Abecedário https://abecedario.blogfolha.uol.com.br Universidades, escolas e rankings Mon, 10 Dec 2018 18:26:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Universidades do Brasil caem em ranking mundial de empregabilidade de egressos https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/09/12/universidades-do-brasil-caem-em-ranking-mundial-de-empregabilidade-de-egressos/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/09/12/universidades-do-brasil-caem-em-ranking-mundial-de-empregabilidade-de-egressos/#respond Wed, 12 Sep 2018 18:37:59 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/usp-320x213.jpeg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3404 As instituições de ensino superior do Brasil perderam algumas casas na avaliação mundial de empregabilidade de egressos da consultoria britânica QS. Na listagem divulgada nesta segunda (10), a USP — líder nacional — caiu de 61º lugar (na listagem de 2018) para 67º lugar (no ranking de 2019). Já a Unicamp, segunda colocada do país no ranking, caiu do grupo 201º-250º lugar no mundo em termos de empregabilidade para a faixa 250º-301º no mesmo período.

O ranking da QS avalia 650 universidades do globo e classifica as 500 melhores. A listagem tem base em cinco indicadores: reputação dos egressos no mercado de trabalho (30% da nota de cada universidade), sucesso dos ex-alunos (25%), parceria entre empregadores e docentes (25%), presença de empresas na universidade (10%) e empregabilidade dos formados até doze meses após a formatura (10%).

Olhando isoladamente os indicadores, no entanto, a USP vai bem em dois quesitos. A universidade, por exemplo, está em 26ª posição no mundo especificamente no indicador de sucesso dos ex-alunos. Isso significa que a USP forma boa parte dos líderes do mercado nacional. Isso já apareceu em uma pesquisa do Datafolha divulgada em 2017 — o levantamento mostrou que pelo menos um em cada dez líderes pesquisados no Brasil é “uspiano”.

A USP está, ainda, em 55ª posição na reputação entre as empresas no ranking de empregabilidade da QS. A boa reputação da universidade aparece também no RUF – Ranking Universitário Folha 2017. A universidade é a mais mencionada no país entre os empregadores consultados no Brasil.

A USP, no entanto, zera no indicador que avalia a presença das empresas nas universidades no ranking QS. Isso é medido pela quantidade de vezes que os empregadores consultados estiveram no campus da universidade doze meses antes da realização da pesquisa. A QS considera que essa conexão entre empregadores e estudantes é importante para criar networking e para a carreira dos futuros egressos. Quem lidera especificamente esse quesito é a Universidade de Ciência e Tecnologia Huazhong , da China.

Os Estados Unidos lideram a listagem geral de empregabilidade da QS com universidades como Stanford, MIT, Universidade da Califórnia em Los Angeles e Harvard. A Austrália, com as universidades de Sidney e de Melbourne, aparece na sequência. Em termos regionais, a PUC-Chile (37º lugar) e o Instituto Tecnológico de Monterrey do México (52º lugar) são os destaques da América Latina — seguidos pela USP.

Neste ano, seis brasileiras estão na lista das 500 universidades com melhor empregabilidade do mundo — todas da região Sudeste do país. No ranking publicado ano passado, o país tinha sete universidades da listagem. Saíram a PUC-SP e UnB; já a Unesp passou a figurar na listagem das 500 melhores do mundo em empregabilidade.

Essa é a terceira edição do ranking de universidades QS de empregabilidade. A consultoria britânica publica desde 2011 um ranking mundial de universidades no qual a reputação entre empregadores é um dos indicadores utilizados.

 

As brasileiras no ranking de empregabilidade da QS 2019

USP – 67º lugar
Unicamp –  250º -301º
UFRJ –  250º -301º
Unesp –  301º -500º
UFMG –  301º -500º
Unifesp –  301º -500º

Fonte: QS empregabilidade 2019

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Empresas estrangeiras são as que mais têm pesquisa com USP, Unesp e Unicamp https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/08/09/empresas-estrangeiras-sao-as-que-mais-tem-pesquisa-com-usp-unesp-e-unicamp/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/08/09/empresas-estrangeiras-sao-as-que-mais-tem-pesquisa-com-usp-unesp-e-unicamp/#respond Thu, 09 Aug 2018 15:06:54 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/brito-cruz-320x213.jpg https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3351 Na lista das dez empresas com mais artigos científicos publicados com as universidades estaduais paulistas (USP, Unicamp e Unesp), oito são estrangeiras. As exceções são a Petrobras, que lidera a quantidade de pesquisas em parceria com essas universidades, e a Embraer, que fica em 10° lugar.

