Abecedário https://abecedario.blogfolha.uol.com.br Universidades, escolas e rankings Mon, 10 Dec 2018 18:26:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Universidades do Brasil caem em ranking mundial de empregabilidade de egressos https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/09/12/universidades-do-brasil-caem-em-ranking-mundial-de-empregabilidade-de-egressos/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/09/12/universidades-do-brasil-caem-em-ranking-mundial-de-empregabilidade-de-egressos/#respond Wed, 12 Sep 2018 18:37:59 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/usp-320x213.jpeg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3404 As instituições de ensino superior do Brasil perderam algumas casas na avaliação mundial de empregabilidade de egressos da consultoria britânica QS. Na listagem divulgada nesta segunda (10), a USP — líder nacional — caiu de 61º lugar (na listagem de 2018) para 67º lugar (no ranking de 2019). Já a Unicamp, segunda colocada do país no ranking, caiu do grupo 201º-250º lugar no mundo em termos de empregabilidade para a faixa 250º-301º no mesmo período.

O ranking da QS avalia 650 universidades do globo e classifica as 500 melhores. A listagem tem base em cinco indicadores: reputação dos egressos no mercado de trabalho (30% da nota de cada universidade), sucesso dos ex-alunos (25%), parceria entre empregadores e docentes (25%), presença de empresas na universidade (10%) e empregabilidade dos formados até doze meses após a formatura (10%).

Olhando isoladamente os indicadores, no entanto, a USP vai bem em dois quesitos. A universidade, por exemplo, está em 26ª posição no mundo especificamente no indicador de sucesso dos ex-alunos. Isso significa que a USP forma boa parte dos líderes do mercado nacional. Isso já apareceu em uma pesquisa do Datafolha divulgada em 2017 — o levantamento mostrou que pelo menos um em cada dez líderes pesquisados no Brasil é “uspiano”.

A USP está, ainda, em 55ª posição na reputação entre as empresas no ranking de empregabilidade da QS. A boa reputação da universidade aparece também no RUF – Ranking Universitário Folha 2017. A universidade é a mais mencionada no país entre os empregadores consultados no Brasil.

A USP, no entanto, zera no indicador que avalia a presença das empresas nas universidades no ranking QS. Isso é medido pela quantidade de vezes que os empregadores consultados estiveram no campus da universidade doze meses antes da realização da pesquisa. A QS considera que essa conexão entre empregadores e estudantes é importante para criar networking e para a carreira dos futuros egressos. Quem lidera especificamente esse quesito é a Universidade de Ciência e Tecnologia Huazhong , da China.

Os Estados Unidos lideram a listagem geral de empregabilidade da QS com universidades como Stanford, MIT, Universidade da Califórnia em Los Angeles e Harvard. A Austrália, com as universidades de Sidney e de Melbourne, aparece na sequência. Em termos regionais, a PUC-Chile (37º lugar) e o Instituto Tecnológico de Monterrey do México (52º lugar) são os destaques da América Latina — seguidos pela USP.

Neste ano, seis brasileiras estão na lista das 500 universidades com melhor empregabilidade do mundo — todas da região Sudeste do país. No ranking publicado ano passado, o país tinha sete universidades da listagem. Saíram a PUC-SP e UnB; já a Unesp passou a figurar na listagem das 500 melhores do mundo em empregabilidade.

Essa é a terceira edição do ranking de universidades QS de empregabilidade. A consultoria britânica publica desde 2011 um ranking mundial de universidades no qual a reputação entre empregadores é um dos indicadores utilizados.

 

As brasileiras no ranking de empregabilidade da QS 2019

USP – 67º lugar
Unicamp –  250º -301º
UFRJ –  250º -301º
Unesp –  301º -500º
UFMG –  301º -500º
Unifesp –  301º -500º

Fonte: QS empregabilidade 2019

]]>
0
Por que precisamos de bolsas de pesquisa na graduação e na pós? https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/08/02/por-que-precisamos-de-bolsas-de-graduacao-e-de-pos-graduacao-no-brasil/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/08/02/por-que-precisamos-de-bolsas-de-graduacao-e-de-pos-graduacao-no-brasil/#respond Fri, 03 Aug 2018 01:33:58 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/capes-320x213.jpeg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3328 Podemos ficar sem bolsas de graduação e de pós-graduação no meio do ano que vem. A afirmação é de Abílio Baeta, presidente da Capes, agência federal de fomento à ciência ligada ao MEC, e veio à tona nesta quinta (2), em nota enviada pela entidade à pasta de educação.

O documento traz uma matemática assustadora: o teto de gastos que deve ser imposto à Capes em 2019 pode inviabilizar o pagamento de bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado e outras formas de fomento a partir de agosto de 2019 — o que afeta quase meio milhão de pessoas. A questão é que a fatia do orçamento do MEC previsto para a Capes no ano que vem não dá conta de manter as bolsas vigentes.

Para se ter uma ideia, o valor aprovado para a Capes neste ano (R$3,94 bilhões) é cerca de metade do dinheiro empenhado em 2015 (R$7,77 bilhões) — e o montante ficaria ainda menor no ano que vem.

