Abecedário https://abecedario.blogfolha.uol.com.br Universidades, escolas e rankings Mon, 10 Dec 2018 18:26:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sobre as mães de universitários que escrevem para o blog https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/14/sobre-as-maes-dos-universitarios-que-escrevem-para-o-blog/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/14/sobre-as-maes-dos-universitarios-que-escrevem-para-o-blog/#respond Mon, 14 May 2018 17:39:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3138
Praça do relógio na USP; para especialistas, participação de mães em vida universitária é fenômeno brasileiro (Eduardo Anizelli – 24.nov.2016/Folhapress)

Neste mês das mães, resolvi escrever sobre um interlocutor importante que tenho desde que comecei a me debruçar sobre o tema de ensino superior: as mães dos universitários brasileiros. Elas estão sempre aqui no blog, na página do Ranking Universitário da Folha e na minha caixa de entrada de e-mails.

Falei sobre essa forte presença maternal entre estudantes jovens e adultos no Congresso Internacional da FAUBAU (Brazilian Association for International Education), em abril, e ouvi, dos especialistas em educação estrangeiros que estavam presentes, que isso é um fenômeno tipicamente brasileiro — talvez latinoamericano. Pode ser.

Por aqui, recebo com frequência mensagens de mães de universitários pedindo informações sobre cursos e instituições de ensino superior de todo o país. Elas querem saber de tudo: preço, qualidade, empregabilidade, como funcionam as repúblicas estudantis. Tem muita festa? O objetivo declarado é ajudar os filhos e filhas que estão planejando entrar na universidade –ou já estão matriculados em um curso de graduação e até de pós-graduação.

Para se ter uma ideia, recebo mais mensagens de mães do que dos próprios filhos universitários!

Nas universidades brasileiras que visito para falar sobre o RUF, lá estão as mães. Já vi mães acompanhando seus filhos da graduação (e muitas vezes da pós-graduação) pelos corredores acadêmicos para questionar notas com os professores, justificar comportamentos e debater questões didáticas. Há pais, também, claro, mas elas são maioria. Dizem os coordenadores de curso, isso está ficando cada vez mais comum.

PROGRAMA DE TREINAMENTO

Há, ainda, algumas mães que levam seus filhos e filhas universitárias mais adiantados nos cursos universitários para as provas de programas de treinamento de grandes empresas. Entram com a cria no processo seletivo, ficam na sala de espera durante a prova, assim, avaliando se aquele ambiente é adequado.

Isso é um problema.

A idade universitária corresponde ao fim da adolescência e à passagem para a vida adulta, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Um universitário está justamente aprendendo a resolver problemas, debater notas, escolher disciplinas. Ele tem que saber selecionar um programa de treinamento de acordo com a carreira que está desenhando. Não pode ter alguém tomando a decisão por ele.

As melhores universidades do mundo exigem que os alunos morem em residências universitárias estudantis (longe dos pais e das mães) justamente para aprender a conviver com a diferença, a resolver problemas sozinho, a gerenciar a própria vida. Isso pode ser mais importante do que muitos cursos porque desenvolve as habilidades sociais dos estudantes.

Em Stanford (EUA), por exemplo, todos os alunos de gradução moram no campus –mesmo que eles sejam originalmente das redondezas de Palo Alto, na Califórnia, onde fica a escola. A “mensalidade” da universidade inclui a moradia.

A literatura de educação mostra que atitudes superprotetoras dos pais podem render comportamentos infantilizados dos filhos –inclusive na idade adulta. Isso significa que se o jovem, em transição para a maturidade, não aprender a tomar decisões que dizem respeito a sua própria vida, ele não vai aprender nunca mais.

 

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Tem uma história inspiradora em educação para compartilhar com a gente neste mês das mães? Fale comigo no sabine.righetti@grupofolha.com.br

 

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Sem salário há três meses, docente da UERJ pede emprego com cartaz para pagar contas atrasadas https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/06/11/sem-salario-ha-tres-meses-docente-da-uerj-pede-emprego-com-cartaz-para-pagar-contas-atrasadas/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/06/11/sem-salario-ha-tres-meses-docente-da-uerj-pede-emprego-com-cartaz-para-pagar-contas-atrasadas/#respond Mon, 12 Jun 2017 01:25:45 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2866

Sem salário há quase três meses (e com atraso também no 13º salário e nas férias de 2016), o engenheiro químico Evandro Brum Pereira, 61, resolveu postar neste domingo (11) uma foto pedindo trabalho –e a imagem acabou viralizando nas redes sociais.

