USP pode sair do vermelho sem pedir mais dinheiro ao governo
A USP, maior universidade do Brasil, está falida. Só a folha de pagamentos consome 105% do orçamento da universidade. A conta não fecha.
A maioria das pessoas com quem converso sobre o problema apresenta a mesma solução: pedir mais dinheiro ao governo.
A universidade já recebe 5% do ICMS paulista que, neste ano, deve bater em R$ 6 bilhões. Precisa mesmo pedir mais?
Não.
A gestão das melhores universidades do mundo mostra que nenhuma sobrevive apenas com dinheiro público.
E, em uma situação de crise, a solução de uma universidade pública competitiva jamais seria pedir ainda mais dinheiro público.
MENSALIDADES
O colunista da Folha Hélio Schwartsman, por exemplo, sugere que a universidade passe a cobrar mensalidades (leia aqui).
É assim que funciona em boa parte das universidades públicas do mundo, incluindo em países como Estados Unidos e Alemanha: todo mundo paga.
Na USP, poderia haver um esquema de cobrança proporcional à renda, por exemplo. E algumas bolsas.
Mas, ok, deixando a graduação de fora da matemática. Por que não cobrar da pós-graduação?
PÓS PAGA
Cursos de especialização, por exemplo, podem ser pagos.
Boa parte de quem faz especialização latu senso trabalha e pode conseguir subsídios de suas respectivas empresas. Alguns cursos de pós-graduação da USP, inclusive, já são pagos. A FIA é exemplo disso.
Por falar em empresas, por que não captar mais recursos privados?
O movimento estudantil torce o nariz para dinheiro privado na universidade pública porque teme interferência nas aulas e nas pesquisas, mas acha justo que a sociedade pague a conta da universidade.
Isso faz algum sentido?
DINHEIRO PRIVADO
A USP hoje nem sequer contabiliza o quanto recebe de empresas ou de doação de ex-alunos, por exemplo. Já escrevi sobre isso (leia aqui). Como pode, então, ter uma estratégia para atrair esses recursos?
Há ainda outras formas de arrecadação.
Um leitor deste blog já apontou dez soluções para a crise da USP, incluindo cobrança de estacionamento e de espaço para eventos, no seu próprio blog de economia. Veja aqui.
Mas pouca gente está pensando em alternativas.
Não vejo a comunidade uspiana se esforçando para encontrar soluções para a saúde financeira da universidade. Não há uma comoção de alunos. Tampouco achei páginas no Facebook sobre isso.
O que há é uma certeza de que o governo vai abrir a carteira.
A questão é que pouca gente está avaliando que a universidade está sob risco de perda de autonomia.
Se a USP não mostrar que sabe cuidar das próprias contas, o governo pode dizer “então deixa que eu cuido.” E aí, sem autonomia, a situação da USP vai ficar feia para valer.
O problema, infelizmente,é que, no Brasil, a constituição federal proíbe as universidades públicas de cobrar anuidades tanto na graduação quanto na pós-graduação “stricto sensu”. Para se implementar cobrança. seria necessária uma emenda constitucional que depende da aprovação de 3/5 do Congresso em votação em dois turnos. Ou seja, praticamente impossível a não ser que o novo presidente eleito da república, com maioria no legislativo, apoie a iniciativa.
Meu caro Marcelo, isso não é um problema. Nem de longe! A gratuidade da universidade pública, tantos no nível de graduação quanto de pós graduação, é uma das melhores coisas do Brasil…
Melhores pra quem?
Melhores pra maioria dos brasileiros que não tem privilégio de papai bancando faculdade e escola particular. Vai olhar a Mackenzie em SP, a porta da faculdade é desfile de filhinho e filhinha de papai que não tem preocupação nenhuma e só vai ali pegar seu papelzinho de diploma pra mostrar pro pai. Não é a toa que a mackenzie não tem mais qualidade nenhuma. Não queiram uma USP virando Mackenzie
Quem disse que o Mackenzie so tem filho de Papai,,,acho que é ao contrario..eu paguei meu curso no Mackenzie..por vezes parcelei os atrasados,,,adoraria ter estudado na USP mas minha base de escola publica nao permitiu passar no vestibular,,tambem sou da opniao que faculdade publica deve ter recursos publicos;privados e cabe cobraça sim,,quem nao paga nada nao valoriza o que recebe..
Nunca li tantos absurdos. O fato de as universidades públicas serem as MELHORES em termos de qualidade de ensino refere-se principalmente ao fato de abrir oportunidades àqueles que realmente o querem. Privatizar ou depender de dinheiro oriundo de instituições privadas gera obrigações de marketing, publicidade… A universidade vira uma empresa cujo objetivo é o lucro, deixando em segundo plano o ensino e pior: tirando as chances de quem não tem condições de cursar as engenharias ou medicinas que tanto sonham por falta de condições financeiras. Estudei minha vida toda em escola pública, diariamente ouvindo pessoas dizerem ser impossível passar no vestibular, sem aulas de muitas disciplinas essenciais, numa sala de 40 alunos onde a maioria só estava lá pelo bolsa família. Apesar disso, estou no 2º ano de Engenharia Civil na UNESP, e passei direto no vestibular. Mas sabe porque foi possível cursar? Porque a universidade É PÚBLICA e não preciso PAGAR por um ensino de qualidade. Quem diz que Mackenzie e PUC tem o mesmo nível nunca pisou em uma universidade estadual ou federal e não sabe quanto sofre um aluno que vem de escola pública sem a tal “base”. Um absurdo dizer que quem não paga não valoriza o que recebe, ninguém valoriza mais e luta mais por suas universidades quanto nós estudantes, que sabemos que essa é a nossa melhor chance por um futuro melhor, principalmente para aqueles cuja família está fazendo tudo quanto possível para manter o filho fora de casa. Não estou contente com a greve, pois sei que será prejudicial, mas estou de acordo com os docentes: eles tem direito sim ao REAJUSTE salarial. Imagine você, que pagou sua Mackenzie, com salário congelado em seu trabalho. Agora me diga, quem não recebe também não valoriza seu trabalho, não?
mas vc fez essa pergunta? hahahahahha
O certo mesmo é investir uma porcentagem maior do ICMS na USP, UNESP e UNICAMP. Afinal se tem dinheiro pra estádio tem pra educação.
talvez se o governador realmente repassasse os 5% do ICMS que deve. Infelizmente grande parte desse dinheiro nunca chega às universidades. São quase 2 BILHÕES DE REAIS sonegados pelo Governo do Estado de São Paulo nos últimos 6 anos. Onde foi parar esse dinheiro?
Para mim, cara pálida, que sou uma ex-uspiana com muito orgulho, e não poderia pagar pela minha graduação. Hoje sou mestre pela USP também e doutorada na UFRN, sempre estudei em escola pública, desde a Ed. Infantil, e não entendo a lógica e pagar pela educação pública se já pagamos por ela!!!
Se você é ex-uspiana, como eu, sabe que:
1. Se você não podia pagar e fez um dos cursos mais disputados, estava entre uma minoria
2. Grande parte dos alunos dos cursos mais visados vem de boas (e caras) escolas particulares. Portanto, poderiam pagar pela graduação também
Uma coisa que não entendo o ICMS é Paulista e os alunos de todo o país.
Quem disse que o Mackenzie so tem filho de Papai,,,acho que é ao contrario..eu paguei meu curso no Mackenzie..por vezes parcelei os atrasados,,,adoraria ter estudado na USP mas minha base de escola publica nao permitiu passar no vestibular,,tambem sou da opniao que faculdade publica deve ter recursos publicos;privados e cabe cobraça sim,,quem nao paga nada nao valoriza o que recebe..
Sabine,
como ja’ falei, sua visao e’ muito superior ao sistema existente.
Como o sistema nao via mudar, voce ficar por ai e’ um desperdicio de inteligencia.
traducao: excelente post.
Eu acho que está mais do que na hora de cobrar mensalidades proporcionalmente à renda das famílias dos estudantes! afinal de contas, só assim as universidades públicas conseguirão gerar melhor os seus fundos, já que, no caso da USP, 105% do seu orçamento vai com a folha de pagamento da universidade. É muita coisa! Além disso, a cobrança dessas mensalidades proporcionais poderia criar novos fundos de investimento para áreas importantes da universidade pública, como o gradual investimento equitativo em tecnologia aos seus cursos (pois o que sempre vimos foi a concentração desse tipo de investimento nos cursos de ciências exatas e naturais, por exemplo). a meu ver, se a educação superior brasileira fosse semi ou privatizada, a exigência da sua qualidade pela sociedade acadêmica (e em geral) seria maior.
Excelente idéia, porisso mesmo nunca vai ser implementada.
Em minha opinião, é uma idéia absurda. A educação, saúde, segurança, nós cidadãos, já pagamos, se a universidade não vai ser capaz de se manter, que peça mais dinheiro ao governo. Eles tem dinheiro para fazer estadio! Aonde foram parar os quase 689 bilhões de impostos que temos pagado desde o começo do ano? Essa idéia é incoerente, além de contraditória pois é uma faculdade PUBLICA de boa qualidade e um dos melhores privilégios do Brasil. TODOS TEMOS DIREITO A UM ENSINO GRATUITO DE QUALIDADE COMO GARANTIDO EM NOSSA CONSTITUIÇÃO E COMO EM UMA JUSTA DEMOCRACIA.
O orçamento da USP estourou graças a incompetência de quem o administra. Quem já esteve lá, como eu estive, sabe dos orçamentos absurdos para obras pequenas. Uma simples ampliação do bandejão da física custou 1 milhão de reais, e ninguém questiona. Cobrar mensalidade para aliviar o orçamento só vai adiar o problema, pois quem administra esse orçamento continuará incompetente, para não dizer coisa pior, e daqui alguns anos o orçamento estará estourado de novo. É preciso investigar como o dinheiro está sendo gasto na USP. Obra por obra, licitação por licitação
Infelizmente a USP se entregou a discursos hipócritas. Os salários para funcionários que só batem carimbo é absurdo. Pouquíssimos funcionários fazem um trabalho que não possa ser substituído por um computador. Além disso, dinheiro privado é “satanás” por lá. Afinal, universidade melhor, com recursos mais bem geridos não levará à “revolução”…
Por favor, antes de emitir um comentário absurdo como este, procure se informar melhor sobre o trabalho desenvolvido pelos técnicos da USP. Muitos deles trabalham com técnicas altamente complexas e de ponta, possuem projetos próprios. Além disso, exercem atividades que dão suporte à pesquisa de alto nível desenvolvida na Univetsidade, bem como ao ensino de graduação e pós-graduação. Lamentável o seu comentário.
TE AMO!
Fiz, grad e pós grad na USP, os técnicos são dedicados e ninguém vai lá bater ponto somente não. Pode ter algum desvio, como tem no mundo inteiro, mas docentes trabalham muito e os técnicos tb.
Captar verba é uma solução sim, mas isso tem que ser realizado com muita calma. Estacionamento pode ser uma boa sim, eventos tb, cursos de extensão, treinamentos, mensalidades deve ser muito bem pensando ainda.
carimbo? o que é isso? Não conheço carimbo aqui na usp não.. trabalhamos sim com complexidade senão equivalente, até superior a de muitas universidades privadas e públicas do exterior. Se não sabe o que acontece nos meandros da USP não se meta a falar asneiras.
Prezado Carlos, tenho que concordar com você.
Infelizmente existem muitos setores inflados. Muito investimento em funcionários, muitas vezes gratificados, sem necessidade.
Esse é um dos problemas das universidades públicas.
O que também minimizaria os gastos é a expulsão de funcionários já aposentados e que, por quererem ganhar mais, voltam a suas antigas funções, acumulando salário + aposentadoria.
Outra coisa: jubilar esses alunos que passam anos sugando os recursos das universidades com moradia, transporte, bolsas, etc., durante anos. Se pagassem para estudar, com certeza levariam mais a sério.
E o que são os Mestrados Profissionais? E os inúmeros cursos de MBA que lotam nossas caixas de spam? Para que serve a FUSP? E as rendas industriais que equipam os laboratórios e pagam inúmeras reformas de laboratórios? A USP faz muito serviço para a indústria e recebe por isso. Esse dinheiro é muito bem aplicado porque não passa pela REItoria. Pesquise melhor, converse com funcionários e docentes antes de escrever um artigo sem base nenhuma como esse. Só pesquisar na I´net dá nisso.
Fabio, bem lembrado. Obrigada pelo comentário! abraços, Sabine
E netao , se e’ toda essa eficencia, porque a USP esta’ falida?
entao
Porque existe gente sem caráter que infelizmente chega ao poder e acha que encher o bolso com a verba da universidade não vai causar nenhum dano maior. É só pesquisar o valor do salário de >alguns< docentes e quanto porcento eles aumentaram durante as ultimas gestões.
Concordo inteiramente. Financiar ensino e pesquisa com dinheiro público não faz sentido. Somos a sexta economia do mundo; e se estudantes americanos e alemães podem pagar, por que os brasileiros não poderiam?
É preciso aproveitar a oportunidade que a péssima gestão financeira da USP nos oferece para tentar acabar de uma vez com a gratuidade no ensino superior ou (pelo menos) com a gratuidade nas pós-graduações. Só assim teremos a nação que merecemos.
Quem defende esse lixo de notícia com certeza não teve a possibilidade de estudar na USP e nem sequer sabe se informar do que está realmente acontecendo. Mas se todo mundo que está apoiando essa idiotice de matéria quiser pagar minha faculdade, estou disposta a aceitar, porque quase todo o dinheiro q eu tenho está voltado a pagar impostos dos quais vcs também usufruem e não sobrou quase nada ! LIXO DE SOCIEDADE! TENHO NOJO DE VOCÊS E DE QUEM ESCREVEU ESSA MERDA!
Tem razao!
A sociedade e’ podre.
Quantas vezes mesmo so alunos da USP depedraram o patrimonio publico?
Só para esclarecer, alunos alemães pagam pelo estudo em apenas 5 dos 16 estados federados. Lá existe apenas 1 faculdade particular, quantidade de alunos irrisória.
Os alunos da Baviera por exemplo pagam cerca de 600€/semestre. Quantia irrisória.
Outra coisa, estes 600€ eles tiram fazendo bico por duas semanas.
Por fim, nem mesmo a maioria dos alemães defendem o pagamento desta taxa, entre os estudantes da Baviera a maioria se mostra desfavorável.
Negada quer falar de coisa que não conhece, sem nunca nem ter estudado lá.
Você só se esquece que estudantes americanos e alemães não pagam pelos estudos durante o ensino primário e ensino médio, em outra mão aqui no Brasil, o ensino público é tão desvalorizado por todos (incluindo o próprio governo) que os gastos com escolas particulares, somando todos os anos, são maiores que o preço de muitas universidade nos Estados Unidos e na Alemanha. Sem contar a quantidade de imposto que a população brasileira paga ( novamente oposto aos outros dois países) exige um retorno na educação de forma diferente. Então não compare outros países sem saber realmente sobre o que está falando. A USP precisa de mudanças, mas solucionar um problema sem resolver, só vai piorar.
Ahhhh… não faz sentido financiar pesquisas e ensino superior com dinheiro público? Então, tá, cara pálida, privatize a USP e você verá o quanto terá de pagar pelo produto de cada uma das pesquisas de ponta que se realiza lá… Além disso, nem toda pesquisa na universidade se faz com fins mercadológicos, nem todos tem aplicação no mercado tecnológico, neste sentido como ficariam as Humanidades? Como avançaria o conhecimento nessa área? Pelo amor de Deus, vá primeiro saber o que é uma Universidade e depois comente o que quiser….
“Então, tá, cara pálida, privatize a USP e você verá o quanto terá de pagar pelo produto de cada uma das pesquisas de ponta que se realiza lá”
Vanessa, cite pelo menos um produto que a tal “pesquisa de ponta” da USP tenha produzido, nos últimos 10 anos.
Ou melhor: pode ser nos últimos 20 anos.
Cara, entenda de pesquisa.