Qual é o problema disso?

A produção de conhecimento no Brasil é quase totalmente baseada no trabalho de pesquisadores de programas de pós-graduação, que recebem bolsas para se dedicarem exclusivamente às suas pesquisas. É como se fosse um salário pago pelo governo — só que sem nenhum benefício, como arrecadação de aposentadoria, de fundo de garantia ou férias.

Por exemplo: um aluno de doutorado de uma universidade brasileira que esteja trabalhando na compreensão de uma determinada doença recebe mensalmente R$2.200 da Capes para se dedicar exclusivamente à sua pesquisa. São pessoas na faixa dos 30 anos que, muitas vezes, têm família e filhos. Dependem desse dinheiro — e não podem ter outro trabalho remunerado.

O trabalho de um doutorando como esse pode levar a terapias para uma doença, melhor interpretação de exames, insumos para vacinas. E por aí vai.

Mesma coisa acontece com quem tem uma bolsa de mestrado (R$1.500 mensais). Supondo que esse mestrando seja da área de sociologia e que esteja trabalhando com um tema ligado, por exemplo, à violência urbana. Uma nova análise na área, novos dados e levantamentos podem levar a políticas públicas mais eficazes. Como o próprio presidente da Capes, que é sociólogo, diz: “Não tem como resolver problema urbano, violência e corrupção sem humanidades.”

Com esse modelo, o país tem produzido bastante conhecimento. Para se ter uma ideia, em 2017 o Brasil ficou entre os 15 países que mais produzem ciência no mundo, de acordo com o ranking do Scimago. Foram 73.697 estudos novos publicados ao longo do ano. Isso dá mais de 200 estudos por dia.

A comunidade acadêmica, claro, recebeu a nota da Capes enviada ao MEC como uma bomba. Isso porque o dinheiro está sendo cortado de todos os lados: o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, de onde sai o dinheiro de outra agência federal de fomento à ciência, o CNPq, já perdeu metade do seu orçamento desde 2014 (e ganhou a pasta de comunicações nesse período).

Como informa a Folha, o MEC atribuiu o corte de recursos ao Ministério do Planejamento, que disse, em nota, que os recursos para o MEC em para 2019 estão acima do limite constitucional.

De acordo com a biomédica Helena Nader, presidente emérita da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), a notícia surpreendeu a comunidade acadêmica. “Tínhamos uma sinalização positiva do governo em relação aos recursos para pesquisa”, diz. “Até para plantar soja precisamos de ciência.”

A expectativa da comunidade científica, diz Nader, no entanto, é que o cenário seja revertido. O presidente Temer tem de sancionar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que define os recursos de cada pasta federal em 2019, nos próximos dias. “Estamos contando com o veto”, diz Nader.

 

]]>
0
Impacto das universidades brasileiras é baixo mesmo na América Latina https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/07/20/impacto-das-universidades-brasileiras-e-baixo-mesmo-na-america-latina/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/07/20/impacto-das-universidades-brasileiras-e-baixo-mesmo-na-america-latina/#respond Fri, 20 Jul 2018 18:07:32 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/unicamp-320x213.jpeg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3290 O Brasil tem as melhores universidades latino-americanas, de acordo com um ranking britânico divulgado na quarta (18) pelo THE – Times Higher Education. No entanto, quando olhamos especificamente para o impacto das instituições brasileiras, que é um dos critérios analisados pelo ranking THE, o Brasil perde para países como Peru, Equador e Colômbia.

O THE avalia as universidades especificamente da América Latina com base em cinco indicadores: ensino, pesquisa científica, impacto da pesquisa, internacionalização e relação com a indústria. O Brasil vai bem na maioria dos quesitos, mas derrapa no impacto de seus trabalhos acadêmicos.

Considerando os cinco compoentes da fórmula do THE, a Unicamp lidera a América Latina, seguida pela USP. Seis universidades brasileiras estão entre as dez primeiras da região — um número maior do que no ano passado, quando havia cinco (neste ano, as federais de Minas e do Rio Grande do Sul entraram para o topten, enquanto a UFRJ caiu para 12º lugar).

Quem tem mais impacto na região latino-americana, no entanto, é a Universidade Caytano Heredia, do Peru, seguida pela Diego Portales (Chile). A primeira brasileira na avaliação de impacto, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), aparece em 16º lugar depois de instituições da Colômbia, do Equador, da Argentina e do México. A Unicamp está em 28º lugar seguida da USP, em 29º.

O componente que avalia o impacto das universidades no ranking latino-americano do THE vale um 20% da nota recebida pela universidade (na listagem mundial, esse item vale ainda mais: 30% da nota). Para fazer o cálculo, o THE se debruça sobre a quantidade de trabalhos científicos de cada universidade mencionados em outros trabalhos publicados posteriormente.

