, e a Embraer, que fica em 10° lugar.

O levantamento, inédito, é do diretor-científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz. Foi apresentado nesta quarta (8), no lançamento do livro “Repensar a Universidade: desempenho acadêmico e comparações internacionais” [Com-Arte/Fapesp, 256 págs., R$ 50].

Brito Cruz analisou a quantidade de estudos científicos publicados pelas universidades públicas de São Paulo em co-autoria com empresas, de 2011 a 2017, na base de periódicos acadêmicos Web of Science. “Estamos falando de parceria científica de verdade”, disse. “São estudos feitos de maneira conjunta. Não se trata de a empresa colocar dinheiro para a universidade pintar a parede de um laboratório.”

Entre as empresas de fora com mais trabalhos acadêmicos com os cientistas paulistas no período analisado estão a Novartis (com 118 estudos), a Roche (73) e a Merck (59) — veja lista ao final do texto.

O ranking traz cenários interessantes. Por exemplo, uma pequena empresa nacional de Ribeirão Preto (340km da capital paulista), a Apis Flora, figura em 23° lugar com 26 estudos feitos com universidades. Eles trabalham com produtos para saúde derivados de mel e de própolis — e têm mais estudos acadêmicos com universidades paulistas do que companhias gigantes como a Sanofi (26° lugar, com 22 estudos) e a Microsoft (37° lugar, com 12 estudos).

A Apis Flora, como destacou Brito Cruz, já teve investimento da própria Fapesp para fazer pesquisa. A empresa ganhou, por exemplo, em 2008, um aporte de recursos por meio do programa Pipe (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas) para o desenvolvimento de biocurativos a partir de extrato de própolis para tratar queimaduras.

Os dados de Brito Cruz mostram, ainda, que a quantidade de estudos feitos com empresas no total de publicações das universidades de São Paulo vem aumentando em ritmo frenético e se compara a de países desenvolvidos. Na USP e na Unicamp, por exemplo, quase 3% de todos os estudos científicos publicados entre 2015 e 2017 tiveram parceria com alguma empresa. A taxa é um pouco maior do que a da Universidade da Califórnia em Davis, que fica no meio do Vale do Silício (EUA).

“Isso serve para desmontar um discurso recorrente de que universidades públicas não fazem pesquisa com indústria”, diz Brito Cruz. “Pelo menos no Estado de São Paulo isso não é verdade.”

DESEMPENHO

O livro “Repensar a Universidade: desempenho acadêmico e comparações internacionais”, que traz o estudo de Brito Cruz, reúne trabalhos de 18 especialistas em ensino superior e avaliações de desempenho acadêmico das universidades [um dos estudos da obra, sobre os principais rankings internacionais de universidades que existem, é de minha autoria!]

A obra é coordenada por Jacques Marcovitch, professor e ex-reitor da USP, e faz parte de uma proposta da própria Fapesp de analisar formas de mensurar desempenho acadêmico e de refletir sobre as universidades paulistas. No ano passando, Marcovitch coordenou outra publicação, “Universidade em Movimento” [Com-Arte/Fapesp, 256 págs., R$ 40], na qual os autores trataram de gestão das universidades e da crise financeira instalada na USP.

Empresas com mais artigos científicos com universidades paulistas
(2011-2017)

  1. Petrobras (199 estudos)
  2. Novartis (118)
  3. Roche (73)
  4. Merck (59)
  5. Westat (53)
  6. AstraZeneca (52)
  7. Pfizer (51)
  8. GSK (50)
  9. Agilent (49)
  10. Embraer (47)

Fonte: Brito Cruz, Carlos Henrique (2018): “Indicadores sobre Interação Universidade-Empresa em Pesquisa em São Paulo” em “Repensar a Universidade: desempenho acadêmico e comparações internacionais” (p. 198)