Na imagem feita pela filha do docente, Thais, 19, Pereira descreve um currículo impecável e deixa o celular para ofertas de trabalho. “Recebi muitas ligações de gente pedindo a minha conta bancária para fazer um depósito”, disse ao Abecedário. “Fiquei emocionado.”

A proposta do docente ao divulgar a imagem, diz, foi fazer uma manifestação. “As pessoas precisam saber que docentes e funcionários da UERJ estão sem salário há meses. Alguém precisa resolver essa situação.”

O engenheiro químico conta que deixou a iniciativa privada na década de 1990 no setor de petróleo para entrar na carreira docente.

Agora, sem salário e com uma família para sustentar, Pereira diz que tem contas atrasadas e dívidas no cheque especial. “Estou me virando como todos os demais docentes e funcionários da UERJ. Estamos todos com dívidas.”

Para se ter uma ideia, um docente em final de carreira com um currículo equivalente ao de Pereira (o que inclui doutorado e pós-doc no exterior) receberia, hoje, um salário líquido de cerca de 12 salários mínimos ao mês. Os salários, diz, estão sem reajuste há cerca de uma década.

MÃOS ATADAS

O Abecedário conversou recentemente com o reitor da universidade, Ruy Garcia Marques. Formado na própria universidade há cerca de 40 anos, ele disse estar de “mãos atadas”. “Estamos na maior crise financeira de nossa história.”

Recentemente, a gestão de Marques negou uma proposta do governo do Rio que queria reduzir os salários em 30% para atualizar os pagamentos atrasados (a redução real seria de 40% considerando a inflação dos últimos 12 meses). Por enquanto, não há previsão de regularização dos salários.

A crise financeira também atingiu os serviços terceirizados da universidade, como coleta de lixo e segurança. De acordo com a bióloga da UERJ Gisele Lobo, especialista em esponjas, muitos alunos e docentes deixaram de ir ao campus porque estão com medo da falta de segurança, especialmente nos cursos noturnos. “Já o meu lixo eu levo para a minha casa”, diz Gisele.

Mesmo sem salário, Pereira, Gisele e outros servidores seguem trabalhando para não prejudicar os alunos –são cerca de 25 mil estudantes na graduação e na pós.

Fundada em 1950, a UERJ está classificada em 13º lugar no país no último RUF -Ranking Universitário Folha. Destaca-se em cursos como direito, no qual figura em 10º lugar no país. “Estamos perdendo credibilidade. Ninguém mais vai querer estudar na UERJ”, diz Pereira.

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Arábia Saudita, Irã e Turquia estão entre os países que mais mandam estudantes para os EUA https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/02/01/arabia-saudita-ira-e-turquia-estao-entre-os-paises-que-mais-mandam-estudantes-para-os-eua/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/02/01/arabia-saudita-ira-e-turquia-estao-entre-os-paises-que-mais-mandam-estudantes-para-os-eua/#respond Wed, 01 Feb 2017 23:26:58 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2807 Pelo menos três países de maioria islâmica estão na lista dos que mais mandam estudantes para as universidades dos Estados Unidos: a Arábia Saudita, o Irã e a Turquia.

De acordo com um relatório que curiosamente se chama “Open doors” (“Portas abertas”), do Instituto de Educação Internacional dos EUA, quase 10% dos estudantes estrangeiros matriculados hoje em instituições de ensino superior norte-americanas são sauditas, iranianos ou turcos. Isso representa cerca de 100 mil alunos –o suficiente para encher um estádio inteiro do Maracanã e ainda ficar gente de fora.

Os alunos de origem islâmica viraram um assunto no início do governo Trump depois que o novo presidente dos Estados Unidos proibiu a entrada temporariamente de pessoas de sete países que seguem o Corão: Iraque, Síria, Irã, Sudão, Líbia, Somália e Iêmen.

No dia seguinte ao anúncio do veto, um cientista iraniano com bolsa de estudos em Harvard –considerada a melhor universidade do mundo– foi impedido de entrar nos Estados Unidos.

A lista de Trump causou rebuliço nas universidades americanas. Isso porque as grandes instituições de elite têm, em média, 25% dos seus alunos vindos de outros países. Para se ter uma ideia, hoje há um milhão de alunos estrangeiros em universidades dos EUA, de acordo com o “Open doors”.

A presença de alunos, pesquisadores e docentes estrangeiros é considerada um indicador de qualidade por rankings de universidades. Entende-se que salas de aulas mais heterogêneas formam melhores alunos.

