Abecedário https://abecedario.blogfolha.uol.com.br Universidades, escolas e rankings Mon, 10 Dec 2018 18:26:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Universidades do Brasil caem em ranking mundial de empregabilidade de egressos https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/09/12/universidades-do-brasil-caem-em-ranking-mundial-de-empregabilidade-de-egressos/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/09/12/universidades-do-brasil-caem-em-ranking-mundial-de-empregabilidade-de-egressos/#respond Wed, 12 Sep 2018 18:37:59 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/usp-320x213.jpeg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3404 As instituições de ensino superior do Brasil perderam algumas casas na avaliação mundial de empregabilidade de egressos da consultoria britânica QS. Na listagem divulgada nesta segunda (10), a USP — líder nacional — caiu de 61º lugar (na listagem de 2018) para 67º lugar (no ranking de 2019). Já a Unicamp, segunda colocada do país no ranking, caiu do grupo 201º-250º lugar no mundo em termos de empregabilidade para a faixa 250º-301º no mesmo período.

O ranking da QS avalia 650 universidades do globo e classifica as 500 melhores. A listagem tem base em cinco indicadores: reputação dos egressos no mercado de trabalho (30% da nota de cada universidade), sucesso dos ex-alunos (25%), parceria entre empregadores e docentes (25%), presença de empresas na universidade (10%) e empregabilidade dos formados até doze meses após a formatura (10%).

Olhando isoladamente os indicadores, no entanto, a USP vai bem em dois quesitos. A universidade, por exemplo, está em 26ª posição no mundo especificamente no indicador de sucesso dos ex-alunos. Isso significa que a USP forma boa parte dos líderes do mercado nacional. Isso já apareceu em uma pesquisa do Datafolha divulgada em 2017 — o levantamento mostrou que pelo menos um em cada dez líderes pesquisados no Brasil é “uspiano”.

A USP está, ainda, em 55ª posição na reputação entre as empresas no ranking de empregabilidade da QS. A boa reputação da universidade aparece também no RUF – Ranking Universitário Folha 2017. A universidade é a mais mencionada no país entre os empregadores consultados no Brasil.

A USP, no entanto, zera no indicador que avalia a presença das empresas nas universidades no ranking QS. Isso é medido pela quantidade de vezes que os empregadores consultados estiveram no campus da universidade doze meses antes da realização da pesquisa. A QS considera que essa conexão entre empregadores e estudantes é importante para criar networking e para a carreira dos futuros egressos. Quem lidera especificamente esse quesito é a Universidade de Ciência e Tecnologia Huazhong , da China.

Os Estados Unidos lideram a listagem geral de empregabilidade da QS com universidades como Stanford, MIT, Universidade da Califórnia em Los Angeles e Harvard. A Austrália, com as universidades de Sidney e de Melbourne, aparece na sequência. Em termos regionais, a PUC-Chile (37º lugar) e o Instituto Tecnológico de Monterrey do México (52º lugar) são os destaques da América Latina — seguidos pela USP.

Neste ano, seis brasileiras estão na lista das 500 universidades com melhor empregabilidade do mundo — todas da região Sudeste do país. No ranking publicado ano passado, o país tinha sete universidades da listagem. Saíram a PUC-SP e UnB; já a Unesp passou a figurar na listagem das 500 melhores do mundo em empregabilidade.

Essa é a terceira edição do ranking de universidades QS de empregabilidade. A consultoria britânica publica desde 2011 um ranking mundial de universidades no qual a reputação entre empregadores é um dos indicadores utilizados.

 

As brasileiras no ranking de empregabilidade da QS 2019

USP – 67º lugar
Unicamp –  250º -301º
UFRJ –  250º -301º
Unesp –  301º -500º
UFMG –  301º -500º
Unifesp –  301º -500º

Fonte: QS empregabilidade 2019

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Grupos de mídia levam jornalistas para ensinar educação midiática em escolas https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/07/03/grupos-de-midia-levam-jornalistas-para-ensinar-educacao-midiatica-em-escolas/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/07/03/grupos-de-midia-levam-jornalistas-para-ensinar-educacao-midiatica-em-escolas/#respond Tue, 03 Jul 2018 10:00:18 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Captura-de-tela-2018-07-01-16.01.08-320x213.png http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3275 Dois grandes jornais britânicos anunciaram na última quinta (28) que vão trabalhar juntos em um projeto de educação midiática nas escolas do Reino Unido. A proposta do The Times e The Sunday Times é levar seus jornalistas para escolas daquele país para que os alunos sejam expostos a histórias jornalísticas reais, pesquisa e apuração.

