Abecedário https://abecedario.blogfolha.uol.com.br Universidades, escolas e rankings Mon, 10 Dec 2018 18:26:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Universidades do Brasil caem em ranking mundial de empregabilidade de egressos https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/09/12/universidades-do-brasil-caem-em-ranking-mundial-de-empregabilidade-de-egressos/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/09/12/universidades-do-brasil-caem-em-ranking-mundial-de-empregabilidade-de-egressos/#respond Wed, 12 Sep 2018 18:37:59 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/usp-320x213.jpeg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3404 As instituições de ensino superior do Brasil perderam algumas casas na avaliação mundial de empregabilidade de egressos da consultoria britânica QS. Na listagem divulgada nesta segunda (10), a USP — líder nacional — caiu de 61º lugar (na listagem de 2018) para 67º lugar (no ranking de 2019). Já a Unicamp, segunda colocada do país no ranking, caiu do grupo 201º-250º lugar no mundo em termos de empregabilidade para a faixa 250º-301º no mesmo período.

O ranking da QS avalia 650 universidades do globo e classifica as 500 melhores. A listagem tem base em cinco indicadores: reputação dos egressos no mercado de trabalho (30% da nota de cada universidade), sucesso dos ex-alunos (25%), parceria entre empregadores e docentes (25%), presença de empresas na universidade (10%) e empregabilidade dos formados até doze meses após a formatura (10%).

Olhando isoladamente os indicadores, no entanto, a USP vai bem em dois quesitos. A universidade, por exemplo, está em 26ª posição no mundo especificamente no indicador de sucesso dos ex-alunos. Isso significa que a USP forma boa parte dos líderes do mercado nacional. Isso já apareceu em uma pesquisa do Datafolha divulgada em 2017 — o levantamento mostrou que pelo menos um em cada dez líderes pesquisados no Brasil é “uspiano”.

A USP está, ainda, em 55ª posição na reputação entre as empresas no ranking de empregabilidade da QS. A boa reputação da universidade aparece também no RUF – Ranking Universitário Folha 2017. A universidade é a mais mencionada no país entre os empregadores consultados no Brasil.

A USP, no entanto, zera no indicador que avalia a presença das empresas nas universidades no ranking QS. Isso é medido pela quantidade de vezes que os empregadores consultados estiveram no campus da universidade doze meses antes da realização da pesquisa. A QS considera que essa conexão entre empregadores e estudantes é importante para criar networking e para a carreira dos futuros egressos. Quem lidera especificamente esse quesito é a Universidade de Ciência e Tecnologia Huazhong , da China.

Os Estados Unidos lideram a listagem geral de empregabilidade da QS com universidades como Stanford, MIT, Universidade da Califórnia em Los Angeles e Harvard. A Austrália, com as universidades de Sidney e de Melbourne, aparece na sequência. Em termos regionais, a PUC-Chile (37º lugar) e o Instituto Tecnológico de Monterrey do México (52º lugar) são os destaques da América Latina — seguidos pela USP.

Neste ano, seis brasileiras estão na lista das 500 universidades com melhor empregabilidade do mundo — todas da região Sudeste do país. No ranking publicado ano passado, o país tinha sete universidades da listagem. Saíram a PUC-SP e UnB; já a Unesp passou a figurar na listagem das 500 melhores do mundo em empregabilidade.

Essa é a terceira edição do ranking de universidades QS de empregabilidade. A consultoria britânica publica desde 2011 um ranking mundial de universidades no qual a reputação entre empregadores é um dos indicadores utilizados.

 

As brasileiras no ranking de empregabilidade da QS 2019

USP – 67º lugar
Unicamp –  250º -301º
UFRJ –  250º -301º
Unesp –  301º -500º
UFMG –  301º -500º
Unifesp –  301º -500º

Fonte: QS empregabilidade 2019

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Empresas estrangeiras são as que mais têm pesquisa com USP, Unesp e Unicamp https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/08/09/empresas-estrangeiras-sao-as-que-mais-tem-pesquisa-com-usp-unesp-e-unicamp/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/08/09/empresas-estrangeiras-sao-as-que-mais-tem-pesquisa-com-usp-unesp-e-unicamp/#respond Thu, 09 Aug 2018 15:06:54 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/brito-cruz-320x213.jpg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3351 Na lista das dez empresas com mais artigos científicos publicados com as universidades estaduais paulistas (USP, Unicamp e Unesp), oito são estrangeiras. As exceções são a Petrobras, que lidera a quantidade de pesquisas em parceria com essas universidades, e a Embraer, que fica em 10° lugar.

O levantamento, inédito, é do diretor-científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz. Foi apresentado nesta quarta (8), no lançamento do livro “Repensar a Universidade: desempenho acadêmico e comparações internacionais” [Com-Arte/Fapesp, 256 págs., R$ 50].