O levantamento, inédito, é do diretor-científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz. Foi apresentado nesta quarta (8), no lançamento do livro “Repensar a Universidade: desempenho acadêmico e comparações internacionais” [Com-Arte/Fapesp, 256 págs., R$ 50].

Brito Cruz analisou a quantidade de estudos científicos publicados pelas universidades públicas de São Paulo em co-autoria com empresas, de 2011 a 2017, na base de periódicos acadêmicos Web of Science. “Estamos falando de parceria científica de verdade”, disse. “São estudos feitos de maneira conjunta. Não se trata de a empresa colocar dinheiro para a universidade pintar a parede de um laboratório.”

Entre as empresas de fora com mais trabalhos acadêmicos com os cientistas paulistas no período analisado estão a Novartis (com 118 estudos), a Roche (73) e a Merck (59) — veja lista ao final do texto.

O ranking traz cenários interessantes. Por exemplo, uma pequena empresa nacional de Ribeirão Preto (340km da capital paulista), a Apis Flora, figura em 23° lugar com 26 estudos feitos com universidades. Eles trabalham com produtos para saúde derivados de mel e de própolis — e têm mais estudos acadêmicos com universidades paulistas do que companhias gigantes como a Sanofi (26° lugar, com 22 estudos) e a Microsoft (37° lugar, com 12 estudos).

A Apis Flora, como destacou Brito Cruz, já teve investimento da própria Fapesp para fazer pesquisa. A empresa ganhou, por exemplo, em 2008, um aporte de recursos por meio do programa Pipe (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas) para o desenvolvimento de biocurativos a partir de extrato de própolis para tratar queimaduras.

Os dados de Brito Cruz mostram, ainda, que a quantidade de estudos feitos com empresas no total de publicações das universidades de São Paulo vem aumentando em ritmo frenético e se compara a de países desenvolvidos. Na USP e na Unicamp, por exemplo, quase 3% de todos os estudos científicos publicados entre 2015 e 2017 tiveram parceria com alguma empresa. A taxa é um pouco maior do que a da Universidade da Califórnia em Davis, que fica no meio do Vale do Silício (EUA).

“Isso serve para desmontar um discurso recorrente de que universidades públicas não fazem pesquisa com indústria”, diz Brito Cruz. “Pelo menos no Estado de São Paulo isso não é verdade.”

DESEMPENHO

O livro “Repensar a Universidade: desempenho acadêmico e comparações internacionais”, que traz o estudo de Brito Cruz, reúne trabalhos de 18 especialistas em ensino superior e avaliações de desempenho acadêmico das universidades [um dos estudos da obra, sobre os principais rankings internacionais de universidades que existem, é de minha autoria!]

A obra é coordenada por Jacques Marcovitch, professor e ex-reitor da USP, e faz parte de uma proposta da própria Fapesp de analisar formas de mensurar desempenho acadêmico e de refletir sobre as universidades paulistas. No ano passando, Marcovitch coordenou outra publicação, “Universidade em Movimento” [Com-Arte/Fapesp, 256 págs., R$ 40], na qual os autores trataram de gestão das universidades e da crise financeira instalada na USP.