O que está por trás da iniciativa é uma preocupação crescente dos grupos de comunicação com a disseminação de notícias falsas (fake news). São os textos com cara de jornalismo que se disseminam especialmente por redes sociais. O problema é que pessoas podem tomar decisões baseadas em notícias falsas — como decidir em quem votar — sem saber que estão sendo enganadas.

A atuação de grupos de mídias em escolas não é novidade no Reino Unido. Desde 2006, a BBC — maior e mais antiga emissora do mundo — institucionalizou a necessidade de promover alfabetização midiática nas escolas daquele país. O grupo disponibiliza materiais on-line baseados no currículo escolar do Reino Unido para serem utilizados por estudantes e professores. Entre as iniciativas, há até um game — o iReporter — que simula o primeiro dia de trabalho de um jornalista de verdade apurando uma história.

Neste ano, a BBC também anunciou que levará seus jornalistas para as escolas britânicas para ajudar no projeto de educação midiática (é o “BBC journalists return to school”). A decisão do grupo surgiu depois de uma pesquisa nacional que mostrou que apenas 2% das crianças e dos adolescentes daquele país têm a capacidade de leitura crítica necessária para discernir uma notícia falsa de uma notícia verdadeira.

No Brasil, não há nenhuma pesquisa que identifique a capacidade de discernimento de notícias reais e falsas pelos estudantes brasileiros. Tampouco há iniciativas de grupos de mídia voltadas às escolas do país. Há, no entanto, uma série de pesquisas sendo conduzidas na área. Uma delas é a da jornalista Jéssica Santos, que está estudando iniciativas de alfabetização no acesso a notícias em um mestrado profissional na ESPM.

“Enquanto pesquisadores tentam compreender porque somos tão suscetíveis ao cenário complexo de desordem informacional, cabe às empresas jornalísticas participar ativamente de projetos que ajudem as pessoas a conhecer o processo de seleção, de produção e de financiamento das notícias”, diz Jéssica.

“Desordem informacional” é o nome dado pelos acadêmicos à disseminação de notícias falsas aliada à incapacidade de discernimento entre a informação real e a falsa.

Além dos grupos de mídia do Reino Unido, jornais norte-americanos também têm atuado em educação midiática em escolas. Caso do The Washington Post e do The New York Times — esse último, por exemplo, tem uma seção no seu próprio site que reúne material jornalístico que pode ser usado por professores nas escolas.

“São organizações que já enfrentam o desafio com iniciativas que comprovam a eficácia de equipar a sociedade para lidar com a sobrecarga de informações e a dificuldade em determinar a veracidade do que é propagado nas mídias.”

A ESPM, onde Jéssica faz pós-graduação, estabeleceu neste ano a chamada Cátedra Palavra Aberta ESPM — em parceria com uma ONG homônima que se dedica ao consumo midiático. A expectativa da cátedra é fomentar academicamente os trabalhos na área. 

 

 

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Melhores universidades do mundo têm política clara sobre assédio sexual https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/30/melhores-universidades-do-mundo-tem-politica-clara-sobre-assedio-sexual/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/30/melhores-universidades-do-mundo-tem-politica-clara-sobre-assedio-sexual/#respond Wed, 30 May 2018 22:56:50 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/WhatsApp-Image-2018-05-30-at-16.05.55-320x213.jpeg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3237 A Folha publicou recentemente uma entrevista com a física Marcia Barbosa, da UFRGS, na qual tratou de um tema pouco abordado nos corredores acadêmicos: o assédio sexual nas universidades. Ao que parece, no entanto, ninguém quer muito falar sobre o assunto no Brasil. Nas redes sociais, cientistas torceram o nariz para a entrevista. “Agora tudo é assédio sexual”, disse um. “Essa conversa é muito chata”, disse outro. Resolvi, então, trazer a pauta para o blog.

Vamos lá.

Em primeiro lugar, nem “tudo” configura assédio. O assédio sexual, diz a Organização Mundial do Trabalho, pode ser definido como insinuações, contatos físicos forçados e convites impertinentes de uma parte hierarquicamente superior a um indivíduo que, por sua vez, se sente ameaçado, intimidado e com medo de perdas reais (como perda do emprego, de uma bolsa de doutorado, de autoria de um estudo científico).

Não é exclusivo, portanto, na relação hierárquica homem (chefe) e mulher (subordinada) — ainda que esse tipo de relação ainda seja mais comum no ambiente acadêmico e de trabalho.