O Brasil vai mal nessa análise porque os trabalhos brasileiros são menos citados mundialmente do que aqueles feitos em outros países da América Latina. O baixo impacto dos trabalhos acadêmicos por aqui é, aliás, o que mais tem derrubado as universidades brasileiras em comparações globais. Para se ter uma ideia, a USP, que já esteve em 158º lugar no ranking THE global (em 2012), hoje está na classificação 251-300 no mundo.

Por que isso acontece?

Há algumas explicações. Em primeiro lugar, o Brasil ainda publica boa parte de seus estudos científicos em português (estima-se que 70% dos mais de 300 periódicos científicos nacionais sejam em língua portuguesa). Isso impede que cientistas que não falem o nosso idioma consigam ler e citar os trabalhos brasileiros. Tem mais impacto as universidades que priorizam estudos publicados em inglês.

Há, ainda, quem diga que o problema esteja na qualidade dos trabalhos acadêmicos brasileiros mesmo. Se um estudo científico não trouxer uma descoberta relevante, então dificilmente será citado por trabalhos feitos posteriormente.

Mas atenção: isso não significa que a qualidade dos pesquisadores das universidades brasileiras seja ruim (a literatura sobre o assunto ressalta, inclusive, que indicador de impacto não serve para medir produção individual, mas sim a produção das instituições).

Acontece que para publicar um estudo que abale a comunidade acadêmica global é preciso ter recursos para infra-estrutura, para insumos de laboratório, para pagar alunos de pós-graduação. E, por aqui, para se ter uma ideia, os investimentos federais destinados à ciência já caíram pela metade desde 2014.

O corpo docente das universidades brasileiras, avaliado no THE no indicador de “ensino”, aliás, está entre os melhores da região. Nove dentre as dez universidades mais bem avaliadas nesse quesito são do Brasil — a exceção é a Universidade dos Andes, da Colômbia, em 10º lugar.

No lugar de comemorar a boa posição da Unicamp e da USP na avaliação geral das universidades latino-americanas do THE, vale a pena esmiuçar os indicadores e projetar cenários. Enquanto os investimentos em ciência não se normalizarem no Brasil, o impacto da ciência brasileira vai continuar caindo na América Latina e no mundo –e aí vamos caminhar em passos largos para o final da fila de qualquer ranking.

 

]]>
0
Melhores universidades do mundo têm política clara sobre assédio sexual https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/30/melhores-universidades-do-mundo-tem-politica-clara-sobre-assedio-sexual/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/30/melhores-universidades-do-mundo-tem-politica-clara-sobre-assedio-sexual/#respond Wed, 30 May 2018 22:56:50 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/WhatsApp-Image-2018-05-30-at-16.05.55-320x213.jpeg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3237 A Folha publicou recentemente uma entrevista com a física Marcia Barbosa, da UFRGS, na qual tratou de um tema pouco abordado nos corredores acadêmicos: o assédio sexual nas universidades. Ao que parece, no entanto, ninguém quer muito falar sobre o assunto no Brasil. Nas redes sociais, cientistas torceram o nariz para a entrevista. “Agora tudo é assédio sexual”, disse um. “Essa conversa é muito chata”, disse outro. Resolvi, então, trazer a pauta para o blog.

Vamos lá.

Em primeiro lugar, nem “tudo” configura assédio. O assédio sexual, diz a Organização Mundial do Trabalho, pode ser definido como insinuações, contatos físicos forçados e convites impertinentes de uma parte hierarquicamente superior a um indivíduo que, por sua vez, se sente ameaçado, intimidado e com medo de perdas reais (como perda do emprego, de uma bolsa de doutorado, de autoria de um estudo científico).

Não é exclusivo, portanto, na relação hierárquica homem (chefe) e mulher (subordinada) — ainda que esse tipo de relação ainda seja mais comum no ambiente acadêmico e de trabalho.

Um exemplo real? Quando eu estava na universidade, uma colega da graduação precisava da assinatura do orientador no relatório de pesquisa. O professor pediu que ela fosse até a casa dele para que assinasse. Ela foi. Encontrou o professor de cueca. A estudante dependia do professor para entregar um relatório — e ele se aproveitou da situação.

O caso da minha colega não se trata, no entanto, de fato isolado. De acordo com um estudo do Instituto Avon feito em 2015 –um dos raros levantamentos sobre assédio sexual no Brasil– mais da metade das alunas de graduação e de pós relataram já ter sofrido assédio sexual de professores, estudantes e técnicos administrativos nas universidades do país. É muita gente!

SEM POLÍTICA

O problema é que as universidades brasileiras evitam falar sobre o assunto, no lugar de dizer claramente o que entendem por assédio sexual e o que alunos e alunas devem fazer se passarem por essa experiência. Isso vai na contramão do que fazem as melhores instituições de ensino do planeta.

Em Harvard (EUA), melhor universidade do mundo de acordo com o ranking de Shangai de 2017, há uma política clara sobre assédio sexual –inclusive com campanhas intensas que divulgam as definições de assédio e como pedir ajuda dentro da universidade. Abril, por exemplo, foi o mês contra o assédio sexual no campus.