Empresas com mais artigos científicos com universidades paulistas
(2011-2017)

  1. Petrobras (199 estudos)
  2. Novartis (118)
  3. Roche (73)
  4. Merck (59)
  5. Westat (53)
  6. AstraZeneca (52)
  7. Pfizer (51)
  8. GSK (50)
  9. Agilent (49)
  10. Embraer (47)

Fonte: Brito Cruz, Carlos Henrique (2018): “Indicadores sobre Interação Universidade-Empresa em Pesquisa em São Paulo” em “Repensar a Universidade: desempenho acadêmico e comparações internacionais” (p. 198)

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SISUmetro: confira sua chance de ingresso na universidade a partir da nota oficial do Enem https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/sisumetro-confira-sua-chance-de-ingresso-na-universidade-a-partir-da-nota-oficial-do-enem/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/sisumetro-confira-sua-chance-de-ingresso-na-universidade-a-partir-da-nota-oficial-do-enem/#respond Thu, 18 Jan 2018 10:55:22 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3052

Quem fez o último Enem já pode ter uma ideia de quais instituições públicas de ensino conseguirá entrar. É que o MEC divulga nesta quinta (18) as notas oficiais dos alunos que fizeram o exame em 2017. Com nota em mãos, é possível acessar o app Quero minha nota!, da Folha em parceria com a empresa TunEduc, e ter uma estimativa bem precisa das possibilidades de ingresso no ensino superior público pelo chamado SISUmetro.

Para conseguir fazer o cálculo, basta baixar o aplicativo Quero minha nota!, preencher sua nota oficial no Enem e as informações sobre o curso escolhido. Se você já era usuário do app e tinha preenchido suas respostas no Enem, basta atualizar a informação com a nota oficial divulgada pelo MEC.

Baixe o app ‘Quero minha Nota!’ (Android)

Baixe o app ‘Quero minha Nota!”(iOS)

RUF: confira os melhores cursos e universidades do país

Como errar menos ao escolher uma carreira específica

O SISUmetro mostra a possibilidade de ingresso nas instituições públicas (institutos federais, universidades federais e algumas estaduais), a partir das notas de corte do ano passado. Os critérios de cada universidade, que dão pesos diferentes às quatro áreas do Enem dependendo do curso, também são considerados.

Ter uma ideia de qual é sua chance de ingresso no ensino superior é importante para que o estudante consiga fazer um bom planejamento antes da abertura da inscrição do SISU — sistema do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas a candidatos participantes do Enem. Seguindo cronogramas anteriores, o SISU deve abrir inscrições cerca de duas semanas após a liberação da nota oficial.

Uma das dicas é, por exemplo, avaliar a qualidade das instituições que você tem chance de ser aprovado a partir de informações do RUF – Ranking Universitário da Folha. Analisar as características do curso de cada instituição, o que os alunos matriculados falam sobre ele na internet e como é a cidade onde fica o campus do curso são igualmente importantes para errar menos ao entrar no ensino superior.

O Enem tem ganhado cada vez mais importância no cenário do ensino superior do país. A nota dos alunos no exame também é usada para financiamento estudantil nas instituições de ensino privadas: é preciso ter no mínimo 450 pontos.  Em 2017, mais de  seis milhões de alunos se inscreveram no exame. Um em cada dez alunos que fizeram o Enem já usam o Quero minha Nota!.

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Enem: veja em qual universidade você consegue entrar via app da Folha https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/01/18/enem-veja-em-qual-universidade-voce-consegue-entrar-via-app-da-folha/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/01/18/enem-veja-em-qual-universidade-voce-consegue-entrar-via-app-da-folha/#respond Wed, 18 Jan 2017 14:16:13 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2801 Quem fez o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2016 pode, a partir desta quarta (18), ter uma ideia de quais universidades conseguirá entrar com sua pontuação no exame. Basta inserir a nota oficial na prova, divulgada pelo MEC, no app Quero a Minha Nota! 2016, da Folha em parceria com a empresa de tecnologia educacional TunEduc.

Funciona assim: se você já baixou o app e já tinha inserido suas respostas no Enem 2016, basta fazer uma atualização da sua nota conforme a divulgação oficial do MEC.

Se você ainda não estava usando o app, você pode baixá-lo agora. Acesse as lojas da Apple ou o Google Play –o aplicativo é gratuito. Até agora, mais de 300 mil alunos usuários, de cerca de 20 mil escolas de todo o país, estão usando o sistema. É um dos apps mais baixados no país na área de educação.