Além disso, a presença de alunos de fora é fundamental para a própria economia das instituições de ensino dos EUA. Para se ter uma ideia, uma universidade como Harvard custa, em média, U$70 mil ao ano (mais de R$200 mil). Quem vem de fora tende a pagar as maiores taxas.

REUNIÃO

A maioria das instituições de ensino já convocou reuniões de emergência com estudantes, pesquisadores e docentes dos países banidos. A recomendação é que ninguém saia do país para férias, visita ou mesmo para participação em congressos científicos –há risco de que, mesmo com visto, essas pessoas não consigam regressar aos Estados Unidos.

Algumas instituições de ensino, como a Universidade de Stanford, na Califórnia, anunciou que falará em breve também com estudantes de países que, por enquanto, estão fora do veto de Trump, mas que podem estar sob “risco”.

Caso do Paquistão e da Arábia Saudita –que, aliás, está entre os três países que mais enviam estudantes aos Estados Unidos.

De acordo com o “Open doors”, o Brasil é o 8º país na lista dos que mais mandam estudantes para as universidades norte-americanas. O visto para os brasileiros, no entanto, ficou mais difícil no novo governo Trump.

Confira a lista abaixo de quem mais envia alunos para universidades dos EUA:

1. China
2. Índia
3. Arábia Saudita
4. Coréia do Sul
5. Canadá
6. Vietnã
7. Taiwan
8. Brasil
9. Japão
10.México
11.Irã
12. Reunido Unido
13. Turquia
14. Nigéria
15. Alemanha

Open Doors 2016

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Finlândia deve acabar com as disciplinas escolares até 2020 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/14/finlandia-deve-acabar-com-disciplinas-escolares-ate-2020/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/14/finlandia-deve-acabar-com-disciplinas-escolares-ate-2020/#respond Mon, 14 Nov 2016 17:54:47 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2772 Famosa por criticar o formato antiquado das escolas, a chefe de educação de Helsinki, capital da Finlândia, Marjo Kyllonen, anunciou na imprensa internacional que pretende abolir as disciplinas nas escolas.

A ideia é que até 2020 todas as escolas finlandesas trabalhem por projetos agregando os conteúdos no lugar de dividir o conhecimento em caixinhas: de física, de línguas, de matemática. A proposta será de um ensino totalmente interdisciplinar.

Educação só funciona se aluno estiver emocionalmente envolvido

Escola tradicional, Bandeirantes elimina divisão de turmas por área e por notas

Aplicativo da Folha calcula nota do Enem e chances no Sisu após a prova

Se a mudança der certo, a Finlândia será o primeiro país do mundo oficialmente a acabar com as disciplinas –algo que própria Marjo chamou de uma “revolução na educação”.

A proposta pode se espalhar mundo afora: a Finlândia está no topo das avaliações internacionais de educação e inspira políticas públicas de vários países.

POR PROJETOS

Hoje, algumas escolas de elite do mundo da Europa, da Ásia e dos Estados Unidos já fazem experimentos interdisciplinares no chamado ensino por projeto. Funciona assim: os alunos têm de criar produtos ou soluções usando conhecimentos de várias disciplinas simultaneamente.

Isso acontece principalmente nos laboratórios –e o movimento já chegou ao Brasil: o tradicional colégio Bandeirantes acaba de anunciar que a partir de 2017 os laboratórios de física, de química, de biologia e de artes serão integrados em um único espaço com vários docentes.

A eliminação total de disciplinas ministradas em salas de aula, no entanto, como propõe a Finlândia, é uma novidade.

Os professores daquele país já estão sendo preparados para mudança, afinal, eles ainda são formados em áreas do conhecimento.Na Finlândia, a formação de professor inclui várias etapas de residência na escola –como fazem os estudantes de medicina– e vai até o nível do mestrado.

“Você iria a um médico que usa tecnologia do século 19? Eu não”, disse Marjo em entrevista recente. Especialista em “educação do futuro”, ela sempre destaca o aspecto retrógrado da nossa educação.

No Brasil, o excesso de disciplinas voltou a ser assunto com a proposta recente de reforma do ensino médio o governo federal. Hoje, algumas etapas da educação básica, como o ensino médio chegam, a ter 13 disciplinas diferentes. A ideia, agora, é concentrar os conteúdos em quatro grandes áreas: linguagens, ciências humanas, ciências da natureza e matemática. É assim que funciona, hoje, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

 

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Entenda o RUF: confira as respostas para as perguntas mais frequentes sobre o ranking https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/09/21/entenda-o-ruf-confira-as-respostas-para-as-perguntas-mais-frequentes-sobre-o-ranking/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/09/21/entenda-o-ruf-confira-as-respostas-para-as-perguntas-mais-frequentes-sobre-o-ranking/#respond Wed, 21 Sep 2016 16:02:50 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2722 A Folha publicou nesta segunda (19) a quinta edição do RUF -Ranking Universitário Folha e tem recebido muitas mensagens com dúvidas de usuários. Seguem, abaixo, os questionamentos mais comuns sobre o ranking.