Virtualmente, e muito basicamente, temos 2 tipos de pesquisa. A pesquisa BÁSICA e a pesquisa voltada para fins comerciais. Grande parte das pesquisas são BÁSICAS, ou seja, “geradoras de conhecimento”, para ser simples.
Uma pesquisa básica com bons resultados não gera aplicações comerciais nem imediatamente e nem diretamente. São pesquisas que ampliam o conhecimento científico, que servirão de base para novas pesquisas, INCLUINDO pesquisas voltadas para fins comerciais. Resumindo, SEM PESQUISA BÁSICA, SEM AVANÇO, SEM PESQUISAS DE FINS COMERCIAIS.
A maior máquina construída na história da humanidade é o LHC do CERN, um acelerador de partículas que custou aos cofres europeus mais de 7 BILHÕES DE EUROS para tentar encontrar o bóson de Higgs. E quais as aplicações comerciais dessa descoberta? NENHUMA! Ela é essencialmente para adicionar um conhecimento básico para a física. A utilização do conhecimento da existência de tal bóson pela humanidade se encontra várias décadas (ou séculos) a nossa frente. Entretanto, toda essa mobilização de dinheiro e de profissionais resulta em grandes benefícios indiretos.
A descoberta da estrutura do DNA, por Watson e Crick foi graças a uma pesquisa totalmente básica, e estamos colhendo HOJE belos frutos dessa pesquisa. A indústria farmacêutica pouco interesse tem nesse tipo de pesquisa, e esse já é até um problema em países cuja maior parte da verba das pesquisas são particulares.
Então, a questão não seria essa que está aventando. Entretanto, vc pode dar uma olhada em como vem andando o registro de patentes da USP:
http://www.inovacao.unicamp.br/entrevistas/em-quatro-anos-agencia-usp-de-inovacao-eleva-pedidos-de-patentede-40-para-100-anuais-meta-e-chegar-a-quinhentos-conta-diretor
Abraços
Outro link legal:
http://pt.slideshare.net/USPInovacao/anurio-de-patentes-2010-2011-verso-final-publlicao-23162029
Ensino sem pesquisa e extensão é deficitário, podes estudar bastante, mas, se não souber pesquisar, criar conhecimento, não tem ciência, só técnica. Dai para ser dependente, é um pulo. Se entendo que ciência é o conhecimento racional, que foi criado para haver uma certa previsibilidade e/ou compreensão, logo, a pesquisa se mostra muito boa para aprender. Fora que, as empresas não pagam por pesquisas que poderiam ser mui relevantes, mas que não dão lucros a curto prazo, vide o caso do senhor Goodyer.
Será que é porque as Universidades Europeias estão todas falidas. O modelo de cobrar dos estudantes só funcionou enquanto não havia crise e agora essas universidades dedicam um tempo imenso procurando alunos no terceiro mundo que possam estudar lá e pagar. Muitas das melhores universidades da Europa, mesmo cobrando mensalidades, atualmente não possuem dinheiro nem para café e nem para papel higiênico.
Com a carga tributaria brasileira, o povo deveria ter não apenas ensino público, mas também saúde segurança e seguridade social.
Acorda povo, querem tirar o pouco que sobrou de bom para o povo!
Curso bacharelado em matemática na USP e pretendo seguir carreira acadêmica fazendo mestrado e doutorado. Pretendo passar 6 anos na minha vida recebendo bolsa de mestrado e de doutorado com valor abaixo de 3000 reais por mês (menos de 2000) enquanto me dedico exclusivamente, ~proibido de trabalhar~ pelas normas do edital da FAPESP/CNPQ sem ter carteira assinada nem direito trabalhista algum. Acho ruim? Um pouco, mas não acho o fim do mundo. Afinal eu escolhi isso, certo?
O que estou dizendo é que para seguir uma carreira científica no Brasil você tem que se sujeitar a passar uma década no limbo: Você vai ter quase 30 anos nas costas, terá feito serviço de cientista, terá recebido pouco e para o governo você nunca terá trabalhado.
Ao me formar como bacharel em matemática eu poderia sair do curso e ir ganhar mais que o dobro disso de imediato em alguma instituição financeira, mas devido ao meu gosto pelo trabalho científico ainda prefiro esse caminho. Agora me diga: Se pós graduação em curso científico for paga, quem é que vai querer ser cientista nesse país?
Vinícius, quem defende a transformação de educação e da pesquisa em mercadoria não está interessado em produção de conhecimento: quem quer cobrar mensalidades pensa apenas em treinar profissionais burros submetidos à lógica e às técnicas do mercado.
Sabine, você estuda na USP, assim como eu. Todas essas propostas que você apresenta, fundamentais para a sustentabilidade da universidade, são vistas pela comunidade USP como sujeição ao ideário neoliberal, privatização do ensino público, subserviência aos interesses do mercado, ao Banco Mundial, ao Tratado de Bolonha e ao escambau a quatro. Continuo achando que o problema da USP é de gestão de recursos humanos. Não faz o menor sentido pagar aposentadorias integrais para professores; funcionários técnico-administrativos que não desempenham atividades-fim da universidade poderiam ser terceirizados; é preciso adotar um desenho de remuneração para os funcionários técnico-administrativos compatível com o mercado. Na USP, os salários dos funcionários técnico-administrativos são muito acima dos praticados nas empresas. Os salários iniciais para os técnico-administrativos são R$ 1.800 (para cargos que exijam ensino fundamental, ou seja, o cortador de grama), R$ 3.400 (ensino médio) e R$ 6.500 (nível superior). Mesmo que não tenham experiência nenhuma na função que vão desempenhar. Mas como as entidades representativas na USP são a Adusp, o Sintusp e o DCE, integralmente dominados pelas siglas de esquerda, como o PCO, que só tem representatividade na USP, por exemplo, a saída fácil será sempre pedir mais dinheiro para o Estado. Não vejo solução. A USP virou uma Disneylândia do socialismo. Como nossos intelectuais e estudantes não conseguiram fazer a revolução (e provavelmente não conseguirão), tentam criar uma realidade socialista, na universidade: ensino de graça, ônibus de graça, refeições quase de graça, estacionamentos de graça, moradia de graça, museus de graça e por aí afora. E quem banca isso é quem jamais verá os filhos estudando na USP. Não entendem que mais recursos do ICMS para a universidade pública significam menos dinheiro para a educação básica. Enfim…
Em que um cidadão pode se basear para sugerir que “não faz sentido a aposentadoria integral para professores”, se o correto, o justo, o digno, é que todos os trabalhadores tenham, sim, aposentadorias integrais? É apenas apelo econômico ou tem mais algum?
A classe média tem de ela viabilizar os recursos que vão ampará-la na velhice, seja por meio de investimentos, rendas a partir de aluguel de imóveis, PGBLs, enfim, há vários instrumentos disponíveis no mercado. Aposentadoria bancada pelo Estado deve ser para evitar exclusivamente a pobreza. O teto não deveria ultrapassar 1.500 reais e olhe lá. Veja o que aposentadorias generosas e o estado de bem-estar social fizeram com a Europa. Se os professores querem aposentadoria próxima do valor do último salário, então a USP deveria constituir um fundo de pensão, em que ela contribuiria até um teto (5% do salário é o que se pratica no mercado) e os professores contribuiriam com quanto quisessem (normalmente até 12%, para aproveitar o limite de deduções no IR). Sem benefício definido de antemão. O valor da renda mensal seria calculado com base nos aportes feitos e na rentabilidade dos investimentos. Como exatamente se pratica nas grandes empresas existentes no mercado. Não dá é pro cara ficar contribuindo para a previdência oficial com 700 reais por mês, por exemplo, por 35 anos, e depois receber um benefício mensal de 12 mil, por mais vinte anos. A conta não fechará nunca.
Epa, Ricardo, antes de mencionar a questão das aposentadorias, observe que em todo o quadro do pessoal (pelo menos da Sec. de Educação) também é integral. E tem uma razão pra isso, sabe.. a razão é que não se contribui para o INSS, mas para a previdência o estado, se não me engano é o IPESP… então, como vc pode dizer que é a USP que paga as aposentadorias? Vc tem alguma informação a esse respeito?
As aposentadorias das Universidades Paulistas são geridas por elas próprias. O Regime Próprio do Estado (SPPREV) ainda não é o gestor das aposentadorias das Universidades, mas sim das pensões.
Não faz parte da cultura o PSDB manter as instituições publicas em uma boa saúde financeira. Privatizar logo será a próxima sugestão. O Banco do Brasill , Caixa Econômica Federal e Petrobras eram exemplos de instituições falidas durante a gestão tucana. A Rede Cultura é o hoje um exemplo bem acabado do modelo de governança dessa turma.
Estamos vendo como a Petrobras está sendo bem administrada, nos últimos 12 anos.
pois é, crescendo 500%! graças ao governo federal.
É impressionante como nenhuma das idéias apresentadas inclui um corte de despesas.
Para o problema principal, e perdão pela expressão, mas o que está faltando: pé ou b…a? Com tantas cabeças coroadas que nem mais sabem o caminho das salas de aula ou que lá existem alunos, tenho certeza que uma ou outra “vaca sagrada” que nada produz não faria falta.
Só meu palpite de 2 centavos, claro.
Outra idéia que faltou foi modificar a lei para permitir demicoes de quem não trabalha, acabar com a coisa ridícula de eleição decrépito rr outros.
Eu penso que alunos já formados possam contribuir financeiramente para a USP, como ocorre nos Estados Unidos. Nada mais justo do que retribuir a formação gratuita e de qualidade para que ela retorne para a própria universidade. Mas não acho que os cursos devam ser pagos. É difícil julgar quem pode ou não pode pagar e, sinceramente, do jeito que conheço a USP de perto, esse “julgamento” seria facilmente burlado por quem poderia pagar. Cursos de pós lato sensu já são pagos, vide Fundecto, Fumvet. Resta saber para onde é que vão esses recursos.
Amor, se fosse para pagar depois eu ia pra PUC (que no caso da minha formação era a segunda opção de excelência) e pedia o FIES, linda, não passava pelo aperreio do vestibular medonho, você não acha, dear darling???
Eu frequento o fitness do Incor dentro da Faculdade de Educação Física da USP e fico muito contente com o cuidado que todos lá. temos uma mensalidade bem razoável para o que recebemos. quando leio a respeito da situação financeira da USP fico realmente muito triste. Muita coisa precisa ser revista, principalmente a mensalidade que seja proporcional aos alunos que possam pagar de acordo com sua situação, e tb as aposentadorias. temos que nos orgulhar de termos uma Universidade que fica entre as melhores do mundo e temos que fazer força que ela permaneça para sempre. Com certeza iremos encontrar um caminho para resolver a questão financeira, queira Deus. Eu realmente tenho orgulho de mostrar a cidade universitária quando recebo um turista
Bom dia,
A grande maioria dos cursos de especialização oferecidos pelas Escolas, Faculdades e Institutos da USP são pagos e geridos por fundações criadas pelos professores. A ideia de cobrar dos cursos de especialização não procede por que os que são oferecidos são pagos, porém o recurso não retorna a Universidade.
Os cursos latu sensu podem ser uma ótima fonte de receita, além do que não há impedimento legal nem constitucional para essa categoria de curso. Eles preferem ficar ‘infurnados’ em seus curso strictu senso e abominam as especializações. Vejam, por exemplo, a Faculdade de Direito da USP em Ribeirão Preto: está bombando o curso de especialização e…tudo pago, com algumas pequenas bolsas. O desejo de manter a inacessibilidade é maior do que a vontade de evitar um colapso financeiro… Acho que algo do gênero a humanidade já viu ocorrer nos idos de 1789 na França… Acorda USP!
Acho corretíssimo cobrar mensalidades, mas acho injusto cobrar mensalidades proporcionais à renda ou a qualquer outro critério “heterodoxo”.
Os cursos têm que ter uma mensalidade X, definida a partir de seus custos fixos e de sua procura no vestibular. Faz quem pode.
A gratuidade do ensino nunca fez muito bem à cabeça dos alunos da USP, e isso vem piorando com o passar do tempo.
Faz quem pode André? Ou seja, deixar a USP mais elitizada do que ela já é? Absurdo isso.
Em relação a mensalidades proporcionais, dificilmente funcionaria. É difícil taxar profissionais autônomos. Conheço n casos de pessoas que não precisam de auxilio moradia e o recebem porque os pais são autônomos e não tem comprovação de renda. Isso sim deveria ser mais investigado antes de ser distribuído tão “facilmente”.
Não é porque sou contra as mensalidades que sou a favor de aumentar o repasse do governo. Muito menos sou a favor de vincular a USP com iniciativa privada.
Acho que os cortes de gastos realizados pelo Reitor Zago são medidas que infelizmente são necessárias no momento. Mas principalmente, as contas da USP devem ser profundamente investigadas para realmente ver possíveis gastos “não necessários”.
E porque uma garota de 20 anos de idade acha que sabe a solucao de uma Universidade centenaria? Esse jornal eh pra acabar, mesmo
Maurício, infelizmente eu não tenho mais 20 anos de idade e nem sou uma garota. Tenho 33 anos, sendo 11 de jornalismo, e tenho especialização, mestrado e doutorado –no caso em avaliação de ensino superior, com passagem pela Universidade de Michigan, onde estudei com Mike Bastedo, um dos principais especialistas em gestão de ensino superior do mundo. Agora podemos debater? abraços, Sabine
Seu currículo é ótimo, porém sua visão é estreita. Das duas uma: ou vc é ingênua, ou mal caráter. O mercado é um deus tão justo que vai resolver todos os problemas da USP, não é mesmo? A USP nunca será uma Anhanguera ou Anhembi Morumbi, desista. Educação pública gratuita e de qualidade para todos, essa é a bandeira a ser erguida.
Vasconcelos, essa é a bandeira a ser levantada por todos os que mamam nas tetas do Estado.
Vc paga impostos altíssimos pro estado pra que? Pra mamar nas tetas dos pobres? O estado existe pra dar de mamar mesmo, não pra aprofundar diferenças. Pq vc pode ter vida além da sobrevivência básica e os outros não? Sua meritocracia é desculpa pra recalque e ignorância. Puro preconceito social.
Vcs adoram elogiar a Europa e apontar dizendo que lá sim existe civilização. Mas ver que lá eh assim pq o estado dá de mamar pro povo e o povo cobra as tetas do estado vcs não querem né.
Te amo Vasconcelos, tirou da minha boca tudo o que eu tinha vontade de dizer à dondoca-jornalista-cheia-de-títulos-internacionais-cabeça-oca. Meu Deus, é isso o que os programas de pós internacionais produzem? Então, Graças ao bom Deus (e à universidade pública brasileira) meu mestrado e doutorado são brasileiros. Quem sabe isso me salva de pronunciar o festival de besteirol da madame Sabine.
Nossa parabéns viu. Vc eh mesmo estupenda. Uma autoridade no assunto. Pendura lá na parede todos esses seus diplomas e depois tira foto e coloca no face por favor pq o mundo precisa saber!
Pena que todos esses anos que vc viveu e todo esse estudo que vc tem não te servem pra nada né. Continua uma menininha ignorante na vida. Continua na fase do eu eu eu meu meu meu.
Mas no fim eu fico feliz por vc e sua vidinha que vc ama tanto. Suas conquistas. Seu orgulho de vc. Num eh todo mundo que chega lá né? Escrevendo pra folha… Parabéns mesmo.
Eu respeito os títulos obtidos pela jornalista, e acho que atitudes como esta representam a mentalidade invejosa terceiro-mundista deste país. Me formei eng. pela usp, curso mestrado lá, e acredito que o sistema totalmente público a levará a falência. Se não gosta do que ela tem a dizer, contra argumente e não apele para este tipo de atitude repugnante.
Tomou?
Mauricio,
melhor compra ruma bussola ou GPS.
assim voce ach o rumo depois dessa!
Maurício, o tema proposto pela Sabine é dos mais relevantes, e a solução que ela apresente é uma das poucas viáveis.