A partir das notas no exame, os usuários poderão checar suas chances de entrar nos cursos que participam do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Isso será feito a partir de um cálculo com base nas notas de corte do ano anterior –é o “SiSumetro”, ferramenta que integra o app (saiba mais aqui).

O Enem é o principal exame que avalia o ensino médio do país. Desde 2009, serve como processo seletivo de universidades federais e de parte das estaduais e das públicas. Em 2016, o exame teve mais de nove milhões de inscritos.

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Dirigente de universidade precisa ter doutorado? https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/12/23/dirigente-de-universidade-precisa-ter-doutorado/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/12/23/dirigente-de-universidade-precisa-ter-doutorado/#respond Fri, 23 Dec 2016 21:09:02 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2789 Nesta semana, a proposta de mudar o estatuto da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) de modo que seu dirigente não precise ter doutorado causou barulho nas redes sociais. O que mais me perguntaram é: quem dirige uma instituição de ensino precisa, afinal, do título de doutor? Vamos lá.

Hoje, quem comanda as universidades brasileiras tem de ser professor e pesquisador com doutorado e com bons anos de experiência acadêmica. É assim em todas as 195 universidades brasileiras de ensino presencial e também na Univesp, que oferece cursos semipresenciais.

No caso da Univesp, o conselho curador da universidade afirmou –no seu primeiro dia de atuação– que a necessidade de doutorado para ocupar o cargo de comando da universidade é restritiva demais e que, portanto, seria melhor tirar o status de “universidade” da instituição. Se deixasse de ser universidade, a Univesp poderia ser comandada por quem tiver um título de graduação.

Ok, mas há um risco nisso. Ora, se não houver mais exigências acadêmicas para a presidência da instituição e se o gestor é nomeado pelo governador, então alguém ligado ao governo poderia assumir a chefia de instituições de ensino e de pesquisa como a Univesp? Parece temerário.

Nas faculdades, a escolha do dirigente é mais flexível e algumas delas têm ousado. Caso da FGV-SP. Lá, o atual diretor foi selecionado em um processo que teve candidato até da Holanda. O eleito, no caso, Luiz Artur Brito, é engenheiro, passou pelo setor produtivo e, sim, tem doutorado.

Quem é contra a exigência de doutorado para o cargo de reitor ou presidente de uma instituição de ensino argumenta que a titulação acadêmica não garante boa gestão. Faz sentido: a própria USP, por exemplo, gastou 22% acima do previsto com pessoal e encargos sociais em 2013. Teve suas contas negadas pelo TCE –o que parece que irritou o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Mas dá para comandar uma instituição que faz ensino, pesquisa e extensão, como as universidades ou como uma instituição de ponta como a FGV-SP, sem ter experiência em pesquisa? Não. Que tal selecionar, então, um currículo que seja acadêmico e que, ao mesmo tempo, tenha experiência em gestão?

Pois é.

E NA USP?

Também me perguntaram, nas redes sociais, se a USP sofria algum risco de ter seu estatuto alterado e, assim, perder o status de universidade. Bom, na Univesp a proposta de mudança no estatuto foi possível porque o conselho da universidade é formado por cinco nomes externos à instituição –indicados pelo próprio governo.

Na USP, uma universidade bem maior e mais antiga do que a Univesp, apenas seis dos 123 membros do conselho são de fora da universidade. Unicamp e Unesp seguem o mesmo padrão. Isso significa que, nem em um dia de loucura, USP, Unesp e Unicamp colocariam na pauta do conselho a mudança de seu próprio status de “universidade”. Se colocassem, não seria aprovado. Se fosse, a universidade viria abaixo.

Ao que tudo indica, reduzir a restrição acadêmica para o chefe de uma universidade sob o pretexto de melhorar a sua qualidade é, além de um contrassenso, uma abertura perigosa que pode se espalhar por outras instituições públicas de ensino e de pesquisa de maneira irreversível.