Um exemplo real? Quando eu estava na universidade, uma colega da graduação precisava da assinatura do orientador no relatório de pesquisa. O professor pediu que ela fosse até a casa dele para que assinasse. Ela foi. Encontrou o professor de cueca. A estudante dependia do professor para entregar um relatório — e ele se aproveitou da situação.

O caso da minha colega não se trata, no entanto, de fato isolado. De acordo com um estudo do Instituto Avon feito em 2015 –um dos raros levantamentos sobre assédio sexual no Brasil– mais da metade das alunas de graduação e de pós relataram já ter sofrido assédio sexual de professores, estudantes e técnicos administrativos nas universidades do país. É muita gente!

SEM POLÍTICA

O problema é que as universidades brasileiras evitam falar sobre o assunto, no lugar de dizer claramente o que entendem por assédio sexual e o que alunos e alunas devem fazer se passarem por essa experiência. Isso vai na contramão do que fazem as melhores instituições de ensino do planeta.

Em Harvard (EUA), melhor universidade do mundo de acordo com o ranking de Shangai de 2017, há uma política clara sobre assédio sexual –inclusive com campanhas intensas que divulgam as definições de assédio e como pedir ajuda dentro da universidade. Abril, por exemplo, foi o mês contra o assédio sexual no campus.

A Universidade de Michigan (EUA) também tem uma política sobre assédio e outras formas de violência sexual. Quando estudei em Michigan, recebi o documento do meu orientador, que me convidou a acessar o site da universidade. Lá, há informações sobre o que fazer em casos de assédio e  estatísticas de casos reportados na universidade.

Agora imagine se, no Brasil, alguma universidade divulga dados sobre assédio sexual dentro dos seus muros — e conta como eles foram resolvidos?

Mais: quando eu e meu orientador nos reuníamos sozinhos para tratar do trabalho que eu estava fazendo na Universidade de Michigan, ele deixava a porta da sala aberta. “São as regras”, dizia.

Por aqui, como não existe nada institucionalizado, alguns professores tentam agir isoladamente. Caso do biólogo Carlos Hotta, que coordena o Laboratório de Fisiologia Molecular de Plantas do Instituto de Química da USP. “Eu tento mostrar que esse tipo de comportamento é inaceitável e tem que ser combatido. Que se ocorrer com eles, eles terão meu apoio total”, diz Hotta.

Falar sobre assédio sexual é chato mesmo, as redes sociais têm razão. Chato de verdade, no entanto, é o convívio calado com assédio nas universidades brasileiras.

 

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VOCÊ, UNIVERSITÁRIA OU UNIVERSITÁRIO, JÁ SOFREU ASSÉDIO SEXUAL DE PROFESSORES, ORIENTADORES OU ALGUÉM HIERARQUICAMENTE SUPERIOR? A FOLHA QUER SABER. AQUELES QUE QUISEREM DAR VOZ A SUAS HISTÓRIAS E/OU DENÚNCIAS PODEM ENTRAR EM CONTATO PELO EMAIL SAUDE@GRUPOFOLHA.COM.BR. ​OS RELATOS PODEM SER IDENTIFICADOS OU ANÔNIMOS.

 

 

 

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USP, Unicamp e Unifesp suspendem aula a semana toda; veja funcionamento das universidades https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/27/usp-suspende-aulas-a-semana-toda-veja-funcionamento-das-universidades-nesta-segunda-28/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/27/usp-suspende-aulas-a-semana-toda-veja-funcionamento-das-universidades-nesta-segunda-28/#respond Sun, 27 May 2018 23:40:53 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/usp-320x213.jpeg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3209 A greve dos caminhoneiros já afeta o ensino superior de todo o país. No final deste domingo (27), universidades importantes como a USP anunciaram que as aulas estão temporariamente suspensas. Outras instituições manterão as aulas, mas não haverá cobrança de faltas e nem avaliações dos alunos.

Na USP, os alunos de graduação não terão aula a semana toda —em todos os campi da universidade. As atividades estão suspensas de segunda a quarta; na quinta e na sexta, o recesso de Corpus Christie está mantido.

A assessoria de imprensa da USP informou que cada unidade informará os alunos sobre as atividades de pós-graduação e de extensão. Nas redes sociais, alunos de pós-graduação da universidade mostravam preocupação com a manutenção de suas pesquisas –especialmente nos trabalhos que dependem de laboratório.

Em São Paulo, a Unicamp que as aulas da graduação, de pós-graduação e todas as atividades de extensão estão suspensas até quarta (30). A Unifesp também terá todas as atividades acadêmicas e administrativas suspensas no mesmo período.

