Abecedário https://abecedario.blogfolha.uol.com.br Universidades, escolas e rankings Mon, 10 Dec 2018 18:26:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Por que precisamos de bolsas de pesquisa na graduação e na pós? https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/08/02/por-que-precisamos-de-bolsas-de-graduacao-e-de-pos-graduacao-no-brasil/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/08/02/por-que-precisamos-de-bolsas-de-graduacao-e-de-pos-graduacao-no-brasil/#respond Fri, 03 Aug 2018 01:33:58 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/capes-320x213.jpeg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3328 Podemos ficar sem bolsas de graduação e de pós-graduação no meio do ano que vem. A afirmação é de Abílio Baeta, presidente da Capes, agência federal de fomento à ciência ligada ao MEC, e veio à tona nesta quinta (2), em nota enviada pela entidade à pasta de educação.

O documento traz uma matemática assustadora: o teto de gastos que deve ser imposto à Capes em 2019 pode inviabilizar o pagamento de bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado e outras formas de fomento a partir de agosto de 2019 — o que afeta quase meio milhão de pessoas. A questão é que a fatia do orçamento do MEC previsto para a Capes no ano que vem não dá conta de manter as bolsas vigentes.

Para se ter uma ideia, o valor aprovado para a Capes neste ano (R$3,94 bilhões) é cerca de metade do dinheiro empenhado em 2015 (R$7,77 bilhões) — e o montante ficaria ainda menor no ano que vem.

Qual é o problema disso?

A produção de conhecimento no Brasil é quase totalmente baseada no trabalho de pesquisadores de programas de pós-graduação, que recebem bolsas para se dedicarem exclusivamente às suas pesquisas. É como se fosse um salário pago pelo governo — só que sem nenhum benefício, como arrecadação de aposentadoria, de fundo de garantia ou férias.

Por exemplo: um aluno de doutorado de uma universidade brasileira que esteja trabalhando na compreensão de uma determinada doença recebe mensalmente R$2.200 da Capes para se dedicar exclusivamente à sua pesquisa. São pessoas na faixa dos 30 anos que, muitas vezes, têm família e filhos. Dependem desse dinheiro — e não podem ter outro trabalho remunerado.

O trabalho de um doutorando como esse pode levar a terapias para uma doença, melhor interpretação de exames, insumos para vacinas. E por aí vai.

Mesma coisa acontece com quem tem uma bolsa de mestrado (R$1.500 mensais). Supondo que esse mestrando seja da área de sociologia e que esteja trabalhando com um tema ligado, por exemplo, à violência urbana. Uma nova análise na área, novos dados e levantamentos podem levar a políticas públicas mais eficazes. Como o próprio presidente da Capes, que é sociólogo, diz: “Não tem como resolver problema urbano, violência e corrupção sem humanidades.”

Com esse modelo, o país tem produzido bastante conhecimento. Para se ter uma ideia, em 2017 o Brasil ficou entre os 15 países que mais produzem ciência no mundo, de acordo com o ranking do Scimago. Foram 73.697 estudos novos publicados ao longo do ano. Isso dá mais de 200 estudos por dia.

A comunidade acadêmica, claro, recebeu a nota da Capes enviada ao MEC como uma bomba. Isso porque o dinheiro está sendo cortado de todos os lados: o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, de onde sai o dinheiro de outra agência federal de fomento à ciência, o CNPq, já perdeu metade do seu orçamento desde 2014 (e ganhou a pasta de comunicações nesse período).

Como informa a Folha, o MEC atribuiu o corte de recursos ao Ministério do Planejamento, que disse, em nota, que os recursos para o MEC em para 2019 estão acima do limite constitucional.

De acordo com a biomédica Helena Nader, presidente emérita da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), a notícia surpreendeu a comunidade acadêmica. “Tínhamos uma sinalização positiva do governo em relação aos recursos para pesquisa”, diz. “Até para plantar soja precisamos de ciência.”

A expectativa da comunidade científica, diz Nader, no entanto, é que o cenário seja revertido. O presidente Temer tem de sancionar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que define os recursos de cada pasta federal em 2019, nos próximos dias. “Estamos contando com o veto”, diz Nader.