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China lidera ranking universitário de países emergentes; Brasil perde posições https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/16/china-lidera-ranking-universitario-de-emergentes-brasil-perde-posicoes/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/16/china-lidera-ranking-universitario-de-emergentes-brasil-perde-posicoes/#respond Wed, 16 May 2018 12:00:56 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/pekin-university-320x213.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3159 Sete das dez melhores universidades dos países emergentes são chinesas, de acordo com o último ranking divulgado pelo THE (Times Higher Education). No topo também aparecem universidades da Rússia (3º lugar), da África do Sul (9º) e de Taiwan (10º). A primeira brasileira a figurar na lista, a USP, está em 14º lugar no mesmo ranking — caiu três posições desde a primeira avaliação de países emergentes do THE, publicada em 2014. Já a China, no mesmo período, aumentou em 43% a quantidade de universidades no “topten” do ranking de universidades de países emergentes.

O que está acontecendo com o ensino superior da China? E do Brasil?

Primeiro, vamos entender esse ranking de universidades. A lista do THE avalia e compara instituições de 42 países como China, Argentina, Brasil, Polônia e  África do Sul. Em tese, são países que têm certa semelhança econômica e que desenvolveram seu ensino superior recentemente (as universidades de países desenvolvidos são mais antigas — as melhores instituições dos EUA são dos século 17 e 18; na Europa Ocidental, há instituições de até mil anos).

Veja a classificação das universidades brasileiras no RUF

A diferença dos resultados da China e do Brasil no ranking evidencia que as políticas de ensino superior daqui e de lá têm andando bem diferentes.

A China tem investido pesadamente nas chamadas universidades de nível mundial (world-class), que são instituições grandes, com orçamento parrudo, intensivas em pesquisa e fortes internacionalmente. Desde o final da década de 1990, o governo chinês tem colocado recursos extras em nove instituições de ensino superior chinesas para literalmente bombá-las globalmente.

A Universidade de Pequim (foto), líder do ranking das emergentes do THE, está entre as nove escolas chinesas que tem recebido dinheiro extra do governo. Isso, claro, tem melhorado significativamente seus indicadores. Para se ter uma ideia, em outra avaliação de universidades, a ARWU, conhecida como “Ranking de Shangai”, a Universidade de Pequim passou da classificação no grupo 201-300 (em 2003) para 71º lugar (em 2017). Um salto gigante.

MENOS DINHEIRO

Já no Brasil, houve um ensaio de aportes extras de recursos em universidades de nível mundial no segundo mandato de Dilma Rousseff, que acabou não saindo do papel. Em sentido contrário, as universidades brasileiras estão perdendo dinheiro. Todas elas.

Nas universidades federais, há cortes de recursos de investimento e de custeio (manutenção). Nas estaduais, como a USP, o orçamento cai junto com a queda na arrecadação de ICMS. As particulares perderam recursos de financiamento estudantil.

Intensificar pesquisa científica, que vale metade das notas recebidas pelas universidades no ranking THE dos países emergentes, também está difícil por aqui. O Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, de onde sai boa parte do fomento à ciência nacional, perdeu metade do seu orçamento desde 2014.  Mal dá para manter o ritmo da produção acadêmica.

Outros países emergentes estão seguindo o caminho da China. Como lembra Lara Thiengo, que acabou de defender uma tese de doutorado sobre universidades de nível mundial na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a Rússia também tem investido mais dinheiro em um grupo de universidades. “Na Rússia, foi implantado, em 2015, o Projeto 5-100, que tem como objetivo promover a ‘educação russa de classe mundial’’, diz.  A ideia do governo, conta Lara, que é pesquisadora da rede de estudos de rankings Rankintacs, é que cinco universidades russas estejam entre as cem melhores do mundo até 2020, tendo como medida rankings como o THE.

Bom, parece que o projeto tem dado resultados. Hoje a Universidade Estadual Lomonosov de Moscou ocupa o 3º lugar no ranking THE de países emergentes –subiu seis posições desde a primeira listagem, de 2014. Há onze instituições russas entre as cem melhores dos países emergentes. Em 2014, havia apenas duas universidades da Rússia no mesmo grupo.