A Universidade de Michigan (EUA) também tem uma política sobre assédio e outras formas de violência sexual. Quando estudei em Michigan, recebi o documento do meu orientador, que me convidou a acessar o site da universidade. Lá, há informações sobre o que fazer em casos de assédio e  estatísticas de casos reportados na universidade.

Agora imagine se, no Brasil, alguma universidade divulga dados sobre assédio sexual dentro dos seus muros — e conta como eles foram resolvidos?

Mais: quando eu e meu orientador nos reuníamos sozinhos para tratar do trabalho que eu estava fazendo na Universidade de Michigan, ele deixava a porta da sala aberta. “São as regras”, dizia.

Por aqui, como não existe nada institucionalizado, alguns professores tentam agir isoladamente. Caso do biólogo Carlos Hotta, que coordena o Laboratório de Fisiologia Molecular de Plantas do Instituto de Química da USP. “Eu tento mostrar que esse tipo de comportamento é inaceitável e tem que ser combatido. Que se ocorrer com eles, eles terão meu apoio total”, diz Hotta.

Falar sobre assédio sexual é chato mesmo, as redes sociais têm razão. Chato de verdade, no entanto, é o convívio calado com assédio nas universidades brasileiras.

 

**

VOCÊ, UNIVERSITÁRIA OU UNIVERSITÁRIO, JÁ SOFREU ASSÉDIO SEXUAL DE PROFESSORES, ORIENTADORES OU ALGUÉM HIERARQUICAMENTE SUPERIOR? A FOLHA QUER SABER. AQUELES QUE QUISEREM DAR VOZ A SUAS HISTÓRIAS E/OU DENÚNCIAS PODEM ENTRAR EM CONTATO PELO EMAIL SAUDE@GRUPOFOLHA.COM.BR. ​OS RELATOS PODEM SER IDENTIFICADOS OU ANÔNIMOS.

 

 

 

]]>
0
Sobre as mães de universitários que escrevem para o blog https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/14/sobre-as-maes-dos-universitarios-que-escrevem-para-o-blog/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/14/sobre-as-maes-dos-universitarios-que-escrevem-para-o-blog/#respond Mon, 14 May 2018 17:39:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3138
Praça do relógio na USP; para especialistas, participação de mães em vida universitária é fenômeno brasileiro (Eduardo Anizelli – 24.nov.2016/Folhapress)

Neste mês das mães, resolvi escrever sobre um interlocutor importante que tenho desde que comecei a me debruçar sobre o tema de ensino superior: as mães dos universitários brasileiros. Elas estão sempre aqui no blog, na página do Ranking Universitário da Folha e na minha caixa de entrada de e-mails.

Falei sobre essa forte presença maternal entre estudantes jovens e adultos no Congresso Internacional da FAUBAU (Brazilian Association for International Education), em abril, e ouvi, dos especialistas em educação estrangeiros que estavam presentes, que isso é um fenômeno tipicamente brasileiro — talvez latinoamericano. Pode ser.

Por aqui, recebo com frequência mensagens de mães de universitários pedindo informações sobre cursos e instituições de ensino superior de todo o país. Elas querem saber de tudo: preço, qualidade, empregabilidade, como funcionam as repúblicas estudantis. Tem muita festa? O objetivo declarado é ajudar os filhos e filhas que estão planejando entrar na universidade –ou já estão matriculados em um curso de graduação e até de pós-graduação.

Para se ter uma ideia, recebo mais mensagens de mães do que dos próprios filhos universitários!

Nas universidades brasileiras que visito para falar sobre o RUF, lá estão as mães. Já vi mães acompanhando seus filhos da graduação (e muitas vezes da pós-graduação) pelos corredores acadêmicos para questionar notas com os professores, justificar comportamentos e debater questões didáticas. Há pais, também, claro, mas elas são maioria. Dizem os coordenadores de curso, isso está ficando cada vez mais comum.

PROGRAMA DE TREINAMENTO

Há, ainda, algumas mães que levam seus filhos e filhas universitárias mais adiantados nos cursos universitários para as provas de programas de treinamento de grandes empresas. Entram com a cria no processo seletivo, ficam na sala de espera durante a prova, assim, avaliando se aquele ambiente é adequado.

Isso é um problema.

A idade universitária corresponde ao fim da adolescência e à passagem para a vida adulta, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Um universitário está justamente aprendendo a resolver problemas, debater notas, escolher disciplinas. Ele tem que saber selecionar um programa de treinamento de acordo com a carreira que está desenhando. Não pode ter alguém tomando a decisão por ele.

As melhores universidades do mundo exigem que os alunos morem em residências universitárias estudantis (longe dos pais e das mães) justamente para aprender a conviver com a diferença, a resolver problemas sozinho, a gerenciar a própria vida. Isso pode ser mais importante do que muitos cursos porque desenvolve as habilidades sociais dos estudantes.

Em Stanford (EUA), por exemplo, todos os alunos de gradução moram no campus –mesmo que eles sejam originalmente das redondezas de Palo Alto, na Califórnia, onde fica a escola. A “mensalidade” da universidade inclui a moradia.