Por que meu curso (nutrição, zootecnia e outros) não foi avaliado pelo RUF?
O RUF avalia as 40 carreiras com mais ingressantes no país, como administração, direito e medicina, de acordo com os dados do último Censo do Ensino Superior. A demanda para essas carreiras pode variar de ano para ano. Na edição do RUF de 2014, por exemplo, o curso de “filosofia” estava entre as carreiras com maior demanda no país (Censo de 2012). A partir do RUF 2015, “moda” entrou para os cursos de maior demanda no país e passou a ser avaliado no RUF no lugar de “filosofia” (Censo de 2013).

Por que a Unicamp foi avaliada em “jornalismo” se não tem um curso de “jornalismo”?
A Unicamp tem um curso de “comunicação social – midialogia” cadastrado como “comunicação social” no MEC –uma das áreas avaliadas na carreira “comunicação/jornalismo” do RUF. Sobre isso, consulte o dicionário de cursos do RUF aqui.

Meu curso não recebeu pontuação no indicador “avaliação de mercado”. Por que isso acontece?
O indicador de mercado de trabalho considerou 5.975 entrevistas realizadas pelo Datafolha em 2014, 2015 e 2016 com profissionais do mercado (de empresas, hospitais, consultórios, escolas e afins). Esses profissionais são ouvidos sobre as três melhores instituições nas áreas em que contratam. Os cursos sem pontuação nesse indicador não foram mencionados nas entrevistas com os empregadores.

Por que a minha faculdade não foi avaliada no ranking de universidades?
O ranking de universidades do RUF avalia e classifica as 195 instituições de ensino superior credenciadas como “universidades” no MEC. Já os 40 rankings de cursos consideram as carreiras oferecidas por universidades, faculdades e centros universitários. Institutos federais e cursos tecnólogos e a distância, por enquanto, não fazem parte das avaliações.

O Enade vale até 5 pontos, mas, no RUF, ele vale dois pontos. Como isso é possível?
No ranking de universidades, um dos subindicadores de qualidade do ENSINO avalia o desempenho dos alunos no Enade e vale dois pontos (ou 2% da nota recebida pela universidade). Nesse quesito, calculamos a nota da instituição no Enade (até cinco pontos) proporcionalmente no valor do indicador do RUF (até dois pontos).

Minha instituição de ensino não forneceu dados diretamente ao RUF. Como fomos avaliados?
Todos os dados do RUF são coletados em bases de dados do Inep-MEC (Censo de Ensino Superior 2014), Inpi (patentes solicitadas de 2005 a 2014), SciELO e Web of Science (artigos publicados em 2012 e 2013; citações recebidas em 2014) e agências de fomento à ciência estaduais e federais (dados de 2014). Também são realizadas duas pesquisas de opinião nacionais exclusivas, conduzidas pelo Datafolha, com empregadores e com docentes cadastrados como avaliadores do MEC. Visitas às instituições de ensino não fazem parte da metodologia.

Minha instituição tem dois cursos de “administração”, em dois campi diferentes. Dá para saber qual é a nota de cada um dos cursos?
Não. No caso de instituições com o mesmo curso oferecido em mais de um campus ou unidade, a nota daquela carreira será calculada com base em uma média das notas do curso oferecido em cada um dos campi.

Meu curso se chama “ciências jurídicas”. Quero saber se foi avaliado na carreira “direito”.
Sim. As 40 carreiras avaliadas no RUF consideram uma série de cursos com diferentes nomenclaturas. Para saber quais cursos fazem parte de cada carreira, acesse o dicionário de cursos.

 

>> Acesse aqui todas as reportagens e análises do RUF 2016.

 

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Eu, que amo estudar, quase larguei o ensino médio https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/09/10/eu-que-amo-estudar-quase-larguei-o-ensino-medio/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/09/10/eu-que-amo-estudar-quase-larguei-o-ensino-medio/#respond Sat, 10 Sep 2016 18:08:25 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2709 Nessa semana, diante da divulgação dos resultados do Ideb, escrevi uma análise sobre o problema do ensino médio no país. O índice mostrou que continuamos falhando especialmente na última etapa da educação básica. Os alunos continuam indo mal e largando a escola.