Brito Cruz analisou a quantidade de estudos científicos publicados pelas universidades públicas de São Paulo em co-autoria com empresas, de 2011 a 2017, na base de periódicos acadêmicos Web of Science. “Estamos falando de parceria científica de verdade”, disse. “São estudos feitos de maneira conjunta. Não se trata de a empresa colocar dinheiro para a universidade pintar a parede de um laboratório.”

Entre as empresas de fora com mais trabalhos acadêmicos com os cientistas paulistas no período analisado estão a Novartis (com 118 estudos), a Roche (73) e a Merck (59) — veja lista ao final do texto.

O ranking traz cenários interessantes. Por exemplo, uma pequena empresa nacional de Ribeirão Preto (340km da capital paulista), a Apis Flora, figura em 23° lugar com 26 estudos feitos com universidades. Eles trabalham com produtos para saúde derivados de mel e de própolis — e têm mais estudos acadêmicos com universidades paulistas do que companhias gigantes como a Sanofi (26° lugar, com 22 estudos) e a Microsoft (37° lugar, com 12 estudos).

A Apis Flora, como destacou Brito Cruz, já teve investimento da própria Fapesp para fazer pesquisa. A empresa ganhou, por exemplo, em 2008, um aporte de recursos por meio do programa Pipe (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas) para o desenvolvimento de biocurativos a partir de extrato de própolis para tratar queimaduras.

Os dados de Brito Cruz mostram, ainda, que a quantidade de estudos feitos com empresas no total de publicações das universidades de São Paulo vem aumentando em ritmo frenético e se compara a de países desenvolvidos. Na USP e na Unicamp, por exemplo, quase 3% de todos os estudos científicos publicados entre 2015 e 2017 tiveram parceria com alguma empresa. A taxa é um pouco maior do que a da Universidade da Califórnia em Davis, que fica no meio do Vale do Silício (EUA).

“Isso serve para desmontar um discurso recorrente de que universidades públicas não fazem pesquisa com indústria”, diz Brito Cruz. “Pelo menos no Estado de São Paulo isso não é verdade.”

DESEMPENHO

O livro “Repensar a Universidade: desempenho acadêmico e comparações internacionais”, que traz o estudo de Brito Cruz, reúne trabalhos de 18 especialistas em ensino superior e avaliações de desempenho acadêmico das universidades [um dos estudos da obra, sobre os principais rankings internacionais de universidades que existem, é de minha autoria!]

A obra é coordenada por Jacques Marcovitch, professor e ex-reitor da USP, e faz parte de uma proposta da própria Fapesp de analisar formas de mensurar desempenho acadêmico e de refletir sobre as universidades paulistas. No ano passando, Marcovitch coordenou outra publicação, “Universidade em Movimento” [Com-Arte/Fapesp, 256 págs., R$ 40], na qual os autores trataram de gestão das universidades e da crise financeira instalada na USP.

Empresas com mais artigos científicos com universidades paulistas
(2011-2017)

  1. Petrobras (199 estudos)
  2. Novartis (118)
  3. Roche (73)
  4. Merck (59)
  5. Westat (53)
  6. AstraZeneca (52)
  7. Pfizer (51)
  8. GSK (50)
  9. Agilent (49)
  10. Embraer (47)

Fonte: Brito Cruz, Carlos Henrique (2018): “Indicadores sobre Interação Universidade-Empresa em Pesquisa em São Paulo” em “Repensar a Universidade: desempenho acadêmico e comparações internacionais” (p. 198)

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Melhores universidades do mundo têm política clara sobre assédio sexual https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/30/melhores-universidades-do-mundo-tem-politica-clara-sobre-assedio-sexual/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/30/melhores-universidades-do-mundo-tem-politica-clara-sobre-assedio-sexual/#respond Wed, 30 May 2018 22:56:50 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/WhatsApp-Image-2018-05-30-at-16.05.55-320x213.jpeg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3237 A Folha publicou recentemente uma entrevista com a física Marcia Barbosa, da UFRGS, na qual tratou de um tema pouco abordado nos corredores acadêmicos: o assédio sexual nas universidades. Ao que parece, no entanto, ninguém quer muito falar sobre o assunto no Brasil. Nas redes sociais, cientistas torceram o nariz para a entrevista. “Agora tudo é assédio sexual”, disse um. “Essa conversa é muito chata”, disse outro. Resolvi, então, trazer a pauta para o blog.

Vamos lá.

Em primeiro lugar, nem “tudo” configura assédio. O assédio sexual, diz a Organização Mundial do Trabalho, pode ser definido como insinuações, contatos físicos forçados e convites impertinentes de uma parte hierarquicamente superior a um indivíduo que, por sua vez, se sente ameaçado, intimidado e com medo de perdas reais (como perda do emprego, de uma bolsa de doutorado, de autoria de um estudo científico).