Fora cobrar mensalidades, que outra solução você proporia para a falta de caixa da USP? Sangrar ainda mais os cofres públicos?
A questão é prática, objetiva e real. O problema está aí, queiramos nós ou não.
A grana acabou e contas de luz não se pagam com saliva.
Não adianta só cobrar mensalidades, se não ajustar o custeio. Repito: o problema da USP é de gestão de recursos humanos. Os funcionários técnico-administrativos, além de muito numerosos, ganham muito acima do que o mercado pratica. É o custeio com salários e benefícios que está tornando a USP inviável, porque as receitas da universidade, provenientes do ICMS, crescem anualmente. O problema da USP não é fonte de receitas, são as despesas!
Uma questão central que a matéria não debate é o fato da aposentadoria dos professores e demais servidores da USP e demais estaduais ser paga pelas verbas da própria universidade e não para a previdência como os demais funcionários públicos. Se esta prática fosse revista haveria liberação de expressivos recursos. Adicionalmente também existem uma grande quantidade de despesas internas que poderiam ser revistas. Acho justo e necessário gastos com assistencia e permanência estudantil, não seria nestes setores os cortes. Infelizmente sabemos que falta democracia interna e transparência, a estrutura de poder é muito concentrada. Se houvessem mecanismos internos de controle mais rígidos e com maior participação de diversos setores da universidade a situação não teria chegado ao ponto atual.
Olha, eu me enganei… fora a cobrança de mensalidades e fora a sangria dos cofres públicos, ainda haveria sim uma outra hipótese para sanar o caixa uspiano: parcerias com a iniciativa privada.
Mas acho que isso está fora de questão, e por diversos motivos.
O primeiro e mais forte é que a iniciativa privada brasileira não tem grandes motivos para apostar no futuro do país. Carga tributária gigantesca, encargos trabalhistas opressores, burocracias infinitas no que se refere à patente de propriedades intelectuais e, por último, um cenário político e macroeconômico dominado pela incerteza, instabilidade e provável quadro inflacionário.
Diante disso, é compreensível que a iniciativa privada não priorize parcerias com a USP, neste momento.
Além disso, tem a própria questão da ideologia uspiana. Como já mencionado neste lá em cima, quase ninguém na USP é simpático ao dinheiro vindo da iniciativa privada.
Então, na prática, essa terceira alternativa (a parceria com o setor privado) é carta fora do baralho.
Este é um argumento interessante, confesso que nunca tinha pensando dessa forma. Um exemplo de fracasso em contar com a iniciativa privada foram as construções dos estádios para a copa do mundo. Porém, ao menos a opção pode ser aberta e deixá-la atrair investimentos a longo prazo.
Primeiro a USP teria que abrir seus livros caixa para uma auditoria independente avaliar as contas.
Existe a possibilidade da instituição estar gastando dinheiro demais em coisas que não são necessárias e que não estão relacionadas com a folha de pagamento.
Se parar de reformar calçadas e pintar paredes todos os anos, desnecessariamente, porque “se não usar o dinheiro, ele é devolvido” como é feito em muitos campus e em outras faculdades, como a Unesp, isso já resolveria boa parte do problema
Prezada,
Mas que falência conveniente à iniciativa privada, hein?
Agora, nos esclareça, por favor: por onde andará o antigo Reitor desta Universidade? Como escreve, a impressão é de que a Universidade chegou neste estado por força mágica. Temo que não. Se a gestão anterior tem culpa nisso, culpa também tem o Palácio dos Bandeirantes que, afinal, escolheu Rodas como Reitor (vale lembrar, o segundo colocado da lista tríplice) por sua “excelente” gestão no Largo São Francisco. O Governador erra, o reitor e sua turma erram e, agora, quem vai pagar a conta pelos erros destes homens serão as futuras gerações? Não se trata, aqui, de pedir que o Governo abra a carteira, mas que responda por (mais este!!!!) erro político!
No mais, renda proporcional? Francamente! Proponham de uma vez o veto a estudantes de escolas públicas, seria mais honesto. Ao que parece, você desconhece completamente a situação dos estudantes de escola pública que aqui estudam. Já é difícil manter a vaga com os custos de deslocamento/moradia, alimentação, livros. A solução, então, seria cobrar para estudar? Proíbam logo nossa inscrição nos vestibulares…
A colunista lamenta que “a questão é que pouca gente está avaliando que a universidade está sob risco de perda de autonomia” no mesmo texto em que fala em financiamento privado da pesquisa. E isso já existe, num país que ainda tem problemas com doença de Chagas e uma das faculdades de medicina pesquisa cosméticos para uma empresa. Isso não é a sociedade perdendo o controle de sua universidade?
E depois completa “Se a USP não mostrar que sabe cuidar das próprias contas, o governo pode dizer “então deixa que eu cuido.” E aí, sem autonomia, a situação da USP vai ficar feia para valer”. Ah sim, e as corporações, se passarem a financiar a universidade, não poderão serem elas a dizerem isso? O que é pior?
“O movimento estudantil torce o nariz para dinheiro privado na universidade pública porque teme interferência nas aulas e nas pesquisas, mas acha justo que a sociedade pague a conta da universidade.
Isso faz algum sentido?”
Oras, a sociedade paga a conta daquilo que lhe é de sua conta! Como a própria autora diz depois, em outras palavras, tem autoridade aquele que paga a conta, no caso o governo (eleito democraticamente), pode cobrar parte de sua responsabilidade. E se não é a própria a universidade, nem a sociedade (representada pelo governo eleito), quem é que terá “autonomia” sobre a universidade? As multinacionais?
Eu sei que dizer a verdade é algo meio fora de moda, e sei que provavelmente sofrerei um linchamento público pelo que vou dizer agora, mas o fato é o seguinte: estuda quem pode.
Se você não tem condições de cursar uma faculdade (seja ela pública ou privada), então reclame com seus pais, se você for menor de idade.
Caso você seja maior de idade, então pare de reclamar e arrume um emprego. Trabalhar não mata.
Vá dar aulas particulares, ou dar plantões de dúvida em algum cursinho, ou então trabalhar meio período num banco. Tá cheio de gente que fez isso, e no fim tudo deu certo.
Se você tem mais de 18 anos, então pare de esperar que as coisas caiam do céu, ou então que o Estado lhe dê presentes de mão-beijada. Ninguém é responsável por você, além de você mesmo. Supere sozinho as suas dificuldades. Faça seu caminho, construa sua vida e seja feliz.
E suponho que vc conheça mtas pessoas que não podem pagar a faculdade. Todos os seus amiguinhos, certo? E vc tem uma noção muito boa da condição de moradia, transporte, alimentação, custeamento de livros etc etc dessas pessoas. Você de fato sabe como é a vida dessas pessoas, certo? Ou será que vc tem condições de pagar uma universidade particular, mas está numa pública?
Com essa mentalidade, “estuda quem pode”, a situação de desigualdade social e o sub-emprego (afinal, que emprego bom se consegue sem uma graduação hoje em dia?) apenas se perpetua…
Essa é uma solução que chamam de elitista, apenas ricos podem estudar. E os ricos continuam ricos, os pobres continuam pobres. E depois se surpreender com os índices de criminalidade do país…
Não se trata aqui de simplesmente descartar a solução de mensalidade conforme a renda, mas de rejeitar essa mentalidade injusta e reprodutora do “estuda quem pode”.
Flávia, me perdoe pelo que eu vou lhe dizer agora, mas o seu texto está repleto de proposições ideológicas, de chavões prontos típicos da propaganda esquerdista.
Desde quando a pobreza é fonte da violência? Desde quando desigualdade social é necessariamente algo ruim?
Pare e pense. Ponha sob dúvida esses seus slogans propagandísticos, e depois a gente conversa com calma.
“Desigualdade, e não a pobreza, aciona a violência”
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1804200407.htm
André, com esse comentário “estuda quem pode”, você acabou de comprovar que todo o discurso de meritocracia que a direita usa é uma falácia. Acredito que todos pensam igual a você, em resumo: “Não estuda quem tem capacidade, aptidão, mas quem pode pagar”.
Obrigado pela honestidade!
Cara, até pensei em parar pra responder algumas coisas que você pontua, mas é muita ‘coxinhagem’ para uma pessoa só. É não ter noção nenhuma de realidade. É só conhecer as coisas pela teoria.
alguém que acha que uma pessoa só não trabalha porque quer… porque emprego de meio turno, pra um aluno de curso de tempo integral, tem aos montes, né?
Eu APOSTO que você não tem, ou não teve, que trabalhar para se manter em uma faculdade! Duvido também que alguém do seu circulo de amizades também teve.
“quem disse que desigualdade é ruim?”
Puff!
Quanta ignorância.
Para seu desgosto, eu trabalhei quando fiz faculdade, sim.
Aliás, comecei a trabalhar aos 13 anos.
Chupa.
Não vou nem te xingar porque receio que o Ibama me prenda, por ofender mulas e antas. Você é uspiano mesmo??? Conhece a usp? Nem todo mundo lá é filhinho de papai ou um folgazão à espera da mamadeira do estado, nao. Fiz graduação e mestrado na USP, t-r-a-b-a-l-h-a-n-d-o, mesmo. E posso te garantir que se não fosse a gratuidade eu não poderia cursar um curso de excelência na minha área como o oferecido pela USP. Há inúmeras despesas mensais com condução, alimentação, livros e xerox que o salário médio obtido com essas “aulinhas”, como vc, diz mal cobre! Não demonstre toda sua ignorância em público dessa maneira meu amigo, e aceite o conselho do rei Salomão: até um tolo pode passar por sábio se ficar de boca calada, no seu caso, de mãos atadas….
Não, dizer verdades não está fora de moda, não. O problema está em sair esparramando um festival de estupidez, pérolas da coxinhice, disfarçado de “verdade”.
A autora fez graduação na UNESP e pós-graduação na UNICAMP, com bolsa do governo. Doou dinheiro a essas universidades? Pagaria mensalidade retroativa?
Estamos lendo sugestões de algumas pessoas que provavelmente não fazem o que apregoam.
É uma pena ver informações como “Cursos de especialização, por exemplo, podem ser pagos. Boa parte de quem faz especialização latu senso trabalha e pode conseguir subsídios de suas respectivas empresas” circularem na internet como se fossem verdades. Os cursos de especialização LS já são cobrados por meio de convênios entre USP, UNESP e UNICAMP e as Fundações.
Pior é ignorar dados de que essas universidades quase duplicaram de tamanho nos ultimos anos e que o orçamento deles so reduziu, visto que o ICMS transferido agora pelo Governo é “descontado”, pois abatem-se valores do Nota Fiscal Paulista e outros programas habitacionais.
O que dá legitimidade a USP, UNESP e UNICAMP é que juntas produzem mais de 40% da pesquisa no Brasil.
Agora se pessoas que por ali passaram defendem o “baixo custo”, é melhor sugerir também o “bolsa universidade” ou começar a doar dos seus salários para essas universidades, não?
Valorizar, elogiar que USP, UNESP e Unicamp são tres universidades que sozinhas produzem 40% da pesquisa no Brasil ninguem faz.
Concordo que escrever generalidades, com idéias populistas, baseadas em informacoes de internet é sempre um perigo…
Discurtir autonomia do trabalho é sim importante, mas também em várias esferas, não? Inclusive na autonomia intelectual, a mais relevante.
Pagar mensalidades “retroativo” obviamente seria inviável e ilegal, já que quando um aluno entrou na universidade o contrato é que ela seria gratuita. Estou falando daqui para frente. E estou nesse momento tentando criar um fundo de ex-alunos para doar dinheiro para a Unesp. Penso que outros alunos e ex-alunos deveriam pensar em soluções como essa, não? Sabine
Cara Sabine, claro que seria interessante ter um fundo.
Mas nossas joias do ensino superior estão sob forte ameaça: Ontem saiu decisão do CRUESP de não conceder ajuste salaria neste ano. Isso mesmo, 0% como aumento (nada).
Em contra partida, a expansão segue desenfreada, consumindo os recursos das universidades.
Concordo com você em relação às críticas à expansão. Até porque nossas universidades sofrem de gigantismo. Nenhuma universidade de ponta no mundo oferece tantos cursos e vagas como as nossas públicas. Mas um problema crucial que impacta na sustentabilidade da USP é o do custeio. Os repasses para as públicas, apesar dos descontos que você menciona, crescem ano a ano, por conta das arrecadações crescentes de ICMS. Embora a USP precise incrementar as suas receitas, dialogando mais com a iniciativa privada, criando fundos de captação, não reagindo de forma bizantina quando algum ente privado quer patrocinar e reformar um auditório, por exemplo, as despesas com custeio estão crescendo exponencialmente. Professores, que são estratégicos, deveriam ganhar mais, mas perder o direito à aposentadoria integral. E funcionários técnico-administrativos, que são operacionais, deveriam ganhar simplesmente a mediana de mercado. Mas hoje ganham muito acima. Um auxiliar de escritório júnior, sem nenhuma experiência na vida, terá um salário inicial de R$ 3.400,00 na USP (cargos para nível médio), muito acima do praticado no mercado. É muito cômodo pedir aumento na participação do ICMS, para sustentar as universidades públicas. Tem de falar, também, quais áreas têm de ser penalizadas para que haja esse deslocamento de recursos. Saúde, mobilidade, segurança?
“O que dá legitimidade a USP, UNESP e UNICAMP é que juntas produzem mais de 40% da pesquisa no Brasil”.
Quanto é 40% de zero?
É incoerente essa ideia de cobrar mensalidade de uma universidade pública. Qual seria a diferença entre a USP e uma Uni da vida? Talvez muitos não conheçam histórias de pessoas que saem de seus empregos para estudar, se dedicar e passar na Fuvest para conseguir uma vaga e poder somente estudar. O esforço de entrar na pública deve ser no MÍNIMO recompensado com gratuidade de ensino, caso contrário muitos não poderiam se manter já que ocorre de muitas vezes os estudantes terem que ir morar nas cidades da universidade sem os pais, arrumarem um emprego ou bolsa e o dinheiro mal dá para comer e o básico. Não venham com hiprocrisia de “Aaaa dinheiro para festas eles tem.” Não é assim, a maioria das festas são bancadas pelos estudantes ricos, sim, que a usp tem, mas não se deve esquecer que uma porcentagem dos que estudam lá vieram de públicas ou de pais que deram duro para pagar um cursinho. Cobrar por estacionamento também é ultrajante. Transporte público nesse país todos sabem que não é tão adequado quanto deveria (assaltos, ônibus queimados, atrasos, greves). Imaginem se TODOS os alunos da universidade X pegarem o mesmo ônibus ou metro no mesmo horário, haveria uma superlotação. Na teoria é muito bonito. Também tem essa questão de funcionários públicos demais que dizem acima, mas vejam, todos querem uma vaga em concurso e é a unica maneira que vejo de ter um emprego estável de fato. Revejam os conceitos sobre esse “sair do vermelho”. Sim, é obvio que é necessario um corte de gastos, mas não com essas resoluções apresentadas.
Eu perguntaria o seguinte: hoje em dia, qual É a diferença entre a USP e uma Uni da vida?
A atual realidade da USP não é muito diferente dessas outras universidades.
Não é verdade, André. As públicas continuam proporcionando ensino e pesquisa de qualidade muito superior que as privadas. Se você acha que USP e Uninove estão no mesmo patamar, então, desculpe-me, mas você não tem a menor noção da realidade.
Ricardo, eu conheço a realidade da USP e de muitas universidades privadas.
Por isso eu lhe digo, com toda a convicção, que em muitas áreas do conhecimento a USP tem desempenho bem inferior ao dessas outras instituições.
A primeira coisa que a USP deveria fazer é uma autocrítica. Descer do salto-alto e fazer uma autoanálise. Parar de viver de um passado de 40 anos atrás. O mundo mudou, a realidade mudou e hoje você tem um Di Genio (Grupo Objetivo) montando laboratórios de Odontologia que dão de MIL a zero nos laboratórios das universidades públicas.