O problema é realmente sério. Quem me conhece minimamente sabe que eu adoro estudar –o que, inclusive, acabou me levando a pesquisar e a escrever sobre educação. E até eu, que amo aprender, quase larguei o ensino médio durante a minha adolescência.

Aluno chega à escola de peito estufado e sai de cabeça baixa

Educação só funciona se aluno estiver emocionalmente envolvido

Assim como acontece com a maioria dos alunos, eu fui me desconectando da escola. No começo, eu acordava animada para ir para a escola, gostava da “tia” e das brincadeiras do recreio. Aos poucos, isso foi se perdendo.

Conforme a escola avançava, eu deixava de ter uma relação afetiva com aquilo. A escola passou a me dar medo: da bronca, da nota baixa, da prova, do bullying. Eu mal sabia o nome dos meus professores no começo do ensino médio porque eram muitos –hoje, são 13 disciplinas que compõem o quadro escolar nessa etapa. Eles também não sabiam o meu nome. Eu tinha um número na minha sala: 33.

Eu gostava de fazer contas, mas comecei a lidar mal com elas no ensino médio. A minha paixão pela lógica foi substituída pelo terror à memorização de fórmulas da matemática e da física –aliás, eu não tinha a mais vaga ideia de quão linda pode ser a física, da escala nanométrica à astronomia. Eu detestei física do começo ao fim, até chegar à faculdade.

SONO

Toda noite, durante o ensino médio, eu ia dormir preocupada com a escola. Perdia o sono e, no dia seguinte, mal conseguia acordar antes das 6 horas para estar na aula às 7 horas. Mais tarde, lendo estudos de educação e de psicologia, descobri que, por questões fisiológicas mesmo, os adolescentes têm dificuldades de acordar cedo. A cabeça deles simplesmente não funciona de manhã. Ora, então por que diabos as aulas no ensino médio até hoje começam às 7 horas nas redes pública e privada?

Pois é. É uma tortura mesmo.

Deixei de ver sentido nas horas que passava nas aulas. Todos os dias, chegava em casa e fazia um balanço do que havia aprendido. Na maioria das vezes eu concluía que tinha aprendido coisas “inúteis” porque não via conexão daquilo com a minha vida. E, já que eu não tinha aprendido nada, como pensava, por que eu estava na escola?

Essa é a sensação relatada pela maioria de quem larga os estudos nessa fase: a escola parece perda de tempo. E, no Brasil, muita gente desiste: metade de quem entra na escola não termina os estudos no ensino médio! Claramente temos um problema sério que estamos ignorando.

Por sorte, meus pais não me deixaram desistir. Discutimos ao longo de todo o meu 1º ano do ensino médio o que eu faria da vida, cheguei a mudar da escola. Resolvi seguir nos estudos mediante um plano: eu iria trabalhar nas horas vagas depois da escola e, com o dinheiro poupado, faria intercâmbio no 2º ano do ensino médio. Isso me segurou.

Fui e, lá fora, no Reino Unido, as aulas começavam mais tarde e eu podia fazer disciplinas extracurriculares. Mais independente, comecei a circular sozinha pela cidade, ir a museus e ao cinema. Conheci novos livros. Continuei trabalhando depois da escola.

Quando voltei da empreitada, já estava no 3º ano do ensino médio, preparando-me para o vestibular. Resolvi terminar, faltava pouco! Aos 17 anos, entrei em um curso concorrido de jornalismo em uma universidade estadual paulista. Ufa. E nunca mais parei de estudar.

Toda vez que escrevo sobre os problemas do ensino médio, conto um pouco da minha história. Eu, que amo estudar, e que agora estou planejando até um pós-doutorado, quase parei a escola na minha adolescência. Isso me parece bem grave.

A escola brasileira tem o poder de acabar com o ânimo de seus alunos –e os culpa por isso. Até quando vamos ignorar esse nosso fracasso?

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O que as melhores universidades do mundo podem ensinar ao nosso governo https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/06/01/o-que-as-melhores-universidades-do-mundo-podem-ensinar-ao-nosso-governo/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/06/01/o-que-as-melhores-universidades-do-mundo-podem-ensinar-ao-nosso-governo/#respond Wed, 01 Jun 2016 15:27:29 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2556 Os Estados Unidos concentram sete das dez melhores universidades do mundo, de acordo com avaliações internacionais como o THE (Times Higher Education). São escolas muito boas porque têm corpo docente de altíssimo nível, recursos e os melhores alunos do mundo, que criam soluções bastante criativas para os problemas de nossa sociedade.