Não é exclusivo, portanto, na relação hierárquica homem (chefe) e mulher (subordinada) — ainda que esse tipo de relação ainda seja mais comum no ambiente acadêmico e de trabalho.

Um exemplo real? Quando eu estava na universidade, uma colega da graduação precisava da assinatura do orientador no relatório de pesquisa. O professor pediu que ela fosse até a casa dele para que assinasse. Ela foi. Encontrou o professor de cueca. A estudante dependia do professor para entregar um relatório — e ele se aproveitou da situação.

O caso da minha colega não se trata, no entanto, de fato isolado. De acordo com um estudo do Instituto Avon feito em 2015 –um dos raros levantamentos sobre assédio sexual no Brasil– mais da metade das alunas de graduação e de pós relataram já ter sofrido assédio sexual de professores, estudantes e técnicos administrativos nas universidades do país. É muita gente!

SEM POLÍTICA

O problema é que as universidades brasileiras evitam falar sobre o assunto, no lugar de dizer claramente o que entendem por assédio sexual e o que alunos e alunas devem fazer se passarem por essa experiência. Isso vai na contramão do que fazem as melhores instituições de ensino do planeta.

Em Harvard (EUA), melhor universidade do mundo de acordo com o ranking de Shangai de 2017, há uma política clara sobre assédio sexual –inclusive com campanhas intensas que divulgam as definições de assédio e como pedir ajuda dentro da universidade. Abril, por exemplo, foi o mês contra o assédio sexual no campus.

A Universidade de Michigan (EUA) também tem uma política sobre assédio e outras formas de violência sexual. Quando estudei em Michigan, recebi o documento do meu orientador, que me convidou a acessar o site da universidade. Lá, há informações sobre o que fazer em casos de assédio e  estatísticas de casos reportados na universidade.

Agora imagine se, no Brasil, alguma universidade divulga dados sobre assédio sexual dentro dos seus muros — e conta como eles foram resolvidos?

Mais: quando eu e meu orientador nos reuníamos sozinhos para tratar do trabalho que eu estava fazendo na Universidade de Michigan, ele deixava a porta da sala aberta. “São as regras”, dizia.

Por aqui, como não existe nada institucionalizado, alguns professores tentam agir isoladamente. Caso do biólogo Carlos Hotta, que coordena o Laboratório de Fisiologia Molecular de Plantas do Instituto de Química da USP. “Eu tento mostrar que esse tipo de comportamento é inaceitável e tem que ser combatido. Que se ocorrer com eles, eles terão meu apoio total”, diz Hotta.

Falar sobre assédio sexual é chato mesmo, as redes sociais têm razão. Chato de verdade, no entanto, é o convívio calado com assédio nas universidades brasileiras.

 

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VOCÊ, UNIVERSITÁRIA OU UNIVERSITÁRIO, JÁ SOFREU ASSÉDIO SEXUAL DE PROFESSORES, ORIENTADORES OU ALGUÉM HIERARQUICAMENTE SUPERIOR? A FOLHA QUER SABER. AQUELES QUE QUISEREM DAR VOZ A SUAS HISTÓRIAS E/OU DENÚNCIAS PODEM ENTRAR EM CONTATO PELO EMAIL SAUDE@GRUPOFOLHA.COM.BR. ​OS RELATOS PODEM SER IDENTIFICADOS OU ANÔNIMOS.

 

 

 

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USP, Unicamp e Unifesp suspendem aula a semana toda; veja funcionamento das universidades https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/27/usp-suspende-aulas-a-semana-toda-veja-funcionamento-das-universidades-nesta-segunda-28/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/27/usp-suspende-aulas-a-semana-toda-veja-funcionamento-das-universidades-nesta-segunda-28/#respond Sun, 27 May 2018 23:40:53 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/usp-320x213.jpeg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3209 A greve dos caminhoneiros já afeta o ensino superior de todo o país. No final deste domingo (27), universidades importantes como a USP anunciaram que as aulas estão temporariamente suspensas. Outras instituições manterão as aulas, mas não haverá cobrança de faltas e nem avaliações dos alunos.

Na USP, os alunos de graduação não terão aula a semana toda —em todos os campi da universidade. As atividades estão suspensas de segunda a quarta; na quinta e na sexta, o recesso de Corpus Christie está mantido.

A assessoria de imprensa da USP informou que cada unidade informará os alunos sobre as atividades de pós-graduação e de extensão. Nas redes sociais, alunos de pós-graduação da universidade mostravam preocupação com a manutenção de suas pesquisas –especialmente nos trabalhos que dependem de laboratório.

Em São Paulo, a Unicamp que as aulas da graduação, de pós-graduação e todas as atividades de extensão estão suspensas até quarta (30). A Unifesp também terá todas as atividades acadêmicas e administrativas suspensas no mesmo período.

No Rio de Janeiro, a maioria das universidades públicas (estaduais e federais) anunciou suspensão das aulas nesta segunda (28). É o caso da UERJ, UFRJ, UFF, UniRio e Rural. O Abecedário não conseguiu informações sobre a UENF.