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Finlândia deve acabar com as disciplinas escolares até 2020 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/14/finlandia-deve-acabar-com-disciplinas-escolares-ate-2020/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/11/14/finlandia-deve-acabar-com-disciplinas-escolares-ate-2020/#respond Mon, 14 Nov 2016 17:54:47 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2772 Famosa por criticar o formato antiquado das escolas, a chefe de educação de Helsinki, capital da Finlândia, Marjo Kyllonen, anunciou na imprensa internacional que pretende abolir as disciplinas nas escolas.

A ideia é que até 2020 todas as escolas finlandesas trabalhem por projetos agregando os conteúdos no lugar de dividir o conhecimento em caixinhas: de física, de línguas, de matemática. A proposta será de um ensino totalmente interdisciplinar.

Educação só funciona se aluno estiver emocionalmente envolvido

Escola tradicional, Bandeirantes elimina divisão de turmas por área e por notas

Aplicativo da Folha calcula nota do Enem e chances no Sisu após a prova

Se a mudança der certo, a Finlândia será o primeiro país do mundo oficialmente a acabar com as disciplinas –algo que própria Marjo chamou de uma “revolução na educação”.

A proposta pode se espalhar mundo afora: a Finlândia está no topo das avaliações internacionais de educação e inspira políticas públicas de vários países.

POR PROJETOS

Hoje, algumas escolas de elite do mundo da Europa, da Ásia e dos Estados Unidos já fazem experimentos interdisciplinares no chamado ensino por projeto. Funciona assim: os alunos têm de criar produtos ou soluções usando conhecimentos de várias disciplinas simultaneamente.

Isso acontece principalmente nos laboratórios –e o movimento já chegou ao Brasil: o tradicional colégio Bandeirantes acaba de anunciar que a partir de 2017 os laboratórios de física, de química, de biologia e de artes serão integrados em um único espaço com vários docentes.

A eliminação total de disciplinas ministradas em salas de aula, no entanto, como propõe a Finlândia, é uma novidade.

Os professores daquele país já estão sendo preparados para mudança, afinal, eles ainda são formados em áreas do conhecimento.Na Finlândia, a formação de professor inclui várias etapas de residência na escola –como fazem os estudantes de medicina– e vai até o nível do mestrado.

“Você iria a um médico que usa tecnologia do século 19? Eu não”, disse Marjo em entrevista recente. Especialista em “educação do futuro”, ela sempre destaca o aspecto retrógrado da nossa educação.

No Brasil, o excesso de disciplinas voltou a ser assunto com a proposta recente de reforma do ensino médio o governo federal. Hoje, algumas etapas da educação básica, como o ensino médio chegam, a ter 13 disciplinas diferentes. A ideia, agora, é concentrar os conteúdos em quatro grandes áreas: linguagens, ciências humanas, ciências da natureza e matemática. É assim que funciona, hoje, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

 

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‘Rankings oferecem retrato importante, mas incompleto’, diz USP em ‘resposta’ ao RUF https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/10/04/rankings-oferecem-retrato-importante-mas-incompleto-diz-usp-em-resposta-ao-ruf/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/10/04/rankings-oferecem-retrato-importante-mas-incompleto-diz-usp-em-resposta-ao-ruf/#respond Tue, 04 Oct 2016 22:11:15 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2729 Em uma espécie de pronunciamento oficial após a publicação do RUF – Ranking Universitário Folha, a USP publicou um texto institucional em que analisa e critica diferentes metodologias de rankings –com a opinião de especialistas na área e do reitor da universidade, Marco Antonio Zago. A USP perdeu, pela primeira vez, a liderança no RUF de 2016.

O ranking, que existe há cinco anos, classifica 195 universidades, identificadas por Estado, natureza administrativa, tamanho e idade. A UFRJ lidera a listagem, seguida pela USP e pela Unicamp. A melhor universidade de fora do Sudeste é a UFRGS, em 5º lugar. A melhor privada, em 21º lugar, é a PUC-Rio.

USP perde a liderança das universidades para a UFRJ

Melhor do país em avaliações no exterior, USP reorganiza contas

RUF: confira ranking de universidades e de 40 cursos

A diferença entre a universidade paulista e a carioca é pequena: a UFRJ ultrapassa a USP por 0,43 ponto. Para se ter uma ideia, a USP voltaria à liderança se tivesse uma nota média no Enade, avaliação oficial do governo, que vale dois pontos no RUF –a universidade não participa do exame por considerá-lo controverso.