No Rio de Janeiro, a maioria das universidades públicas (estaduais e federais) anunciou suspensão das aulas nesta segunda (28). É o caso da UERJ, UFRJ, UFF, UniRio e Rural. O Abecedário não conseguiu informações sobre a UENF.

Universidade estaduais como a Unesp (São Paulo), UEL (Londrina), a UEM (Maringá) e a UEPG (Ponta Grossa), também não terão aula. Cerca de quinze universidades federais cancelaram temporariamente as atividades. Não houve aulas nesta segunda nas universidades federais da Bahia (UFBA), de São Carlos (UFSCar), de Minas (UFMG), de Pernambuco (UFPE), Rural de Pernambuco (UFRPE), Lavras (UFLA), do Triângulo Mineiro (UFTM), São João Del-Rei (UFSJ), Sergipe (UFS), a Tecnológica do Paraná (UTFPR), de Grande Dourados (UFGD), do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Santa Maria (UFSM), de Itajubá (Unifei) e de Santa Catarina (UFSC).

Isso não significa, no entanto, que as universidades estarão fechadas. Serviços administrativos, por exemplo, devem seguir operando normalmente.

Na FGV-SP, na capital paulista, as aulas da graduação e da pós estão mantidas. Não haverá, no entanto, cobrança de falta de alunos que eventualmente não conseguirem participar das atividades. Os coordenadores dos cursos estão solicitando que os docentes evitem atividades de avaliação dos alunos e novos conteúdos.

No Insper, em São Paulo, as aulas da graduação foram suspensas até quarta (30). Outras instituições privadas também não tiveram aulas nesta segunda. É o caso da PUC-RS, da PUC Paraná, da Puccamp (Campinas), da Unisinos e da Unip. A maioria dessas instituições já havia interrompido as aulas na sexta (25).  A PUC-GO, em Goiânia, deve ter aulas normalmente.

Se você é aluno de alguma universidade, a recomendação é ligar para a instituição antes de sair de casa nesta segunda (28) para verificar se as atividades especificamente do seu curso estão mantidas. As universidades que não cancelaram as aulas a semana toda devem anunciar nesta (28) como vão operar a partir de terça-feira.

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Tem informações sobre o funcionamento das universidades nesta semana? Mande para sabine.righetti@grupofolha.com.br ou para @binerighetti no Twitter.

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China lidera ranking universitário de países emergentes; Brasil perde posições https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/16/china-lidera-ranking-universitario-de-emergentes-brasil-perde-posicoes/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/16/china-lidera-ranking-universitario-de-emergentes-brasil-perde-posicoes/#respond Wed, 16 May 2018 12:00:56 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/pekin-university-320x213.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3159 Sete das dez melhores universidades dos países emergentes são chinesas, de acordo com o último ranking divulgado pelo THE (Times Higher Education). No topo também aparecem universidades da Rússia (3º lugar), da África do Sul (9º) e de Taiwan (10º). A primeira brasileira a figurar na lista, a USP, está em 14º lugar no mesmo ranking — caiu três posições desde a primeira avaliação de países emergentes do THE, publicada em 2014. Já a China, no mesmo período, aumentou em 43% a quantidade de universidades no “topten” do ranking de universidades de países emergentes.

O que está acontecendo com o ensino superior da China? E do Brasil?

Primeiro, vamos entender esse ranking de universidades. A lista do THE avalia e compara instituições de 42 países como China, Argentina, Brasil, Polônia e  África do Sul. Em tese, são países que têm certa semelhança econômica e que desenvolveram seu ensino superior recentemente (as universidades de países desenvolvidos são mais antigas — as melhores instituições dos EUA são dos século 17 e 18; na Europa Ocidental, há instituições de até mil anos).

Veja a classificação das universidades brasileiras no RUF

A diferença dos resultados da China e do Brasil no ranking evidencia que as políticas de ensino superior daqui e de lá têm andando bem diferentes.

A China tem investido pesadamente nas chamadas universidades de nível mundial (world-class), que são instituições grandes, com orçamento parrudo, intensivas em pesquisa e fortes internacionalmente. Desde o final da década de 1990, o governo chinês tem colocado recursos extras em nove instituições de ensino superior chinesas para literalmente bombá-las globalmente.

A Universidade de Pequim (foto), líder do ranking das emergentes do THE, está entre as nove escolas chinesas que tem recebido dinheiro extra do governo. Isso, claro, tem melhorado significativamente seus indicadores. Para se ter uma ideia, em outra avaliação de universidades, a ARWU, conhecida como “Ranking de Shangai”, a Universidade de Pequim passou da classificação no grupo 201-300 (em 2003) para 71º lugar (em 2017). Um salto gigante.