Universidade estaduais como a Unesp (São Paulo), UEL (Londrina), a UEM (Maringá) e a UEPG (Ponta Grossa), também não terão aula. Cerca de quinze universidades federais cancelaram temporariamente as atividades. Não houve aulas nesta segunda nas universidades federais da Bahia (UFBA), de São Carlos (UFSCar), de Minas (UFMG), de Pernambuco (UFPE), Rural de Pernambuco (UFRPE), Lavras (UFLA), do Triângulo Mineiro (UFTM), São João Del-Rei (UFSJ), Sergipe (UFS), a Tecnológica do Paraná (UTFPR), de Grande Dourados (UFGD), do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Santa Maria (UFSM), de Itajubá (Unifei) e de Santa Catarina (UFSC).

Isso não significa, no entanto, que as universidades estarão fechadas. Serviços administrativos, por exemplo, devem seguir operando normalmente.

Na FGV-SP, na capital paulista, as aulas da graduação e da pós estão mantidas. Não haverá, no entanto, cobrança de falta de alunos que eventualmente não conseguirem participar das atividades. Os coordenadores dos cursos estão solicitando que os docentes evitem atividades de avaliação dos alunos e novos conteúdos.

No Insper, em São Paulo, as aulas da graduação foram suspensas até quarta (30). Outras instituições privadas também não tiveram aulas nesta segunda. É o caso da PUC-RS, da PUC Paraná, da Puccamp (Campinas), da Unisinos e da Unip. A maioria dessas instituições já havia interrompido as aulas na sexta (25).  A PUC-GO, em Goiânia, deve ter aulas normalmente.

Se você é aluno de alguma universidade, a recomendação é ligar para a instituição antes de sair de casa nesta segunda (28) para verificar se as atividades especificamente do seu curso estão mantidas. As universidades que não cancelaram as aulas a semana toda devem anunciar nesta (28) como vão operar a partir de terça-feira.

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Tem informações sobre o funcionamento das universidades nesta semana? Mande para sabine.righetti@grupofolha.com.br ou para @binerighetti no Twitter.

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SISUmetro: confira sua chance de ingresso na universidade a partir da nota oficial do Enem https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/sisumetro-confira-sua-chance-de-ingresso-na-universidade-a-partir-da-nota-oficial-do-enem/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/sisumetro-confira-sua-chance-de-ingresso-na-universidade-a-partir-da-nota-oficial-do-enem/#respond Thu, 18 Jan 2018 10:55:22 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3052

Quem fez o último Enem já pode ter uma ideia de quais instituições públicas de ensino conseguirá entrar. É que o MEC divulga nesta quinta (18) as notas oficiais dos alunos que fizeram o exame em 2017. Com nota em mãos, é possível acessar o app Quero minha nota!, da Folha em parceria com a empresa TunEduc, e ter uma estimativa bem precisa das possibilidades de ingresso no ensino superior público pelo chamado SISUmetro.

Para conseguir fazer o cálculo, basta baixar o aplicativo Quero minha nota!, preencher sua nota oficial no Enem e as informações sobre o curso escolhido. Se você já era usuário do app e tinha preenchido suas respostas no Enem, basta atualizar a informação com a nota oficial divulgada pelo MEC.

Baixe o app ‘Quero minha Nota!’ (Android)

Baixe o app ‘Quero minha Nota!”(iOS)

RUF: confira os melhores cursos e universidades do país

Como errar menos ao escolher uma carreira específica

O SISUmetro mostra a possibilidade de ingresso nas instituições públicas (institutos federais, universidades federais e algumas estaduais), a partir das notas de corte do ano passado. Os critérios de cada universidade, que dão pesos diferentes às quatro áreas do Enem dependendo do curso, também são considerados.

Ter uma ideia de qual é sua chance de ingresso no ensino superior é importante para que o estudante consiga fazer um bom planejamento antes da abertura da inscrição do SISU — sistema do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas a candidatos participantes do Enem. Seguindo cronogramas anteriores, o SISU deve abrir inscrições cerca de duas semanas após a liberação da nota oficial.

Uma das dicas é, por exemplo, avaliar a qualidade das instituições que você tem chance de ser aprovado a partir de informações do RUF – Ranking Universitário da Folha. Analisar as características do curso de cada instituição, o que os alunos matriculados falam sobre ele na internet e como é a cidade onde fica o campus do curso são igualmente importantes para errar menos ao entrar no ensino superior.

O Enem tem ganhado cada vez mais importância no cenário do ensino superior do país. A nota dos alunos no exame também é usada para financiamento estudantil nas instituições de ensino privadas: é preciso ter no mínimo 450 pontos.  Em 2017, mais de  seis milhões de alunos se inscreveram no exame. Um em cada dez alunos que fizeram o Enem já usam o Quero minha Nota!.