Você vai me dizer que laboratórios não são tudo, e eu concordarei com você. Mas esse é o primeiro passo do Di Genio, assim como há outros primeiros passos de outros empresários do setor educacional.
Muitos têm a péssima mania de acreditar que o maior interesse das universidades privadas é oferecer lixo aos seus alunos.
Grande equívoco.
Garanto a você que o maior sonho do Di Genio é ser dono da melhor universidade do país.
Como eu sei isso? Fácil.
Quem não gostaria de ser o DONO da melhor universidade do Brasil?
Até eu, que sou trouxa, queria ter isso pra mim…
A Unip é um sucesso empresarial e um fracasso acadêmico. Ela aparece bem em alguns indicadores do RUF porque você tem muito coordenador de RH que se formou lá e não vai cornetar a instituição em que se formou. Aí eles dizem: as melhores são Harvard, USP e, rufar de tambores, Unip! Faça um acompanhamento dos formados em Engenharia pela instituição. Ocupam, no máximo, funções técnicas nas empresas em que trabalham, mas não projetam nem parafuso, no máximo atuam nas áreas de compras que dão suporte aos engenheiros. Quem projeta, quem assina é o pessoal formado na Poli, ITA, Unicamp, FEI e Mauá, entre as paulistas. A Unip é uma instituição de terceira categoria. Sei do que estou falando, porque conheço internamente a Unip. Mesmo a Faculdade de Odontologia da Unip, que talvez seja o melhor curso da instituição, ocupa uma posição subalterna em relação aos cursos oferecidos nas públicas paulistas. E cursos como Direito e Comunicação Social, por exemplo, são uma várzea completa. Reitero que conheço internamente a instituição, especialmente os campi Luís Góes e Bacelar. Sei do que estou falando.
Ricardo, eu entendo o que você quer dizer.
Não sou advogado da Unip nem de ninguém, mas há algumas coisas importantes que a gente precisa ponderar.
Primeiro, a Unip tem muito menos tempo de mercado do que a FEI ou a Mauá.
Mesmo assim, a Unip (assim como muitas outras Unis da vida) está na luta, está disputando.
Então, o que eu quis dizer é que pensar na Unip ou em qualquer outra faculdade privada apenas como uma máquina de fazer dinheiro é um jeito muito simplista de pensar.
Di Genio já encheu os bolsos. Dinheiro o cara já tem aos caminhões.
Na pirâmide das necessidades humanas, é óbvio que chegará (se é que já não chegou) o momento em que ele passará a ter outras ambições. O ser humano é movido por elas, lembra-se?
No início, há 40 anos, tudo o que ele queria era ficar rico. Ficou bilionário.
A partir de agora, é óbvio que as metas do caras, e é muito compreensível que, dentre essas metas (ou ambições, se preferir) esteja o sonho de se tornar a universidade número 1 do país.
Ora, bolas… se até uma estação de TV tem essa ambição, então por que uma universidade não poderia tê-la?
A própria FEI e Mauá, que você citou, são exemplos de que as instituições privadas estão correndo atrás, estão lutando, e estão sendo bem-sucedidas.
Não é porque é público que é bom, e não é porque é particular que é ruim.
André, concordo com você que a relação não é automática. Ensino superior público não necessariamente é bom, enquanto ensino superior privado não é necessariamente ruim. No entanto, é notável que a qualidade no ensino superior privado está concentrada nas instituições tradicionais e não nas universidades que têm 200 campi espalhados pelo país e que sorteiam notebooks para os aprovados nos seus processos seletivos. Acho até que a Unip, entre as consideradas não-tradicionais, é a melhor (ou menos ruim). Mas, sinceramente, não a vejo caminhando na direção do que são a PUC, o Mackenzie, a Faap, a FGV (que não é privada, mas cobra mensalidades em alguns cursos), o Insper (ex-Ibmec), a Santa Casa, a ESPM, a FEI, a Mauá, a Cásper Líbero, a Belas Artes, só para ficar no universo da região metropolitana de São Paulo.
Ricardo, de fato há anos-luz de distância entre uma Unip e uma FGV, por exemplo. Em tese, é até difícil colocá-las no mesmo balaio, pois a Unip ainda tem que comer muita banana com aveia, até se equiparar a uma privada de primeiríssima linha.
Concordo.
No entanto, não há nenhuma lei da Natureza que impeça a Unip (ou qualquer outra) de ir para o topo do ranking, daqui 10 ou 20 anos. Tudo é uma questão de tempo, de vontade e de dinheiro.
Pessoalmente, eu torço para que todas essas unis da vida consigam se firmar no mercado. Acho que isso seria muito saudável para a educação brasileira e para toda a sociedade.
O fato da USP sozinha ainda ser responsável por quase um quarto da produção científica do país não quer dizer nada?
Universidade não serve para treinar profissionais, mas para produzir conhecimento. Por isso deve ser pública e gratuita.
Gabriel
Gerar conhecimento sem ter um benefício prático para a sociedade e’ total desperdício e furto a mão armada do dinheiro do povo!
Meu caro, de onde você acha que saem estudos sobre os remédios que você toma? De onde você acha que surgem os estudos sobre a cura da doença rara que um indivíduo de sua família tem? De onde você acha que saem os estudos e aplicações práticas de projetos de conservação ambiental, a tão falada “sustentabilidade”? Me desculpe, mas se para você aplicação na sociedade se refere somente à futebol e novela, reveja seus conceitos sobre MUNDO e procure sequer pisar em uma universidade para saber o que fala. Ass aluna da Unesp.
É equivocado colocar todas as universidades privadas no mesmo balaio. Há algumas de péssima qualidade, as uniesquinas. Mas, para ficar no universo paulista, PUC, Mackenzie, Insper, FGV, ESPM, FEI, Mauá, Santa Casa, Cásper Líbero, Belas Artes e FAAP, por exemplo, são instituições que oferecem cursos de qualidade e cobram mensalidades. Aliás, na educação básica, todas as boas escolas cobram mensalidades, porque são privadas.
Fazemos essa avaliação no ruf: http://ruf.folha.uol.com.br/2013/
Pode parecer uma dúvida imbecil, para muitos gênios será (aliás a quantidade deles me espanta – newton ficaria abismado – talvez com complexo de inferioridade), mas por que a solução p1ara problemas financeiros de instituições tem de ser sempre a exclusão (privatização) dos muitos que se utilizam delas?
Quer dizer, uma rápida pesquisa em nossa história nos mostra que todos os rombos nas contas públicas foram causados por administrações ridículas. Porém, ao invés de responsabilizarmos esses “administradores” incautos, passamos o cheque para a população. Não são poucas as notícias de desperdício de dinheiro vinculado a USP – e eu não me refiro aos salários – considero absurdo vincular este problema aos ganhos dos profissionais que atuam na universidade.
Por fim, dada a realidade das universidades brasileiras, vislumbro que a privatização esvaziaria cursos como letras, ciências sociais, matemática etc, uma vez que quem efetivamente possui renda acaba, geralmente, frequentando cursos de renome como engenharia, direito, administração e economia, os quais estão estritamente ligados a retorno de dinheiro e afins. Se já reclamam da concentração de pessoas nesses cursos, imaginem com a privatização.
Enfim, não sei…quem sabe? Ah é, muitos sabem…claro.
Faculdade é pra quem pode.
Em todos os sentidos.
Caro André,
há tempos defendo que as IES públicas deveriam ser apenas para aqueles estudantes (diferentemente de alunos!) melhor dotados intelectualmente. Para tanto, sou adepto do vestibular exigente, seletivo.Às vezes uso um termo que assusta as pessoas: elite intelectual. Entretanto, é muito bom ficar atento que as pessoas que comporiam essa elite intelectual podem vir de todos os segmentos sociais e étnicos da nação. Então, nessa questão estamos de acordo, a IES públicas não são mesmo para todos. Agora, parece-me que você está se insurgindo contra “quem não pode pagar” e aí divergimos, pois isso seria altamente injusto. Como professor há 42 anos já vi muita gente de extrema competência e que usufruiu de todo o potencial de uma universidade sair de bolsões de pobreza, assim como também já vi alguns ricos desperdiçar o investimento público que tiveram.
George, eu estou me insurgindo contra a falta de racionalidade.
Capacidade intelectual é condição necessária, mas não suficiente para se tirar o máximo proveito de um curso de graduação.
Bons livros custam muito dinheiro. Tempo de estudo e tempo de ócio também custam muito dinheiro. Requer disponibilidades de vários tipos.
Nada contra os “desvalidos”. O problema é que o buraco é bem mais embaixo.
Ah, ah, ah…elite intelectual na ação entre amigos?
Contra outra tio…
A cobrança de mensalidades para graduação, mestrado e doutorado é inviável pela realidade da população. Claro que mensalidades baixas poderiam aliviar a carência atual, mas esse não é, ainda, o caminho a ser seguido. Sobre as especializações, já são pagas na maioria dos casos, ficando a maior parte do dinheiro com as unidades que oferecem o curso. Isso, inclusive, é contado nos balancetes como “recursos próprios”.
O caminho para a USP, Unesp e Unicamp passa por um exugamento do quadro de funcionários, que é bem maior do que o realmente necessário. Ferramentas adequadas (informatização de processos, maquinário, etc) permitem diminuir a necessidade de funcionários para trabalhos diversos. O problema é que a estabilidade implica em não poder se demitir de modo fácil, o que leva a diminuir o quadro pela não substituição de aposentados.
Além disso, diferente de todas as demais categorias de funcionários públicos, são as três universidades que continuam arcando com pagamento de aposentados, que não são repassados para a previdência estadual apesar de terem contrinuído a vida toda para ela. Isso implica em torno de 30% da folha de pagamento. Apenas isso permitiria que a USP passasse a ter “apenas” 75% de comprometimento da folha, resultando em muito dinheiro para investimentos. Só que o estado não quer assumir essa conta.
Falta ainda o costume (além de mecanismos fáceis) de se fazer doações para quem te proveu ensino. Talvez esse costume seja mais forte nos EUA porque lá os alunos já pagam e passam a ter uma noção do que custa manter a universidade.
Seja como for, voltemos ao tema proposto pela Sabine: a USP faliu. Precisa de grana.
Quais as soluções possíveis?
Quem é contra mensalidades, provavelmente é favorável ao aumento do repasse das verbas estaduais.
Se aumentarem de 5% pra 6%, talvez cubram o rombo neste momento. Mas o que vão fazer se um novo rombo surgir amanhã ou depois? Vão pedir mais dinheiro ao governo? Vão levar a vida assim, indefinidamente?
Isso é insustentável.
Ou se conserta o problema na raiz, ou se estará condenado a repetir a atual crise de tempos em tempos.
Isso é lógica pura.
também concordo que o problema é antes de gastos e não de renda. O problema não é aumentar a receita, mas reduzir custos…
a usp adquiriu vários prédios pela cidade, reformou, construiu prédios, gastou dinheiro derrubando árvores, fazendo fonte, uma cachoeirinha no CEPE, gastou comprando um tapete de 32 mil… sim, salários ocupam a maior porcentagem de gastos, e apesar de isso ser normal em qualquer universidade, durante a gestão Rodas, o déficit aumentou…
http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2013/12/gastos-excedem-despesas-na-gestao-rodas/
o que a USP está precisando é de mais transparência nos gastos… apesar disso, acho a ideia do estacionamento bem interessante…
O Rodas comprou tranquilidade aumentando significativamente o salário dos funcionários técnico-administrativos. Assumiu em janeiro de 2010 a reitoria, em abril veio a primeira greve, abriu a caixa de bondades, criando uma política salarial extremamente generosa para a categoria, e ficou até o final do mandato, por quatro anos, sem enfrentar mais nenhuma greve por causa de salários, o que é inédito na história da USP pós-democratização. Só enfrentou greves de estudantes, basicamente os da FFLCH, por causa da PM no campus. Ou seja, seu populismo quebrou a USP. O problema é que o Rodas só é criticado pelos motivos errados. A maior barbeiragem que ele fez como reitor foi implantar a nova política salarial. Flávia, a universidade paga muito acima do mercado para os técnicos-administrativos, muito. Enquanto a questão do custeio não for equacionada (e isso significa trazer salários e benefícios para a realidade), não há solução.
Aleardo, eu tentei fazer uma doação à USP. Na época, me propus a doar 3 vezes o valor estimado que gastaram comigo.
Eu simplesmente não consegui.
Recorri à ajuda de ex-professores, coloquei meus advogados para tratarem do assunto, e simplesmente ninguém conseguiu encontrar um jeito garantir que aquele dinheiro realmente fosse para a conta da USP, e não de algum intermediário espertalhão.
Gente com boa vontade até existe. O que não existe é segurança jurídica.
Isso confirma a necessidade de mecanismos fáceis para doação. Existem caminhos tortuosos, mas que dão trabalho. Por exemplo, para a Unesp receber uma área doada é preciso aprovação do Conselho Universitário, passando por pelo menos duas instâncias abaixo dele. Ou seja, é preciso uma aprovação demorada para ganhar algo pois se amarra tudo na lei de licitações, contratos, etc (Lei 8666), que para “impedir” desvios e corrupção acaba travando também o que seria bom.
Num país no qual tanto dinheiro público é desperdiçado, mal utilizado e roubado, não tem cabimento falar em cobrança nas escolas públicas, seja em que nível for. Talvez o problema esteja não no financiamento, mas na má gestão Essa, sim, é que tem de ser revista.
George, o fato de já haver um desperdício de $100 não é motivo para que se desperdice mais $20, concorda?
DESPERDÍCIO? Investir em educação é DESPERDÍCIO?
A USP quebrou por causa da má gestão de reitores arbitrariamente empossados por governadores tucanos, tão simplesmente.
Não é problema no modelo, é problema de gestão. Não há NENHUMA razão para pensarem em cobrar mensalidades ou estacionamentos.
A menção aos Estados Unidos e a Alemanha como exemplos de universidades públicas pagas merece um complemento: nos Estados Unidos, é necessário desembolsar mais ou menos U$ 40.000 (“tuition”) para cursar 2 anos (p.ex., Harvard). Na Alemanha, o estudante deve desembolsar 100 Euros por semestre (Universität Stuttgart, p. ex.). Como se vê, uma diferença e tanto. E é claro que moradia, alimentação, seguro social, etc., corre por conta do aluno.
Única solução: cobrança de mensalidade. Um salário mínimo para a graduação, dois para mestrado e três para doutorado. A constituição e a LDB não proíbem a cobrança de mensalidade nas instituições públicas. Segundo a CF:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
V) acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica,
administrativa e de gestão financeira e
patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
A gratuidade é só para o ensino básico obrigatório.
Os nossos doutores digeriram as nossas universidades.
Sandro,
O inciso IV do Art. 206 da constituição federal impõe a gratuidade do ensino público e aplica-se a todos os níveis (do ensino básico ao superior).
“Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
[…]
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;”
Apenas reiterando, a aplicabilidade do Art. 206, $4, inclusive a cursos de pós-graduação stricto sensu tem sido repetidamente confirmada pelo judiciário, como mostra trecho de decisão abaixo do TRF da 1a região (nome do impetrante omitido):
”
Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto de decisão que, em mandado de segurança, deferiu o pedido de liminar formulado por XXXXX, para determinar à Universidade Federal de Goiás (UFG) que se abstenha de exigir da estudante o pagamento de mensalidades e taxas referentes ao curso de pós-graduação na área de Engenharia de Segurança do Trabalho.
Decido.
Ao apreciar a questão, este Tribunal tem decidido reiteradamente que a cobrança de taxa de matrícula ou mensalidade em curso de pós-graduação ministrado por estabelecimento oficial de ensino público viola o disposto no art. 206, inciso IV, da Constituição Federal.”
Reitero o meu ponto inicial: enquanto não se emendar a constituição federal, o que me parece infelizmente politicamente inviável, a discussão sobre cobrança de mensalidades nas universidades públicas é inócua.
Bem, vamos aos fatos:
1) Na prática, é impossível cobrar mensalidades.
2) Não é possível cortar os gastos.