 

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Em tempos de vacas magras, Capes e CNPq lançam bolsas inéditas em pesquisa e inovação https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/24/em-tempos-de-vacas-magras-capes-e-cnpq-lancam-bolsas-ineditas-em-pesquisa-e-inovacao/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/24/em-tempos-de-vacas-magras-capes-e-cnpq-lancam-bolsas-ineditas-em-pesquisa-e-inovacao/#respond Wed, 24 Jan 2018 10:00:58 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3066

Boa notícia para quem trabalha com inovação: a Capes e o CNPq, agências federais que fomentam ciência no país, lançam nesta quinta (25) um edital inédito com 90 bolsas para as unidades credenciadas à Embrapii (Empresa Brasileira e Pesquisa e Inovação Industrial), conhecida como “Embrapa da inovação”. A informação foi obtida pelo Abecedário com exclusividade. O edital estará disponível no site da Capes.

Ao todo, serão 90 bolsas financiadas conjuntamente pela Capes e pelo CNPq com valores mensais entre R$ 4 mil e R$ 7 mil  –um aporte superior ao aplicado em bolsas de pesquisa acadêmicas no país. Para se ter uma ideia, um bolsista de pós-doutorado sênior com apoio do CNPq recebe hoje R$4.400 mensais. O investimento total do novo edital com bolsas de inovação será de R$5,5 milhões.

Na prática, vai funcionar assim: quem coordena um projeto de uma instituição como o CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), que é uma das 42 unidades vinculadas à Embrapii, poderá solicitar até três bolsas  –já indicando quem serão os bolsistas. De acordo com o edital,  a qualificação dos profissionais será levada em conta na seleção.

Os projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação estão a cargo das unidades vinculadas à Embrapii, como o CESAR, o IPT ou o Coppe-UFRJ, em parceria com a indústria. Hoje, são 280 empresas credenciadas na Embrapii, como Natura, Embraer e Whirpool.

FUGA DE CÉREBROS

De acordo com o diretor-presidente da Embrapii, Jorge Guimarães (ex-presidente da Capes por uma década), a expectativa é que as bolsas atraiam especialmente pós-docs –profissionais altamente capacitados que já terminaram o doutorado. “Queremos evitar que os jovens saiam do Brasil [no contexto da atual crise econômica]”, diz. O fenômeno é chamado fuga de cérebros.

“Depois da bolsa, esse jovem poderá criar uma startup ou uma pequena empresa, ou pode ser contratado pela indústria parceira”, diz Guimarães.

O chefe da Embrapii disse ainda que os R$5,5 milhões destinados ao novo edital não devem ser encarados de modo competitivo –como se tivessem sido “desviados” dos recursos das bolsas acadêmicas. “Não se trata de financiamento à ciência básica [pesquisa científica voltada, por exemplo, para a compreensão de fenômenos naturais], mas é financiamento à pesquisa e à formação de pessoas.”

A Embrapii foi criada em 2013, na gestão de Aloizio Mercadante, quando o assunto “inovação” passou a integrar oficialmente o então Ministério de Ciência e Tecnologia (hoje Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações).

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Para diversificar perfil de aluno, FGV-SP lança curso noturno de administração https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/07/12/para-diversificar-perfil-de-aluno-fgv-sp-lanca-curso-noturno-de-administracao/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/07/12/para-diversificar-perfil-de-aluno-fgv-sp-lanca-curso-noturno-de-administracao/#respond Wed, 12 Jul 2017 23:46:26 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2888
Fachada da Escola de Administração da FGV-SP (no centro de São Paulo)

Conhecida por ser uma escola tradicional de administração no país, a FGV-SP acaba de dar um passo importante para diversificar o perfil dos seus alunos. A partir de 2018, 50 estudantes poderão fazer administração de empresas à noite.

Hoje, a escola oferece o curso exclusivamente diurno em período integral (é o melhor curso privado do país no RUF de 2016). Ou seja: os alunos têm de se dedicar apenas aos estudos nos anos iniciais –até começar a fase de estágios.

A ideia do curso noturno, de acordo com Nelson Lerner Barth, coordenador do curso de administração, é alcançar quem já trabalha.

Isso inclui quem não poderia deixar o emprego de lado por questões financeiras. Também estão no alvo os estudantes mais velhos, que já estão no mercado de trabalho em outra área e pretendem fazer uma segunda graduação.

Esse é um passo importante na diversificação do perfil dos alunos da escola –um processo que foi intensificado internamente há cerca de cinco anos.

A escola tem, por exemplo, um cursinho pré-vestibular para alunos que vieram de escola pública. É uma iniciativa coordenada pelos próprios alunos regulares da graduação. Estudantes de baixa renda que passam no processo seletivo da FGV-SP têm bolsa garantida (o curso todo sai por cerca de R$250 mil).