A literatura de educação mostra que atitudes superprotetoras dos pais podem render comportamentos infantilizados dos filhos –inclusive na idade adulta. Isso significa que se o jovem, em transição para a maturidade, não aprender a tomar decisões que dizem respeito a sua própria vida, ele não vai aprender nunca mais.

 

**

Tem uma história inspiradora em educação para compartilhar com a gente neste mês das mães? Fale comigo no sabine.righetti@grupofolha.com.br

 

]]>
0
Melhores universidades do mundo criam disciplinas seguindo demanda dos alunos https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/02/28/melhores-universidades-do-mundo-criam-disciplinas-seguindo-demanda-dos-alunos/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/02/28/melhores-universidades-do-mundo-criam-disciplinas-seguindo-demanda-dos-alunos/#respond Wed, 28 Feb 2018 14:21:24 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3107
O professor de ciência política da UnB Luis Felipe Miguel, que ministrará disciplina sobre o ‘golpe de 2016’ – Ruy Baron – 6.ago.2014 / Valor

Recentemente a universidade federal UnB causou um barulho nacional ao criar uma disciplina eletiva chamada “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, oferecida pelo curso de graduação de ciência política daquela instituição. O ministro da Educação, Mendonça Filho, não gostou da proposta. Houve reação de todos os lados. Nesta semana, a Unicamp anunciou uma disciplina na mesma linha, optativa e oferecida por cerca de 30 docentes do IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) da universidade. Segundo informações obtidas pelo Abecedário, a UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) também vai ofertar uma disciplina sobre o golpe, optativa, ministrada por quatro docentes das ciências sociais.

Uma universidade pública brasileira pode oferecer um curso que claramente se opõe ao atual governo?

Para responder isso, vamos entender como funcionam as 195 universidades brasileiras –públicas e privadas. De acordo com a Constituição de 1988, “as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial” (artigo 207). O principal marco legal da educação brasileira, a LDB, de 1996, também afirma que, no exercício de sua autonomia, as universidades são asseguradas de “criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior”(artigo 53).

Na prática, o que a Constituição e a LDB querem dizer é que as universidades devem seguir uma lógica própria, do ensino superior e da ciência, ao oferecer seus cursos. O governo não pode interferir, mesmo que os recursos para funcionamento da instituição venham do próprio governo. Isso leva o nome de autonomia didática.

Agora vamos ver como funciona fora do Brasil. Se você estudasse em Harvard, a melhor universidade do mundo de acordo com o ranking de universidades ARWU de 2017, você poderia fazer um curso de filosofia a partir de super heróis, poderia estudar a polarização das eleições americanas de 2016 ou ainda teria a possibilidade de fazer um curso de economia e política social sob a ótica libertária. Essas disciplinas optativas estão à disposição (em meio a outras milhares de opções) dos alunos daquela universidade que, antes de começar o ano letivo, selecionam de dois a quatro cursos por semestre.

SOB DEMANDA

Em universidades como Harvard, as disciplinas são mantidas se tiverem demanda. Um professor pode criar e ofertar um curso que considere fantástico, mas que, sem alunos, estará fadado a desaparecer. Ainda não há dados sobre a proposta da Unicamp, mas o curso da UnB está com lista de espera.

Mais: em boas universidades do mundo, os alunos tendem a fazer disciplinas fora da sua área e, inclusive, inscrevem-se em tópicos com os quais discordam. Nos primeiros dias de aula, os alunos de universidades de ponta como Harvard frequentam os cursos previamente selecionados para conhecer detalhes do programa e, também, para entender como pensam os professores. Se concordarem com o professor, alguns ficam. Se discordarem, outros também ficam justamente porque esses estudantes são treinados a ouvir os argumentos de quem pensa diferente deles. É assim que se dão os debates de qualidade.

Se a gente seguisse a mesma lógica no Brasil, a disciplina da UnB ou da Unicamp não seria questionada pela oposição, ao contrário: os alunos que discordam da ideia de um golpe, baseados em teses e autores distintos, fariam o curso para entender os argumentos dos docentes e para expor suas próprias ideias.

No dia seguinte ao da eleição dos EUA, a Universidade de Stanford, também entre as melhores do mundo, por exemplo, suspendeu as aulas e fez um dia de meditação para que os alunos refletissem sobre o que tinha acontecido. A Universidade de Michigan, que também está entre as melhores do mundo, promove com frequência debates entre especialistas contra e a favor do aborto, ou do Obamacare ou da deportação em massa de imigrantes estimulando os alunos a votarem em quem teve o melhor argumento. Proibir debates, ou cursos, está fora de cogitação.

Aqui no Brasil, Mendonça Filho (MEC) perguntou, no Twitter, se a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em nome da autonomia universitária, “defenderia a criação de uma disciplina intitulada ‘O PT, o petrolão e o colapso econômico do Brasil’?” E continuou:  “É inaceitável o uso de recursos humanos e materiais das universidades públicas para servir para a divulgação de teses malucas do PT, seus aliados ou qualquer partido político.”

