Candidato da FGV poderá usar nota do Enem a partir do próximo vestibular
Os estudantes que quiserem prestar os cursos de administração ou administração pública na FGV de São Paulo agora poderão usar nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
A mudança acontece já no próximo próximo processo seletivo, que deve abrir inscrições em julho.
O aluno poderá escolher o vestibular tradicional da fundação ou a nota do Enem (ou os ambos) no ato de inscrição do processo seletivo.
Haverá vagas reservadas para as duas opções.
Alunos “fora da elite” se destacam na melhor escola de administração do país
Confira a avaliação de administração da FGV no RUF
No curso de administração, que é voltado para administração de empresas, 15 das 200 vagas serão destinadas ao Enem. Já em administração pública serão 5 das 50 vagas.
“O que muda é o processo seletivo, mas não haverá nenhum tipo de identificação do aluno que entrou pelo vestibular tradicional ou pelo Enem”, explica Nelson Lerner Barth, coordenador do curso de administração.
NACIONALMENTE
A ideia da FGV, explica Marco Antonio Carvalho Teixeira, vice-coordenador do curso de administração pública, é permitir que estudantes de todo o país possam concorrer às vagas da FGV.
Como o Enem é aplicado nacionalmente, a prova é uma boa forma de atingir esse objetivo.
No ano passado, 7,7 milhões de estudantes se inscreveram para o exame em todo o país.
Hoje, o vestibular da FGV acontece apenas em cinco capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Distrito Federal) e em duas cidades do interior: Londrina (Paraná) e Ribeirão Preto (São Paulo).
É pouco, mas a seleção já é mais ampla que a Fuvest, que seleciona os 11 mil novo alunos da USP anualmente. As provas da Fuvest acontecem apenas no Estado de São Paulo.
NOTA MÍNIMA
Entrar na FGV usando pontos do Enem não será fácil. A fundação exige uma nota mínima de 750 pontos no exame.
Para se ter uma ideia do que isso significa, os alunos do Objetivo Integrado, escola de São Paulo cujos alunos têm as melhores notas nacionalmente no Enem, têm uma média de 740 pontos no exame.
“Fizemos análises estatísticas para chegar a um número do Enem que se aproxime ao perfil do aprovado no vestibular tradicional da FGV”, diz Barth. “Queremos os melhores alunos.”
INCLUSÃO
A inclusão das notas do Enem no vestibular é mais uma iniciativa da fundação no sentido de diversificar os alunos do curso de administração.
Desde o ano passado, a fundação também mantém um cursinho para alunos de escola pública que querem fazer FGV, com aulas gratuitas aos sábados em período integral (veja aqui).
A fundação ainda tem disponibilizado bolsas de estudos a alunos aprovados no processo seletivo que são egressos da rede pública (leia aqui).
A diversificação de alunos em termos de região de origem e de classe econômica é tida como um critério de qualidade do ensino superior em todo o mundo. Isso porque um grupo mais heterogêneo de alunos tende a render discussões mais ricas, aprofundadas e dinâmicas.
Por enquanto, ainda não há previsão de inclusão do Enem no curso de direito da FGV-SP. Para esse curso, o processo seletivo atual da FGV inclui até prova oral.
“A diversificação de alunos em termos de região de origem e classe econômica é tida como um critério de qualidade do ensino superior em todo o mundo. Isso porque um grupo mais heterogêneo de alunos tende a render discussões mais ricas, aprofundadas e dinâmicas”.
Sem emitir juízo de valor, a Sabine relatou, nesse parágrafo, a atual concepção norte-americana a respeito do que é um bom critério de seleção.
“Diversidade” é a palavra-chave.
Não conheço a realidade acadêmica dos Estados Unidos, mas sei que, aqui no Brasil, essa tal “diversidade” serviu (e serve) apenas como desculpa para introduzir, no ambiente acadêmico, a velha lenga-lenga marxista de luta de classes e abobrinhas do tipo.
Mesmo nos Estados Unidos, tenho cá minhas dúvidas se esse modelo é realmente tão bom quanto achamos. Pegue os ganhadores de Prêmios Nobel dos Estados Unidos, por exemplo, e você verá que a ampla maioria sequer nasceu ou estudou nos Estados Unidos. O percentual de Nobel “Made in USA” é realmente muito baixo.
Claro que isso não significa que as universidades americanas são uma porcaria; mas com certeza indica que não são tão maravilhosas quanto pensamos.
Por extensão, a eficácia dos métodos de seleção dessas universidades não deve ser imitado cegamente, como se fosse um Santo Graal da excelência acadêmica.
André, bom ponto. Não sei se os EUA têm um modelo ideal, mas as nossas universidades públicas “tradicionais” são bastante homogêneas e nada diversas. abs
André
Pelo contrario, indica que as universidades americanas são execelentes pois permitem produzir prêmios Nobel.
Ou você acha que basta ter uma idéia e a infeaestrutura por trás nao conta? A naciolidade e’ o que menos conta.
Quanto a diversidade ela baseada em critérios rígidos, não como no Brasil bastando ser pobre ou pardo para
Pegar a vaga. Nos EUA tem que ser pobre inteligente, e capaz, essa e’ diversificação.
Márcio, claro que a infraestrutura conta.
Aliás, ela é responsável por 50% da “mágica” de produzir um Nobel.
Da infraestrutura física até o ordenamento jurídico, tudo colabora (ou não) para que um talento possa trabalhar e produzir novos conhecimentos.
Os americanos são excelentes (imbatíveis, eu diria) em criar o ambiente ideal para que os talentos estrangeiros criem maravilhas.