Na época em que o RUF de 2016 fora publicado, a USP, procurada, não se pronunciou sobre a queda na classificação. Publicou apenas um texto institucional em que noticiava a posição da universidade no ranking da Folha.

Agora, o novo artigo institucional esmiúça os resultados:

“A USP se deparou com os resultados de dois rankings universitários: perdeu a liderança de quatro anos no Ranking Universitário Folha (RUF) e caiu colocações na lista mundial divulgada pelo Times Higher Education (THE), permanecendo, porém, no primeiro lugar entre as universidades da América Latina. Já na última edição do QS World University Ranking, a USP subiu 23 colocações e obteve sua melhor avaliação na história da lista. Esta aparente discrepância nos indica que, apesar de sua importância, os rankings universitários precisam ser relativizados.” (do texto)

De acordo com o material, uma das críticas aos rankings de universidades, destacadas pelo próprio reitor, é a avaliação de instituições com características tão distintas em um mesmo pacote.

“É importante ter em mente que os rankings não são instrumentos neutros, mas sim construídos e utilizados intencionalmente, para fins e contextos específicos”, diz, no texto da USP, a bibliotecária Solange dos Santos. Ela é autora de uma das primeiras teses de doutorado em solo nacional sobre rankings universitários, defendida em 2015 na USP (leia mais aqui).

MAIS DINHEIRO

A própria USP já utilizou rankings universitários em suas políticas internas. Durante a gestão do reitor anterior, João Grandino Rodas (2010-2013), a universidade distribuía bônus em dinheiro a funcionários e docentes cada vez que subia ou tinha um bom desempenho em diferentes classificações de universidades.

A medida por interrompida por Zago por questões financeiras: quando assumiu, em 2014, Zago encontrou uma universidade em crise financeira, que gastava mais do que recebia do governo só para pagar salários.

O reitor, no entanto, acompanha as listagens de perto: neste ano, foi Zago quem fez a palestra inaugural do encontro internacional do IREG, braço da Unesco criado em 2009 justamente com o objetivo de avaliar rankings de universidades.

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Entenda o RUF: confira as respostas para as perguntas mais frequentes sobre o ranking https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/09/21/entenda-o-ruf-confira-as-respostas-para-as-perguntas-mais-frequentes-sobre-o-ranking/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/09/21/entenda-o-ruf-confira-as-respostas-para-as-perguntas-mais-frequentes-sobre-o-ranking/#respond Wed, 21 Sep 2016 16:02:50 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2722 A Folha publicou nesta segunda (19) a quinta edição do RUF -Ranking Universitário Folha e tem recebido muitas mensagens com dúvidas de usuários. Seguem, abaixo, os questionamentos mais comuns sobre o ranking.

Por que meu curso (nutrição, zootecnia e outros) não foi avaliado pelo RUF?
O RUF avalia as 40 carreiras com mais ingressantes no país, como administração, direito e medicina, de acordo com os dados do último Censo do Ensino Superior. A demanda para essas carreiras pode variar de ano para ano. Na edição do RUF de 2014, por exemplo, o curso de “filosofia” estava entre as carreiras com maior demanda no país (Censo de 2012). A partir do RUF 2015, “moda” entrou para os cursos de maior demanda no país e passou a ser avaliado no RUF no lugar de “filosofia” (Censo de 2013).

Por que a Unicamp foi avaliada em “jornalismo” se não tem um curso de “jornalismo”?
A Unicamp tem um curso de “comunicação social – midialogia” cadastrado como “comunicação social” no MEC –uma das áreas avaliadas na carreira “comunicação/jornalismo” do RUF. Sobre isso, consulte o dicionário de cursos do RUF aqui.

