O vestibular nacional dos EUA mudou e isso afeta o Brasil
Os Estados Unidos anunciaram na semana passada mudanças importantes no SAT, uma espécie de Enem feito naquele país desde 1926.
Entre as principais alterações está uma tentativa de aproximação do exame com o “novo” estudante do ensino médio americano.
A prova, por exemplo, vai evitar o uso de termos excessivamente coloquiais e vai deixar a literatura recomendada mais atual e menos clássica (leia aqui).
Outra mudança é que os alunos terão de justificar a escolha das respostas nas questões de múltipla escolha e não perderão mais pontos por resposta errada.
Bom, mas por que as mudanças no SAT são importantes para a gente?
Por uma série de motivos.
EFEITO CASCATA
O SAT é um exame pioneiro de aplicação nacional de seleção para o ensino universitário e tem sido seguido por vários países.
Ou seja: o que muda por lá tende a ter efeito cascata em todo o mundo.
No Brasil, por exemplo, o Enem, aplicado desde 2004 nacionalmente, é fortemente inspirado no SAT.
O que é cobrado no SAT tende a ser cobrado em exames como o Enem –e isso reflete diretamente no que é ensinado nas salas de aula por aqui.
A diferença é que nos Estados Unidos a pontuação no SAT é parte de uma seleção que pode incluir currículo, entrevista, carta de recomendação e provas adicionais.
Ou seja, além de se preocupar em acertar questões objetivas, o estudante que quer entrar em uma boa universidade se preocupa também em fazer cursos extracurriculares e trabalhos voluntários.
Isso não acontece no Brasil.
O que mais me preocupa em relação à mudança do SAT é que a redação deixa de ser obrigatória.
Se isso respingar por aqui no Enem corremos o risco de perder o único espaço da prova em que o aluno desenvolve seu pensamento crítico no processo se seleção para parte do ensino superior do país.
A articulista deveria parar para pensar que seu artigo não tem nada a ver com o Brasil. O povo brasileiro, na figura de pais e seus filhos, os ditos alunos já fizeram parte da civilização, isso até 1985, quando o regime militar impunha uma disciplina exatamente militar nas escolas. Daí em diante, com as “garantias democráticas” e tocado feito uma boiada pelos antigos esquerdistas, o povo brasileiro regrediu para uma sub-civilização, onde a fraude, o furto, o estelionato, a violência, o consumo de drogas e a apologia do marginal se toranram a verdadeira grade curricular das escolas. E para piorar agressões e vandalismo dos alunos são ou ignoradas pelos pais ou defendidas, quando decidem eles mesmos agredir os professores porque exigiram respeito dos alunos baderneiros. Para completar a desgraça, veem-se os pais acompanhando os ditos alunos pelas ruas, os doi de chinelão e bermuda, pois já regrediram ao estado de aborígenes, nem sabem mais colocar roupas. Isso é uma sub-civilização, resultado do trabalho dos ditos “intelectuais” e “sociólogos” brasileiros, com a nova “visão social” que implantaram em nome das “garantias democrátias”.
Totalmente certo…apoiado.
Em anos lendo comentários, o seu Berto Viu é o mais lúcido que li.
É bom saber que ainda existem pessoas como meu namorado, alguns amigos e eu.
O que me deixa feliz é saber que pessoas como o Sr. Berto, você e seu namorado são uma minoria, completamente alienada, e que não afeta em nada o desenvolvimento econômico e SOCIAL do País. Vocês estão mais para a Idade Média do que para o século XXI….
Bertola, em muitos aspectos a Idade Média foi uma época bem menos obscurantista do que a nossa.
Jogue fora suas apostilas de cursinho, compre bons livros e estude. Vale a pena.;-)
Abraço,
Nagib.
E, em muitos outros, mais obscurantista… Hoje, ao menos, a igreja não pode mais prender e matar…
GOSTEI!!
Pois é bertola, eles são minoria cuja idéias realmente não afetam o desenvolvimento económico e social, porque se afetassem poderia ser que essas coisas realmente se desenvolvessem, e não estivessem estagnados da maneira que está. Pessoas com o seu pensamento, por outro lado, são os verdadeiros culpados pela miséria nacional e a nossa incapacidade de evoluirmos.