ESCOLA PÚBLICA

Em 2015, a escola recebeu os primeiros alunos moradores de favela de São Paulo.  Nesse ano, dois refugiados africanos ingressaram na escola.

A FGV-SP sabe que turmas heterogêneas –em termos de gênero, perfil social e idade– rendem aulas mais dinâmicas.

Funciona mais ou menos assim: se todos os alunos forem brancos, de famílias abastadas e egressos de escolas particulares, por exemplo, a visão de mundo do grupo será muito parecida. Quando se monta uma turma bem misturada, com diferentes perfis de estudantes, os debates ficam muito mais acalorados.

Justamente por isso, as melhores universidades do mundo –como as americanas Harvard e MIT– têm cerca de 25% de alunos estrangeiros e investem em turmas com diferentes perfis sociais (o que inclui até misturar ateus, islâmicos e budistas numa mesma classe).

No caso do curso noturno da FGV-SP, a expectativa é ter também alunos que trabalham por opção –caso de herdeiros de empresas.  “O curso noturno é também um facilitador para quem gosta de estudar à noite”, diz Barth.

As inscrições para o processo seletivo de administração de empresas diurno (200 vagas) e noturno (50 vagas) seguem até outubro. O processo seletivo foi modificado no ano passado: agora inclui carta de motivação e entrevista. É uma tentativa de mapear alunos que, além de demonstrar interesse no curso, também tenham boa capacidade de arguição (característica considerada hoje fundamental na formação de lideranças).

O curso noturno terá duração de cinco anos –um ano a mais do que a opção diurna. O valor total será o mesmo, mas as mensalidades do noturno saem um pouco mais em conta, já que o pagamento é diluído no curso que tem maior duração.

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Laboratório de Luz Síncrotron fará treinamento de cientistas para novo acelerador https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/03/31/laboratorio-de-luz-sincrotron-fara-treinamento-de-cientistas-para-usar-novo-acelerador/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/03/31/laboratorio-de-luz-sincrotron-fara-treinamento-de-cientistas-para-usar-novo-acelerador/#respond Sat, 01 Apr 2017 00:57:41 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2840
Anel de luz síncroton atual atende à metade da demanda do país e já é considerado obsoleto por cientistas

Quem pretende fazer pesquisa usando o novo acelerador de luz síncroton que está sendo construído em Campinas, interior de São Paulo, poderá fazer uma espécie de treinamento em julho no CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais).

A chamada “escola de síncrotron” vai abordar desde conceitos básicos da produção e das propriedades da luz síncrotron até a apresentação de técnicas e tecnologias específicas possíveis com o uso das fontes de luz.

A ideia é mostrar para cientistas de todo o país as potencialidades do novo anel de luz síncroton batizado de Sirius, que deve ficar pronto até 2018. Quanto mais gente usando o equipamento quando ele entrar em operação, melhor.

Diferentemente do acelerador de partículas do Cern (Organização Europeia para Pesquisa Nuclear), famoso pela observação do bóson de Higgs em 2012, os aceleradores brasileiros -o que já existe em Campinas (foto acima) e o que está em construção- funcionam como fonte da chamada luz síncrotron. É uma ampla gama do espectro luminoso, com grande intensidade.

Essa radiação, gerada pela aceleração de elétrons que correm em órbita fechada num anel, é emitida em feixes de luz finos que podem gerar imagens em alta resolução, por exemplo, de materiais deteriorados ou de uma única molécula.

POR DENTRO DO OVO

Para se ter uma ideia de sua aplicação em estudos científicos, palenotólogos brasileiros poderão usar a luz síncrotron para gerar imagens em 3D do interior de um ovo fossilizado de dinossauro. Até hoje, é necessário quebrar um fóssil para analisar seu interior.

O anel de luz síncrotron atual foi inaugurado em 1998 e, hoje, é considerado obsoleto. O novo anel terá o dobro de energia de operação do atual e medirá cinco vezes mais que o de hoje. A obra, que começou em 2010, está estimada em cerca de U$200 milhões –e, por enquanto, conseguiu escapar dos cortes na área de ciência.

“Precisamos mostrar para os cientistas a capacidade do anel, senão ele corre o risco de ser subutilizado”, diz a física Ana Carolina Zeri, do CNPEM.