MENOS DINHEIRO

Já no Brasil, houve um ensaio de aportes extras de recursos em universidades de nível mundial no segundo mandato de Dilma Rousseff, que acabou não saindo do papel. Em sentido contrário, as universidades brasileiras estão perdendo dinheiro. Todas elas.

Nas universidades federais, há cortes de recursos de investimento e de custeio (manutenção). Nas estaduais, como a USP, o orçamento cai junto com a queda na arrecadação de ICMS. As particulares perderam recursos de financiamento estudantil.

Intensificar pesquisa científica, que vale metade das notas recebidas pelas universidades no ranking THE dos países emergentes, também está difícil por aqui. O Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, de onde sai boa parte do fomento à ciência nacional, perdeu metade do seu orçamento desde 2014.  Mal dá para manter o ritmo da produção acadêmica.

Outros países emergentes estão seguindo o caminho da China. Como lembra Lara Thiengo, que acabou de defender uma tese de doutorado sobre universidades de nível mundial na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a Rússia também tem investido mais dinheiro em um grupo de universidades. “Na Rússia, foi implantado, em 2015, o Projeto 5-100, que tem como objetivo promover a ‘educação russa de classe mundial’’, diz.  A ideia do governo, conta Lara, que é pesquisadora da rede de estudos de rankings Rankintacs, é que cinco universidades russas estejam entre as cem melhores do mundo até 2020, tendo como medida rankings como o THE.

Bom, parece que o projeto tem dado resultados. Hoje a Universidade Estadual Lomonosov de Moscou ocupa o 3º lugar no ranking THE de países emergentes –subiu seis posições desde a primeira listagem, de 2014. Há onze instituições russas entre as cem melhores dos países emergentes. Em 2014, havia apenas duas universidades da Rússia no mesmo grupo.

A questão é que rankings universitários são comparações entre instituições. Se universidades de países emergentes como Rússia e China recebem mais recursos, intensificam sua pesquisa e sobem de posições em listagens como o THE, outras instituições vão perder casas — e o Brasil tem ocupado esse papel.

No lugar de refletir sobre a queda de posição isolada de uma universidade como a USP, seria bacana a gente analisar o ensino superior do país todo como uma política nacional.

 

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Sobre as mães de universitários que escrevem para o blog https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/14/sobre-as-maes-dos-universitarios-que-escrevem-para-o-blog/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/14/sobre-as-maes-dos-universitarios-que-escrevem-para-o-blog/#respond Mon, 14 May 2018 17:39:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3138
Praça do relógio na USP; para especialistas, participação de mães em vida universitária é fenômeno brasileiro (Eduardo Anizelli – 24.nov.2016/Folhapress)

Neste mês das mães, resolvi escrever sobre um interlocutor importante que tenho desde que comecei a me debruçar sobre o tema de ensino superior: as mães dos universitários brasileiros. Elas estão sempre aqui no blog, na página do Ranking Universitário da Folha e na minha caixa de entrada de e-mails.

Falei sobre essa forte presença maternal entre estudantes jovens e adultos no Congresso Internacional da FAUBAU (Brazilian Association for International Education), em abril, e ouvi, dos especialistas em educação estrangeiros que estavam presentes, que isso é um fenômeno tipicamente brasileiro — talvez latinoamericano. Pode ser.

Por aqui, recebo com frequência mensagens de mães de universitários pedindo informações sobre cursos e instituições de ensino superior de todo o país. Elas querem saber de tudo: preço, qualidade, empregabilidade, como funcionam as repúblicas estudantis. Tem muita festa? O objetivo declarado é ajudar os filhos e filhas que estão planejando entrar na universidade –ou já estão matriculados em um curso de graduação e até de pós-graduação.

Para se ter uma ideia, recebo mais mensagens de mães do que dos próprios filhos universitários!

Nas universidades brasileiras que visito para falar sobre o RUF, lá estão as mães. Já vi mães acompanhando seus filhos da graduação (e muitas vezes da pós-graduação) pelos corredores acadêmicos para questionar notas com os professores, justificar comportamentos e debater questões didáticas. Há pais, também, claro, mas elas são maioria. Dizem os coordenadores de curso, isso está ficando cada vez mais comum.

PROGRAMA DE TREINAMENTO

Há, ainda, algumas mães que levam seus filhos e filhas universitárias mais adiantados nos cursos universitários para as provas de programas de treinamento de grandes empresas. Entram com a cria no processo seletivo, ficam na sala de espera durante a prova, assim, avaliando se aquele ambiente é adequado.