A questão é que rankings universitários são comparações entre instituições. Se universidades de países emergentes como Rússia e China recebem mais recursos, intensificam sua pesquisa e sobem de posições em listagens como o THE, outras instituições vão perder casas — e o Brasil tem ocupado esse papel.

No lugar de refletir sobre a queda de posição isolada de uma universidade como a USP, seria bacana a gente analisar o ensino superior do país todo como uma política nacional.

 

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SISUmetro: confira sua chance de ingresso na universidade a partir da nota oficial do Enem https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/sisumetro-confira-sua-chance-de-ingresso-na-universidade-a-partir-da-nota-oficial-do-enem/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/sisumetro-confira-sua-chance-de-ingresso-na-universidade-a-partir-da-nota-oficial-do-enem/#respond Thu, 18 Jan 2018 10:55:22 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3052

Quem fez o último Enem já pode ter uma ideia de quais instituições públicas de ensino conseguirá entrar. É que o MEC divulga nesta quinta (18) as notas oficiais dos alunos que fizeram o exame em 2017. Com nota em mãos, é possível acessar o app Quero minha nota!, da Folha em parceria com a empresa TunEduc, e ter uma estimativa bem precisa das possibilidades de ingresso no ensino superior público pelo chamado SISUmetro.

Para conseguir fazer o cálculo, basta baixar o aplicativo Quero minha nota!, preencher sua nota oficial no Enem e as informações sobre o curso escolhido. Se você já era usuário do app e tinha preenchido suas respostas no Enem, basta atualizar a informação com a nota oficial divulgada pelo MEC.

Baixe o app ‘Quero minha Nota!’ (Android)

Baixe o app ‘Quero minha Nota!”(iOS)

RUF: confira os melhores cursos e universidades do país

Como errar menos ao escolher uma carreira específica

O SISUmetro mostra a possibilidade de ingresso nas instituições públicas (institutos federais, universidades federais e algumas estaduais), a partir das notas de corte do ano passado. Os critérios de cada universidade, que dão pesos diferentes às quatro áreas do Enem dependendo do curso, também são considerados.

Ter uma ideia de qual é sua chance de ingresso no ensino superior é importante para que o estudante consiga fazer um bom planejamento antes da abertura da inscrição do SISU — sistema do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas a candidatos participantes do Enem. Seguindo cronogramas anteriores, o SISU deve abrir inscrições cerca de duas semanas após a liberação da nota oficial.

Uma das dicas é, por exemplo, avaliar a qualidade das instituições que você tem chance de ser aprovado a partir de informações do RUF – Ranking Universitário da Folha. Analisar as características do curso de cada instituição, o que os alunos matriculados falam sobre ele na internet e como é a cidade onde fica o campus do curso são igualmente importantes para errar menos ao entrar no ensino superior.

O Enem tem ganhado cada vez mais importância no cenário do ensino superior do país. A nota dos alunos no exame também é usada para financiamento estudantil nas instituições de ensino privadas: é preciso ter no mínimo 450 pontos.  Em 2017, mais de  seis milhões de alunos se inscreveram no exame. Um em cada dez alunos que fizeram o Enem já usam o Quero minha Nota!.

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Enem: veja em qual universidade você consegue entrar via app da Folha https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/01/18/enem-veja-em-qual-universidade-voce-consegue-entrar-via-app-da-folha/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/01/18/enem-veja-em-qual-universidade-voce-consegue-entrar-via-app-da-folha/#respond Wed, 18 Jan 2017 14:16:13 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2801 Quem fez o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2016 pode, a partir desta quarta (18), ter uma ideia de quais universidades conseguirá entrar com sua pontuação no exame. Basta inserir a nota oficial na prova, divulgada pelo MEC, no app Quero a Minha Nota! 2016, da Folha em parceria com a empresa de tecnologia educacional TunEduc.

Funciona assim: se você já baixou o app e já tinha inserido suas respostas no Enem 2016, basta fazer uma atualização da sua nota conforme a divulgação oficial do MEC.