A “escola de síncrotron” acontece de 10 a 21 de julho de 2017 no CNPEM, com aulas teóricas e práticas. As inscrições vão até 3 de abril. O centro estuda ainda a possibilidade de promover treinamentos itinerantes pelo país.

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Óvulo de mulher que estudou em universidades bem ranqueadas nos EUA vale mais https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/ovulo-de-mulher-que-estudou-em-universidades-bem-ranqueadas-nos-eua-vale-mais/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/ovulo-de-mulher-que-estudou-em-universidades-bem-ranqueadas-nos-eua-vale-mais/#respond Thu, 17 Nov 2016 17:50:48 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2778 O impacto de rankings universitários e de outras formas de avaliação de educação pode chegar a áreas improváveis. De acordo com informações de um trabalho publicado pelo físico Marcos Barbosa de Oliveira, da Faculdade de Educação da USP, um óvulo de uma mulher que estuda em uma universidade de excelência como Harvard pode valer até dez vezes mais do que o preço de um óvulo “comum” no mercado nos EUA.

Isso porque Harvard é classificada como a melhor universidade do mundo em avaliações como o ranking de Xangai. Está também no top10 do ranking global de universidades Times Higher Education, que tem uma metodologia de avaliação diferente da chinesa.

Aplicativo da Folha calcula nota do Enem e chances no Sisu após a prova

Nos Estados Unidos, a comercialização de óvulos e de esperma para fertilização é permitida por lei. Lá, também é possível receber dinheiro para participar de testes clínicos de novos medicamentos. No Brasil, esse tipo de comércio é proibido.

Como os cientistas afirmam que os genes da mãe desempenham papel dominante no desenvolvimento das partes dos cérebros responsáveis pela inteligência, os óvulos das mulheres consideradas “mais inteligentes” –por exemplo aquelas que conseguem passar pelo filtro de Harvard– passam a valer mais.

A diferença de valores, de acordo com o artigo de Oliveira, é gritante: enquanto os óvulos das “harvardianas” chegam a U$S50 mil cada (cerca de R$ 170 mil), o preço médio do mercado para as mulheres que estudam em universidades medíocres nos rankings globais sai por uma média de U$S 5 mil a unidade (R$17 mil).

EUGENIA

Oliveira trabalha com os riscos embutidos nas possibilidades tecnológicas –incluindo o de eugenia. O artigo dele está no livro “Domínio das tecnologias” (ed. Letras a Margem, 2015). Em outros trabalhos, ele questiona a neutralidade da ciência, as formas neoliberais (com foco na produtividade) de avaliação de ciência e trata de má conduta científica.

Na época em que se identificou os genes maternos como responsáveis pela inteligência, na década de 1980, por meio de uma técnica nova de “marcadores genéticos”, o risco de eugenia sob nova roupagem entrou em debate nos corredores acadêmicos. Por exemplo: a possibilidade de regimes repressivos autorizarem apenas as mulheres mais inteligentes a terem filhos.

Outra possibilidade levantada foi simplesmente a de que homens interessados no QI (quociente de inteligência) de seus filhos poderiam, de repente, começar a achar mais atraentes as mulheres inteligentes.

 

 

 

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Finlândia deve acabar com as disciplinas escolares até 2020 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/14/finlandia-deve-acabar-com-disciplinas-escolares-ate-2020/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/14/finlandia-deve-acabar-com-disciplinas-escolares-ate-2020/#respond Mon, 14 Nov 2016 17:54:47 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2772 Famosa por criticar o formato antiquado das escolas, a chefe de educação de Helsinki, capital da Finlândia, Marjo Kyllonen, anunciou na imprensa internacional que pretende abolir as disciplinas nas escolas.

A ideia é que até 2020 todas as escolas finlandesas trabalhem por projetos agregando os conteúdos no lugar de dividir o conhecimento em caixinhas: de física, de línguas, de matemática. A proposta será de um ensino totalmente interdisciplinar.

Educação só funciona se aluno estiver emocionalmente envolvido

Escola tradicional, Bandeirantes elimina divisão de turmas por área e por notas

Aplicativo da Folha calcula nota do Enem e chances no Sisu após a prova

Se a mudança der certo, a Finlândia será o primeiro país do mundo oficialmente a acabar com as disciplinas –algo que própria Marjo chamou de uma “revolução na educação”.

A proposta pode se espalhar mundo afora: a Finlândia está no topo das avaliações internacionais de educação e inspira políticas públicas de vários países.