Isso é um problema.

A idade universitária corresponde ao fim da adolescência e à passagem para a vida adulta, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Um universitário está justamente aprendendo a resolver problemas, debater notas, escolher disciplinas. Ele tem que saber selecionar um programa de treinamento de acordo com a carreira que está desenhando. Não pode ter alguém tomando a decisão por ele.

As melhores universidades do mundo exigem que os alunos morem em residências universitárias estudantis (longe dos pais e das mães) justamente para aprender a conviver com a diferença, a resolver problemas sozinho, a gerenciar a própria vida. Isso pode ser mais importante do que muitos cursos porque desenvolve as habilidades sociais dos estudantes.

Em Stanford (EUA), por exemplo, todos os alunos de gradução moram no campus –mesmo que eles sejam originalmente das redondezas de Palo Alto, na Califórnia, onde fica a escola. A “mensalidade” da universidade inclui a moradia.

A literatura de educação mostra que atitudes superprotetoras dos pais podem render comportamentos infantilizados dos filhos –inclusive na idade adulta. Isso significa que se o jovem, em transição para a maturidade, não aprender a tomar decisões que dizem respeito a sua própria vida, ele não vai aprender nunca mais.

 

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Tem uma história inspiradora em educação para compartilhar com a gente neste mês das mães? Fale comigo no sabine.righetti@grupofolha.com.br

 

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Lixo na praia mostra que precisamos muito mais do que educação https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/31/lixo-na-praia-mostra-que-precisamos-muito-mais-do-que-educacao/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/31/lixo-na-praia-mostra-que-precisamos-muito-mais-do-que-educacao/#respond Wed, 31 Jan 2018 20:39:13 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3083

Quem passou por alguma praia recentemente neste verão talvez tenha se deparado com um fenômeno comum, mesmo nas regiões mais remotas do litoral brasileiro: o lixo. Em uma caminhada de uns dez minutos que fiz no litoral de Santa Catarina no começo de janeiro, por exemplo, encontrei garrafas pet, latinhas de cerveja e de energéticos, canudinhos, plásticos de picolé. Fui recolhendo o que achei até que, sozinha, eu não tinha mais braços suficientes para tanto lixo acumulado.

O problema é que quando a maré sobe, ou quando chove, tudo aquilo que se acumula na areia vai para o mar –e causa um estrago danado. Já há, inclusive, estudos que mostram que até 2050 os Oceanos terão mais plásticos do que peixes.

Por que as pessoas jogam lixo na praia?

Fiz essa pergunta alto para quem estava lá comigo entre latinhas e pacotes de batata frita e tive como resposta o mesmo que você deve ter pensado: “as pessoas não têm educação”. Ok. Então vamos entender o que isso significa.

“Não ter educação” e, por causa disso, jogar lixo na praia, na rua e nos espaços públicos, pode ser entendido como falta de conhecimento. Não aprendi algo então tenho uma determinada atitude por desconhecimento dos impactos do que eu faço. As pessoas, em tese, não saberiam que aquele lixo plástico jogado na areia inevitavelmente vai parar no mar.  Tampouco saberiam que o peixe pode morrer ao ingerir esse plástico –ou, então, pode ingerir pedaços microscópicos de plástico e você, ao comer o peixe, acaba comendo o plástico. É a ideia de “cadeia alimentar”, que aparece na escola no ensino fundamental e pode ser tema até de vestibular.

CADEIA ALIMENTAR

Não me parece, no entanto, que o lixo naquela praia seja um caso de falta de conhecimento. Chuto dizer que a maioria das pessoas que estava lá em Santa Catarina –e que jogou latinha de cerveja por onde passou– tinha passado pelas aulas de biologia da escola. Aquelas pessoas provavelmente tinham diploma de ensino superior –ou até alguma pós-graduação. Cruzei com gente opinando sobre política e ostentando um português elegante –ou falando outras línguas, como espanhol e alemão.

Então qual é a questão?

O problema pode estar no formato da nossa educação. Aprendemos conceitos importantes de maneira muito teórica e temos aulas expositivas focadas em livros didáticos com pouca experimentação. Pode ser que aquelas pessoas da praia tenham conhecimento ambiental, sim, mas não internalizaram os conceitos aprendidos. Trocando em miúdos: quem joga uma sacola plástica na areia da praia pode até acertar uma questão do Enem sobre poluição ou cadeia alimentar, por exemplo, mas talvez não compreenda completamente que aquele seu próprio lixo interfere no ecossistema do qual faz parte.