Que grande desinformado hein, Berto Viu. Eu estudava em escola pública de periferia antes de 1985 e não havia nenhuma disciplina militar lá. Aliás, a escola onde eu estudava já tinha os mesmos problemas que hoje se vê nas escolas e alunos já desrespeitavam os professores, depredavam a escola e não queriam estudar. Este pessoal que acha que na ditadura era melhor parece não ter vivido de fato naquela época ou se viveu, parece que estava totalmente alienado dos problemas que já existiam nela. Em países onde não existe democracia, a educação geralmente piora, pois os ditadores querem deixar o povo na ignorância para dominar sem questionamentos.
Berto, eu confesso que não entendi direito seu comentário. Você diz “A articulista deveria parar para pensar que seu artigo não tem nada a ver com o Brasil”. Você discorda que o SAT afeta o Enem? abraços, Sabine
Berto, seu comentário vai na linha dos reacionários que enxergaram apenas metade do governo militar. Como já apontaram, a periferia conhecia uma realidade muito diferente das regiôes centrais. Além disso, educar 20% da população é muito mais fácil que educar 95% dela. Alguns dos outros pontos indicados, como corrupção, existiam e continuam a existir. Apenas eram negados e omitidos pelos governos da época. O aumento da criminalidade tem outras razões que fogem ao controle militar. Achar que a realidade atual é culpa de sociólogos, comunistas ou quaisquer outras categorias é ter uma visão completamente míope do mundo.
Sr. Berto, atualize-se.
”Para completar a desgraça, veem-se os pais acompanhando os ditos alunos pelas ruas, os doi de chinelão e bermuda, pois já regrediram ao estado de aborígenes, nem sabem mais colocar roupas. Isso é uma sub-civilização, resultado do trabalho dos ditos “intelectuais” e “sociólogos” brasileiros, com a nova “visão social” que implantaram em nome das “garantias democrátias”.
Então quer dizer que o caráter de um indivíduo é espelhado em seus trajes? Quando você julga uma pessoa pelo modo como esta se veste, acaba por demonstrar a sua incapacidade em enxergar que valores éticos não estão em simples acessórios físicos. Infelizmente, pessoas com vertentes ideológicas líquidas como a sua são maiorias no mundo, que preferem manter os padrões do ”bom senso” acima dos direitos individuais de cada um
Danilo, lembrei-me da história do advogado que estava no aeroporto de chinelo e bermuda e que foi super criticado em redes sociais. Isso me assusta. abraços, Sabine
Também vai deixar de ser ideológico, o que é ótimo – pelo menos para quem não compartilha do pensamento “institucionalizado”.
João, é isso mesmo. Obrigada pelo comentário, Sabine
Infelizmente, no caso do Brasil, se fossem computados curriculo, referencia etc… iria ser muito complicado, pois aqui nao se tem ética para se fazer uma selecao real! Entrariam so os amigos e cumpanheiros. Infelizmente isso nao da para aplicar em pais onde a corrupção abunda! O grande trunfo da meritocracia neste pais de corrupcao continental, sao os vestibulares independentes, descentralizados, pois assim se permite uma fiscalizacao maior, diretamente no processo de cada faculdade – sabe-se de antemao onde os exames sao fraudados. Com o ENEM, isso fica flutuando pelo ar, sem saber quem punir!
Sabine pensou corretamente, pois o ENEM tende a copiar os fatores do SAT; há porém um fator preponderante do ENEM, ao contrário do SAT: Seu valor ao ingresso num curso superior. É certo que o SAT, anexado à vida curricular do aluno o leva a uma faculdade, sem vestibular… mas aqui, vale o ENEM e, por ventura, o vestibular…
O triste disso tudo é a eliminação das redações – sustentáculo da nossa linguagem ( e da deles – tão fraca está ) e
última trincheira para mantê-la viva…
Berto viu, sobre seu comentário, você leu a parte que o ENEM é inspirado no SAT? Pelo amor de deus, qual a relação do teu comentário com a reportagem? Quanta alienação!
É legal acompanhar o que se passa na realidade educacional de outros países, mas acho que já está mais do que na hora de o Brasil deixar um pouco de lado o modelo educacional norte-americano, e passar a se preocupar mais com o desenvolvimento de um currículo especificamente voltado às necessidades da indústria brasileira. Algo mais simples, porém mais focado sobretudo no ensino de Letras (Português e idiomas estrangeiros) e Matemática.
O Brasil tem diante de si o desafio de capacitar muito rapidamente uma quantidade enorme de futuros trabalhadores, e isso passa por transmitir uma sólida base de conhecimentos fundamentais.
Mas esse modelo que você sugere é exatamente o modelo americano (tirando ensino de português, óbvio).