Se você ainda não estava usando o app, você pode baixá-lo agora. Acesse as lojas da Apple ou o Google Play –o aplicativo é gratuito. Até agora, mais de 300 mil alunos usuários, de cerca de 20 mil escolas de todo o país, estão usando o sistema. É um dos apps mais baixados no país na área de educação.

A partir das notas no exame, os usuários poderão checar suas chances de entrar nos cursos que participam do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Isso será feito a partir de um cálculo com base nas notas de corte do ano anterior –é o “SiSumetro”, ferramenta que integra o app (saiba mais aqui).

O Enem é o principal exame que avalia o ensino médio do país. Desde 2009, serve como processo seletivo de universidades federais e de parte das estaduais e das públicas. Em 2016, o exame teve mais de nove milhões de inscritos.

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Óvulo de mulher que estudou em universidades bem ranqueadas nos EUA vale mais https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/ovulo-de-mulher-que-estudou-em-universidades-bem-ranqueadas-nos-eua-vale-mais/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/ovulo-de-mulher-que-estudou-em-universidades-bem-ranqueadas-nos-eua-vale-mais/#respond Thu, 17 Nov 2016 17:50:48 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2778 O impacto de rankings universitários e de outras formas de avaliação de educação pode chegar a áreas improváveis. De acordo com informações de um trabalho publicado pelo físico Marcos Barbosa de Oliveira, da Faculdade de Educação da USP, um óvulo de uma mulher que estuda em uma universidade de excelência como Harvard pode valer até dez vezes mais do que o preço de um óvulo “comum” no mercado nos EUA.

Isso porque Harvard é classificada como a melhor universidade do mundo em avaliações como o ranking de Xangai. Está também no top10 do ranking global de universidades Times Higher Education, que tem uma metodologia de avaliação diferente da chinesa.

Aplicativo da Folha calcula nota do Enem e chances no Sisu após a prova

Nos Estados Unidos, a comercialização de óvulos e de esperma para fertilização é permitida por lei. Lá, também é possível receber dinheiro para participar de testes clínicos de novos medicamentos. No Brasil, esse tipo de comércio é proibido.

Como os cientistas afirmam que os genes da mãe desempenham papel dominante no desenvolvimento das partes dos cérebros responsáveis pela inteligência, os óvulos das mulheres consideradas “mais inteligentes” –por exemplo aquelas que conseguem passar pelo filtro de Harvard– passam a valer mais.

A diferença de valores, de acordo com o artigo de Oliveira, é gritante: enquanto os óvulos das “harvardianas” chegam a U$S50 mil cada (cerca de R$ 170 mil), o preço médio do mercado para as mulheres que estudam em universidades medíocres nos rankings globais sai por uma média de U$S 5 mil a unidade (R$17 mil).

EUGENIA

Oliveira trabalha com os riscos embutidos nas possibilidades tecnológicas –incluindo o de eugenia. O artigo dele está no livro “Domínio das tecnologias” (ed. Letras a Margem, 2015). Em outros trabalhos, ele questiona a neutralidade da ciência, as formas neoliberais (com foco na produtividade) de avaliação de ciência e trata de má conduta científica.

Na época em que se identificou os genes maternos como responsáveis pela inteligência, na década de 1980, por meio de uma técnica nova de “marcadores genéticos”, o risco de eugenia sob nova roupagem entrou em debate nos corredores acadêmicos. Por exemplo: a possibilidade de regimes repressivos autorizarem apenas as mulheres mais inteligentes a terem filhos.

Outra possibilidade levantada foi simplesmente a de que homens interessados no QI (quociente de inteligência) de seus filhos poderiam, de repente, começar a achar mais atraentes as mulheres inteligentes.