De 1 e 2, concluímos que a USP é um cadáver insepulto.
André:
Não é bem assim. Primeiro, cortar gastos é possível. Segundo, as universidades têm outras fontes de recurso para financiar pesquisa especificamente, por exemplo o sistema CAPES/CNPq/FAPESP, projetos FINEP, fundos setoriais, etc. O problema maior é custeio (folha de pagamento e instalações físicas), agravado pelo passivo representado pelos inativos.
Você está certo, Marcelo. Claro que é possível cortar gastos, sim.
O problema é querer.
Considerando a indisposição de muitos, percebe-se que cortar gastos não é uma opção.
Logo, o povo quer que aconteça alguma mágica, algum milagre. Talvez esperem que floresça dinheiro em cada uma das milhares de árvores da USP.
Acho que é isso que estão esperando.
Obrigado, Marcelo. Errei nesse ponto, mas sabemos que uma PEC resolveria esse problema. Aliás, O inciso V do Art. 208 já dá uma brecha. Nos meus tempos de Licenciatura na USP uma Doutora em Educação deixou bem claro que universidade não é educação. Por outro lado, já há uma tentativa no governo federal pra tirar as universidades da alçada do MEC. Todos devem concordar que se a USP fosse privada, o MEC já teria descredenciado-a.
“Todos devem concordar que se a USP fosse privada, o MEC já teria descredenciado-a”.
Assino embaixo, Sandro.
Alguém falou em começar reduzindo os desperdícios? Aposto que um programinha básico de ecoeficiência e economia de materiais, de tempo, água, etc já faria aparecer milagres.
Para ver como as coisas são difíceis na USP: o Cruesp acabou de anunciar congelamento salarial nas três estaduais paulistas. Adusp e Sintusp já estão organizando assembleias para votar paralisações contra o “arrocho salarial”. Ou seja, o corporativismo sempre está acima dos interesses de longo prazo dessas instituições. Os técnico-administrativos tinham de dar graças a Deus que trabalham na USP, porque se trabalhassem no Bradesco, na Unilever ou na Folha, os salários iniciais deles seriam equivalentes à metade do que ganham na universidade.
Se a solução for cobrar mensalidades, não esperemos muito e logo será cobrado mensalidade para a maioria das escolas de educação básica do próprio governo, mantendo uma ou outra gratuitas devido a “obrigatoriedade da lei de garantir a educação”, porém estas sendo criticadas e vista com maus olhos. Deve-se pensar em soluções que resolvam o problema de vez e não somente por tempo indeterminado.
Como diz uma das leis da quinta disciplina: “Os problemas de hoje provêm das “soluções” de ontem” é visto que a cada ano durante a antiga reitoria o problema da falta de verba vinha se alastrando e eles tentando conter como dava até que se chegou no patamar da falência. Sair do vermelho não é tarefa fácil como estão tentando dizer nesse texto e em outros que defendem maneiras imparciais de aumentar a renda da USP e das outras universidades.
Imaginemos que se cobre mensalidade: O numero de alunos diminuiria drasticamente; os prédios ficariam vazios e não haveriam pesquisas que cobrissem os gastos da manutenção de laboratórios sem uso. Haveria que se “importar” profissionais do exterior para trabalhar em várias áreas, havendo mais imigração. As pessoas sem estudo teriam que fazer trabalhos mais manuais e com muita concorrência fariam os preços serem mais baixos e levaria a condição financeira delas de mal a pior.
Se cobrassem por estacionamento também diminuiria-se os carros parados lá e deixaria de haver sentido o tanto de estacionamentos que há em cada campus.
Enfim, é preciso que antes de se comentar por cobrar de alunos pesquise e leia sobre os impactos que a falta da educação superior traria no pais.
Não critico as faculdades particulares, ela são necessárias pois o país não pode satisfazer com excelência a oferta de cursos superiores. Sem elas haveria ainda maior falta de profissionais para trabalhar. Mas vemos já nelas o problema que é para pagar: Fies, financiamento estudantil particular com juros altos, mensalidades caras… O aluno se forma e por anos terá que trabalhar somente para gastar mais dinheiro, e durante esses anos vivendo no aperto. Ninguém deve viver com dinheiro apertado no fim do mês. O trabalho serve para satisfazer as necessidades básicas da pessoa e família. Educação deve ser item obrigatório e gratuito em todos os níveis.
Luciana, eu concordo com você que todos deveriam ter acesso à educação.
Assim como também concordo que todos deveriam ter acesso a um bom atendimento médico, a uma boa alimentação e a uma boa moradia.
O problema é que tudo isso custa muito dinheiro, e não há no mundo um país que seja rico o bastante para dar tudo isso aos seus cidadãos.
Se 500 náufragos tentarem subir um bote salva-vidas, o resultado é que não vai sobrar ninguém vivo.
André, cobrança de mensalidades significa corromper o interesse público da educação.
Educação não é mercadoria!
Hoje a USP já é dominada pelas elites, mas isto não deve justificar a sua privatização. Ao contrário: é preciso implementar uma forte política de cotas, é preciso acabar com o vestibular. Precisamos de uma USP efetivamente pública e gratuita, para o povo e não para os ricos.
Afff…….. que discurso mais cafona, Gabriel.
Atualize esse repertório, vai.
Argumento ad hominem?
Não, não.
Argumento “ad hominem”, se você não sabe, seria se eu te chamasse de estúpido, cretino ou canalha.
Não é isso o que eu fiz.
O que eu fiz foi dizer que o seu DISCURSO é cafona.
Tente ler novamente e você vai entender.
Cara, isso não tem nada a ver
Cota só vai acabar com a qualidade da universidade
Como você fala besteira cara
Lembro-me de ter lido, uns 10 anos atrás, que a sra. Joan Kroc (Mc Donald´s) fez uma doação de US$ 1 bilhão a um grande universidade americana.
A condição para que a grana fosse doada, no entanto, era que a sra. Kroc, através de seus advogados, tivesse participação vitalícia no processo de escolha do Reitor.
Muito justo.
Agora, minha pergunta: vocês acham que isso seria possível aqui em SP, com a USP?
Eu duvido. Imaginem só se a comunidade uspiana, bem como o próprio governo estadual, permitiriam que uma rica velhinha interferisse no processo de escolha de um reitor da USP. Jamais.
Por muito menos, o pessoal da USP já deu as costas à iniciativa privada.
Lembram-se do caso do auditório cuja reforma a família Conde financiou, lá no Largo São Francisco? No fim, os Conde acabaram feitos de bobos.
Nenhum empresário brasileiro seria louco o bastante para fazer com a USP o que a sra. Kroc fez, lá nos Estados Unidos.
André, a função do Reitor é pública (portanto, está na esfera da política, não da privada, como quer a senhora Kroc — se é que a história é verdadeira).
Como algo que compõe a esfera da política, o reitor deve ser escolhido democraticamente. Nenhum cidadão deveria possuir qualquer privilégio, por mais generosa que seja sua doação. Acumular privilégios por via financeira tem nome: corrupção.
A crise orçamentária é a maior prova da falência do atual processo tecnocrático de escolha do Reitor: só a democracia efetiva na universidade dará conta disto, motivo pelo qual os dirigentes devem ser escolhidos por todos os componentes da comunidade usp (bem como por representantes da sociedade paulista).
Aliás, é um absurdo a FIESP ser representada no Conselho Universitário enquanto nenhum outro movimento popular é.
Em tempo: cobrança de mensalidades não faz sentido na universidade pública. O interesse deve ser público, não privado.
Gabriel, você está me dizendo que se uma pessoa doa US$ 1 bilhão a uma universidade, então essa pessoa não tem o mínimo direito de exigir nenhuma contrapartida em troca dessa doação? A pessoa só tem o direito de doar a grana e assistir (de boca fechada) aos outros detonarem seu dinheiro?
Desculpe, mas isso é uma piada.
Por haver gente que pensa assim é que a USP está caindo aos pedaços.
PS: Quanto à história da sra. Kroc, ela é verdadeira, sim. Pode pesquisar.
Vocês está me dizendo que se uma pessoa doa US$ 1 bilhão para a presidência da república ela passa a ter privilégios na escolha dos próximos presidentes?
Não faça na vida pública o que você faz na privada.
Misturar interesses econômicos com interesses públicos tem nome: corrupção.
A única forma de salvar a USP é dotando-a de mais democracia, não de menos.
Gabriel, a USP está beirando a insolvência não porque o Rodas era autoritário, mas porque foi populista e criou uma política salarial irresponsável para os funcionários técnico-administrativos, que hoje têm salários de partida, para funções que exigem nível fundamental, médio e superior, tremendamente superiores à mediana de mercado. Veja que ele era autoritário, neoliberal (no Principado da Rua Alvarenga ser chamado de neoliberal é xingamento tão grave quanto ser chamado de pedófilo, no mundo real), pintava o cabelo de laranja (sua falta mais grave, na minha opinião) e, mesmo assim, nos seus 4 anos de mandato, não enfrentou uma greve sequer de professores e enfrentou apenas uma de funcionários, três meses após assumir o mandato. Abriu a caixinha de bondades e, num passe de mágica, acabaram-se as greves por 4 anos, algo inédito na USP desde a redemocratização. Apesar de todos os seus defeitos, o Rodas só enfrentou greves de alunos da FFLCH, por causa da PM no campus e nada mais. É a gestão de recursos humanos a razão dos problemas da USP: paga-se muito aos funcionários técnico-administrativos, há muitos desses funcionários e, ápice da insanidade, pagam-se aposentadorias integrais aos professores. Até na Finlândia, ícone do Estado de Bem-Estar Social, que o Safatle adora usar como exemplo, essas políticas seriam consideradas insanas. É preciso mudar o processo de escolha do reitor? É, embora não ache que a eleição direta seja o melhor caminho. Mas, independentemente disso, é a gestão de recursos humanos equivocada que está provocando a insolvência da USP. Nelson Rodrigues, humoristicamente, dizia que o videotape era burro, quando este evidenciava que o atacante do seu Fluminense estava impedido. Você, à moda de tio Nelson, está brigando com os números.
Democracia em universidade??
Universidade e’ mérito vai e’ concurso de popularidade.
Basta observarxaxdecadenciaxdesde que inventaram a ideia ridícula de eleição para reitor!
Gabriel, desde quando a conversa é sobre eleições presidenciais? Ou eu estou louco, ou a conversa é sobre USP – e, nesse caso, você está tentando usar o velho golpe da substituição da tese.
Não caio na sua.
A USP não é nada além de uma universidade. Ela não é um Estado, nem um governo, nem mesmo uma repartição pública.
Ela é uma U-NI-VER-SI-DA-DE, e, como tal, ela precisa de dinheiro para sobreviver.
Atualize seu receituário, pois ele é bolchevique demais para o meu estômago.
Já faz quase 100 anos que aconteceu a Revolução Russa. Já deu tempo de a URSS nascer, apodrecer e morrer. E ainda tem gente falando em “comissões populares”.
Me poupe, vai……..
Gabreil, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. A escolha do reitor deveria ser técnica e não política como ocorre, enquanto a escolha do presidente é (e deve ser) política. O pedido da Sra. Kroc é de participar do processo de escolha de um reitor, que pode vir de qualquer lugar do mundo, que será contratado para SER reitor e não para ocupar o cargo de reitor por 4 anos. As exigências de doadores nos EUA são comuns. Na universidade em que fui professor-visitante os prédios dos departamentos da área de ciências foram construídos com dinheiro de um doador, que exigiu que ele fosse gasto APENAS com prédios para essa área. Outro doador exigiu o nome do filho falecido para batizar o ginásio de esportes construído com seu dinheiro.
Voltando ao caso da USP. o problema não é falta de democracia e sim de gestão populista feita por um reitor que cedeu a todos os pedidos feitos pelo segmento de servidores não-docentes a cada greve que faziam.
Aleardo, não há manobra mais elitista que botar sempre a culpa nos funcionários.
Estamos falando da universidade PÚBLICA. Não deve haver espaço na esfera pública para interesses privados: nenhum cidadão é melhor que ninguém, seja ele rico ou não. Doações não devem ser usadas como moeda de troca para qualquer tipo de vantagem.
A escolha do reitor deve ser política, pois estamos tratando de um espaço político, público. Tecnocracia é o pior dos cenários: neutraliza conflitos e mascara interesses.
O melhor cenário me parece o da escolha via eleição paritária: 1/4 de votos de estudantes, 1/4 de votos de professores, 1/4 de votos de funcionários, 1/4 de votos da sociedade paulista.
“Tecnocracia é o pior dos cenários: neutraliza conflitos e mascara interesses”.
Se tecnocracia é o pior dos cenários, então qual seria o melhor? Ideologia política?
Cada abobrinha que se lê…
Gabriel,
A UNiversidade e’ publica. Ela tem retornar ao publico em termos de trabalho, tecnologia, todo investimento que o publico colocou nela.
Todo esse investimento vira conehcimento que nunca e’ transofrmado em benefico para a populacao? Isso nao faz sentido, e’ dinehiro no lixo!
Por essa razao, para que a administracao seja transparente e eficiente, politica tem que ser removida , o reitor tem que se rum cara capacitado tecnicamente para fazer auniversidade da ro retorno esperado do imposto publico pago pelo povo.
se isso nao ocorrer o povo esta’ sendo roubado!
Gabriel, os estudantes estão de passagem pela instituição, não devem votar para reitor. Os funcionários são movidos pelo pragmatismo, trabalham na USP porque o Bradesco não selecionou o currículo e porque o concurso na universidade foi aberto antes que o do INSS ou dos Correios. Também não devem votar, porque não têm compromisso de longo prazo com a universidade, seguem simplesmente a lógica “ganhar o máximo possível, trabalhar o mínimo possível”. Caso contrário, daqui a pouco teremos reitor eleito porque prometeu aumentar o vale-refeição em 5 reais. Acho, no entanto, que o Colégio Eleitoral deve englobar mais professores. Todos os doutores que atuam por 40 horas semanais, em regime de dedicação exclusiva, por exemplo, deveria votar. Os professores estão na USP porque ali se realizam existencialmente, porque ali conduzem seus estudos, suas pesquisas. Fosse por dinheiro, iriam para a iniciativa privada e certamente ganhariam mais. Eles, sim, têm compromisso com a sustentabilidade da universidade.
Ricardo,
” Fosse por dinheiro, iriam para a iniciativa privada e certamente ganhariam mais”
Duvido, a maioria afundaria como uma pedra. Esses seriam massacrados na iniciativa privada. Uns poucos, muito poucos, dariam certo.
Me abstive de comentar teus outros comentários, Ricardo, por discordar de uns, concordar, em parte, com outros, mas, finalmente, há um comentário teu que tenho de apoiar.Concordo plenamente.
A crise de financiamento da USP tem uma causa muito clara – o alto volume de despesas da última gestão reitoral, que elevou a folha de pagamento a 105% do orçamento da instituição.
Por que o editorial não discute essa causa? O último reitor foi nomeado, pelo governador Serra, mesmo não sendo o mais votado pelo colégio eleitoral. Isso não ocorria, nas universidades paulistas, desde Maluf. Por que não discutir a responsabilidade dessa escolha política?
A gratuidade do ensino é preceito constitucional. O reitor e o Conselho Universitário não têm condições de mudar a Constituição Federal.
Você está dizendo uma verdade, que o processo de escolha do Rodas foi equivocado, para dizer uma mentira: que os problemas enfrentados hoje pela USP são decorrentes do processo de escolha dos reitores. A insolvência da USP se dá porque tem muitos funcionários técnico-administrativos, que ganham muito acima da mediana de mercado, porque os professores recebem aposentadorias integrais, porque a USP, de forma bizantina, recusa-se a fazer parcerias com a iniciativa privada, porque a USP ainda não constituiu fundos de captação de recursos com entes privados (instituições e ex-alunos) para aumentar suas fontes de receitas, porque só na USP a universidade entra em convulsão porque um auditório foi reformado com recursos doados pela família de um ex-aluno e, pecado mortal, seu nome passou a batizar o auditório (aliás, esta é uma afirmação injusta que estou fazendo, porque na FEA as salas são patrocinadas por bancos e os alunos reagem com maturidade). Estas são as questões centrais. E não se há ou não lista tríplice.