Meu curso não recebeu pontuação no indicador “avaliação de mercado”. Por que isso acontece?
O indicador de mercado de trabalho considerou 5.975 entrevistas realizadas pelo Datafolha em 2014, 2015 e 2016 com profissionais do mercado (de empresas, hospitais, consultórios, escolas e afins). Esses profissionais são ouvidos sobre as três melhores instituições nas áreas em que contratam. Os cursos sem pontuação nesse indicador não foram mencionados nas entrevistas com os empregadores.

Por que a minha faculdade não foi avaliada no ranking de universidades?
O ranking de universidades do RUF avalia e classifica as 195 instituições de ensino superior credenciadas como “universidades” no MEC. Já os 40 rankings de cursos consideram as carreiras oferecidas por universidades, faculdades e centros universitários. Institutos federais e cursos tecnólogos e a distância, por enquanto, não fazem parte das avaliações.

O Enade vale até 5 pontos, mas, no RUF, ele vale dois pontos. Como isso é possível?
No ranking de universidades, um dos subindicadores de qualidade do ENSINO avalia o desempenho dos alunos no Enade e vale dois pontos (ou 2% da nota recebida pela universidade). Nesse quesito, calculamos a nota da instituição no Enade (até cinco pontos) proporcionalmente no valor do indicador do RUF (até dois pontos).

Minha instituição de ensino não forneceu dados diretamente ao RUF. Como fomos avaliados?
Todos os dados do RUF são coletados em bases de dados do Inep-MEC (Censo de Ensino Superior 2014), Inpi (patentes solicitadas de 2005 a 2014), SciELO e Web of Science (artigos publicados em 2012 e 2013; citações recebidas em 2014) e agências de fomento à ciência estaduais e federais (dados de 2014). Também são realizadas duas pesquisas de opinião nacionais exclusivas, conduzidas pelo Datafolha, com empregadores e com docentes cadastrados como avaliadores do MEC. Visitas às instituições de ensino não fazem parte da metodologia.

Minha instituição tem dois cursos de “administração”, em dois campi diferentes. Dá para saber qual é a nota de cada um dos cursos?
Não. No caso de instituições com o mesmo curso oferecido em mais de um campus ou unidade, a nota daquela carreira será calculada com base em uma média das notas do curso oferecido em cada um dos campi.

Meu curso se chama “ciências jurídicas”. Quero saber se foi avaliado na carreira “direito”.
Sim. As 40 carreiras avaliadas no RUF consideram uma série de cursos com diferentes nomenclaturas. Para saber quais cursos fazem parte de cada carreira, acesse o dicionário de cursos.

 

>> Acesse aqui todas as reportagens e análises do RUF 2016.

 

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Alunos de direita da USP fazem ‘limpaço’, que termina em conflito; assista https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/09/07/alunos-de-direita-da-usp-fazem-limpaco-que-termina-em-conflito-assista/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/09/07/alunos-de-direita-da-usp-fazem-limpaco-que-termina-em-conflito-assista/#respond Wed, 07 Sep 2016 19:11:44 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2693 A tentativa de “limpaço” na USP promovida por membros do “ViraLivre”, movimento estudantil de direita que está ganhando espaço nas universidades públicas brasileiras, terminou em conflito entre estudantes em pleno campus.

No último 23 de agosto, um grupo do “ViraLivre” teria tentado limpar algumas paredes do prédio da FFLCH (Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP –um dos principais redutos de esquerda da universidade. Na ação, o pessoal do “Livre” teria sido impedido por estudantes da FFLCH, que disseram que os meninos não tinham autorização da USP para o tal “limpaço”.

Alunos da USP, Unesp e Unicamp criam movimento contra greve

A ideia, diz Felipe Lintz, um dos criadores do “Livre”, era utilizar produtos para limpar “paredes pichadas” da universidade, “que é um patrimônio público”.  O nome da iniciativa, “limpaço”, faz alusão aos “trancaços”, fechamentos dos portões da universidade promovidos durante a greve pelos estudantes de esquerda do DCE.

O conflito –que teve troca de ofensas e de tinta– foi registrado em vídeo:

De acordo com Gabriela Ferro, do DCE da USP,  o diretório não teve nada a ver com a ação que impediu o “ViraLivre” de limpar as paredes da universidade. O DCE, no entanto, apoia os alunos que impediram o “limpaço”:

“Havia estudantes da FFLCH por lá, que ficaram bem irritados porque eles [do “Livre”] chegaram com muita arrogância e tiraram cartazes que tinham sido pintados por grupos feministas, marxistas etc”, diz.