POR PROJETOS

Hoje, algumas escolas de elite do mundo da Europa, da Ásia e dos Estados Unidos já fazem experimentos interdisciplinares no chamado ensino por projeto. Funciona assim: os alunos têm de criar produtos ou soluções usando conhecimentos de várias disciplinas simultaneamente.

Isso acontece principalmente nos laboratórios –e o movimento já chegou ao Brasil: o tradicional colégio Bandeirantes acaba de anunciar que a partir de 2017 os laboratórios de física, de química, de biologia e de artes serão integrados em um único espaço com vários docentes.

A eliminação total de disciplinas ministradas em salas de aula, no entanto, como propõe a Finlândia, é uma novidade.

Os professores daquele país já estão sendo preparados para mudança, afinal, eles ainda são formados em áreas do conhecimento.Na Finlândia, a formação de professor inclui várias etapas de residência na escola –como fazem os estudantes de medicina– e vai até o nível do mestrado.

“Você iria a um médico que usa tecnologia do século 19? Eu não”, disse Marjo em entrevista recente. Especialista em “educação do futuro”, ela sempre destaca o aspecto retrógrado da nossa educação.

No Brasil, o excesso de disciplinas voltou a ser assunto com a proposta recente de reforma do ensino médio o governo federal. Hoje, algumas etapas da educação básica, como o ensino médio chegam, a ter 13 disciplinas diferentes. A ideia, agora, é concentrar os conteúdos em quatro grandes áreas: linguagens, ciências humanas, ciências da natureza e matemática. É assim que funciona, hoje, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

 

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Se o governo ouvisse a ciência, aumentaria a carga de esportes na escola https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/10/27/se-governo-ouvisse-a-ciencia-aumentaria-a-carga-de-esportes-na-escola/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/10/27/se-governo-ouvisse-a-ciencia-aumentaria-a-carga-de-esportes-na-escola/#respond Thu, 27 Oct 2016 22:41:01 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2740 Os educadores podem não saber disso, mas estudos que envolvem neurociência têm mostrado evidências importantes que relacionam a prática de exercícios regularmente ao desempenho acadêmico. Trocando em miúdos: mais tempo na quadra de esportes pode significar melhores notas na escola.

Então não seria interessante que cientistas e educadores trabalhassem juntos para desenvolver estudos para guiar tomadas de decisão na área de educação? Pois é. Essa é a proposta da Rede Nacional de Ciência para Educação, que conecta educadores e cientistas com o objetivo de embasar decisões na área de educação.

A relação entre esportes e o desempenho acadêmico é um exemplo clássico desse trabalho “em rede”.

De acordo com o neurocientista Roberto Lent, que trabalha com plasticidade e evolução do cérebro na UFRJ, e que coordena a rede, uma série de estudos recentes mostram que exercícios físicos melhoram a memória e até a produção de novos neurônios no hipocampo –área do cérebro responsável pela aprendizagem (veja aqui um dos estudos).

Ele abordou o tema em um evento da rede promovido nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Ayrton Senna, em São Paulo.

Em experimentos com ratinhos, é possível “contar” os novos neurônios produzidos. Já em humanos, os resultados são observados a partir de imagens do cérebro.

“Baseado nisso, o governo não deveria tornar educação física uma disciplina opcional”, diz Lent. Vale lembrar: na proposta de reforma curricular do ensino médio, anunciada por meio de Medida Provisória em setembro, educação física e artes passam a ser disciplinas eletivas. A proposta tem sido criticada por especialistas, que receiam que algumas escolas simplesmente não tenham essa opção para os alunos.

MAIS DISPOSIÇÃO

Outros trabalhos mostram também que a endorfina, neurotransmissor produzido com a prática de exercícios, melhora a disposição de maneira geral –o que ajuda na concentração e nas aulas. Mais: exercícios físicos ajudam no sono, que, por sua vez, tem um papel importantíssimo na memória. Para a psicologia, os exercícios físicos ajudam a desenvolver o trabalho em grupo, a liderança e a disciplina.

A ideia da Rede Nacional de Ciência para Educação, criada em 2012, é justamente prover políticas públicas na área de educação de informações científicas que possam ajudar a tomada de decisão. Hoje, há educadores, cientistas, economistas, fonoaudiólogos e pesquisadores de várias áreas do conhecimento envolvidos no trabalho.