O caso mais notório, na minha opinião, foi o do Werner von Braun.
Voltando ao tema proposto, será que a FGV está a fim de imitar a USP, em sua viagem sem volta até o fundo do abismo?
Fiz FGV e muitos dos melhores alunos que conheci lá (em termos de nota e engajamento nas atividades) vieram de realidade bem diferente da maioria, alguns com suporte de provas como ENEM. Uma boa parte deste mainstream, aliás, era bem mesquinha e desinteressada com os estudos – razão que tem levado a FGV a repensar sua metodologia de ingresso (hoje, p.e., tanto a GVdireito como a Administração Pública avaliam o histórico de vida do candidato).
Essa coisa de FGV e outras universidades caindo no marxismo por valorizar a diversidade me parece ser puro copia-e-cola dos textos de colunistas pouco informados. A diversidade agrega muito ao campo acadêmico, pois permite observar problemas sobre diferentes óticas. Não por acaso Harvard e MIT têm fortes programas de atração de alunos de diversas realidades e diversas partes do mundo.
Sou aluno da FGV e fiquei muito feliz com a proposta da direção. Há uma tendência já seguida a algumas décadas por universidades Europeias e Norte-americanas de buscar a diversificação de seu quadro discente. Dentro da fundação e é possível observar uma grande homogeneidade nos perfis de alunos, o que torna a experiência universitária bastante pobre do ponto de vista do aluno e da sua formação multicultural.
André
Só para completar também esta errada a afirmação de qye a maioria dos prêmios Nobel americanos não nasceram nos EUA.
Dos 331 prêmios ganho por americanos, 254 nasceram nos EUA. Não só uma maioria mas uma maioria esmagadora. Portanto, o sistema parece funcionar muito bem!
Márcio, quando tiver um tempinho, leia este artigo:
http://www.fasebj.org/content/20/9/1281.full
É meio extenso, mas vale a pena.
E’ tudo verdade, concorda com meus numeors. E com minha conclusao, o sistema funciona. Cientistas alunos estrangeiros ajudam os EUA, mas todos os estrangerios ajudam os EUA, e’ um pais de imigrantes.
A pergunta e’ porque os imigrantes qualificados escolhem os EUA? porque existe boas condicoes, ou seja, o sistema funciona.
Ricardo, acho que eu e você estamos falando mais ou menos a mesma coisa, mas com ênfase em aspectos diferentes.
Concordo plenamente contigo que os americanos são brilhantes na arte de atrair talentos estrangeiros; lá, isso é política de Estado. Eles sabem fazer isso melhor do que ninguém, e não há como discutir esse fato.
Justamente por isso, o meu ponto é que toda a excelência que vemos hoje não é algo “nativo” dos próprios Estados Unidos; é algo que eles trouxeram de fora. O grande momento de virada, na Academia norte-americana, foi a 2ª Guerra Mundial. A partir dali é que os Estados Unidos consolidaram sua liderança em Ciência e Tecnologia, graças aos “alicerces” vindos da Europa – sobretudo da Inglaterra e da Alemanha.
Veja o gráfico no link abaixo. Ele explica tudo:
http://www.forbes.com/sites/jonbruner/2011/10/05/nobel-prizes-and-american-leadership-in-science-infographic/
Acho que voce queria reply para mim.
Sim, estamos falando a mesma coisa.
Mas essa estoria de que talentos vieram de fora e’ bobabgem.
Tudo que e’ nos EUA veio de fora! nao so’ talento cientifico. de uma froma ou outra tudo veio de fora.
Eu acho que as pessoas usam este argumento que “nao e’ americano” veio de fora mas e’ uma bobagem, pois o pais inteiro veio de fora.
Sim, Márcio, desculpe… o reply era pra você.
Não acho que seja bobagem essa questão da importação de talentos.
Existe sim um americano “nativo”. Basta ver o pessoal do “Deep América”. Índios à parte, aqueles são os americanos nativos – que, convenhamos, não têm nada a ver com os refugiados alemães que foram para Yale, Harvard ou Stanford, concorda?
A “massa crítica” norte-americana é sim toda europeia, e de primeiríssima linha.
Quando falo da massa crítica, estou me referindo ao campo da Ciência, e não ao país como um todo.
Em seu conjunto, em termos civilizacionais, é claro que tudo nos Estados Unidos veio de fora. Assim como no Brasil.
Aliás, estendendo esse raciocínio, podemos dizer que ninguém, em lugar algum, é rigorosamente autóctone. A moderna Astrobiologia ensina que muito provavelmente TODOS nós viemos de fora da Terra… rsrsrs
Andre,
Nao entendo esse coceito de “deep america”. Se nao e’ cientista e’ deep america? se e’ cientista antes de 1945 e’ deep america?
Ou sao somente os americanos vindo com o mayflower? Isso nao faz muito sentido.
Thomas Edison
Carl Sagan
Linus Pauling
Richard Feynman (?) acho que os avos vieram da russia, e’ um deep americaN?
Márcio, não é difícil entender o que é “Deep America”.
Já ouviu falar de “Bible Belt”? É um bom exemplo.
Se não, ligue no “History Channel” e assista a qualquer um daqueles seriados que se passam nos cafundós dos Estados Unidos.
“Trato Feito – Louisianna”, por exemplo, é um ótimo jeito de você compreender esse sofisticado conceito antropológico de “Deep America”. rsrs
Márcio, talvez isto te ajude:
http://en.wikipedia.org/wiki/Redneck