Na semana seguinte ao “limpaço”, em 31 de agosto, os membros do “ViraLivre” voltaram à FFLCH para se manifestar durante o “ato contra o golpe”, que acontecia em um auditório, com presença da filósofa Marilena Chauí.

Lintz pediu a palavra para, dentre outros, refutar os palestrantes e demonstrar apoio à legalidade do governo Temer, o que também foi registrado em vídeo:

Com quase 10 mil seguidores no Facebook, o movimento “ViraLivre” está ganhando mais adeptos.

De acordo com Lintz, a próxima etapa será “encabeçar a reforma da previdência”: “Estamos fazendo panfletagem de um material que explica os motivos da reforma”, diz. A reforma da previdência é fortemente criticada pelos grupos de esquerda.

https://www.facebook.com/mblivre/videos/415963551861127/

 

 

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Universidade deve ter lógica produtivista de empresa? https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/07/16/universidade-deve-ter-logica-produtivista-de-empresa/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/07/16/universidade-deve-ter-logica-produtivista-de-empresa/#respond Sat, 16 Jul 2016 17:34:36 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2605 Para comemorar seus 70 anos, a UFBA (Universidade Federal da Bahia) decidiu fazer uma espécie de audiência pública gigante em um congresso de quatro dias que começou com o seguinte questionamento: universidade tem de produzir com a lógica de empresa? Para a filósofa da USP Marilena Chauí, que abriu o evento da UFBA, a resposta é negativa.

“Hoje, a universidade passou a ser encarada como uma organização social”, disse Chauí na abertura do congresso. “Como mostrou a Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, a ideia de administração é inseparável do modo de produção capitalista como produção de equivalentes para o mercado” (leia o discurso dela na íntegra aqui).

“Fora Temer” marca abertura de evento de 70 anos da UFBA

Veja desempenho da UFBA no RUF – Ranking Universitário Folha

De fato, a universidade brasileira –assim como toda universidade do mundo– está sendo cada vez mais cobrada para produzir. É isso que Chauí chama de “modo de produção capitalista”.

Na pós-graduação brasileira, por exemplo, a quantidade de dinheiro que a universidade recebe do governo depende da nota recebida na avaliação feita pelo próprio governo. Funciona basicamente assim: quem publica mais artigos científicos –produz mais– tem mais dinheiro.

Essa lógica é controversa, claro, mas faz certo sentido. Ora, metade das universidades brasileiras são públicas, o que significa que sobrevivem com dinheiro meu, seu e de todo mundo que paga impostos. Parece racional que a sociedade cobre que essas instituições sejam produtivas, certo? Pois é.

O problema é que, dizem cientistas como Chauí, essa lógica produtivista faz com que as universidades passem a ter a produção como elemento central de sua existência. Assim, deixam de lado, por exemplo, a qualidade do ensino e as atividades de extensão.

É importante analisar o que acontece na universidade, inclusive para decidir o que será feito de agora em diante. A UFBA está justamente fazendo, agora, no seu aniversário de 70 anos, esse exercício que poucas universidades fazem: está olhando para si mesma.

Para se ter uma ideia, há, na programação do congresso de aniversário da universidade, mais de 2.000 trabalhos de docentes em todas as áreas do conhecimento. De acordo com a assessoria de imprensa da universidade, dois em cada três docentes da universidade submeteram trabalhos para serem apresentados no evento.  “É uma oportunidade única de a universidade buscar se conhecer e se reinventar”, diz, em nota, o reitor da UFBA João Carlos Salles.

Isso é muito legal porque não é muito comum. A universidade não gosta muito de ser colocada na berlinda, de ser questionada ou de ser avaliada. Seria bacana se esse exercício de autocrítica fosse mais rotineiro na universidade brasileira.

 

A jornalista SABINE RIGHETTI viajou a Salvador (BA) a convite da UFBA

 

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