Como essas universidades conseguem isso? Com diversidade. As universidades norte-americanas têm uma política fortíssima de diversidade étnica, racial, social e de gênero de seus alunos. A ideia é formar turmas mais heterogêneas possível –algo bem diferente do que o novo governo está fazendo.

Queda da USP em ranking mostra deterioração da imagem do Brasil

Explico. Uma universidade como Harvard (Boston, EUA) –6ª melhor do mundo no ranking de universidades THE e 1ª na listagem de Shangai– tem, em média, 20% de seus alunos vindos de outros países. São chineses, sul coreanos, sauditas, indianos, latinos.

Mais: Harvard, assim como as universidades de ponta no mundo, tem uma intensa política de prospecção de bons alunos, incluindo aqueles que não podem pagar pelo curso. A universidade visita escolas públicas, vai atrás de competições de empreendedorismo jovem, de olimpíadas internacionais de física e de matemática, busca os melhores estudantes em cursos on-line livres de plataformas como Coursera e EdX.

Se Harvard encontrar um bom estudante que não pode pagar pela taxa anual, que gira em torno de U$60 mil (cerca de R$200 mil), a universidade garante uma bolsa de estudos integral. O aluno tem direito às aulas, material escolar, moradia, alimentação e plano de saúde. É mais do que as nossas universidades públicas brasileiras oferecem por aqui.

Esse mix de boas cabeças diferentes, com diversos backgrounds, histórias de vida, culturas, religiões, orientação sexual e visões de mundo, forma turmas riquíssimas de alunos. Imagine uma sala de aula de um curso de medicina ou de economia que misture as melhores cabeças do mundo em diversas etnias, sexo e classe social? Pois é.

FACEBOOK

Os resultados são as melhores soluções para os problemas de nossa sociedade. É de universidades com foco em diversidade que saem ideias disruptivas como o Facebook, o LinkedIn, o Airbnb, o Uber e onde se formam os CEOs e líderes das principais instituições e empresas do mundo.

Por falar em empresas, muitas seguem a lógica das universidades norte-americanas ao formar seus quadros de liderança e conselhos. Há estudos que mostram que cúpulas heterogêneas deixam as empresas 25% mais produtivas do que aquelas formadas apenas por homens brancos –como tende a acontecer em cargos de liderança no setor produtivo mundo afora.

Agora vamos voltar ao Brasil. E vamos extrapolar. Se o novo governo fosse uma sala de aula de uma universidade, seria composta por alunos homens, brancos, com orientação política parecida e background bastante similar. São pessoas que enfrentaram os mesmos desafios e obstáculos, que fazem uma mesma leitura da vida. E que, consequentemente, têm pouca diversidade na solução de problemas. Basicamente, são pessoas que pensam igual.

A diversidade de pessoas em uma universidade, empresa ou governo é necessária não apenas para atender o movimento feminista, a demanda das minorias, a representação racial. Não é só isso. A diversidade é necessária para termos, afinal, diversidade na solução dos problemas, para aumentar a criatividade, a produtividade. E, parece-me, o Brasil está extremamente carente de boas, criativas e produtivas soluções.

 

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Queda da USP em ranking de reputação mostra deterioração da imagem do Brasil https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/05/13/queda-da-usp-em-ranking-de-reputacao-mostra-deterioracao-da-imagem-do-brasil/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/05/13/queda-da-usp-em-ranking-de-reputacao-mostra-deterioracao-da-imagem-do-brasil/#respond Fri, 13 May 2016 15:51:01 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2517 A perda de pontos da USP no ranking de reputação do THE -Times Higher Education, que lista as cem melhores universidades do mundo de acordo com sua credibilidade no meio acadêmico, mostra, entre outras coisas, que a imagem do Brasil lá fora vai de mal a pior. A universidade caiu do grupo que está entre as posições 51-60 (na lista de 2015) para 91-100.

A listagem é feita com base em uma pesquisa de opinião feita com 10.323 docentes de 133 países no início do ano. A ideia é avaliar a percepção que se tem internacionalmente das principais universidades do mundo –chamadas de “world class”.

O ranking mostra que Harvard, nos EUA, tem a melhor reputação internacional. Oito das dez melhores universidades do mundo estão nos Estados Unidos, conforme a opinião dos acadêmicos entrevistados.

Leia editorial da Folha ‘Lista de lições’

Confira o ranking de reputação do THE

O problema é que a imagem da universidade caminha junto com a ideia que se tem do seu país de atuação. E, recentemente, o Brasil tem virado notícia por causa de corrupção do governo, epidemia do zika vírus, problemas nas obras das Olimpíadas, crise econômica e social, desemprego.