O SAT não cobra muito conteúdo de disciplinas do colégio, nesse sentido é muito diferente do tipo de exame que usamos no Brasil. As mudanças são na direção de aproximar o SAT do que se aprende no colégio. Então, o SAT vai tender a ficar mais parecido com vestibulares e Enem.
Exatamente isso. Tundo indica que ele será mais conteudista. Abraços, Sabine
Contradição. A reportagem citada afirma que deixarão de ser utilizados termos considerados obscuros. A articulista afirma que deixarão de ser utilizados termos coloquiais.
O que eles chamam de obscuros são os termos coloquiais.
Na verdade acho que agora eles caminham para usar termos mais coloquiais e não o contrário.
Sobre a questão do SAT e ENEM, é mais ou menos natural que as coisas se propaguem. Agora acho difícil que no caso do ENEM se retire a redação, pois ela era opcional e passou a ser obrigatória quando o exame passou a ser usado pelo SISU. De resto, as questões do ENEM são de certo modo um híbrido de conteudista e de capacidades. De certo modo podemos imaginar que ele já faz o que o SAT vai fazer (apesar de cometer ainda muitos erros).
Grande engano seu, Sabine: Se fizer levantamentos mundiais, as maiores cabeças, os maiores gênio (como Einstein) ou a maiorias do Nobéis, repetiriam numa redação. Nunca se pode confundir habilidades de escrita com habilidades tecnológicas, de ciências ou outra área especializada. Todos estes tiveram suas secretárias ou assessores para redigirem suas pesquisas. Ainda no agravante da língua portuguesa ser uma das mais difícieis do mundo. Oras, queremos um grande profissional, cientista ou pesquisador, ou um mero professor de português? Alias, o que um professor de português pode publicar numa publicação internacional como o Arxiv?
Em muitos países a segunda língua está virando a principal, como o inglês na China, Japão, muitos países nórdicos, árabes, etc. Devemos lembrar que línguas aparecem e se vão sem afetar em absoluto a população e seu desenvolvimento, tal qual o latim, aramaico, etc. Entre as matérias curriculares, a única que não tem língua universal é a língua de origem, diferente da matemática, física, biologia, etc, onde tem uma linguagem única no planeta. Então, tanto faz se lermos ou falarmos português, espanhol ou inglês, isso não melhora nosso desenvolvimento, pelo contrário, pode nos afetar por falta de publicações de qualidade. Pôr provas de português e literatura nos vestibulares com mesmo peso para todos os cursos, é dos mais absurdas formas ditatoriais, onde nada levam o aluno a algum desenvolvimento para o curso desejado, talvez fazendo-se excluir um gênio da ciências no vestibular e universidade por ter aversão a línguas. Uma absurda discriminação. Americanos foram inteligentes e a tempo. Tomemos sim este exemplo.
Também questiono a utilidade da redação como exercício de espírito crítico.
Não há muita pluralidade de opiniões entre os vestibulandos. Quase todos acreditam no mesmo conjuntinho de dogmas esquerdistas/nacionalista.
Quanto chegam ao pré-vestibular, esses jovens já não são mais cidadãos… são apenas cérebros devidamente lavados.
Mas não é justamente por isso que devemos estimular a escrita entre os estudantes?
Com certeza, Sabine, você está certa! Eu não tinha pensado por esse lado.
Se eliminarmos a redação, de fato estaremos matando definitivamente a chance de que idéias novas possam se expressar.
Mas agora eu fiquei com uma dúvida: de que adianta manter a redação, num ambiente completamente dominado pelo pensamento único? Os jovens vivem numa espécie de círculo vicioso, cheio de cacoetes mentais (tipo: ser de direita é ser assassino, ser nacionalista é uma grande qualidade, só gente ignorante acredita em Deus, etc, etc).
Minha dúvida é: enquanto esses tais cacoetes forem ensinados e reproduzidos aos jovens nas escolas, as redações serão todas um amontado de discursos chatos e repetitivos.
A redação permite que o novo se expresse, mas não facilita (nem ao menos induz) o seu surgimento, concorda?
Nagib, discordo de você quanto aos dogmas. De fato nossos alunos são treinados para escrever aquilo que se espera, mas nem sempre isso significa dogmas de esquerda ou direita, mas sim coisas do tipo “leia os textos de suporte e os use como base do seu texto, não invente nem queira colocar suas opiniões sobre o tema, seja genérico para não arriscar a ter uma nota ruim”. Essa é a lavagem cerebral feita.
Aleardo, isso que você falou é um fato… a meninada é treinada para pensar “dentro do quadrado”.