“Isso significa que se o governo tivesse ouvido os cientistas, aumentaria as horas de educação física”, diz Lent.

De acordo com com Daniele Botaro, pós-doutoranda do Instituto Ayrton Senna, que também integra a rede, uma das propostas é que os próprios professores tragam temas de pesquisa para a ciência.

“Um professor pode observar um fenômeno em sala de aula e traz uma pergunta para os cientistas responderem”, diz.  Isso é muito comum em países como nos Estados Unidos.

 

 

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USP e FGV vão oferecer disciplina conjunta sobre empreendedorismo https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/05/21/usp-e-fgv-vao-oferecer-disciplina-conjunta-sobre-empreendedorismo/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/05/21/usp-e-fgv-vao-oferecer-disciplina-conjunta-sobre-empreendedorismo/#respond Thu, 21 May 2015 15:29:00 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=1910 A FGV (Fundação Getúlio Vargas), melhor escola particular de administração do país, e a Poli-USP, melhor pública em engenharias, vão assinar nesta quinta-feira (21) uma parceira inédita para oferta de uma disciplina conjunta em empreendedorismo. A ideia do curso é capacitar alunos de graduação das duas escolas para a criação de novos negócios de base tecnológica, ou seja, novas soluções que evolvem tecnologia.

Em universidades ‘top’, quem não empreende é ‘loser’

RUF: veja os melhores cursos em administração e engenharia

O curso, denominado “Criação de negócios tecnológicos”, será opcional para os alunos de graduação das duas escolas. As aulas serão cada semana em uma instituição, de forma alternada, e vão contar com docentes da Poli-USP e da FGV.

Essa será a primeira vez que o curso será oferecido nesse formato. As duas escolas já tinham feito uma experiência em caráter embrionário com 30 alunos da FGV e da Poli-USP –mas as aulas aconteciam só na FGV e os docentes também eram apenas da escola de administração.

Esse grupo “embrionário”, de acordo com Tales Andreassi, professor e vice-diretor da Escola de Administração de Empresas da FGV-SP, também contou com mentores. São empreendedores convidados para dar coaching aos grupos, falar sobre suas respectivas trajetórias e ensinar a empreender.

Entre os negócios que estão em desenvolvimento pelos alunos do grupo “embrionário” estão, por exemplo, uma solução de otimização de uso da água para irrigação agrícola e uma solução para monitoramento remoto de saúde de pacientes.

ALÉM DOS MUROS

A experiência conjunta das duas escolas –uma privada e uma pública– é interessante porque aproxima duas áreas que ainda estão separadas por muros nas instituições de ensino superior do Brasil: o conhecimento em administração e em tecnologia, imprescindível para boa parte dos empreendedores. Juntas, uma escola se beneficia do conhecimento da outra.

Quem já empreende sabe o quanto é importante aliar administração e tecnologia. Em entrevista à Folha há cerca de um ano, o criador da empresa Buscapé, Romero Rodrigues, que se formou na Poli-USP há mais de dez anos, contou que chegou a fazer algumas disciplinas na vizinha FEA-USP, em gestão e em marketing, enquanto estudava engenharia.Ele fez isso por conta própria, nas poucas horas vagas que tinha durante o curso de engenharia.

Agora, a disciplina conjunta da FGV e da Poli-USP sinaliza uma preocupação das duas escolas no sentido de interdisciplinariedade, de misturar conhecimentos e de estimular alunos para empreender. No lugar de usar horas vagas para estudar empreendedorismo, a tendência é que os alunos dessas escolas tenham o empreendedorismo cada vez mais como sua prioridade. É assim, aliás, que funciona nas melhores instituições de ensino do mundo.

A Poli-USP já tem sinalizado há alguns anos uma preocupação cada vez maior em empreendedorismo e inovação. Há dois anos, colocou em funcionamento o InovaLab@POLI, um laboratório multidisciplinar aberto, dentro da Poli-USP, que pode ser utilizado pelos alunos da USP para a realização de trabalhos de diversas disciplinas. De acordo com o professor Eduardo Zancul, vice-coordenador do InovaLab@POLI, mais da metade dos frequentadores do espaço vem de cursos fora das engenharias.
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Insper traz ao Brasil ensino inédito de engenharia; aulas já começaram https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/02/24/insper-traz-ao-brasil-ensino-de-engenharia-inedito-aulas-ja-comecaram/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/02/24/insper-traz-ao-brasil-ensino-de-engenharia-inedito-aulas-ja-comecaram/#respond Tue, 24 Feb 2015 16:17:21 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=1734 Nesta semana, um novo grupo de 90 estudantes vai passar a frequentar o prédio da instituição de ensino superior privada Insper, na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo: os alunos de engenharia.

