Abecedário https://abecedario.blogfolha.uol.com.br Universidades, escolas e rankings Mon, 10 Dec 2018 18:26:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Melhores universidades do mundo têm política clara sobre assédio sexual https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/30/melhores-universidades-do-mundo-tem-politica-clara-sobre-assedio-sexual/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2018/05/30/melhores-universidades-do-mundo-tem-politica-clara-sobre-assedio-sexual/#respond Wed, 30 May 2018 22:56:50 +0000 https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/WhatsApp-Image-2018-05-30-at-16.05.55-320x213.jpeg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3237 A Folha publicou recentemente uma entrevista com a física Marcia Barbosa, da UFRGS, na qual tratou de um tema pouco abordado nos corredores acadêmicos: o assédio sexual nas universidades. Ao que parece, no entanto, ninguém quer muito falar sobre o assunto no Brasil. Nas redes sociais, cientistas torceram o nariz para a entrevista. “Agora tudo é assédio sexual”, disse um. “Essa conversa é muito chata”, disse outro. Resolvi, então, trazer a pauta para o blog.

Vamos lá.

Em primeiro lugar, nem “tudo” configura assédio. O assédio sexual, diz a Organização Mundial do Trabalho, pode ser definido como insinuações, contatos físicos forçados e convites impertinentes de uma parte hierarquicamente superior a um indivíduo que, por sua vez, se sente ameaçado, intimidado e com medo de perdas reais (como perda do emprego, de uma bolsa de doutorado, de autoria de um estudo científico).

Não é exclusivo, portanto, na relação hierárquica homem (chefe) e mulher (subordinada) — ainda que esse tipo de relação ainda seja mais comum no ambiente acadêmico e de trabalho.

Um exemplo real? Quando eu estava na universidade, uma colega da graduação precisava da assinatura do orientador no relatório de pesquisa. O professor pediu que ela fosse até a casa dele para que assinasse. Ela foi. Encontrou o professor de cueca. A estudante dependia do professor para entregar um relatório — e ele se aproveitou da situação.

O caso da minha colega não se trata, no entanto, de fato isolado. De acordo com um estudo do Instituto Avon feito em 2015 –um dos raros levantamentos sobre assédio sexual no Brasil– mais da metade das alunas de graduação e de pós relataram já ter sofrido assédio sexual de professores, estudantes e técnicos administrativos nas universidades do país. É muita gente!

SEM POLÍTICA

O problema é que as universidades brasileiras evitam falar sobre o assunto, no lugar de dizer claramente o que entendem por assédio sexual e o que alunos e alunas devem fazer se passarem por essa experiência. Isso vai na contramão do que fazem as melhores instituições de ensino do planeta.

Em Harvard (EUA), melhor universidade do mundo de acordo com o ranking de Shangai de 2017, há uma política clara sobre assédio sexual –inclusive com campanhas intensas que divulgam as definições de assédio e como pedir ajuda dentro da universidade. Abril, por exemplo, foi o mês contra o assédio sexual no campus.

A Universidade de Michigan (EUA) também tem uma política sobre assédio e outras formas de violência sexual. Quando estudei em Michigan, recebi o documento do meu orientador, que me convidou a acessar o site da universidade. Lá, há informações sobre o que fazer em casos de assédio e  estatísticas de casos reportados na universidade.

Agora imagine se, no Brasil, alguma universidade divulga dados sobre assédio sexual dentro dos seus muros — e conta como eles foram resolvidos?

Mais: quando eu e meu orientador nos reuníamos sozinhos para tratar do trabalho que eu estava fazendo na Universidade de Michigan, ele deixava a porta da sala aberta. “São as regras”, dizia.

Por aqui, como não existe nada institucionalizado, alguns professores tentam agir isoladamente. Caso do biólogo Carlos Hotta, que coordena o Laboratório de Fisiologia Molecular de Plantas do Instituto de Química da USP. “Eu tento mostrar que esse tipo de comportamento é inaceitável e tem que ser combatido. Que se ocorrer com eles, eles terão meu apoio total”, diz Hotta.

Falar sobre assédio sexual é chato mesmo, as redes sociais têm razão. Chato de verdade, no entanto, é o convívio calado com assédio nas universidades brasileiras.

 

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VOCÊ, UNIVERSITÁRIA OU UNIVERSITÁRIO, JÁ SOFREU ASSÉDIO SEXUAL DE PROFESSORES, ORIENTADORES OU ALGUÉM HIERARQUICAMENTE SUPERIOR? A FOLHA QUER SABER. AQUELES QUE QUISEREM DAR VOZ A SUAS HISTÓRIAS E/OU DENÚNCIAS PODEM ENTRAR EM CONTATO PELO EMAIL SAUDE@GRUPOFOLHA.COM.BR. ​OS RELATOS PODEM SER IDENTIFICADOS OU ANÔNIMOS.