Mais: pessoas altamente instruídas no Brasil podem ter baixíssima noção de cidadania, do que é ser cidadão, de regras de divisão de espaços públicos. Talvez porque estejam viciadas pelos hábitos de gerações anteriores, que jogavam lixo na praia, as pessoas seguem fazendo o mesmo. Ou então aquelas pessoas estão mais acostumadas a ambientes privados e controlados, e acreditam que sempre haverá alguém para limpar o rastro que se deixa por aí.

Aqui, vamos das aulas de ciências à sociologia. Será que estamos discutindo o suficiente, na escola, sobre a formação sociocultural brasileira, que é impregnada pela ideia de “ser servido”? E debatemos o quanto isso afeta, inclusive, o nosso próprio ecossistema?

Ao que tudo indica, “falta de educação” não explica o lixo encontrado na praia. Precisamos, primeiro, entender de qual educação estamos falando.

 

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SISUmetro: confira sua chance de ingresso na universidade a partir da nota oficial do Enem https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/sisumetro-confira-sua-chance-de-ingresso-na-universidade-a-partir-da-nota-oficial-do-enem/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/sisumetro-confira-sua-chance-de-ingresso-na-universidade-a-partir-da-nota-oficial-do-enem/#respond Thu, 18 Jan 2018 10:55:22 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3052

Quem fez o último Enem já pode ter uma ideia de quais instituições públicas de ensino conseguirá entrar. É que o MEC divulga nesta quinta (18) as notas oficiais dos alunos que fizeram o exame em 2017. Com nota em mãos, é possível acessar o app Quero minha nota!, da Folha em parceria com a empresa TunEduc, e ter uma estimativa bem precisa das possibilidades de ingresso no ensino superior público pelo chamado SISUmetro.

Para conseguir fazer o cálculo, basta baixar o aplicativo Quero minha nota!, preencher sua nota oficial no Enem e as informações sobre o curso escolhido. Se você já era usuário do app e tinha preenchido suas respostas no Enem, basta atualizar a informação com a nota oficial divulgada pelo MEC.

Baixe o app ‘Quero minha Nota!’ (Android)

Baixe o app ‘Quero minha Nota!”(iOS)

RUF: confira os melhores cursos e universidades do país

Como errar menos ao escolher uma carreira específica

O SISUmetro mostra a possibilidade de ingresso nas instituições públicas (institutos federais, universidades federais e algumas estaduais), a partir das notas de corte do ano passado. Os critérios de cada universidade, que dão pesos diferentes às quatro áreas do Enem dependendo do curso, também são considerados.

Ter uma ideia de qual é sua chance de ingresso no ensino superior é importante para que o estudante consiga fazer um bom planejamento antes da abertura da inscrição do SISU — sistema do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas a candidatos participantes do Enem. Seguindo cronogramas anteriores, o SISU deve abrir inscrições cerca de duas semanas após a liberação da nota oficial.

Uma das dicas é, por exemplo, avaliar a qualidade das instituições que você tem chance de ser aprovado a partir de informações do RUF – Ranking Universitário da Folha. Analisar as características do curso de cada instituição, o que os alunos matriculados falam sobre ele na internet e como é a cidade onde fica o campus do curso são igualmente importantes para errar menos ao entrar no ensino superior.

O Enem tem ganhado cada vez mais importância no cenário do ensino superior do país. A nota dos alunos no exame também é usada para financiamento estudantil nas instituições de ensino privadas: é preciso ter no mínimo 450 pontos.  Em 2017, mais de  seis milhões de alunos se inscreveram no exame. Um em cada dez alunos que fizeram o Enem já usam o Quero minha Nota!.

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Calcule sua nota no Enem em aplicativo da Folha https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/11/05/calcule-sua-nota-no-enem-em-aplicativo-da-folha-2/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/11/05/calcule-sua-nota-no-enem-em-aplicativo-da-folha-2/#respond Sun, 05 Nov 2017 23:42:52 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2989

Quem fez o Enem neste ano pode conferir seu desempenho no aplicativo Quero minha nota!, da Folha em parceria com a empresa de tecnologia educacional TunEduc.

Funciona assim: depois de baixar o aplicativo, o usuário deve preencher suas respostas no Enem. Então, com base no gabarito do exame, o Quero minha nota! entrega uma estimativa bastante precisa da nota no exame de cada usuário.