 

 

 

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‘Rankings oferecem retrato importante, mas incompleto’, diz USP em ‘resposta’ ao RUF https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/10/04/rankings-oferecem-retrato-importante-mas-incompleto-diz-usp-em-resposta-ao-ruf/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/10/04/rankings-oferecem-retrato-importante-mas-incompleto-diz-usp-em-resposta-ao-ruf/#respond Tue, 04 Oct 2016 22:11:15 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2729 Em uma espécie de pronunciamento oficial após a publicação do RUF – Ranking Universitário Folha, a USP publicou um texto institucional em que analisa e critica diferentes metodologias de rankings –com a opinião de especialistas na área e do reitor da universidade, Marco Antonio Zago. A USP perdeu, pela primeira vez, a liderança no RUF de 2016.

O ranking, que existe há cinco anos, classifica 195 universidades, identificadas por Estado, natureza administrativa, tamanho e idade. A UFRJ lidera a listagem, seguida pela USP e pela Unicamp. A melhor universidade de fora do Sudeste é a UFRGS, em 5º lugar. A melhor privada, em 21º lugar, é a PUC-Rio.

USP perde a liderança das universidades para a UFRJ

Melhor do país em avaliações no exterior, USP reorganiza contas

RUF: confira ranking de universidades e de 40 cursos

A diferença entre a universidade paulista e a carioca é pequena: a UFRJ ultrapassa a USP por 0,43 ponto. Para se ter uma ideia, a USP voltaria à liderança se tivesse uma nota média no Enade, avaliação oficial do governo, que vale dois pontos no RUF –a universidade não participa do exame por considerá-lo controverso.

Na época em que o RUF de 2016 fora publicado, a USP, procurada, não se pronunciou sobre a queda na classificação. Publicou apenas um texto institucional em que noticiava a posição da universidade no ranking da Folha.

Agora, o novo artigo institucional esmiúça os resultados:

“A USP se deparou com os resultados de dois rankings universitários: perdeu a liderança de quatro anos no Ranking Universitário Folha (RUF) e caiu colocações na lista mundial divulgada pelo Times Higher Education (THE), permanecendo, porém, no primeiro lugar entre as universidades da América Latina. Já na última edição do QS World University Ranking, a USP subiu 23 colocações e obteve sua melhor avaliação na história da lista. Esta aparente discrepância nos indica que, apesar de sua importância, os rankings universitários precisam ser relativizados.” (do texto)

De acordo com o material, uma das críticas aos rankings de universidades, destacadas pelo próprio reitor, é a avaliação de instituições com características tão distintas em um mesmo pacote.

“É importante ter em mente que os rankings não são instrumentos neutros, mas sim construídos e utilizados intencionalmente, para fins e contextos específicos”, diz, no texto da USP, a bibliotecária Solange dos Santos. Ela é autora de uma das primeiras teses de doutorado em solo nacional sobre rankings universitários, defendida em 2015 na USP (leia mais aqui).

MAIS DINHEIRO

A própria USP já utilizou rankings universitários em suas políticas internas. Durante a gestão do reitor anterior, João Grandino Rodas (2010-2013), a universidade distribuía bônus em dinheiro a funcionários e docentes cada vez que subia ou tinha um bom desempenho em diferentes classificações de universidades.

A medida por interrompida por Zago por questões financeiras: quando assumiu, em 2014, Zago encontrou uma universidade em crise financeira, que gastava mais do que recebia do governo só para pagar salários.

O reitor, no entanto, acompanha as listagens de perto: neste ano, foi Zago quem fez a palestra inaugural do encontro internacional do IREG, braço da Unesco criado em 2009 justamente com o objetivo de avaliar rankings de universidades.

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Entenda o RUF: confira as respostas para as perguntas mais frequentes sobre o ranking https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/09/21/entenda-o-ruf-confira-as-respostas-para-as-perguntas-mais-frequentes-sobre-o-ranking/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/09/21/entenda-o-ruf-confira-as-respostas-para-as-perguntas-mais-frequentes-sobre-o-ranking/#respond Wed, 21 Sep 2016 16:02:50 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2722 A Folha publicou nesta segunda (19) a quinta edição do RUF -Ranking Universitário Folha e tem recebido muitas mensagens com dúvidas de usuários. Seguem, abaixo, os questionamentos mais comuns sobre o ranking.