No caso do curso da Unicamp, que acaba de ser anunciado, o professor do IFCH Armando Boito Júnior afirmou, em reportagem da Folha, que “cada professor vai dar aula sobre o tema que pesquisa”. “São pesquisadores e especialistas no assunto, ninguém vai lá para dar opinião”, diz.

Se os cursos propostos seguirem a lógica de ensino e de pesquisa instituída pela própria universidade, que é autônoma, e não em “teses malucas” como afirma o ministro, se forem optativos e se houver demanda, não me parece que o governo possa legalmente interferir e, tampouco, impedir, a oferta das disciplinas.

]]>
0
SISUmetro: confira sua chance de ingresso na universidade a partir da nota oficial do Enem https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/sisumetro-confira-sua-chance-de-ingresso-na-universidade-a-partir-da-nota-oficial-do-enem/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/sisumetro-confira-sua-chance-de-ingresso-na-universidade-a-partir-da-nota-oficial-do-enem/#respond Thu, 18 Jan 2018 10:55:22 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3052

Quem fez o último Enem já pode ter uma ideia de quais instituições públicas de ensino conseguirá entrar. É que o MEC divulga nesta quinta (18) as notas oficiais dos alunos que fizeram o exame em 2017. Com nota em mãos, é possível acessar o app Quero minha nota!, da Folha em parceria com a empresa TunEduc, e ter uma estimativa bem precisa das possibilidades de ingresso no ensino superior público pelo chamado SISUmetro.

Para conseguir fazer o cálculo, basta baixar o aplicativo Quero minha nota!, preencher sua nota oficial no Enem e as informações sobre o curso escolhido. Se você já era usuário do app e tinha preenchido suas respostas no Enem, basta atualizar a informação com a nota oficial divulgada pelo MEC.

Baixe o app ‘Quero minha Nota!’ (Android)

Baixe o app ‘Quero minha Nota!”(iOS)

RUF: confira os melhores cursos e universidades do país

Como errar menos ao escolher uma carreira específica

O SISUmetro mostra a possibilidade de ingresso nas instituições públicas (institutos federais, universidades federais e algumas estaduais), a partir das notas de corte do ano passado. Os critérios de cada universidade, que dão pesos diferentes às quatro áreas do Enem dependendo do curso, também são considerados.

Ter uma ideia de qual é sua chance de ingresso no ensino superior é importante para que o estudante consiga fazer um bom planejamento antes da abertura da inscrição do SISU — sistema do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas a candidatos participantes do Enem. Seguindo cronogramas anteriores, o SISU deve abrir inscrições cerca de duas semanas após a liberação da nota oficial.

Uma das dicas é, por exemplo, avaliar a qualidade das instituições que você tem chance de ser aprovado a partir de informações do RUF – Ranking Universitário da Folha. Analisar as características do curso de cada instituição, o que os alunos matriculados falam sobre ele na internet e como é a cidade onde fica o campus do curso são igualmente importantes para errar menos ao entrar no ensino superior.

O Enem tem ganhado cada vez mais importância no cenário do ensino superior do país. A nota dos alunos no exame também é usada para financiamento estudantil nas instituições de ensino privadas: é preciso ter no mínimo 450 pontos.  Em 2017, mais de  seis milhões de alunos se inscreveram no exame. Um em cada dez alunos que fizeram o Enem já usam o Quero minha Nota!.

]]>
0
Melhores universidades do mundo têm até curso de meditação para combater estresse na pós https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/12/23/melhores-universidades-do-mundo-tem-ate-curso-de-meditacao-para-combater-estresse-na-pos/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/12/23/melhores-universidades-do-mundo-tem-ate-curso-de-meditacao-para-combater-estresse-na-pos/#respond Sat, 23 Dec 2017 22:05:12 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3039

Das muitas diferenças de uma universidade de ponta no mundo para as universidades brasileiras, o modo como se trata a questão da saúde mental dos estudantes talvez seja a mais gritante.

Em instituições de países como os Estados Unidos, a condição mental dos alunos é um assunto tratado com cuidado. Sabe-se que, especialmente na pós-graduação, os alunos sofrem com pressão para ter resultados brilhantes, com saudade da família que pode estar longe e com problemas de relacionamento. Tudo isso, claro, pode afetar a sua produtividade ou causar abandono do mestrado e do doutorado.

Estudantes de mestrado e doutorado relatam suas dores na pós-graduação

Orientadores de pós-graduação impõem dificuldades a alunos

A Folha retratou como isso acontece nas universidades brasileiras recentemente em uma série de reportagens. Mostrou que, por aqui, falta assistência para as condições mentais dos alunos da pós-graduação, falta conhecer o tamanho do problema e falta também que as universidades tenham uma política clara que crie, por exemplo, canais de denúncia em caso de assédio moral –relato comum entre os estudantes.

Mais ainda: falta falar sobre o assunto. E, sem assumir que o problema existe, vai ser difícil pensar em maneiras de abordar a saúde mental dos alunos como fazem algumas das melhores universidades do mundo.