Baixe o app ‘Quero minha Nota!’ (Android)

Baixe o app ‘Quero minha Nota!”(iOS)

Desde domingo (5), primeiro dia do Enem, os usuários podem preencher as respostas das provas de linguagens e de ciências humanas. O restante das respostas pode ser preenchido a partir de domingo (12), segundo dia do exame com matemática e ciências da natureza.

As notas são calculadas com uma tecnologia que simula a TRI, usada pelo MEC. Esse sistema atribui pesos diferentes para as questões, dependendo do grau de dificuldade delas.

SISUMETRO

A nota do exame é a porta de entrada nas universidades federais por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). O resultado no Enem também é usado por algumas instituições de ensino estaduais e privadas.

Com a estimativa da nota no Enem em mãos pelo Quero minha nota!, o estudante consegue estimar em quais cursos e universidades federais conseguiria entrar nesse ano. O cálculo é feito com base nas últimas notas de corte do exame.

Em 2016, mais de 400 mil alunos conferiram a estimativa da sua nota pelo aplicativo. Esse número deve ser superado neste ano: na segunda (13), quase 370 mil usuários já estavam usando o aplicativo.

número de inscritos no Enem foi o menor desde 2013: 6,1 milhões de alunos. Cerca de 30% dos inscritos não compareceram  ao primeiro dia do exame –a maior taxa desde 2009.

 

 

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Melhor da América Latina, Unicamp deve fechar ano com dívida de R$225 milhões https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/07/29/melhor-da-america-latina-unicamp-deve-fechar-ano-com-divida-de-r225-milhoes/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/07/29/melhor-da-america-latina-unicamp-deve-fechar-ano-com-divida-de-r225-milhoes/#respond Sat, 29 Jul 2017 10:00:21 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2928 A classificação recente da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) como a melhor da América Latina no ranking THE (Times Higher Education) não trouxe um respiro aliviado para a instituição. A Unicamp deve fechar 2017 com um déficit de R$225 milhões –isso considerando só os gastos com salários de docentes e de funcionários.

A informação é da própria reitoria da universidade que, desde abril, está sob o comando do físico Marcelo Knobel. Trata-se de uma projeção com base na arrecadação do ICSM (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

Na última avaliação de universidades latino-americanas do THE, a Unicamp passou a USP, que liderava até o ano passado. No RUF de 2016, a Unicamp figura em 3ª posição depois da UFRJ e da USP, respectivamente. É a universidade mais produtiva do país em termos de artigos científicos –um dos componentes avaliados no indicador de “pesquisa” do RUF.

Juntas, as estaduais paulistas USP, Unesp e Unicamp ficam com quase 10% da arrecadação estadual do ICMS. O montante é transferido anualmente para as universidades depois de aprovação da LOA (Lei Orçamentária Anual). O problema é que, em tempos de crise, a arrecadação cai –mas a folha de pagamentos das universidades estaduais continua igual.

MAIS DINHEIRO

Em países como a China, universidades bem avaliadas (em rankings ou em outras formas de mensuração) recebem aportes extras de recursos. É um projeto governamental: no curto prazo, a China pretende ter um grupo de universidades entre as melhores do mundo no ranking global do THE.

Para Knobel, da Unicamp, é importante que a sociedade reconheça –e apoie– que as universidades de qualidade afetam diretamente o desenvolvimento do país. “As universidades públicas paulistas são um verdadeiro patrimônio do estado”, diz. “São fundamentais para o futuro do país.”

Falta, no entanto, dinheiro para manter esse “patrimônio”. Há alguns anos, USP, Unesp e Unicamp têm gastado praticamente tudo o que recebem do governo estadual só com salários. A recomendação legal é que esse dispêndio não ultrapasse 75% do orçamento para que o restante seja aplicado em custeio e manutenção –como pagar a conta de energia elétrica e fazer pequenas reformas.

Por causa da crise de recursos, a USP promoveu um (polêmico) programa de demissão voluntária de funcionários que conseguiu enxugar o orçamento anual da universidade em cerca de 4%. A iniciativa é tratada em livro recente de professores da própria universidade.

Essa alternativa não é cogitada pela Unicamp, de acordo com o reitor, que fala em “realizar medidas de gestão fundamentais, incluindo a revisão de contratos e a melhoria do processos.” Na prática, isso significa, por exemplo, não repor professores e funcionários que se aposentam.

Com dívidas e com dificuldade para renovar a mão-de-obra, os resultados da Unicamp em futuras avaliações internacionais como o ranking latino-americano THE podem ficar comprometidos. Em outras palavras: se nada a mudar, a universidade pode cair na listagem no futuro.

 

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