No meio disso tudo, a USP– única escola brasileira a aparecer no ranking das cem escolas de melhor credibilidade do mundo– chegou à sua pior classificação desde que entrou para o ranking de reputação do THE, em 2012. Está quase saindo da lista.

Para se ter uma ideia do que isso significa, a China tem cinco universidades entre as cem de maior credibilidade do mundo. A melhor delas, Tsinghua, saiu de 35º lugar (em 2012) para 18º lugar neste ano. A segunda melhor chinesa, Universidade de Pequim, pulou de 38º lugar (em 2012) para 21º lugar. Por aí vai.

DRAGÃO CHINÊS

As escolas chinesas estão melhorando nas avaliações internacionais porque o governo daquele país está fazendo um investimento massivo em internacionalização do ensino superior nos dois sentidos –atraindo estrangeiros para a escolas chinesas e mandando estudantes daquele país para estudar fora.

De acordo com dados do governo americano, um em cada quatro estudantes estrangeiros nos EUA vem da China. De 2013 para 2014, o país aumentou em 21% o número de chineses enviados para ter aula nos Estados Unidos.

Enquanto isso, o Brasil ousou com programas de internacionalização como o Ciência sem Fronteiras, que em 2012 começou a mandar estudantes para as melhores universidades do mundo, mas perdeu o fôlego. O programa contribuiu para a exposição da ciência nacional no exterior, catapultou a quantidade de trabalhos em cooperação internacional, trouxe novas ideias para o Brasil. E, sem dinheiro, foi descontinuado.

A USP melhorou no ranking do THE justamente no auge do Ciência sem Fronteiras. No mesmo período, a própria universidade abria escritórios no exterior e pagava com recursos próprios –a “bolsa USP”– para que seus estudantes fizessem intercâmbio.

Agora a imagem da universidade lá fora deve piorar ainda mais. A USP enfrenta problemas financeiros resultantes de uma gestão desastrosa que gastou exageradamente (inclusive no exterior), o governo federal corta recursos em ciência e a crise no país se instala. Enquanto escolas de países como a China e de alguns centros do leste europeu avançam, a gente não está apenas parado: estamos andando para trás.

 

Veja a posição da USP no ranking de reputação do THE:

2012- 61-70
2013- 61-70
2014- 81-90
2015- 51-60
2016- 91-100

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Escolhemos a carreira muito antes de o cérebro estar pronto para tomar decisões https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/04/06/escolhemos-a-carreira-muito-antes-de-o-cerebro-estar-pronto-para-tomar-decisoes/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/04/06/escolhemos-a-carreira-muito-antes-de-o-cerebro-estar-pronto-para-tomar-decisoes/#respond Wed, 06 Apr 2016 20:11:55 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2478

Entre as perguntas de leitores que mais recebo aqui no Abecedário, as dúvidas sobre escolha de carreira estão no topo. Devo fazer medicina ou direito? Veterinária ou publicidade? Engenharia civil ou biologia? Em geral, há dúvidas entre cursos bastante diferentes, o que angustia alunos e pais. Eu mesma prestei jornalismo, cinema, veterinária e economia aos 17 anos. Pode?

Pois vejam só que interessante: a explicação para esses questionamentos está no nosso cérebro.

Basicamente, um adolescente que termina o ensino médio no Brasil aos 17 ou 18 anos, em média, não tem condições neurológicas suficientes para tomar uma decisão que vai valer para a vida inteira.

Quantas universidades você visitou antes de escolher a sua?

O nosso cérebro está em constante amadurecimento desde que nascemos. Uma das últimas partes a ser “concluída” é o córtex pré-frontal, que, como o nome diz, fica bem na frente da cabeça –no meio da testa.

É dele a responsabilidade de processar informações referentes a planejamento e a tomada de decisões. O problema é que o córtex pré-frontal amadurece completamente quando temos em torno de 24 anos –bem no final da chamada “idade universitária”, que, oficialmente, é dos 18 aos 24 anos.

IMPULSO

Para piorar o cenário, é na adolescência que o chamado “sistema límbico” cerebral fica mais ativo. Ou seja: é muito mais fácil, nessa fase, tomar decisões por impulso do que por planejamento.

O que fazer?

Bom, em países com ensino superior de ponta, como os Estados Unidos, os alunos entram em cursos universitários  mais “genéricos” e, depois, conforme vão amadurecendo as ideias (e o cérebro), e vão descobrindo as disciplinas, que são eletivas, os jovens afunilam para um determinado curso. Ou dois.