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Melhores universidades do mundo têm até curso de meditação para combater estresse na pós https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/12/23/melhores-universidades-do-mundo-tem-ate-curso-de-meditacao-para-combater-estresse-na-pos/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/12/23/melhores-universidades-do-mundo-tem-ate-curso-de-meditacao-para-combater-estresse-na-pos/#respond Sat, 23 Dec 2017 22:05:12 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3039

Das muitas diferenças de uma universidade de ponta no mundo para as universidades brasileiras, o modo como se trata a questão da saúde mental dos estudantes talvez seja a mais gritante.

Em instituições de países como os Estados Unidos, a condição mental dos alunos é um assunto tratado com cuidado. Sabe-se que, especialmente na pós-graduação, os alunos sofrem com pressão para ter resultados brilhantes, com saudade da família que pode estar longe e com problemas de relacionamento. Tudo isso, claro, pode afetar a sua produtividade ou causar abandono do mestrado e do doutorado.

Estudantes de mestrado e doutorado relatam suas dores na pós-graduação

Orientadores de pós-graduação impõem dificuldades a alunos

A Folha retratou como isso acontece nas universidades brasileiras recentemente em uma série de reportagens. Mostrou que, por aqui, falta assistência para as condições mentais dos alunos da pós-graduação, falta conhecer o tamanho do problema e falta também que as universidades tenham uma política clara que crie, por exemplo, canais de denúncia em caso de assédio moral –relato comum entre os estudantes.

Mais ainda: falta falar sobre o assunto. E, sem assumir que o problema existe, vai ser difícil pensar em maneiras de abordar a saúde mental dos alunos como fazem algumas das melhores universidades do mundo.

MEDITAÇÃO ANTI-ESTRESSE

Na Universidade de Stanford, por exemplo, nos Estados Unidos, onde estive recentemente como pesquisadora, os alunos de pós são estimulados até a fazer disciplinas voltadas para saúde mental. Uma delas se chama “meditação para enfrentar o estresse na pós-graduação”. Quando estive lá, era oferecida na hora do almoço.

Em outra universidade que também conheço por dentro, a Universidade de Michigan, nos EUA, os alunos recebiam na porta de entrada uma série de instruções sobre assédio sexual, assédio moral, o que fazer nesses casos. Em Michigan, os estudantes também aprendiam como lidar com a neve e recebiam apoio caso se deprimissem no longo inverno que coincide com provas de final de semestre e com o Natal. Isso era importante porque um em cada quatro alunos daquela universidade vem de outros países (portanto, está sozinho e pode se sentir ainda mais deprimido no inverno escuro).

Quantos estudantes de pós-graduação no Brasil vieram de outros Estados? Quantos se sentem angustiados e deprimidos? E, sem dinheiro para voltar para casa porque as bolsas são apertadas para cidades de custo de vida alto (R$ 1.500 mensais no mestrado do CNPq, por exemplo), quantos ficarão sozinhos neste Natal?

Ninguém tem a menor ideia de nada disso.

A boa notícia é que a mudança pode começar com os orientadores responsáveis pelos alunos da pós. Recentemente, conversei com um professor do Instituto de Química da USP de São Paulo que me contou que tenta abordar os alunos no momento em que a euforia do início da pós passa e é substituída pela angustia.  É a hora em que a saudade aperta, os prazos estão curtos, a pesquisa empaca e o dinheiro não dá conta do entretenimento.

Esse professor conversa, recomenda leituras, indica a assistência psicológica da USP se for o caso –uma ótima ideia para professores de pós de todo o país. Não exclui a necessidade de abordagem institucional do problemas, mas é uma forma de parar de ignorá-lo.

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Confira as três questões mais fáceis e as mais difíceis do Enem por área do conhecimento https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/11/27/confira-as-tres-questoes-mais-faceis-e-as-mais-dificeis-do-enem-por-area-do-conhecimento/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/11/27/confira-as-tres-questoes-mais-faceis-e-as-mais-dificeis-do-enem-por-area-do-conhecimento/#respond Mon, 27 Nov 2017 18:14:15 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3011

O gabarito do Enem 2017 você já conhece, mas não seria interessante ver se você acertou as questões mais difíceis da prova? Então vamos lá. A Folha elencou as perguntas mais tranquilas e as que mais deram trabalho no Enem deste ano por área do conhecimento —Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática.

A seleção de questões foi feita a partir dos gabaritos inseridos pelos usuários do aplicativo Quero Minha Nota!, da Folha e da startup de dados educacionais Tuneduc.

Até agora, 10% dos alunos que fizeram Enem neste ano já inseriram suas respostas no app e conferiram a estimativa da sua nota no exame —lembrando que, no Enem, a nota na prova não é correspondente à quantidade de questões certas. O cálculo, feito por uma tecnologia chamada TRI, que tem base no padrão de respostas dos alunos para estimar, por exemplo, se o estudante chutou alguma resposta.