Por que meu curso (nutrição, zootecnia e outros) não foi avaliado pelo RUF?
O RUF avalia as 40 carreiras com mais ingressantes no país, como administração, direito e medicina, de acordo com os dados do último Censo do Ensino Superior. A demanda para essas carreiras pode variar de ano para ano. Na edição do RUF de 2014, por exemplo, o curso de “filosofia” estava entre as carreiras com maior demanda no país (Censo de 2012). A partir do RUF 2015, “moda” entrou para os cursos de maior demanda no país e passou a ser avaliado no RUF no lugar de “filosofia” (Censo de 2013).

Por que a Unicamp foi avaliada em “jornalismo” se não tem um curso de “jornalismo”?
A Unicamp tem um curso de “comunicação social – midialogia” cadastrado como “comunicação social” no MEC –uma das áreas avaliadas na carreira “comunicação/jornalismo” do RUF. Sobre isso, consulte o dicionário de cursos do RUF aqui.

Meu curso não recebeu pontuação no indicador “avaliação de mercado”. Por que isso acontece?
O indicador de mercado de trabalho considerou 5.975 entrevistas realizadas pelo Datafolha em 2014, 2015 e 2016 com profissionais do mercado (de empresas, hospitais, consultórios, escolas e afins). Esses profissionais são ouvidos sobre as três melhores instituições nas áreas em que contratam. Os cursos sem pontuação nesse indicador não foram mencionados nas entrevistas com os empregadores.

Por que a minha faculdade não foi avaliada no ranking de universidades?
O ranking de universidades do RUF avalia e classifica as 195 instituições de ensino superior credenciadas como “universidades” no MEC. Já os 40 rankings de cursos consideram as carreiras oferecidas por universidades, faculdades e centros universitários. Institutos federais e cursos tecnólogos e a distância, por enquanto, não fazem parte das avaliações.

O Enade vale até 5 pontos, mas, no RUF, ele vale dois pontos. Como isso é possível?
No ranking de universidades, um dos subindicadores de qualidade do ENSINO avalia o desempenho dos alunos no Enade e vale dois pontos (ou 2% da nota recebida pela universidade). Nesse quesito, calculamos a nota da instituição no Enade (até cinco pontos) proporcionalmente no valor do indicador do RUF (até dois pontos).

Minha instituição de ensino não forneceu dados diretamente ao RUF. Como fomos avaliados?
Todos os dados do RUF são coletados em bases de dados do Inep-MEC (Censo de Ensino Superior 2014), Inpi (patentes solicitadas de 2005 a 2014), SciELO e Web of Science (artigos publicados em 2012 e 2013; citações recebidas em 2014) e agências de fomento à ciência estaduais e federais (dados de 2014). Também são realizadas duas pesquisas de opinião nacionais exclusivas, conduzidas pelo Datafolha, com empregadores e com docentes cadastrados como avaliadores do MEC. Visitas às instituições de ensino não fazem parte da metodologia.

Minha instituição tem dois cursos de “administração”, em dois campi diferentes. Dá para saber qual é a nota de cada um dos cursos?
Não. No caso de instituições com o mesmo curso oferecido em mais de um campus ou unidade, a nota daquela carreira será calculada com base em uma média das notas do curso oferecido em cada um dos campi.

Meu curso se chama “ciências jurídicas”. Quero saber se foi avaliado na carreira “direito”.
Sim. As 40 carreiras avaliadas no RUF consideram uma série de cursos com diferentes nomenclaturas. Para saber quais cursos fazem parte de cada carreira, acesse o dicionário de cursos.

 

>> Acesse aqui todas as reportagens e análises do RUF 2016.