 

 

 

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Base curricular: falta entender que educação sexual e de gênero reduzem evasão https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/12/15/base-curricular-do-ensino-medio-falta-entender-que-educacao-sexual-e-de-genero-reduzem-evasao/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2017/12/15/base-curricular-do-ensino-medio-falta-entender-que-educacao-sexual-e-de-genero-reduzem-evasao/#respond Fri, 15 Dec 2017 20:44:58 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=3030

A proposta do que deve ser ensinado no ensino fundamental do país a partir de 2019, aprovada nesta sexta (15) pelo Conselho Nacional de Educação, ignora elementos que podem segurar o abandono da escola: a educação sexual e de gênero. O ensino religioso foi incluído.

A base define que cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às escolas, trazer educação sexual e de gênero se quiserem e “de maneira transversal”. Trocando em miúdos: não há uma orientação para incorporação desses temas e, se eles não forem tratados na sala de aula, tudo bem.

A questão é que falar sobre gênero e educação sexual é justamente uma das formas que podem ajudar a resolver um problema crônico da nossa educação: o alto índice de abandono da escola. Hoje, uma em cada duas crianças que começam a estudar no país não termina o ensino médio. Isso significa 50% de perda.

Mas por que os alunos deixam a escola?

Há várias respostas. Um dos motivos é a gravidez. No Brasil, esse é um fator bem importante: uma em cada cinco crianças que nascem por aqui é filha de adolescente de acordo com o Datasus.

Recentemente, em uma escola pública que visitei na zona Sul de São Paulo, as grávidas representavam 10% das meninas do ensino fundamental (com menos de 15 anos).  Quem conhece a realidade dessas meninas sabe o que acontece. Elas vão sendo excluídas da escola até deixarem de vez os estudos. E não voltam.

Nem toda menina que deixa a escola, no entanto, está grávida. Muitas garotas abandonam ou mudam para o ensino noturno porque precisam cuidar dos irmãos menores ou ajudar em casa —falar sobre o papel da mulher na sociedade faz parte do debate sobre gênero.

Uma pesquisa lançada também nesta sexta (15) pelo IBGE mostra que um terço das garotas e mulheres de 16 a 29 anos que não estudavam ou trabalhavam em 2016 alegaram ter que cuidar de afazeres domésticos, filhos ou parentes. Nos homens, a taxa é de apenas um em cada cem.

Em um país em que meninas deixam a escola porque engravidam e têm de cuidar dos irmãos, educação sexual e de gênero teriam de fazer parte —em negrito— das bases curriculares de todas as etapas de educação.

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‘Escola sem partido’ propõe pluralismo de ideias, mas vai contra o debate https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/08/01/escola-sem-partido-propoe-pluralismo-de-ideias-mas-vai-contra-o-debate/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/08/01/escola-sem-partido-propoe-pluralismo-de-ideias-mas-vai-contra-o-debate/#respond Mon, 01 Aug 2016 21:11:17 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2613 Muita gente tem se manifestado sobre o Programa Escola sem Partido, proposta de 2015, do procurador do Estado de São Paulo Miguel Nagib, que pretende incluir na legislação de educação brasileira, a LDB de 1996, nove artigos que tratam dos princípios da escola e dos deveres dos professores. Ok, vamos lá.

O projeto define, por exemplo, que as escolas devem ter “neutralidade política, ideológica e religiosa”. Diz, por exemplo, que escolas confessionais “cujas práticas educativas sejam orientadas por concepções, princípios e valores morais, religiosos ou ideológicos” devem obter dos pais ou responsáveis pelos estudantes uma autorização expressa para a veiculação de conteúdos.

Até aí, tudo bem, faz sentido: algumas escolas religiosas, por exemplo, ensinam que Deus criou homem e mulher –o chamado “criacionismo– e afirmam que o evolucionismo deve ser considerado apenas para o vestibular. Bom, parece importante que pais sejam claramente avisados de que seus filhos aprenderão esse tipo de conteúdo, dessa forma.

Folha realiza debate sobre Escola sem Partido na quarta; inscreva-se

Artigo: Movimento Escola sem Partido é um partido cheio de contradições

Opinião: Quem tem medo do Escola sem Partido?

O problema é que a proposta não para por aí. O projeto define, também, por exemplo, que “o Poder Público não se imiscuirá na orientação sexual dos alunos”. Opa! Temos um problema aqui. Sabemos que um dos principais motivos de abandono da escola pelas meninas é justamente a gravidez precoce. Não seria o caso de, no sentido oposto do que o projeto propõe, levar esse tema à sala de aula? E de discutir, como já sugeri aqui, neste blog, assuntos atuais e urgentes como a violência contra mulheres e homossexuais?