Ou seja: você está instrumentalizando a crise financeira para corromper a universidade.
Em universidade pública não deve haver lugar para interesses privados: isto se chama corrupção.
E por mais que os conservadores chiem, a origem da crise está na falta de democracia: http://estadao.br.msn.com/educacao/an%C3%A1lise-or%C3%A7amento-da-usp-exige-transpar%C3%AAncia-e-mais-democracia
As universidades de ponta no mundo, que são as anglo-saxônicas e as asiáticas, têm um diálogo estreito com a iniciativa privada. Isso só não entra na cabeça de quem ainda não superou o Maio de 68. O problema da USP, e das públicas em geral, é que como os intelectuais e o movimento estudantil sabem que não farão mais revolução nenhuma na sociedade, apropriaram-se das universidades para, pelo menos lá “no nosso mundinho”, a gente criar um universo onde o cortador de grama tem, sim, que receber um salário igual ao do professor-doutor, em que tudo será de graça, em que o capitalismo será rechaçado com violência, em que o Estado de Bem-Estar Social (que quebrou a Europa e isso deveria servir de lição para o Brasil) triunfará, mesmo que não haja dinheiro para isso. Ou seja, brevemente a comunidade USP estará repetindo slogans do tipo “15% do ICMS para as universidades públicas já!”, mesmo que, no fundo, no fundo, a gente saiba que esse dinheiro vá sair da educação básica, que atende aos pobres.
Ricardo: o inchaço do quadro de funcionários se deu durante o período Rodas. Um levantamento feito pela atual reitoria mostra que o quadro (percentual de gastos com folha de pagamento) era, antes, compatível com boas universidades.
A única e total responsável pela condição atual da universidade foi a reitoria anterior.
André, o Rodas comprou tranquilidade. Assumiu em janeiro de 2010, três meses depois começava a primeira greve de funcionários por questões salariais. O que fez, imediatamente? Reformulou a política de remuneração e benefícios, completamente, política esta extremamente generosa e irreal, se comparada com as práticas de mercado. O que aconteceu, desde então? Não enfrentou mais nenhuma greve de funcionários e professores em toda a sua gestão, de 4 anos, algo inédito na USP desde a redemocratização. As greves que enfrentou foram de estudantes, restritas à FFLCH, por causa do ingresso da PM no campus. Ou seja, em troca de tranquilidade, ele quebrou a USP. Só que o Sintusp e a Adusp não têm discernimento para entender isso e ameaçam com greves por causa do congelamento de salários. Os salários dos funcionários representados pelo Sintusp teriam de ficar congelados por uns 10 anos para que chegassem aos níveis de mercado. Eu, sinceramente, acho que não tem solução. A comunidade USP, pelo menos aquela que se organiza politicamente, é corporativista e acredita em uma mistificação: de que será possível oferecer ensino de qualidade e gratuito para os 200 milhões de habitantes do nosso país, pagando salários de 10 paus para todos os profissionais da educação, do cortador de grama ao reitor. Então, todas as decisões sensatas (redução de custeio, diálogo com a iniciativa privada, desenvolvimento de fontes alternativas de receitas) serão rechaçadas, porque são “neoliberais”. Vai ser mais fácil protestar para que os repasses às universidades públicas sejam majorados para 20% do ICMS. Quem vai pagar essa conta? O cidadão pobre, cujo filho jamais vai estudar na USP, que terá os serviços públicos que lhe atendem, já ruins, ainda mais precarizados, porque mais recursos públicos serão dragados pela incompetência administrativa e a cegueira política da comunidade USP. Eis o nó no qual estamos metidos.
Este artigo apresenta uma grande falácia. Já que houve uma terrível administração anterior, temos uma crise financeira na USP, por tanto vamos cobrar mensalidades, estacionamentos, etc. Isso não teria ocorrido se a panificação e administração do orçamento da Universidade tivesse sido realizada com transparência. Aqui alguém robou e se está desviando o foco da discussão da sociedade.
Pode até ter ocorrido corrupção, etc. E, sinceramente, não duvido que tenha ocorrido, muito pelo contrário. Mas isso só uma auditoria poderá revelar. Agora, o fato, e este fato é inescapável e inegável, é que a política de remuneração dos profissionais da USP tornou a universidade insolvente. A questão é esta, sem choro nem vela. A máquina está inchada, os salários iniciais dos funcionários técnico-administrativos são muito altos, os professores têm aposentadoria integral, o que gera um passivo atuarial medonho pra universidade. Agora, ideologicamente, vai ter gente que vai se agarrar à falta de transparência, à lista tríplice, vai responsabilizar o Consenso de Washington, o sionismo, o escambau. Cada um vai orientar o discurso para as suas preferências ideológicas, porque na USP tudo tende a a ser ideologizado. Agora, para resolver esta situação, é incontornável trazer a gestão de recursos humanos para níveis razoáveis. Disso não há como escapar.
Ricardo, estou longe da USP há 10 anos, e mesmo quando estava lá só conhecia a FFLCH e a FEUSP, na época o quadro não era tão inchado como vc diz, a secretaria de alunos da Graduação da Letras por exemplo tinha 3 funcionários para conta da vida acadêmica de mais de 4.000 alunos, acha mesmo que é mto funcionário? Agora, já não sei dizer de outros setores, acho que sem um levantamento do total de funcionários em cada setor e do montante de suas atribuições fica difícil dizer que o quadro é inchado.
O problema da USP nunca foi falta dinheiro.
O problema da USP é falta de juízo.
Em alguns Estados da Alemanha as mensalidades em Universidades deixaram de ser cobradas há quase um ano. Os estudantes protestara bastante e conseguiram essa vitória. Que o Brasil DEVE manter suas Universidades livres de cobrancas de mensalidades é algo muito claro e as únicas pessoas que questionam isso sao pessoas que teriam condicoes financeiras de pagar pelo ensino superior, ou seja, uma minoria, mas que infelizmente tem mais voz do que o restante da populacao. Cobrar pelo ensino, tanto básico como superior, aumentaria ainda mais as desigualdades sociais, que sao ainda um grave problema no Brasil. A imprensa brasileira com sua eterna tendência à direita política, que favorece única e exclusivamente as classes superiores, me dá nojo.
Vejo muita gente se debater em torno dessa questão da desigualdade, e sei que ela não é o tema deste nosso debate.
Mesmo assim, quero levantar uma idéia: será que desigualdades sociais são necessariamente ruins?
Ao operário que ganha US$ 80 mil por ano, o que interessa saber que Bill Gates ganha US$ 1 bilhão por ano? Qual é o problema de Gates ganhar US$ 1 bilhão por ano, se os US$ 80 mil por ano que o operário ganha lhe permitem ter um padrão de vida confortabilíssimo?
Por outro lado, qual é a vantagem de se viver num país em que o mais “rico” ganha US$ 300 por ano e o mais pobre ganha US$ 200?
Em qual desses dois países você, guardião da justiça social, preferiria viver?
Com essa pergunta, encerro minha breve digressão e volto ao tema da USP.
Acho que cobrança de mensalidade é fugir da resolução dos problemas que precisam ser enfrentados. Ela até poderia ser feita, futuramente, levando em consideração critérios de renda (uns pagariam o valor real, outros uma taxa simbólica, outros nada). Mas a questão central a ser enfrentada na USP, prioritariamente, é o custeio, que, basicamente, tem a ver com desinchar os quadros técnico-administrativos, alinhar a remuneração desses profissionais com o mercado, porque hoje seus salários iniciais são muito maiores, acabar com a aposentadoria integral dos professores. E arejar um pouco as mentalidades, na USP. O Estado deve servir aos indivíduos e às forças produtivas que empregam esses indivíduos. O Estado não é um fim em si mesmo, ele atende a pessoas. As universidades de ponta, no mundo, são de ponta, entre outros motivos, porque compreenderam isso. As públicas brasileiras, inspiradas nas francesas, da era napoleônica, estão voltadas para si mesmas, estão voltadas para servir ao Estado, à burocracia estatal e não ao público e não à sociedade. Isso passa por dialogar de forma menos preconceituosa com indivíduos e empresas e, inclusive, buscar fontes alternativas de financiamento. A nova biblioteca da FEA, por exemplo, está sendo construída com recursos de doações de ex-alunos e de empresas. Se o Estado muitas vezes não consegue proporcionar os recursos (e jamais conseguirá, pelo simples fato de não haver evidência empírica de que seja possível implementar Estado de Bem-Estar Social em um país com 200 milhões de habitantes e dimensões continentais), é preciso buscar alternativas.
O mas interessante é evocarmos a comparação com os países desenvolvidos quando é para retirarmos direito, mas quando é para garantir políticas públicas de qualidade ninguém quer estabelecer comparação. Sou formado em História pela USP, e assim como a maioria de meu colegas, estamos danto aula nas escolas públicas. Então por que levantar essa questão ridícula de pagar mensalidaes quando estamos investindo na formação de profissionais? Sinceramente desejo que ampliemos a quantidade de vagas para que não haja a necssidade de ninguém pagar pelos seus estudos. Além do mais a USP é resposável por quase 30% das pesquisas acadêmicas no Brasil. Então por que questinar o retorno deste investimento? Por que não utilizar a comparação com a Alemanha para descobrir que estamos investindo 3x menos por alunos na Educação Básica? Está na hora de aumentar os investimentos na educaçãó pública, pois se somos o 2º país que mais cobram impostos de seus cidadãos, nada mais justo que entender que os investimentos na USP devem continuar. além do aumento no investimento na educação básica
abraços
É ridículo comparar o Brasil com um país de primeiro mundo, realmente pais como E.U.A. as universidades são todas pagas entretanto eles tem um governo decente que combrão infinitamente menos imposto que o lixo desse pais que chamamos de Brasil. Poderia sim as universidades cobrarem desde que o governo diminuísse os imposto; em media pagamos 60% sobre qualquer produto, a população trabalha em média 4 meses só para o governo, se retirasse esse impostos a população teria dinheiro pra pagar uma universidade de qualidade , plano de saúde etc. acontece que as coisas funcionam assim, se você quiser um serviço de qualidade você PAGA, e imposto tem que pagar pra sustentar vagabundo em Brasília, filho de vagabundo presidiário, torar dinheiro com a merda da copa, e brincar com o dinheiro publico a vontade. Se for para ser igual os países capitalista desenvolvidos, deve se tirar esse governo DOS impostos do poder e deixar o mercado por si, onde só os fortes sobrevivem e o resto que morra, e se for pra continuar como esta trabalhando que nem loco para o governo É O MINIMO!! eles prestarem serviço de qualidade, esse colunista Hélio Schwartsman é um OTÁRIO um completo imbecil.Ou pagamos muito imposto que nem a Europa mas temos serviço de qualidade gratuito, ou não pagamos nada e vivemos num pais de capitalismo selvagem igual os E.U.A. os dois sistemas dão certo; o que não pode é temos que pagar imposto e serviço particular…
Felipe: http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2014/02/21/quem-nao-sabe-debater-xinga/
A argumentação postada nesta nota é um LIXO!
A única formação decente que o país ainda possui em nível educacional público é o ensino superior!
Não há como comprar Brasil com EUA e Alemanha, quem sugeriu que a USP cobre por aulas não entende nada de nada na minha humilde opinião.
Ho ho ho ho ho… tem uma solução infinitamente mais simples, minha cara. Cortamos da USP os cursos que nada produzem de fato, como filosofia, sociologia, jornalismo, comunicação etc. e passamos a investir pesado nos cursos das áreas de tecnologia, como engenharia e computação, e da área de saúde, como biologia, enfermagem, medicina etc. As pesquisas nesses dois ramos realmente geram retorno financeiro para a universidade, e normalmente constituem os alicerces para o desenvolvimento de qualquer país. Quem quisesse fazer algum curso da área de humanas poderia receber algum tipo de bolsa parcial do governo. E de brinde, reduziríamos a criação de intelectualoides como ti.
Isso é curioso, porque os rankings internacionais que avaliam pós-graduação, quase todos produzidos na Inglaterra, EUA e China, costumam avaliar melhor os cursos de Humanas da USP que os de Exatas e Biológicas. Em um deles, bastante conceituado, houve até uma hegemonia da ECA e da FFLCH, tendo Agronomia como intrusa na relação. Mas isso não significa evidentemente que devamos acabar com os cursos de Biológicas e Exatas. Significa apenas que os países centrais estão tão à frente nessas áreas, que é preciso de algo realmente inovador para impressioná-los em, por exemplo, engenharia. Bobagem transformar o meio acadêmico em um Gre-Nal. A humanidade precisa avançar em todas as áreas do conhecimento, da neurociência à sociologia.
Isso é irrelevante. Lembro que na minha universidade (e em quase todas que conheço) as pós-graduações que tinham conceito CAPES 5 eram em sua grande maioria da área de humanas. Isso significa alguma coisa? NÃO! faz ideia da quantidade de tempo e recursos que se precisa para produzir resultados em uma pesquisa na área das ciências tecnológicas? o cara de sociologia simplesmente chega em uma comunidade qualquer, escreve uma tese retórica citando Marx, Kant, Hegel etc. e pronto! é considerado pesquisa! e conta para a pontuação da CAPES! o cara de engenharia requer, muitas vezes, ANOS, recursos, laboratórios (quase todos PRECÁRIOS por falta de investimento) e pessoal para produzir algo que irá gerar DINHEIRO no final das contas (que é o que importa, diga o que quiser). Os conceitos de valoração internacional simplesmente relevam a quantidade produzida, independente da qualidade ou do impacto que a pesquisa possa ter na realidade. Então nem vem com essa comparação ridícula porque não tem cabimento.
“o cara de sociologia simplesmente chega em uma comunidade qualquer, escreve uma tese retórica citando Marx, Kant, Hegel etc. e pronto! é considerado pesquisa! e conta para a pontuação da CAPES!”
Você já escreveu alguma coisa sobre sociologia pra saber, colega?!
Estou constatando os fatos, amigo! se quiser refuta-los, apresente evidências!
“o cara de engenharia requer, muitas vezes, ANOS, recursos, laboratórios (quase todos PRECÁRIOS por falta de investimento)”
Se “o cara de engenharia” tá nessa dificuldade toda, imagina “o cara de Letras” que tá num prédio provisório e inadequado às normas de segurança brasileiras há DÉCADAS enquanto construiram uma biblioteca novinha em folha pra toda a comunidade uspiana (na verdade pra qualquer cidadão que passar por ali) EM FRENTE a esse prédio.
Vamos passar a mão na consciência, por favor.
Você está falando SÉRIO mesmo?! você sabe o que é trabalhar em um laboratório sem capela, chuveiro e, em alguns casos, até mesmo sem extintor? sabe o que é precisar lidar com substâncias tão perigosas, cujo simples vapor exalado é capaz de te matar, sem ter os EPIs adequados? sabe o que é precisar cortar uma barra de aço com uma serra tão desregulada, que a cada vez que for usa-la precisa rezar para não ter seu braço decepado? e você vem me falar de “prédio provisório”?! Me dê um TEMPO FILHO! você não FAZ IDEIA do que é DIFICULDADE!
Avaliam quantidade e qualidade, porque só entram na conta os artigos publicados nas revistas consideradas de maior reputação científica, nacionais e internacionais, aquelas que são mais criteriosas na seleção desses artigos. E dizer que metodologia das Ciências Sociais é ouvir “umas pessoas, ir a uma comunidade e fazer umas reflexões baseadas em Marx” é desconhecer a metodologia e as pesquisas feitas na área. Hoje, no G1, há reportagem sobre um estudo do Núcleo de Estudos da Violência da USP que mapeia, quantitativamente, os homicídios dolosos ocorridos na cidade de São Paulo nos últimos 20 anos, por distrito. Outro exemplo: estudo do professor Fernando Limongi, da FFLCH, junto com Argelina Figueiredo, feito ao longo dos anos 90, comprova quantitativamente que a infidelidade partidária não existe, ela faz parte do senso comum. Eles analisaram todas as votações realizadas na Câmara dos Deputados em várias legislaturas e observaram que, no caso do partido mais indisciplinado, à época o PTB, pelo menos 85% da bancada votava sempre conforme a orientação do líder da bancada. Nos mais disciplinados, o percentual chegava a quase 100%. E por aí afora. O ponto a que quero chegar é: não existem ciências mais ou menos importantes. Todas são importantes para o desenvolvimento da humanidade.