 

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Eu, que amo estudar, quase larguei o ensino médio https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/09/10/eu-que-amo-estudar-quase-larguei-o-ensino-medio/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/09/10/eu-que-amo-estudar-quase-larguei-o-ensino-medio/#respond Sat, 10 Sep 2016 18:08:25 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2709 Nessa semana, diante da divulgação dos resultados do Ideb, escrevi uma análise sobre o problema do ensino médio no país. O índice mostrou que continuamos falhando especialmente na última etapa da educação básica. Os alunos continuam indo mal e largando a escola.

O problema é realmente sério. Quem me conhece minimamente sabe que eu adoro estudar –o que, inclusive, acabou me levando a pesquisar e a escrever sobre educação. E até eu, que amo aprender, quase larguei o ensino médio durante a minha adolescência.

Aluno chega à escola de peito estufado e sai de cabeça baixa

Educação só funciona se aluno estiver emocionalmente envolvido

Assim como acontece com a maioria dos alunos, eu fui me desconectando da escola. No começo, eu acordava animada para ir para a escola, gostava da “tia” e das brincadeiras do recreio. Aos poucos, isso foi se perdendo.

Conforme a escola avançava, eu deixava de ter uma relação afetiva com aquilo. A escola passou a me dar medo: da bronca, da nota baixa, da prova, do bullying. Eu mal sabia o nome dos meus professores no começo do ensino médio porque eram muitos –hoje, são 13 disciplinas que compõem o quadro escolar nessa etapa. Eles também não sabiam o meu nome. Eu tinha um número na minha sala: 33.

Eu gostava de fazer contas, mas comecei a lidar mal com elas no ensino médio. A minha paixão pela lógica foi substituída pelo terror à memorização de fórmulas da matemática e da física –aliás, eu não tinha a mais vaga ideia de quão linda pode ser a física, da escala nanométrica à astronomia. Eu detestei física do começo ao fim, até chegar à faculdade.

SONO

Toda noite, durante o ensino médio, eu ia dormir preocupada com a escola. Perdia o sono e, no dia seguinte, mal conseguia acordar antes das 6 horas para estar na aula às 7 horas. Mais tarde, lendo estudos de educação e de psicologia, descobri que, por questões fisiológicas mesmo, os adolescentes têm dificuldades de acordar cedo. A cabeça deles simplesmente não funciona de manhã. Ora, então por que diabos as aulas no ensino médio até hoje começam às 7 horas nas redes pública e privada?

Pois é. É uma tortura mesmo.

Deixei de ver sentido nas horas que passava nas aulas. Todos os dias, chegava em casa e fazia um balanço do que havia aprendido. Na maioria das vezes eu concluía que tinha aprendido coisas “inúteis” porque não via conexão daquilo com a minha vida. E, já que eu não tinha aprendido nada, como pensava, por que eu estava na escola?

Essa é a sensação relatada pela maioria de quem larga os estudos nessa fase: a escola parece perda de tempo. E, no Brasil, muita gente desiste: metade de quem entra na escola não termina os estudos no ensino médio! Claramente temos um problema sério que estamos ignorando.

Por sorte, meus pais não me deixaram desistir. Discutimos ao longo de todo o meu 1º ano do ensino médio o que eu faria da vida, cheguei a mudar da escola. Resolvi seguir nos estudos mediante um plano: eu iria trabalhar nas horas vagas depois da escola e, com o dinheiro poupado, faria intercâmbio no 2º ano do ensino médio. Isso me segurou.

Fui e, lá fora, no Reino Unido, as aulas começavam mais tarde e eu podia fazer disciplinas extracurriculares. Mais independente, comecei a circular sozinha pela cidade, ir a museus e ao cinema. Conheci novos livros. Continuei trabalhando depois da escola.

Quando voltei da empreitada, já estava no 3º ano do ensino médio, preparando-me para o vestibular. Resolvi terminar, faltava pouco! Aos 17 anos, entrei em um curso concorrido de jornalismo em uma universidade estadual paulista. Ufa. E nunca mais parei de estudar.