Mais: de acordo com a proposta, o Estado não fará “aplicação dos postulados da teoria ou ideologia de gênero”. Bom, sabemos, no mínimo, que muitas meninas decidem não seguir carreiras de exatas justamente porque entendem que matemática, física ou tecnologia não é coisa para elas. Enquanto as escolas de países desenvolvidos caminham no sentido de trabalhar a ideia de gênero e profissões, por exemplo, parece assustador ignorar esse tema na escola brasileira.

DEMANDA

O movimento Escola sem Partido não surge numa virada de noite, mas atende uma demanda emergente de pais, que se indignaram com imagens recentes de professores doutrinadores. Teve vídeo de sala de aula pipocando na internet sobre isso e tudo mais. Ok, isso é válido, mas o movimento surge com a proposta de “pluralismo de ideias” e acaba indo contra o debate em sala de aula simplesmente porque o cerceia por meio de uma lei.

A proposta é filha da Lei Escola Livre, recentemente aprovada em Alagoas, que estipula como dever do professor abster-se de introduzir “conteúdos que possam estar em conflito com as convicções morais, religiosas ou ideológicas dos estudantes ou de seus pais ou responsáveis”. Esse trecho, como escreve Miguel Nagib, foi retirado do Escola sem Partido porque “poderia impedir a abordagem de conteúdos científicos ou factuais em sala de aula, o que seria, além de indefensável do ponto de vista educacional, incompatível com a Constituição.” Ok.

Vale ainda lembrar que o projeto ignora a formação de professores. Ora, sabemos que cursos de licenciatura são recheados de teoria, inclusive já tratamos disso nesta Folha. Se a ideia é debater a doutrinação na sala de aula, o caminho não seria começar pela formação de quem dá aula? É importante que os próprios docentes identifiquem se estão expondo ideias ou trilhando o caminho da doutrinação.

Precisamos levar o debate para a sala de aula, temos de fazer com que nossos meninos e meninas reflitam, falem e escrevam sobre tudo o que está ao nosso redor. A escola tem de formar cabeças pensantes e indignadas, no lugar de criar um monte de reprodutores de conteúdo. Limitar o papel da escola e colar cartazes com “deveres do professor” não parece ser, nem de longe, uma solução.

 

 

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Como explicar na escola ‘dois homens se beijando’? Aqui vão algumas dicas. https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/06/20/como-explicar-dois-homens-se-beijando-na-escola-aqui-vao-algumas-dicas/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/06/20/como-explicar-dois-homens-se-beijando-na-escola-aqui-vao-algumas-dicas/#respond Mon, 20 Jun 2016 22:53:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2582 O recente atentado na boate gay Pulse, em Orlando (EUA), considerado o maior dos EUA desde o 11 de setembro, trouxe um debate nas redes sociais que vale ser trazido para este blog. Muita gente se manifestou contra a homossexualidade sob o argumento de que é “difícil explicá-la para as crianças”. O Abecedário reuniu, então, algumas dicas de como tratar o tema com os estudantes.

Há uma literatura infantil considerável que aborda  homossexualidade livre de preconceitos. Os títulos em inglês e em alemão (a Alemanha se preocupa há tempos com o tema!) são mais diversos e mais antigos, mas também é possível achar obras bacanas e recentes na nossa língua portuguesa.

Sobre relacionamento gay, duas boas sugestões em português são as obras infantis “Meus dois pais”, do autor conhecido por suas novelas Walcyr Carrasco (2010, ed. Ática), e “Olívia tem dois pais”, de Márcia Leite (2010, Cia das Letras) –esse último lindamente ilustrado.

Leia artigo de Julio Wiziack: Homofobia

Muita gente pode dizer que, ah, não quer falar sobre relacionamento gay com seus filhos ou com seus estudantes –especialmente em escolas confessionais. Ok, então vale conhecer a literatura infantil que trata de preconceito de maneira ampla. É o caso de “Meu amigo Jim”, de Kitty Crowther (Cosac Naif, 2007). O livro se debruça sobre as diferenças ao contar a história da amizade entre um pássaro todo preto e uma gaivota branquinha.

Vejam que interessante: a obra de Crowther pode servir como base para debater, em sala de aula ou em casa, o preconceito racial ou de gênero –que ainda fere e mata mundo afora.

Títulos em outros idiomas sobre o tema também podem ser usados de maneira multidisciplinar em sala de aula. O curso de inglês para crianças, por exemplo, pode trazer a leitura de obras como “The Princes and the Treasure” (“Os príncipes e o tesouro”, Handsome Prince Publishing, 2014), de Jeffrey Miles. Trata-se de um conto de fadas que termina com o casamento entre dois príncipes.

Outra dica adicional à leitura é a escrita. Pedir que os alunos produzam desenhos ou textos, dependendo do ano escolar, sobre homossexualidade e preconceito pode ser uma ótima forma de fazer com que reflitam e discutam o assunto em sala de aula. Produzir, aliás, é considerado por especialistas em educação o meio mais efetivo de reflexão na escola.