Famoso por cursos de elite em economia e de administração, o Insper agora entrou com tudo na formação de engenheiros nas especialidades mecânica, mecatrônica e computação. A diferença em relação a outras escolas brasileiras, dizem os idealizadores da nova graduação, é que o foco da formação dos engenheiros do Insper não será técnico –traduzida em muitos números e cálculos. A ideia é formar engenheiros empreendedores.

“O objetivo é formar engenheiros capazes de inovar, de criar produtos e de empreender. Priorizamos o aprendizado de competências ligadas ao empreendedorismo, gestão de projetos e o trabalho em equipe”, explica Irineu Gianesi, diretor dos cursos de engenharia.

Por que essa iniciativa é interessante? Simples: porque é novidade no Brasil. Por aqui, a formação de engenheiros predominante ainda tem salas de aula com carteiras enfileiradas, lousas cheias de cálculos e muitas horas de aula expositiva.

Escolas e universidades no Brasil desestimulam aluno empreendedor

Em universidade ‘top’ quem não empreende é loser

Para desenhar o novo curso de engenharia, o Insper foi beber na fonte de escolas de ponta dos EUA. Trouxe alguns conceitos, criou outros. O Abecedário visitou recentemente as instalações de engenharia do Insper e viu que lá, assim como nas melhores escolas de engenharia do mundo, não há carteiras individuais: todos os alunos trabalham em grupos. Isso, claro, muda toda a dinâmica de ensino. O professor –a ideia é que sejam dois por aula–acaba assumindo um papel de guia e orienta os exercícios, que são baseados em resolução de problemas.

PROFESSORES EMPREENDEDORES

E os professores estão acostumados com essa dinâmica menos expositiva? Não, claro que não. “Encontrar professores com um perfil mais empreendedor é um dos desafios do curso”, disse o engenheiro eletricista Vinicius Licks ao Abecedário. Ele foi o primeiro professor contratado para as engenharias do Insper, depois de um período que passou na Universidade Harvard, a melhor do mundo de acordo com rankings internacionais. Hoje, a escola tem cerca de 15 docentes; algumas aulas também serão comandadas por CEOs, por investidores e por empreendedores.

Licks é autor, por exemplo, de uma disciplina interessante chamada “grandes desafios da engenharia”. A ideia do curso é apresentar um problema social, discutir suas dimensões e levantar soluções de engenharia. Neste primeiro ano, a disciplina vai tratar de mobilidade urbana; no ano que vem o tema deve mudar. “A ideia é que os alunos sejam capazes de pensar em soluções e de apresentá-las, de comunicá-las”, diz. Os alunos serão avaliados pela sua capacidade de comunicação oral e escrita, pelo conhecimento do contexto e pelo trabalho em equipe.

Quem derrapar durante o curso será acompanhado de perto por mentores e por um coaching –outra novidade. Esses profissionais também vão ajudar os estudantes a desenhar individualmente a sua carreira.

Todas essas novidades, claro, têm um preço: são R$3.500 mensais que os alunos pagam pelo ensino em período integral –lembrando que as aulas ocupam uma parte do dia e, na outra, os estudantes se dividem em atividades em laboratórios e em espaços de inovação e de empreendedorismo. Dos 90 alunos aprovados em uma processo seletivo que teve até dinâmica de grupo, 12 são bolsistas.

POUCAS VAGAS

O Insper ainda não tem planos ambiciosos de expansão. Deve aumentar de 90 para 120 o número de alunos de engenharia no próximo ano.  Para se ter uma ideia do que isso significa, a Poli-USP oferece, hoje, 750 vagas por ano.

Os novos engenheiros do Insper tampouco vão “resolver” a falta de engenheiros do país. O Brasil forma hoje cerca de 40 mil engenheiros anualmente –mais ou menos metade do que precisaria para se desenvolver minimamente. Mas isso não importa agora. Se a nova escola no Insper ajudar a estimular e a espalhar a ideia de ensino de empreendedorismo e de inovação entre aqueles que mais devem criar –os engenheiros– o ganho já será grande.