Vamos por partes. Primeiro, esqueça essa que publicação em revista é sinonimo de qualidade. Eu conheço bem o mundo dos artigos acadêmicos, e posso afirmar sem sombra de dúvidas que é um mercadinho imoral onde o que pesa de fato são critérios subjetivos (isso vale tanto para exatas quanto para humanas). Segundo, o que está em questão aqui, meu caro, é DINHEIRO. O ponto inicial da conversa é a resolução dos problemas da USP (que são os mesmos de outras UE/UFs públicas), que estão intrinsecamente relacionados às suas finanças. E que melhor forma de produzir DINHEIRO que investindo em tecnologia? com maiores investimentos, poderíamos desenvolver inovações aplicáveis à indústria. Essas inovações poderiam ser patenteáveis e as patentes, por sua vez, poderiam ser temporariamente cedidas ao investidor em troca de royalties. É como qualquer universidade SÉRIA do mundo faz.
Concordo com você com relação a desenvolvimento de patentes, suas cessões temporárias, recebimento de royalties, etc. Sou um grande defensor da aproximação da USP com a iniciativa privada. A USP é custeada por impostos, que são pagos por indivíduos e por empresas. Portanto, deve retribuir o que produz a indivíduos e empresas e ter um contato próximo com ambos. Só discordo da questão da hierarquização das áreas, que você colocou em seu primeiro comentário. A sociedade precisa de neurocientistas a filósofos. De engenheiros a estilistas. Os mensaleiros foram para a cadeia por obra, em boa medida, de advogados e jornalistas. Agora, além de gerar receitas, a USP tem de cortar custos. Acho que isso é, inclusive, o prioritário, já que tem receitas de 5 bilhões por ano. Tem muitos funcionários, os técnico-administrativos ganham salários iniciais muito acima da mediana de mercado (e não são medidos por produtividade) e é preciso acabar com a aposentadoria integral de professores, só para dar alguns exemplos. Acho que temos mais convergências que discordâncias.
Perfeito, amigo. O conhecimento precisa avançar! O Brasil tem um atraso de 500 anos para correr atrás, ridículo preterir uma determinada área do conhecimento em detrimento de outra. Falamos de UNIversidade (acho que o próprio nome já diz tudo….).
Nunca li tanta merda junta. Just this.
O tipo de matéria “jornalística” que não devia existir. Uma vergonha para todos os jornalistas que se preocupam em fazer um trabalho sério.
Não importa a forma de angariar dinheiro, o grande problema esta nas gestões anteriores e porque não nas atuais. Portanto, a solução seria encontrar os culpados, penaliza-los com ressarcimento por erros de administração e, aí sim, a USP estará salva.
Sabine, colocou algumas possibilidades para equilibrar as contas, algumas em minha opinião bastante certas no entanto inviável para o Brasil.
O problema basicamente é que a USP está ultrapassado sua receita só com gastos com funcionário, agora devemos conseguir a transparência desses gastos deve-se analisar se alguns funcionários estão com salários superfaturados, se há um excedente de funcionários ou se realmente a verba é pouca.
Há alguns problemas para resolver essa “crise” tanto problemas políticos como econômicos, muitos culpam a gestão RODAS, que foi indicado pelo governador do estado! ok, mas o estado que terá que irá arcar com os custos;
mas sempre questionam, ah! mas os alunos deveriam escolher o reitor? minha dúvida é pq?! será que nós que não conseguimos escolher bem o governador, o presidente, os parlamentares vamos saber escolher o REITOR?! Sou a favor do sistema atual de escolha do reitor, no entanto em minha opinião deveria haver uma transparência maior em relação a projetos, obras e abertura das finanças da USP para todos seus alunos e também um regulamento que permita uma ação de afastamento dos dirigentes(reitor, diretores, prefeito dos campus e etc) que utilizaram o dinheiro de forma indevida ou irresponsável na visão dos membros da USP ( alunos, professores), ou seja, todos possuem o poder de fiscalização podendo ambos denúnciar e solicitar afastamentos de acordo com as provas de irregularidades.
Privatizar seria uma boa solução, porém não aqui no Brasil, é normal nos outros países( primeiro mundo) se cobrar pela universidade, no entanto lá não possui uma carga tributária tão alta quanto aqui no Brasil o que torna essa proposta inviável, o estado realmente tem que bancar os custos.Também vejo uma falta de planejamento, aumentam vagas mas e as verbas? e depois os políticos ainda usam nas campanhas isso como um feito do seu governo.
Apenas concluindo minha opinião, o estado terá que arcar com os custos e provavelmente irá, agora devemos pensar o que fazer para que essa situação não ocorra novamente, que em minha opinião deve ser aumentar a participação do aluno nas questões da universidade e haja transparência e prestação de contas com os uspianos, porém ter participação dos alunos não significa esses escolherem o REITOR, enquanto não votamos direito em nossos representantes no governo fica claro que não temos maturidade para escolher, se o governador que indica ele que assuma as consequências financeiras e políticas; no entanto nós alunos devemos possuir uma voz mais ativa dentro da universidade.
Existe projeto de lei do então deputado Temer cobrando mensalidades em pública de quem tem renda familiar acima de R$ 60mil/ano. Alguém saberia dizer como anda esse?
Acho que antes de escrever uma coluna como esta, deveriam se informar um pouco. As especializações na USP já são pagas há muito tempo. Busque no google sobre MBA USP ou algo assim, achará uma infinidade de cursos pagos certificados pela usp q realizados em suas dependências. Em geral esses cursos são realizados por fundações vinculadas à dptos da usp e os professores são da própria usp. Funciona, já existe há muito tempo. Agora se estão pensando emncobrar por pós graduação do tipo mestrado ou doutorado, preparem-se para colocar uma pá de cal na pesquisa brasileira. Os pucos estudantes de pós recebem bolsas mínimas para sobrevivencia, sofrem com apertos financeiros e a competição do mercado de trabalho…. Há anos. Cobrar é o mesmo que acabar com a pós (mestrado e doutorado) da USP. A universidade deveria se dedicar a oferecer mecanismos de doação e financiamento privado. Todas as outras alternativas sugeridas (estacionamento ou cobrar por eventos) são absurdas e negam o sentido de espaço publico quea USP oferece à população.
Só esqueceu de dizer que o problema orçamentário da USP em muito se deve à má (e corrupta) administração do último reitor, aquele exatamente nomeado à revelia dos resultados da eleição interna, e contra o qual os estudantes se mobilizaram ocupando a reitoria e sendo duramente criticados pelos jornais. assim fica muito fácil: quando os estudantes se mobilizam contra esses abusos, não faltam palavras grosseiras para designá-los, em defesa dos administradores corruptos que dissipam o dinheiro. quando o problema orçamentário aparece, aí é com uma solução desse nível que vocês chegam. péssimo.
O grande desmando do Rodas foi ter criado um desenho de remuneração e benefícios totalmente fora da realidade de mercado, para que os funcionários técnico-administrativos o deixassem em paz na sua gestão, coisa que de fato aconteceu. O Rodas foi uma mãe para os técnico-administrativos, uma mãe!
Sabine, se o Erário não deve ser utilizado na educação, qual deve ser o destino dele?!
O problema da USP é má gestão. Assim como o problema do Metrô/CPTM. E da Sabesp.
O gestor da USP é nomeado pelo gestor paulista. O gestor paulista coordena os trabalhos de reforma, modernização e expansão da CPTM e do Metrô. O gestor paulista coordena, ainda, a gestão da Sabesp.
Temos problemas estaduais nessas três áreas (saúde, transporte e fornecimento de água e esgoto) e temos gestores estaduais nas últimas décadas com pelo menos uma coisa em comum…Enfim, é só brincar de “ligue os pontos”.
Mas enfim, Sabine…Pergunto novamente: qual deve ser o destino do Erário se não deve ser levado à educação?!
Aguardo sua réplica.
Gabriel, concordo com a questão da má gestão. Justamente por isso penso que a comunidade uspiana deve trabalhar junto com a gestão para resolver o problema da crise. Pedir mais dinheiro aos cofres públicos não vai resolver nada, além de não ser justo com a sociedade. Abraços e obrigada pelo comentário, Sabine
USP = Maior e Melhor Universidade da América Latina, uma das melhores do Mundo. Qual paulista não se orgulha dela?
Manter tudo isso custa caro. A USP sairá dessa situação rapidinho, é claro. Que não tenhamos no futuro um Serra indicando como Reitor um Rodas, que fez e desfez como quis.
Não, gente, peraí, para tudo! A USP assim como as outras universidades públicas do Brasil são mantidas pelo governo sim, por uma questão simples: elas não servem apenas para graduar pessoas, como todos pensam, elas produzem CONHECIMENTO, e, diga-se de passagem, conhecimento de qualidade. Tudo isso volta para a sociedade, em forma de novos tratamentos na área da saúde, novas drogas descobertas, novas tecnologias, e muito mais. Por aí afora, conhecimento é coisa cara, aqui no Brasil está barato até demais…
Esse tipo de simplificação que beira a estupidez e inunda toda a comunicação de massa do mundo que gera mais estupidez ainda.
Vamos simplificar mais por que não?
Coloquemos banqueiros para administrar o nosso país começando pela USP afinal ela dá prejuízo não é?
Ser responsável por quase 50% da produção científica do Brasil não é suficiente, o importante é não dar prejuízo!
Responsar os mais gestores é uma obrigação, agora gerar ônus no fim? No aluno? É a maior idiotice que já ouvi em anos!
Desde de quando o sistema americano ou europeu é parâmetro?
Talvez a USP precise de fato abrir mais é democratizar todo conhecimento que lá é gerado, isso sim deveria ser pensado!
Tenho a seguinte opinião: no Brasil, tá cheio de gente espertalhona, usando o interesse coletivo como “nuvem de fumaça” para proteger os privilégios de sua própria categoria.
A gratuidade do ensino superior, a meu ver, é tão injustificável quanto a imunidade parlamentar, por exemplo.
Me desculpe mas não tem como concordar com estas opiniões. Primeiro por que todas estas propostas em certa medida já acontecem e nem por isso melhoraram a situação da USP.
Segundo por que a má gestão da USP é algo sem precedentes. Então eu te pergunto a sociedade que tem que pagar por isso?
“O movimento estudantil torce o nariz para dinheiro privado na universidade pública porque teme interferência nas aulas e nas pesquisas, mas acha justo que a sociedade pague a conta da universidade.”
Parabéns! É nesse caminho que a fauna, flora e recursos naturais em geral do Brasil vão ser destruídos, porque só se investe em pesquisa que dá lucro para alguma empresa. E se em engana quem pensa que isso não acontece.
E se vocês ainda se perguntam se não é isso que importa, obter-se os lucros. Eu já lhes adianto que é preciso investir na ciência e tecnologia como um todo, se não fossem elas estaríamos na idade da pedra.
É justo que a sociedade pague a conta da universidade, assim como paga todas as contas do país! E é dever que esta traga um bom retorno à sociedade como um todo.
Nos países anglo-saxônicos, a burocracia estatal existe para servir à sociedade, ou seja, aos indivíduos e empresas que, com seus impostos, pagam os salários dos burocratas. No Brasil, há uma inversão de valores. É a sociedade que tem de servir à burocracia e a seus interesses corporativistas. Mesmo que, para isso, seja preciso sangrar ainda mais a sociedade. Desculpem-me, mas não pago impostos para que os destinos da universidade mais importante da América Latina sejam decididos pelo Sintusp e pela Conlutas.
como a jornalista tem formação completa, com mestrado e doutorado, deveria fazer uma reportagem mais completa, mostrando todo o orçamento e despesas, comparativos com os ultimos 10 anos etc. ou seja, uma pesquisa para dai fazer seu resumo. do jeito que está, não se pode tirar conclusões.
e apesar dos problemas, ensino gratuíto é fundamental.
Roberto, isso é um post em um blog, não uma reportagem. Abraços, Sabine.
Sabine,
Mesmo sendo um blog, nao deixa de pertencer a imprensa oficial (Folha de SP). O peso maior esta no fato de voce, alem de tudo, ter formacao de pesquisadora. Argumentacao sem dados concretos como premissa, eh tao futil como dizer que o problema da humanidade eh a “falta de deus”.
Se vc ler isso, poderia responder algumas perguntas? >>
— Pq o Estado de SP nao tem verba suficiente ?
— Ha falta de verba para outros setores que consomem dinheiro equivalente ao da educacao ?
— Baseando-se no argumento da privatizacao: “Transformar o setor estatal para o privado, gera menos custos para o Estado”, e baseando-se tambem no fato de que o governo de SP adota deliberadamente privatizacoes, porque ao longo dos anos a verba publica para as universidades diminuiram ate chegar a este ponto?
fui verificar o cv da jornalista, e a mesma fez todos os cursos em un. publica pela qual não pagou e ainda é profa na unicamp. ou seja, usou o sistema a seu favor e agora é contra.
me lembrou o milton freidman. fez publica e depois que se formou queria cobrar dos próximos.
Roberto, o que estou analisando é que a USP não tem condições de sair, sozinha, da crise financeira que está instalada e que não vai adiantar pedir mais recursos públicos. Pessoalmente, penso que alunos e ex-alunos deveriam contribuir financeiramente com as universidades públicas –e inclusive estou criando um fundo de egressos da Unesp com essa finalidade.
As fábulas ensinam que, quando um ratinho cai num buraco e quer sair de lá, a primeira coisa que ele precisa fazer é se dar conta de que ele está no fundo de um buraco.
Pois bem.
Aplicando esse sofisticado jeito de pensar à nossa realidade acadêmica, é importante lembrarmos que a produção acadêmico-científico-tecnológica do Brasil é algo absolutamente irrelevante, em termos internacionais.
Dito de outro modo: se amanhã ou depois o Brasil simpelsmente fechasse as portas de todo e qualquer instituto de ciência ou pesquisa, o resto do mundo não iria nem notar.
Sob o ponto de vista técnico-científico, somos irrefutavelmente irrelevantes no cenário global. Ponto. Sobre isso não pode e não deve haver a menor sombra de dúvida.
Isso posto, eu lanço a pergunta: o que significa, na prática, uma instituição produzir 40% ou 50% de toda a pesquisa científica brasileira?
A resposta está lá em cima: 50% de nada é nada.
Em cima desse fato é que a gente deveria repensar a questão da USP.
O que aconteceu agora, nessa questão orçamentária, foi apenas a gota d´água. Todo mundo que conhece a USP sabe muito bem que há séculos as coisas não andam boas por lá.
Estou falando de dinheiro, mas estou falando principalmente de criatividade, de inovação, de produção relevante.
Desde sua fundação, a coisa que a USP mais se especializou em fazer foi isolar-se do restante da sociedade.
Agora, o resultado está aí… uma universidade falida, que, se sumir do mapa amanhã, não gerará um centavo de prejuízo ao futuro (já comprometido) deste pobre país.
Desculpem a extensão deste texto. Foi um desabafo.
Loiana, você falou mal dos lucros, mas acho que você nem imagina como é desenhado o currículo de muitos dos cursos universitários do planeta Terra.
Veja o curso de Veterinária, por exemplo.
Você sabe que animais essa graduação estuda? Basicamente os domésticos (gato, cachorro) e os de abate (boi, porco, ovinos, etc).
Por quê?
Porque é economicamente inviável fazer um curso de Veterinária para estudar a anatomia de toda a fauna existente. É preciso utilizar com bom-senso os recursos materiais (limitados) que uma universidade oferece à sociedade, e o melhor jeito de se fazer isso é estudando aquilo que, NA MAIORIA DAS VEZES, interessa à maioria da sociedade.