MEDITAÇÃO ANTI-ESTRESSE

Na Universidade de Stanford, por exemplo, nos Estados Unidos, onde estive recentemente como pesquisadora, os alunos de pós são estimulados até a fazer disciplinas voltadas para saúde mental. Uma delas se chama “meditação para enfrentar o estresse na pós-graduação”. Quando estive lá, era oferecida na hora do almoço.

Em outra universidade que também conheço por dentro, a Universidade de Michigan, nos EUA, os alunos recebiam na porta de entrada uma série de instruções sobre assédio sexual, assédio moral, o que fazer nesses casos. Em Michigan, os estudantes também aprendiam como lidar com a neve e recebiam apoio caso se deprimissem no longo inverno que coincide com provas de final de semestre e com o Natal. Isso era importante porque um em cada quatro alunos daquela universidade vem de outros países (portanto, está sozinho e pode se sentir ainda mais deprimido no inverno escuro).

Quantos estudantes de pós-graduação no Brasil vieram de outros Estados? Quantos se sentem angustiados e deprimidos? E, sem dinheiro para voltar para casa porque as bolsas são apertadas para cidades de custo de vida alto (R$ 1.500 mensais no mestrado do CNPq, por exemplo), quantos ficarão sozinhos neste Natal?

Ninguém tem a menor ideia de nada disso.

A boa notícia é que a mudança pode começar com os orientadores responsáveis pelos alunos da pós. Recentemente, conversei com um professor do Instituto de Química da USP de São Paulo que me contou que tenta abordar os alunos no momento em que a euforia do início da pós passa e é substituída pela angustia.  É a hora em que a saudade aperta, os prazos estão curtos, a pesquisa empaca e o dinheiro não dá conta do entretenimento.

Esse professor conversa, recomenda leituras, indica a assistência psicológica da USP se for o caso –uma ótima ideia para professores de pós de todo o país. Não exclui a necessidade de abordagem institucional do problemas, mas é uma forma de parar de ignorá-lo.

]]>
0
Confira as três questões mais fáceis e as mais difíceis do Enem por área do conhecimento https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/11/27/confira-as-tres-questoes-mais-faceis-e-as-mais-dificeis-do-enem-por-area-do-conhecimento/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/11/27/confira-as-tres-questoes-mais-faceis-e-as-mais-dificeis-do-enem-por-area-do-conhecimento/#respond Mon, 27 Nov 2017 18:14:15 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3011

O gabarito do Enem 2017 você já conhece, mas não seria interessante ver se você acertou as questões mais difíceis da prova? Então vamos lá. A Folha elencou as perguntas mais tranquilas e as que mais deram trabalho no Enem deste ano por área do conhecimento —Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática.

A seleção de questões foi feita a partir dos gabaritos inseridos pelos usuários do aplicativo Quero Minha Nota!, da Folha e da startup de dados educacionais Tuneduc.

Até agora, 10% dos alunos que fizeram Enem neste ano já inseriram suas respostas no app e conferiram a estimativa da sua nota no exame —lembrando que, no Enem, a nota na prova não é correspondente à quantidade de questões certas. O cálculo, feito por uma tecnologia chamada TRI, que tem base no padrão de respostas dos alunos para estimar, por exemplo, se o estudante chutou alguma resposta.

Baixe o app ‘Quero minha Nota!’ (Android)

Baixe o app ‘Quero minha Nota!”(iOS)

Se você ainda não baixou o Quero Minha Nota!, ainda dá tempo. Além de ter uma estimativa da sua nota no Enem, você consegue ter uma ideia de quais universidades federais seria aprovado de acordo com sua nota no exame.

E, se já baixou o app, confira abaixo se você acertou as questões mais difíceis do Enem!

:: Linguagens e Códigos e suas Tecnologias ::

MAIS FÁCEIS: questões 11 (abaixo), 21 e 34 do caderno AZUL do Enem 2017


Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“As questões mais fáceis da prova são aquelas que exigem a capacidade de identificar informações presentes em textos ou a partir da leitura de imagens. As questões 11 e 34 tiveram resolução facilitada por apresentarem textos base curtos, com linguagem simples e clara, exigindo leitura e interpretação de imagens, mas não inferências. A resolução da questão 21 exigia um passo extra, solicitando que os candidatos relacionassem o texto à determinada concepção artística, mas pode ser considerada fácil pela forma como foram construídas as alternativas.”

MAIS DIFÍCEIS:  questões 7, 25 e 33 do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
Alguns professores que comentaram a prova mencionaram a extensão dos textos base, que foi considerada cansativa. Além disso, identificaram a necessidade de relacionar textos e movimentos artísticos, habilidade necessária para a escolha das alternativas. Para se ter uma ideia, uma das questões mais difíceis do Enem deste ano, a questão 7, teve respostas diferentes do gabarito oficial em sites de resolução comentada, mostrando a complexidade da tarefa de interpretação. Todas as três questões consideradas mais difíceis requerem do candidato a capacidade de inferir informações (como a intenção do autor) e discriminar gêneros textuais, relacionando-os com determinada corrente artística.”