Toda vez que escrevo sobre os problemas do ensino médio, conto um pouco da minha história. Eu, que amo estudar, e que agora estou planejando até um pós-doutorado, quase parei a escola na minha adolescência. Isso me parece bem grave.

A escola brasileira tem o poder de acabar com o ânimo de seus alunos –e os culpa por isso. Até quando vamos ignorar esse nosso fracasso?

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Governo atrasa pagamento de bolsistas da graduação e da pós https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/08/09/governo-atrasa-pagamento-de-bolsistas-da-graduacao-e-da-pos/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/08/09/governo-atrasa-pagamento-de-bolsistas-da-graduacao-e-da-pos/#respond Tue, 09 Aug 2016 22:54:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2639 Quem tem bolsa de pesquisa da Capes ou do CNPq, as duas agências federais que fomentam a ciência no país, pode ter levado um susto neste mês. O pagamento de parte dos bolsistas, previsto para entrar no 5º dia útil de cada mês, ou seja, sexta-feira (5), ainda não caiu.

Desde segunda-feira (8), o Abecedário recebeu pelo menos 30 mensagens de bolsistas de iniciação científica, de mestrado e de doutorado –das duas agências federais– reclamando que ficaram sem receber o benefício neste mês de agosto. Alguns pesquisadores disseram que entraram em contato com o governo, mas ficaram sem resposta.

Agência corta 20% das bolsas nacionais de pesquisa na graduação

Capes e CNPq informaram ao blog que parte dos bolsistas teve atraso no pagamento por “problemas técnicos”. A Capes diz, em nota, que “os bolsistas que não receberam o benefício terão as mensalidades creditadas em suas contas até o fim desta semana”. De acordo com o CNPq, o pagamento será feito em até 48 horas –o que coincide com o fim desta semana.

Uma das bolsistas que falou com a reportagem disse que o atraso recorrente nas bolsas tem causado “desespero” entre quem recebe o benefício. “Todos os meses ficamos nessa mesma apreensão”, diz. “Nunca sabemos quando vamos receber o dinheiro.”

‘SALÁRIO’

A bolsa de pesquisa é uma espécie de salário, sem vínculo empregatício, que os cientistas recebem por um tempo durante a realização de uma pesquisa na graduação (o que é chamado de iniciação científica) ou na pós-graduação. Para se ter uma ideia, a bolsa na graduação é de R$400 mensais e chega a R$2.200 no doutorado.

Pesquisadores empregados não podem receber o benefício. Ou seja, a bolsa é a principal fonte de renda de quem estuda e produz ciência no país.

“Minha sorte é que recebo uma bolsa extra de R$ 550 de estágio docente aqui na universidade, senão eu não teria R$2,00 para o bandeijão!”, disse um bolsista de doutorado, em redes sociais. Outra bolsista disse que, se suas aulas no Rio não tivessem sido interrompidas por causa das Olimpíadas, ela não teria como pagar pelo transporte até a universidade.

O atraso das bolsas coincidiu com um anúncio de corte de 20% das bolsas de iniciação científica do CNPq por falta de recursos, o que causou reação no meio acadêmico. A biomédica Helena Nader, presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) chamou o corte de bolsas de “tragédia”. “Estamos vivendo um dos piores tempos da história da ciência do país em termos de cortes de recursos.”

Bolsistas estudando em universidades do exterior, pelo programa Ciência sem Fronteiras, também estão insatisfeitos. A principal reclamação é o imbróglio na renovação da concessão do bolsa de quem faz doutorado pleno no exterior, em até quatro anos. Esse processo é anual, mas a análise do pedido de renovação tem demorado mais do que o esperado –o que acaba interrompendo o benefício de alguns bolsistas.

Em julho, o governo anunciou a liberação de R$ 568,3 milhões extraorçamentários para o pagamento de bolsas de pós-graduação especificamente da Capes, incluindo do programa de intercâmbio Ciência sem Fronteiras. Na ocasião, o ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que “as bolsas da Capes estão mantidas” e  disse que “os estudantes bolsistas podem ficar tranquilos.”

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