Baixe o app ‘Quero minha Nota!’ (Android)

Baixe o app ‘Quero minha Nota!”(iOS)

Se você ainda não baixou o Quero Minha Nota!, ainda dá tempo. Além de ter uma estimativa da sua nota no Enem, você consegue ter uma ideia de quais universidades federais seria aprovado de acordo com sua nota no exame.

E, se já baixou o app, confira abaixo se você acertou as questões mais difíceis do Enem!

:: Linguagens e Códigos e suas Tecnologias ::

MAIS FÁCEIS: questões 11 (abaixo), 21 e 34 do caderno AZUL do Enem 2017


Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“As questões mais fáceis da prova são aquelas que exigem a capacidade de identificar informações presentes em textos ou a partir da leitura de imagens. As questões 11 e 34 tiveram resolução facilitada por apresentarem textos base curtos, com linguagem simples e clara, exigindo leitura e interpretação de imagens, mas não inferências. A resolução da questão 21 exigia um passo extra, solicitando que os candidatos relacionassem o texto à determinada concepção artística, mas pode ser considerada fácil pela forma como foram construídas as alternativas.”

MAIS DIFÍCEIS:  questões 7, 25 e 33 do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
Alguns professores que comentaram a prova mencionaram a extensão dos textos base, que foi considerada cansativa. Além disso, identificaram a necessidade de relacionar textos e movimentos artísticos, habilidade necessária para a escolha das alternativas. Para se ter uma ideia, uma das questões mais difíceis do Enem deste ano, a questão 7, teve respostas diferentes do gabarito oficial em sites de resolução comentada, mostrando a complexidade da tarefa de interpretação. Todas as três questões consideradas mais difíceis requerem do candidato a capacidade de inferir informações (como a intenção do autor) e discriminar gêneros textuais, relacionando-os com determinada corrente artística.”

:: Ciências Humanas e suas Tecnologias ::

MAIS FÁCEIS: questões 47, 58 e 86 do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
As questões exigem operações cognitivas de menor complexidade, pois apresentam uma relação bastante direta entre o que se descreve nos textos e as alternativas. Isso exige pouco conhecimento prévio dos temas tratados. Além disso, assuntos como nazismo, terremotos e imigração são comumente discutidos na escola e fora dela.”

MAIS DIFÍCEIS: questões  68, 75 e 90 (abaixo) do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“As três questões exigem operações cognitivas complexas. Demandam dos candidatos a capacidade de analisar um fragmento de conteúdo (textual ou imagético) e extrair deles relações indiretas, que permitam extrapolar o contexto do conteúdo para encontrar a alternativa correta. Além disso, os itens exigem que os alunos somem conhecimentos prévios às informações contidas nos textos ou imagens, o que os tornam mais complexos.”

:: Ciências da Natureza e suas Tecnologias ::

MAIS FÁCEIS: questões 101, 115 e 132 (abaixo) do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“As três questões possuem conteúdos recorrentes nos vestibulares e nos materiais didáticos do ensino médio. A questão 101 pode ser resolvida com base no senso comum de que lâmpadas de LED são eficientes e não esquentam, dispensando a análise profunda dos gráficos apresentados. As outras duas (132 e 115) são “conteúdistas” e sem grande complexidade.”

MAIS DIFÍCEIS:  questões 106, 108 e 131 do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
Estas questões exigem conhecimento profundo dos temas abordados. A questão 108 é sobre energia mecânica e trabalha com a variação da energia potencial e cinética. Para respondê-la, é necessário relacionar o conhecimento físico com conhecimento gráfico de funções lineares e funções quadráticas. A resolução é feita a partir da manipulação das fórmulas de energia, buscando o caráter gráfico da função que foi gerada como resposta. A pergunta 131 exige quatro etapas de cálculos, com resultados dependentes entre si. Errar uma das etapas é suficiente para errar a questão. Para responder a questão 106, o aluno teve que extrapolar seus conhecimentos escolares de fisiologia vegetal e aplicá-los em um contexto diferente do usual.”

:: Matemática e suas Tecnologias ::

MAIS FÁCEIS: questões 154, 155 e 178  do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“Trazem conteúdos do ensino fundamental. As questões 154 e 178 envolvem a resolução de problemas por meio de raciocínio lógico: a primeira exigindo conhecimentos de orientação espacial e, a segunda, o raciocínio lógico-numérico. A questão 155 exige a resolução de um problema envolvendo informações apresentadas em uma tabela com cálculo da média aritmética.”

MAIS DIFÍCEIS: questões 140 (abaixo), 143 e 160  do caderno AZUL do Enem 2017

Comentário dos professores do Quero Minha Nota!
“As questões com menor número de acertos exigem alguma capacidade de abstração do aluno. Uma das questões envolve conhecimento em geometria plana (partes do círculo e área do retângulo), já as outras duas envolvem conhecimentos em análise combinatória.”