Se isso é certo ou errado, não julgo. Só insisto que pensar em dinheiro é necessário e indispensável.
Nem mesmo o Observatório do Vaticano (disparado, o melhor do mundo) se dá ao trabalho de financiar seus pesquisadores a troco de banana.
Eles vigiam o céu 24 horas por dia, em busca de algo que eventualmente possa mexer COM OS INTERESSES deles.
“Não é a vida como está, e sim as coisas como são”, já diria Renato Russo.
Crise orçamentária é um problema que dinheiro resolve.
Crise de criatividade, porém, não há dinheiro no mundo que resolva.
Ao menor sinal de insatisfação, simplesmente cruzam os braços.
Como são abnegados esses funcionários da USP!
http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/05/1457746-funcionarios-da-usp-entram-em-greve-na-proxima-terca.shtml
Reli o texto da mocinha. Apesar dela ser formada em jornalismo pela Unesp e DOUTORANDA em política científica pela Unicamp, ela não SABE NADA.
O texto dela é cheio de sofismas para convencer ao leitor que a saída da USP é a cobrança de mensalidades (privatização). Inicia o texto com a mentira que a USP gasta mais do que recebe. Mentira! Só em 2012 as “três irmãs” paulistas e a Fapesp tiveram como SOBRA DE CAIXA de mais de 7 BILHÕES de reais. O secretário da fazenda disse em 2013: “A parcimônia na gestão de caixa de todas as entidades públicas não é malvista pelo Tesouro. É claro que o objetivo é executar seus programas, mas a parcimônia é bem-vista quando tem caráter de precaução”.
Existe o dinheiro, então perguntemos ao Sr Rodas: CADÊ? Parte da resposta talvez esteja em uma ação de Improbidade administrativa aberta pelo Ministério Púbico Paulista, que cobra devolução de mais de 3 milhões de reais. Na ação proposta o MP-SP diz que Rodas utilizou publicações acadêmicas em proveito próprio as custas do erário público.
Outra bola fora da blogueira é que os cursos de Especialização (Lato Sensu) presenciais já são TODOS PAGOS. Quem recebe essa grana toda são as fundações de apoio (Fundação Faculdade de Medicina, FUNDECTO- Odonto, FAFE, EXTECAMP, etc ). Só para ter uma ideia, o curso de especialização em IMPLANTES ODONTOLÓGICOS com “certificado emitido pela USP” custa “módicas” 24 parcelas de 1700 reais mais instrumentais e materiais. Para onde vai esse dinheiro?
A doutoranda mistura o sistema educacional de ensino superior da Alemanha com dos EUA, bota num liquidificador e diz que é a mesma coisa! Nos EUA o sistema é baseado em financiamento através de crédito educativo (educação como mercadoria). É por isso que lá os estudantes estão tendo que levar a vida inteira para pagar o financiamento em uma bola de neve sem fim. Na Alemanha é cobrada uma taxa de 60 a 600 euros por semestre. Não por acaso o índice de jovens nas Universidades alemãs é um dos mais baixos da OCDE.
Coincidentemente, países que tem IDH elevadíssimo (Suécia, Finlândia, outros) tem acima de 40% dos jovens NA UNIVERSIDADE. No Brasil, até 2009, esse percentual não passava de 14. Para ela a saída é produzir maior elitização do que já existe!
Sobra de caixa de 7 bilhões? Onde? Em todos os relatórios que li e as informações da própria USP é de consumo de 105% do orçamento só para salários.
então leia essa matéria vinculada pelo site da Adusp denunciando que quase 2 BILHÕES DE REAIS de repasse do ICMS que deveria ir para as Universidades foram sonegados pelo Governo do Estado de São Paulo nos últimos 6 anos:
http://www.adusp.org.br/index.php/campanha-salarial-2014cs/1921-mais-um-capitulo-na-sonegacao
Ah, tá, foi a Adusp, tremendamente confiável, que apurou os números.
assim como os reitores são completamente idôneos e confiáveis, ou mesmo o governador de São Paulo.
Foi a Adusp sozinha ou foi um profundo estudo elaborado junto com os matemáticos da Conlutas e do PCO?
O problema da USP é de gestão de RH. Há muitos funcionários técnico-administrativos, eles ganham salários iniciais muito acima da mediana de mercado, e há também a bizarrice das aposentadorias integrais pagas aos professores. Não há solução sem enfrentar estes problemas, mas como a autonomia universitária determina que só a comunidade USP está autorizada a gerir os assuntos da universidade, esperar que funcionários e professores cortem na carne é a mesma coisa que esperar que deputados legislem para reduzir a sua remuneração. Isso não vai acontecer. As saídas são: 1) deixa quebrar; 2) muda-se a lei e se faz uma intervenção externa, acabando com a autonomia universitária. As causas dos problemas são claras. O populismo e a demagogia do Rodas, que tratou os técnicos-administrativos como se fosse uma mãe, levou a esta situação. Mas é mais cômodo, como disse a Adusp hoje, pedir aumento de repasses do ICMS. A esquerda, em Pindorama, é assim. Nos barzinhos da Vila Madelena (e sem pobres por perto), adora defender a justiça social. Na vida real, não hesitará em tirar dinheiro da saúde e da educação básica dos pobres para garantir os altos salários dos burocratas nas universidades públicas. Em vez de a burocracia servir a sociedade, querem que a sociedade sirva a burocracia.
Mas bem que vc queria ser um funcionário USP né?? Quem critica é quem não tá lá, mas morreria pra estar. Ai vem os discursos pseudointelectuais.
Segundo a sua lógica, a gente não pode mais criticar o Renan Calheiros, o pessoal da Alstom, os mensaleiros, o Rodas, porque se estivesse lá, faria igual. Não seja tacanho, por favor.
Não cheguei a ler todos os comentários, mas vocês já se perguntaram porque esta conta é feita apenas confrontando a folha de pagamento versus o ICMS destinado à USP?
Na verdade a arrecadação do ICMS representa cerca de 1/3 do total de recursos da universidade, os outros 2/3 vem dos convênios que as universidades já possuem. Ou seja, quando dizem que a USP gasta 105% do ICMS em folha de pagamento, quer dizer que ela gasta cerca de 35% do total de sua receita neste que é, pelo menos ao meu ver, o “gasto” mais importante da universidade. Espero sinceramente que este não seja apenas um pano de fundo para tentar privatizar as melhores universidades do país.
E quem disse que os cursos de especialização na USP não são pagos? Acho que você poderia pesquisar melhor antes de escrever besteira
Elitismo, a gente vê por aqui!
E como se chegou a 105% do orçamento consumido com remuneração? A Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita isso a 60%, foi ignorada? Onde está a tão propalada “capacidade de gestão” dos governos do PSDB?
E aí a incompetência e o descumprimento da Lei são agora a desculpa pra privatizar a USP? É, já vi esse filme antes nas Teles e na Vale do Rio Doce…
A LRF prevê este tipo de limite para os entes da federação: União, estados e municípios.
Não é necessário que cada uma de suas partes respeitem a mesma regra.
Pelo resto do argumento, podemos ver que o comentarista anterior, além de citar leis que desconhece, julga como “capacidade de gestão” o que tem acontecido na Petrobras, na Eletrobrás e na gestão do setor elétrico.
Sabine Righetti é jornalista pela Unesp, mestre e doutoranda em política científica e tecnológica pela Unicamp, onde dá aula na pós-graduação em jornalismo científico (Labjor/Unicamp).
Acredito que sua sugestão é valida paras as outras universidades estaduais. Afinal, os três reitores, nas reuniões do CRUELSP afirmam que a situação é complicada.
A grande questão agora, é: Sabine, já fez sua doação??
Sim, estou criando um fundo para doação de ex-alunos e penso que todos os ex-alunos deveriam fazer o mesmo.
Meu Deus, quanto palpiteiro, quanta besteira nesses comentários. Pessoas querem falar do que desconhecem. Comparar Brasil com Alemanha e EUA, só podem estar brincando. E o outro que falou que a grande maioria dos funcionários podem ser substituídos por computadores…ahahahahaha. Só rindo para não chorar. É muita ignorância em poucas linhas.
Concordo com vc. A galera quer trocar funcionários por computadores, mas quando sai concurso pra funcionário da USP corre fazer inscrição. Hipocrisia.
Não consegui ler todos os comentários, mas, acho que estas soluções não são boas, visto que aprofundam desigualdades, pois pessoas como eu, que estão na universidade pública, que são realmente da classe pobre, não podem pagar mensalidade e a pós.
Agora, se quer realmente cortar algum gasto, pode ser da INTERNACIONALIZAÇÃO, afinal, queremos conhecimentos para nós, ou, para os gringos?
Fora os gastos dos senhores reitores e de vários professores, que ultrapassaram o salário do governador…isso sim daria uma boa economia.
Fora idiotices como pagar licenças de Windows (imagina quantos pcs as 3 públicas tem, e gastam nas licenças de windows + world?), usem o Linux.
Mas, além de tudo isso, a questão é: os governos diminuíram a receita das universidades públicas, os gastos aumentaram (afinal, a universidade não é feita só de salário e aposentadoria, consome-se vários produtos, desde estabilizantes para pesquisa até o básico, como água).
Cortar gastos, falar que gasta demais e enfiar na ideologia neoliberal é fácil, mas, pensar em uma educação que seja, de fato, para o povo, para o brasileiro que não pode pagar, que seja de qualidade, ai ninguém quer né…
Ridículo e Alienante descreve bem esse texto. Faculdade pública não deve ser paga, de jeito maneira! Aliás, ela já é paga, tanto pelos estudantes como pela população. Não há porque querer uma maior elitização da USP. O retorno que a USP deve dar para a comunidade é a formação de intelectuais e cientistas.
O que se deve fazer é parar com a imensa corrupção, que isso sim que interferiu imensamente. Déficits de dois bilhões de reais não é algo comum muito menos aceitável
Esse texto é tão absurdo em tantos níveis, que tive que reler várias vezes até ter certeza de que não estava tendo nenhum delírio. Minha admiração pela autora do texto foi por água abaixo. Impressionante pensar em como você Sabine, autora de textos que eu mesma já compartilhei, possa pensar assim tendo estado na UNESP e UNICAMP. Como pode sequer sugerir uma barbaridade desses como o pagamento de mensalidades, quando em diversos outros países da América Latina os estudantes vão às ruas todos os anos pedindo exatamente isso: educação pública e de qualidade, e é exatamente isso que a USP oferece. A má gestão de uns ou outros não é nem deve ser justificativa para acabar com uma das poucas coisas que o Brasil tem de melhor. E pesquise melhor da próxima vez. É fato conhecido que esses 6% que você se refere não são repassados de forma integral para a Universidade. E com a grande expansão da universidade nos últimos anos (pesquise sobre isso também), é claro que os gastos aumentaram. No entanto, se fosse repassado tudo o que realmente lhe é de direito, aliado a um reitor que saiba fazer as coisas direito, não estaríamos nessa situação…….
Mariana, eu não sugeri o pagamento de mensalidades. Eu disse que essa foi uma sugestão levantada dentre várias que estou acompanhando. Pessoalmente, não sou totalmente contra o pagamento de mensalidades como acontece nas melhores universidades públicas do mundo, mas a minha opinião não está em questão. A única certeza que eu tenho é que a gestão da USP do jeito que está, gastando mais do que recebe do governo, não se sustenta e que algo precisa ser feito urgentemente. Abs, Sabine
Usp paga = sonho PSDB
A solucao deve ser privatizar, terceirizar e cobrar as impressoes dos alunos!!
Sabine, procure se informar melhor antes de escrever esses absurdos. O problema aqui na USP é, como em todo país, a má gestão do dinheiro público.
Qual a parte de “universidade PÚBLICA” está difícil de entender????
A USP não está falida por falta de dinheiro, mas sim por má gestão (gastos desnecessários, com infinitos exemplos). Aliás, ela nem está falida, isso é discurso de quem quer privatizá-la. A USP tem uma grande reserva e, assim com a própria matéria disse, recebe dinheiro de empresas e doações que não estão contabilizados. A USP não vai falir agora. E para que isso não ocorra no futuro, é preciso colocar na sua administração alguém que saiba administrá-la (com transparência, é óbvio) e não gaste dinheiro com o que não é prioridade da comunidade.
Lembrando ainda que o governo não paga tudo que foi prometido às universidades. Não é pedir mais dinheiro, é pedir aquilo que está previsto em lei que deveria ser destinado às universidades estaduais.
E sim, a sociedade deve continuar “bancando” as universidades públicas, pois é assim com tudo o que é público. O dinheiro vem da sociedade e é (ou deveria ser) para a sociedade. Se você é rico e tem condições de pagar faculdade particular, convênio de saúde particular, e tudo de particular que existir, ótimo para você, mas essa não é a realidade da maioria dos brasileiros.
Olá sennhora blogueira, é isso mesmo não? Ainda bem que reconhece que leu pouco a respeito, foi formada onde querida? Veio de qual classe social para hoje escrever (embora besteiras) nesse “jornal”? Não fale sobre o que não sabe, é mais sabio calar-se. Em algum momento te passou pela cabeça que “torcer o nariz”para a iniciativa privada significa manter a pesquisa e o ensino para benefícios da sociedade e não do mercado? Pensa um pouco, vou te dar uma ajuda. Pense sobre a fabricação de medicamentos, ainda fica difícil ver a ligação? Penso que sim, não? Portanto, antes de emitir meras opiniões cotidianas, do tipo, “vou vestir azul, porque traz tranquilidade” para falar de UNIVERSIDADE PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE vai ler, estudar, estudar, ler, antes de falar besteiras descabidas!!!! Daqui uns 5 anos publique de novo, quem sabe você consegue, campeã!
Mais um exemplo de ataques gratuítos que leio nos comentários deste blog. Agradeça à jornalista por ter nos dado a oportunidade de debatermos.
Hj presenciei um debate na usp são carlos, sobre esta crise. Imaginei que sairia de lá mais esclarecido, mas tudo oq ví foram pessoas dizendo que não aceitam a redução de salário. Ninguém propôs nada de útil, apenas discursaram como se aquilo fosse uma CPI. Novamente, me ponho a favor da abertura destas universidades à dinâmica, e principalmente, competitividade exigida pelo mercado.
NUNCA LI TANTA MERDA NA MINHA VIDA.
Desculpem a todos, mas eu faço PUC-SP, na qual a mensalidade já beira os 2 mil reais, e mesmo assim, ACREDITO QUE A USP JAMAIS DEVA SER PRIVATIZADA EM HIPÓTESE ALGUMA, o filho do Lula pode ter passado no vestibular e não deve pagar, EDUCAÇÃO PÚBLICA É UM DIREITO- ENTENDAM ISSO OU ESTÁ DIFÍCIL, um direito que não conseguimos desde pequenos, em que temos que pagar particular desde o início para termos uma base boa, pois as públicas são fracas, e eu pergunto a vocês, mas e as pessoas que não puderam pagar uma particular, assim como não podem pagar em uma graduação, os 30% dos alunos segundo a pesquisa. Vão ficar chupando dedo ?? NÃO, eles merecem, assim como todos merecem educação pública de qualidade que já é absurdamente difícil e concorrida no Brasil, e outra por lei, repito POR LEI, não se pode utilizar mensalidades em instituições públicas, sim a emenda demora, e tomara que demore séculos, pois a a usp jamais deve ser privatizada, assim como qualquer outra pública. Matéria ridícula.
Este blog não aceita palavrões. Na próxima vez terei de deletar seu comentário. Atenciosamente, Sabine
Boa Tarde.
Por que os ex-alunos que se formaram na USP e que estejam trabalhando não contribuem com um fundo de salvação da maior universidade brasileira e que esses recursos sejam geridos por gestores independentes da universidade. Eles pagariam uma mensalidade pelo mesmo tempo em que receberam um formação de qualidade e gratuita.