:: Ciências Humanas e suas Tecnologias ::

MAIS FÁCEIS: questões 47, 58 e 86 do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
As questões exigem operações cognitivas de menor complexidade, pois apresentam uma relação bastante direta entre o que se descreve nos textos e as alternativas. Isso exige pouco conhecimento prévio dos temas tratados. Além disso, assuntos como nazismo, terremotos e imigração são comumente discutidos na escola e fora dela.”

MAIS DIFÍCEIS: questões  68, 75 e 90 (abaixo) do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“As três questões exigem operações cognitivas complexas. Demandam dos candidatos a capacidade de analisar um fragmento de conteúdo (textual ou imagético) e extrair deles relações indiretas, que permitam extrapolar o contexto do conteúdo para encontrar a alternativa correta. Além disso, os itens exigem que os alunos somem conhecimentos prévios às informações contidas nos textos ou imagens, o que os tornam mais complexos.”

:: Ciências da Natureza e suas Tecnologias ::

MAIS FÁCEIS: questões 101, 115 e 132 (abaixo) do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“As três questões possuem conteúdos recorrentes nos vestibulares e nos materiais didáticos do ensino médio. A questão 101 pode ser resolvida com base no senso comum de que lâmpadas de LED são eficientes e não esquentam, dispensando a análise profunda dos gráficos apresentados. As outras duas (132 e 115) são “conteúdistas” e sem grande complexidade.”

MAIS DIFÍCEIS:  questões 106, 108 e 131 do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
Estas questões exigem conhecimento profundo dos temas abordados. A questão 108 é sobre energia mecânica e trabalha com a variação da energia potencial e cinética. Para respondê-la, é necessário relacionar o conhecimento físico com conhecimento gráfico de funções lineares e funções quadráticas. A resolução é feita a partir da manipulação das fórmulas de energia, buscando o caráter gráfico da função que foi gerada como resposta. A pergunta 131 exige quatro etapas de cálculos, com resultados dependentes entre si. Errar uma das etapas é suficiente para errar a questão. Para responder a questão 106, o aluno teve que extrapolar seus conhecimentos escolares de fisiologia vegetal e aplicá-los em um contexto diferente do usual.”

:: Matemática e suas Tecnologias ::

MAIS FÁCEIS: questões 154, 155 e 178  do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“Trazem conteúdos do ensino fundamental. As questões 154 e 178 envolvem a resolução de problemas por meio de raciocínio lógico: a primeira exigindo conhecimentos de orientação espacial e, a segunda, o raciocínio lógico-numérico. A questão 155 exige a resolução de um problema envolvendo informações apresentadas em uma tabela com cálculo da média aritmética.”

MAIS DIFÍCEIS: questões 140 (abaixo), 143 e 160  do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“As questões com menor número de acertos exigem alguma capacidade de abstração do aluno. Uma das questões envolve conhecimento em geometria plana (partes do círculo e área do retângulo), já as outras duas envolvem conhecimentos em análise combinatória.”

]]>
0
Calcule sua nota no Enem em aplicativo da Folha https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/11/05/calcule-sua-nota-no-enem-em-aplicativo-da-folha-2/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/11/05/calcule-sua-nota-no-enem-em-aplicativo-da-folha-2/#respond Sun, 05 Nov 2017 23:42:52 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2989

Quem fez o Enem neste ano pode conferir seu desempenho no aplicativo Quero minha nota!, da Folha em parceria com a empresa de tecnologia educacional TunEduc.

Funciona assim: depois de baixar o aplicativo, o usuário deve preencher suas respostas no Enem. Então, com base no gabarito do exame, o Quero minha nota! entrega uma estimativa bastante precisa da nota no exame de cada usuário.

Baixe o app ‘Quero minha Nota!’ (Android)

Baixe o app ‘Quero minha Nota!”(iOS)

Desde domingo (5), primeiro dia do Enem, os usuários podem preencher as respostas das provas de linguagens e de ciências humanas. O restante das respostas pode ser preenchido a partir de domingo (12), segundo dia do exame com matemática e ciências da natureza.

As notas são calculadas com uma tecnologia que simula a TRI, usada pelo MEC. Esse sistema atribui pesos diferentes para as questões, dependendo do grau de dificuldade delas.

SISUMETRO

A nota do exame é a porta de entrada nas universidades federais por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). O resultado no Enem também é usado por algumas instituições de ensino estaduais e privadas.

Com a estimativa da nota no Enem em mãos pelo Quero minha nota!, o estudante consegue estimar em quais cursos e universidades federais conseguiria entrar nesse ano. O cálculo é feito com base nas últimas notas de corte do exame.

Em 2016, mais de 400 mil alunos conferiram a estimativa da sua nota pelo aplicativo. Esse número deve ser superado neste ano: na segunda (13), quase 370 mil usuários já estavam usando o aplicativo.

número de inscritos no Enem foi o menor desde 2013: 6,1 milhões de alunos. Cerca de 30% dos inscritos não compareceram  ao primeiro dia do exame –a maior taxa desde 2009.

 

 

]]>
0