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Melhor da América Latina, Unicamp deve fechar ano com dívida de R$225 milhões https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/07/29/melhor-da-america-latina-unicamp-deve-fechar-ano-com-divida-de-r225-milhoes/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/07/29/melhor-da-america-latina-unicamp-deve-fechar-ano-com-divida-de-r225-milhoes/#respond Sat, 29 Jul 2017 10:00:21 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2928 A classificação recente da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) como a melhor da América Latina no ranking THE (Times Higher Education) não trouxe um respiro aliviado para a instituição. A Unicamp deve fechar 2017 com um déficit de R$225 milhões –isso considerando só os gastos com salários de docentes e de funcionários.

A informação é da própria reitoria da universidade que, desde abril, está sob o comando do físico Marcelo Knobel. Trata-se de uma projeção com base na arrecadação do ICSM (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

Na última avaliação de universidades latino-americanas do THE, a Unicamp passou a USP, que liderava até o ano passado. No RUF de 2016, a Unicamp figura em 3ª posição depois da UFRJ e da USP, respectivamente. É a universidade mais produtiva do país em termos de artigos científicos –um dos componentes avaliados no indicador de “pesquisa” do RUF.

Juntas, as estaduais paulistas USP, Unesp e Unicamp ficam com quase 10% da arrecadação estadual do ICMS. O montante é transferido anualmente para as universidades depois de aprovação da LOA (Lei Orçamentária Anual). O problema é que, em tempos de crise, a arrecadação cai –mas a folha de pagamentos das universidades estaduais continua igual.

MAIS DINHEIRO

Em países como a China, universidades bem avaliadas (em rankings ou em outras formas de mensuração) recebem aportes extras de recursos. É um projeto governamental: no curto prazo, a China pretende ter um grupo de universidades entre as melhores do mundo no ranking global do THE.

Para Knobel, da Unicamp, é importante que a sociedade reconheça –e apoie– que as universidades de qualidade afetam diretamente o desenvolvimento do país. “As universidades públicas paulistas são um verdadeiro patrimônio do estado”, diz. “São fundamentais para o futuro do país.”

Falta, no entanto, dinheiro para manter esse “patrimônio”. Há alguns anos, USP, Unesp e Unicamp têm gastado praticamente tudo o que recebem do governo estadual só com salários. A recomendação legal é que esse dispêndio não ultrapasse 75% do orçamento para que o restante seja aplicado em custeio e manutenção –como pagar a conta de energia elétrica e fazer pequenas reformas.

Por causa da crise de recursos, a USP promoveu um (polêmico) programa de demissão voluntária de funcionários que conseguiu enxugar o orçamento anual da universidade em cerca de 4%. A iniciativa é tratada em livro recente de professores da própria universidade.

Essa alternativa não é cogitada pela Unicamp, de acordo com o reitor, que fala em “realizar medidas de gestão fundamentais, incluindo a revisão de contratos e a melhoria do processos.” Na prática, isso significa, por exemplo, não repor professores e funcionários que se aposentam.

Com dívidas e com dificuldade para renovar a mão-de-obra, os resultados da Unicamp em futuras avaliações internacionais como o ranking latino-americano THE podem ficar comprometidos. Em outras palavras: se nada a mudar, a universidade pode cair na listagem no futuro.

 

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Dirigente de universidade precisa ter doutorado? https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/12/23/dirigente-de-universidade-precisa-ter-doutorado/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/12/23/dirigente-de-universidade-precisa-ter-doutorado/#respond Fri, 23 Dec 2016 21:09:02 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2789 Nesta semana, a proposta de mudar o estatuto da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) de modo que seu dirigente não precise ter doutorado causou barulho nas redes sociais. O que mais me perguntaram é: quem dirige uma instituição de ensino precisa, afinal, do título de doutor? Vamos lá.

Hoje, quem comanda as universidades brasileiras tem de ser professor e pesquisador com doutorado e com bons anos de experiência acadêmica. É assim em todas as 195 universidades brasileiras de ensino presencial e também na Univesp, que oferece cursos semipresenciais.

No caso da Univesp, o conselho curador da universidade afirmou –no seu primeiro dia de atuação– que a necessidade de doutorado para ocupar o cargo de comando da universidade é restritiva demais e que, portanto, seria melhor tirar o status de “universidade” da instituição. Se deixasse de ser universidade, a Univesp poderia ser comandada por quem tiver um título de graduação.

Ok, mas há um risco nisso. Ora, se não houver mais exigências acadêmicas para a presidência da instituição e se o gestor é nomeado pelo governador, então alguém ligado ao governo poderia assumir a chefia de instituições de ensino e de pesquisa como a Univesp? Parece temerário.