Mais: lá, assim como em boa parte dos países europeus, o ensino médio dura um ano a mais que no Brasil. Após concluído, muitos estudantes escolhem ter um ano sabático para viagens de aprendizado, voluntariado ou mesmo para trabalhar. No fim das contas, a entrada da universidade chega lá pelos 20 anos –o final da adolescência, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).

“Tirar um ano sabático após a conclusão do ensino médio é uma ótima saída”, explica Andrea Hercowitz, pediatra e hebiatra do Hospital Albert Einstein. “É um ano de amadurecimento.”

Aqui, os alunos terminam a escola mais cedo, aos 17 ou 18 anos, muito antes do amadurecimento do córtex pré-frontal, e precisam decidir às pressas exatamente a carreira que querem para a vida toda. Isso porque as universidades brasileiras oferecem cursos específicos, escolhidos durante o processo seletivo.

Resultado: frustração dos alunos e índices de evasão altíssimos nas universidades –o que significa dinheiro jogado no lixo no caso das universidades públicas.

Para quem não pode tirar um ano sabático, como Hercowitz sugere, aqui vão algumas dicas que podem ajudar um pouquinho a tomada de decisão, apesar das limitações neurológicas:

  • 1. Converse com pelo menos um profissional do curso que pretende fazer e visite seu local de trabalho
  • 2. Visite a universidade que almeja, converse com professores e com alunos. Se possível, assista aulas
  • 3. Veja qual é a grade do curso. Pouca gente sabe, por exemplo, a quantidade de disciplinas obrigatórias de física na graduação de engenharia
  • 4. Visite também cursos que não estão nos seus planos. Você pode se surpreender e mudar de ideia!
  • 5. Tente visualizar sua vida adulta na carreira que planeja, depois que você se formar. Algumas carreiras, como medicina, exigem dedicação plena dos profissionais

Se estiver na dúvida, lembre-se que a “culpa” pode ser do seu cérebro. Peça ajuda e orientação.

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Satisfação latino-americana com educação é semelhante à da África https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/11/15/satisfacao-latino-americana-com-educacao-e-semelhante-a-da-africa/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/11/15/satisfacao-latino-americana-com-educacao-e-semelhante-a-da-africa/#respond Sun, 15 Nov 2015 21:05:14 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2223 Os países africanos e latino-americanos têm a pior avaliação do mundo sobre a educação que ofertam nas suas próprias regiões, de acordo com um estudo apresentado no congresso internacional de educação WISE.

O estudo, que ouviu especialistas em educação de todo o mundo, mostra que só 11% dos entrevistados na América Latina se declaram satisfeitos com a sua educação local. Na África, o índice de satisfação é de 8%. São as duas regiões do globo com pior satisfação em relação à sua própria qualidade de educação.

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Só uma em cada cem crianças refugiadas chega à universidade

Para se ter uma ideia do que os números significam, na Europa, 66% dos entrevistados se declararam satisfeitos com a educação na sua região.

Os entrevistados dos países latino-americanos também têm a pior percepção do mundo em relação à inovação na educação na sua região. De acordo com 66% dos especialistas consultados nessa região, as escolas e universidades inovam pouco ou simplesmente não inovam os processos educativos e pedagógicos. A taxa é pior do que na África, onde 64% dos especialistas deram as mesmas respostas.

A situação da educação latino-americana está ruim, mas já foi pior: 41% dos entrevistados latino-americanos acham que a educação melhorou nos últimos dez anos. A região líder na percepção em relação à melhora recente da educação foi na Ásia (70% acham que melhorou) e, a pior, na América do Norte (só 20% consideram que melhorou).

O estudo, feito pelo Gallup, consultou 1.550 especialistas em educação de 149 países em agosto deste ano –como políticos, educadores e acadêmicos. Eles foram questionados sobre qualidade de educação nas suas respetivas regiões.

UNIVERSIDADES MELHORES

O ensino superior teve uma avaliação bem melhor dos especialistas em relação à educação básica. Apenas um em cada três entrevistados declarou que considera o ensino fundamental e médio na sua região bom ou excelente, mas metade deles acha boa ou excelente a qualidade de suas universidades.

Mais: a imensa maioria dos entrevistados concorda que o principal desafio da educação no mundo é a formação de qualidade dos professores –e, com exceção da Ásia, todas as regiões do mundo concordam que os professores devem ser tratados com mais respeito.

O estudo foi apresentado no congresso de educação WISE, que reuniu mais de dois mil acadêmicos, ongueiros e políticos de todo o mundo em Doha, no Qatar. O evento aconteceu no início de novembro.

 

Sabine Righetti viajou a Doha a convite da organização do WISE 

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