 

# LEIA MAIS:

Confira a a avaliação de sete cursos de engenharia no RUF 2014

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Em universidades ‘top’, quem não empreende é ‘loser’ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/01/05/em-universidades-top-quem-nao-empreende-e-loser/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/01/05/em-universidades-top-quem-nao-empreende-e-loser/#respond Mon, 05 Jan 2015 20:08:12 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=1628 Já escrevi sobre isso: no Brasil, escolas e universidades não preparam seus estudantes para inovar e empreender, mas sim para que consigam bons empregos. Ok, disso já sabemos. O que não sabemos é como, então, as universidades ‘top’ estimulam seus alunos para que eles tenham ideias e para que desenvolvam suas ideias.

Durante mais de dois meses, visitei algumas das melhores universidades do mundo –Harvard, MIT, Berkeley, Stanford, Michigan, Columbia– tentando responder a essa pergunta. Conversei com docentes e alunos. Cheguei à primeira conclusão: quem entra nessas universidades, em geral, tem perfil empreendedor e quer inovar. “Aqui, quem não empreende é loser [perdedor]”, disse uma aluna do curso de administração da Universidade de Berkeley, na Califórnia.

Ninguém, claro, quer ser loser.

Se cada aluno já é um pouco empreendedor, então é preciso incentivá-los e conectá-los. Isso porque as chances de uma ideia dar certo aumentam significativamente se essa ideia for compartilhada, especialmente com pessoas de áreas diferentes do conhecimento. O que as universidades ‘top’ fazem, então, é dar um empurrãozinho nesse processo criativo, promovendo uma interação entre estudantes em alguns espaços específicos.

No Brasil, escolas e universidades desestimulam aluno empreendedor

Na melhor do mundo, Harvard, em Boston, esse espaço de interação é chamado de “laboratório de inovação”, I-lab. É aberto a alunos de todos os cursos que queiram desenvolver suas ideias. E, adivinhe? Está sempre lotado. No I-lab, os estudantes fazem cursos e assistem a palestras sobre inovação e empreendedorismo –que, atenção, não contam crédito para a graduação– e também usam a infra-estrutura para trocar ideias e fazer conexões.

‘SEJA O CHEFE’

Essa estrutura para conectar os alunos é relativamente simples, mesmo em Harvard. Trata-se de um prédio bonito com sofás, mesas, salas de reunião e muitas paredes em que é possível escrever coisas e fazer desenhos. Em uma delas, há post-its com mensagem de alunos do tipo “procuro parceiros para desenvolver app na área de transporte” ou “estudantes de engenharia buscam alunos de educação para start-up”. Em outras paredes, há mensagens incentivadoras como “pare de agir como um chefe e seja o chefe”. Tudo escrito pelos próprios alunos.

Esse tipo de espaço, de conexão entre alunos, também existe na Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, famosa pelos cursos de engenharia. Lá, estudantes de diversas áreas podem se encontrar uma vez por semana, em um evento promovido pela aceleradora de start-ups da universidade, para jantar e conversar.

Entre cookies e coca-cola, eles anunciam o que estão pensando e o que precisam para que a ideia dê certo. No encontro que acompanhei, uma bióloga doutoranda encontrou um parceiro em potencial na área de engenharia. O objetivo dela era desenvolver um aparelho inédito voltado à reabilitação humana em uma doença específica. Ela entendia da doença, ele, de como fazer o aparelho. Bingo!

“Fazemos uma espécie de speed-dating [encontros para arrumar parceiro amoroso], só que com o objetivo de conectar empreendedores”, diz Kit Needham, diretora do Olympus, que é a aceleradora de start-ups da universidade.

O bacana desses espaços, em Harvard e na Carnegie Mellon, é que eles permitem que o aluno que tem uma simples ideia comece a se expor e a buscar parceiros. Não precisa ser nada muito elaborado, um projeto, não precisa ter pesquisa de mercado (como exige boa parte das aceleradoras de start-ups de universidades). Basta ter uma ideia.

Fiquei pensando em como podemos incentivar o aluno brasileiro a ter ideias, a expor suas ideias e a se conectar com outros estudantes de maneira que todos façam com que a ideia saia do papel. Será que precisamos de espaços como o de Harvard para conseguir resultados bacanas? Ou será que esse tipo de espaço não funcionaria no Brasil, pois falta cultura empreendedora e sobram entraves econômicas para inovação?

Deixo a pergunta para o debate.

 

A pesquisa mencionada nesse post foi financiada pela Eisenhower Fellowships.

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