Nas faculdades, a escolha do dirigente é mais flexível e algumas delas têm ousado. Caso da FGV-SP. Lá, o atual diretor foi selecionado em um processo que teve candidato até da Holanda. O eleito, no caso, Luiz Artur Brito, é engenheiro, passou pelo setor produtivo e, sim, tem doutorado.

Quem é contra a exigência de doutorado para o cargo de reitor ou presidente de uma instituição de ensino argumenta que a titulação acadêmica não garante boa gestão. Faz sentido: a própria USP, por exemplo, gastou 22% acima do previsto com pessoal e encargos sociais em 2013. Teve suas contas negadas pelo TCE –o que parece que irritou o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Mas dá para comandar uma instituição que faz ensino, pesquisa e extensão, como as universidades ou como uma instituição de ponta como a FGV-SP, sem ter experiência em pesquisa? Não. Que tal selecionar, então, um currículo que seja acadêmico e que, ao mesmo tempo, tenha experiência em gestão?

Pois é.

E NA USP?

Também me perguntaram, nas redes sociais, se a USP sofria algum risco de ter seu estatuto alterado e, assim, perder o status de universidade. Bom, na Univesp a proposta de mudança no estatuto foi possível porque o conselho da universidade é formado por cinco nomes externos à instituição –indicados pelo próprio governo.

Na USP, uma universidade bem maior e mais antiga do que a Univesp, apenas seis dos 123 membros do conselho são de fora da universidade. Unicamp e Unesp seguem o mesmo padrão. Isso significa que, nem em um dia de loucura, USP, Unesp e Unicamp colocariam na pauta do conselho a mudança de seu próprio status de “universidade”. Se colocassem, não seria aprovado. Se fosse, a universidade viria abaixo.

Ao que tudo indica, reduzir a restrição acadêmica para o chefe de uma universidade sob o pretexto de melhorar a sua qualidade é, além de um contrassenso, uma abertura perigosa que pode se espalhar por outras instituições públicas de ensino e de pesquisa de maneira irreversível.

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Óvulo de mulher que estudou em universidades bem ranqueadas nos EUA vale mais https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/ovulo-de-mulher-que-estudou-em-universidades-bem-ranqueadas-nos-eua-vale-mais/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/ovulo-de-mulher-que-estudou-em-universidades-bem-ranqueadas-nos-eua-vale-mais/#respond Thu, 17 Nov 2016 17:50:48 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2778 O impacto de rankings universitários e de outras formas de avaliação de educação pode chegar a áreas improváveis. De acordo com informações de um trabalho publicado pelo físico Marcos Barbosa de Oliveira, da Faculdade de Educação da USP, um óvulo de uma mulher que estuda em uma universidade de excelência como Harvard pode valer até dez vezes mais do que o preço de um óvulo “comum” no mercado nos EUA.

Isso porque Harvard é classificada como a melhor universidade do mundo em avaliações como o ranking de Xangai. Está também no top10 do ranking global de universidades Times Higher Education, que tem uma metodologia de avaliação diferente da chinesa.

Aplicativo da Folha calcula nota do Enem e chances no Sisu após a prova

Nos Estados Unidos, a comercialização de óvulos e de esperma para fertilização é permitida por lei. Lá, também é possível receber dinheiro para participar de testes clínicos de novos medicamentos. No Brasil, esse tipo de comércio é proibido.

Como os cientistas afirmam que os genes da mãe desempenham papel dominante no desenvolvimento das partes dos cérebros responsáveis pela inteligência, os óvulos das mulheres consideradas “mais inteligentes” –por exemplo aquelas que conseguem passar pelo filtro de Harvard– passam a valer mais.

A diferença de valores, de acordo com o artigo de Oliveira, é gritante: enquanto os óvulos das “harvardianas” chegam a U$S50 mil cada (cerca de R$ 170 mil), o preço médio do mercado para as mulheres que estudam em universidades medíocres nos rankings globais sai por uma média de U$S 5 mil a unidade (R$17 mil).

EUGENIA

Oliveira trabalha com os riscos embutidos nas possibilidades tecnológicas –incluindo o de eugenia. O artigo dele está no livro “Domínio das tecnologias” (ed. Letras a Margem, 2015). Em outros trabalhos, ele questiona a neutralidade da ciência, as formas neoliberais (com foco na produtividade) de avaliação de ciência e trata de má conduta científica.

Na época em que se identificou os genes maternos como responsáveis pela inteligência, na década de 1980, por meio de uma técnica nova de “marcadores genéticos”, o risco de eugenia sob nova roupagem entrou em debate nos corredores acadêmicos. Por exemplo: a possibilidade de regimes repressivos autorizarem apenas as mulheres mais inteligentes a terem filhos.

Outra possibilidade levantada foi simplesmente a de que homens interessados no QI (quociente de inteligência) de seus filhos poderiam, de repente, começar a achar mais atraentes as mulheres inteligentes.

 

 

 

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