Mas tem um outro lado da moeda… o lado dos cacoetes mentais que eu mencionei na resposta que enderecei à Sabine, logo acima.
Pegue o tema “Idade Média”, por exemplo… a visão que os jovens estudantes têm, a respeito desse período, não passa de uma versão oficiosa, imposta por certa corrente de historiadores. De modo algum essa versão representa a realidade completa daquele período.
No fim, a garotada estrutura opiniões em cima de preconceitos.
Claro que os jovens estudantes não têm culpa nenhuma por tudo isso… na verdade, eles são as maiores vítimas de um sistema de ensino ideologizado, tendencioso, mentiroso e arrogante.
O Enem foi criado para ser apenas um instrumento de aferição da qualidade do ensino médio no Brasil.
Demagogicamente, o governo do PT distorceu o seu sentido e transformou o Enem no maior vestibular do mundo, orientado por critérios ideológicos, afirmando que tinha como missão “democratizar” o Ensino Superior. Meu Deus!
Todos os governos fazem vista grossa para o Ensino Médio brasileiro que é, sem dúvida alguma, o grande nó górdio da Educação no Brasil.
Dá mais voto criar mais Instituições Públicas de Ensino superior, de qualidade duvidosa, com greves constantes e com o dinheiro do contribuinte, como a vergonhosa USP-LESTE, que está até hoje querendo saber quando vai poder iniciar o ano letivo!
Sim, eu inclusive já escrevi sobre isso: http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2013/10/22/o-enem-e-a-ideia-de-um-exame-unico/
Até onde sei, o SAT tinha correção de redação regionalizada, enquanto do ENEM é toda centralizada em Brasília. Pelo que se discutiu por no caso ¨nós pega peixes¨, o lógico aos defensores disto é mesmo não haver redação no ENEM. Por outro lado, a aparência de que possa piorar pode ser falsa, ficando tal qual ou até melhor.
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Universidades com a cara do Brasil
http://www.jornalbeiradorio.ufpa.br/novo/index.php/leia-tambem/1555-universidades-com-a-cara-do-brasil
As provas de Redação são obviamente tendenciosas e ideologizadas.
As bancas examinadoras afirmam que o candidato pode se posicionar da maneira que quiser, mas ninguém acredita cegamente que isso seja verdade.
Só uma correção: o ENEM foi criado em 1998 e só para avaliar o ensino médio. A partir de 2009 começou a ser usado como avaliação para ingresso no ensino superior, com uso parcial ou total de seus resultados nestes concursos (Sisu).
Em minha opinião, este exame está cada vez mais parecido com os vestibulares tradicionais. Mas não sei se isto o afasta ou não de seus objetivos iniciais. O fato é que as universidades federais que o usam para o ingresso de seus alunos estão economizando uma boa verba, antes reservada aos vestibulares tradicionais. Só não me pergunte onde esta economia está sendo usada 🙂
Roberto, foi a partir do Enem de 2004 que ele começou a ser usado para o Prouni e que as notas das escolas passaram a ser divulgadas. Por isso, foi nesse ano que o Enem ganhou força! abraços, Sabine
No país da Operação Porto Seguro, MEC aplica uma prova que traz uma tirinha retratando sexo oral! É o Brasil assombrando o mundo!
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/no-pais-da-operacao-porto-seguro-mec-aplica-uma-prova-que-traz-uma-tirinha-retratando-sexo-oral-e-o-brasil-assombrando-o-mundo/
O ENEM, assim como o ENADE, é uma forma de diagnosticar a qualidade do ensino médio no Brasil. Infelizmente, o governo do PT transformou esse exame no maior vestibular do mundo com uma prova exaustiva contendo cento e sessenta questões. Devemos usar o ENEM e corrigir sua forma de elaboração conforme o SAT (bons enunciados) para melhorar a educação básica. O vestibular é outra coisa.
O modelo atual de educação no Brasil, baseado no modelo norte americano não representa nem defende a soberania da nação, mostra como o Brasil não tem autonomia nem pra educar seus próprios cidadãos, tendo que de livre e espontânea pressão aderir e ingerir tudo que os EUA mandar.
Para piorar ainda mais o governo daqui resolve utilizar o Enem como porta de entrada na universidade, tirando assim seu verdadeiro objetivo que era o de avaliar a qualidade do ensino médio,que todos sabem que se for fazer Enem apenas com o que aprende no ensino médio publico jamais conseguira passar pois as cento e sessenta questões do Enem cobra todo ano o que o aluno não tem que e a qualidade do ensino na escola.A prova disso e o nível cada vez mais difícil das questões.