Falar sobre relacionamento gay e preconceito com nossas crianças e jovens é urgente. Não se trata de “incentivar” a homossexualidade, como alguns argumentam, mas de abordar o tema de maneira clara em um país em que o casamento gay é permitido por lei e que a definição de “família” foi alterada.  Mais: o Brasil é o país que mais mata homossexuais em todo o mundo, de acordo com o movimento LGBT internacional. Não podemos mais ignorar isso.

Se é difícil falar sobre homossexualidade com nossas crianças, mais difícil ainda –para não dizer impossível– será explicar a violência contra os gays.

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Precisamos falar sobre ‘cultura do estupro’ nas escolas https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/05/27/precisamos-falar-da-cultura-do-estupro-nas-escolas/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/05/27/precisamos-falar-da-cultura-do-estupro-nas-escolas/#respond Fri, 27 May 2016 20:41:25 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2547 Nos últimos dias, muita gente tem falado sobre a “cultura do estupro” que impera em nosso país. O assunto ganhou as redes sociais –ficou entre os temas mais comentados no Twitter em todo o mundo– depois de dois episódios bárbaros. Foram dois estupros coletivos de adolescentes, um no Rio de Janeiro e outro no Piauí. Boa parte dos agressores era jovem.

Tudo isso aconteceu quando outro estupro coletivo de quatro adolescentes, também no Piauí, completava um ano. Nesse, uma das adolescentes foi morta.

Os fatos não são coincidência. Não devem passar batido. Eles revelam a chamada “cultura do estupro” que assombra o nosso país. É a ideia disseminada de que o corpo da mulher é um objeto, de que as mulheres são desprovidas de direitos e de vontades.

Novos casos revelam o quanto a cultura do estupro impera no país

Pois bem. A única maneira de mudar comportamentos encravados em uma cultura –especialmente os bárbaros– é refletindo sobre eles. E o principal mecanismo que temos de fazer isso é na escola.

SALA DE AULA

Em Castelo do Piauí, a escola pública em que as meninas estupradas coletivamente há um ano estudavam, por exemplo, promoveu uma série de atividades sobre violência sexual. Isso aconteceu porque os estudantes estavam apavorados. Houve relatos de que as meninas, com medo, não queriam mais frequentar as aulas.

Por que, afinal, não promovemos atividades em série sobre violência sexual em todas as escolas do país?

A mesma internet que se indignava com os estupros coletivos também trazia argumentos que culpavam o comportamento, a roupa das vítimas, o fato de estarem sozinhas ou de terem bebido. Oi?

O que estamos ensinando para os nossos meninos para que eles cresçam achando que podem tocar mulheres sem seu consentimento, que devem dizer o que vier à sua cabeça sem que elas tenham perguntado ou –no extremo da violência– que podem forçar uma relação sexual?

Precisamos levar o assunto às escolas, para as aulas de biologia, de história, de português. Não podemos achar que evitar falar de violência –prática comum em muitas instituições de ensino– é uma maneira de proteger os nossos jovens.

Temos de debater o tema com alunos e alunas –e não pode ser uma discussão passiva. Vamos pedir que nossos estudantes produzam sobre o tema, que leiam, que pesquisem, que escrevam, que analisem, que proponham mudanças.

A única maneira de mudar uma cultura é fazer com que a nova geração seja o agente transformador.

 

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‘Educamos meninas mal porque tratamos mulheres mal’, diz Michelle Obama https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/11/04/educamos-meninas-mal-porque-tratamos-mulheres-mal-diz-michelle-obama/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/11/04/educamos-meninas-mal-porque-tratamos-mulheres-mal-diz-michelle-obama/#respond Wed, 04 Nov 2015 10:16:38 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2172 Se quisermos mais meninas nas escolas, precisamos refletir sobre como tratamos as mulheres na sociedade. Essa foi a mensagem da primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, em discurso de abertura do WISE 2015, um dos principais congressos de educação do mundo.

“Não podemos separar a maneira como educamos as meninas e como tratamos as mulheres”, disse a senhora Obama no evento que começou nesta quarta-feira (4) em Doha, no Qatar.

De acordo com Michelle, ainda existem meninas fora da escola porque vemos as mulheres como cidadãs de segunda classe –o que está ligado a assédio sexual, à violência doméstica e ao estupro.

Polêmica sobre Enem mostra necessidade de debater violência contra mulher

Famílias ainda priorizam a educação dos filhos homens

Ativista do direito à educação de meninas, Michelle foi uma escolha certa para abrir o WISE em um momento em que a educação das meninas está mais ameaçada com o avanço de movimentos extremistas que perseguem meninas que estudam, destroem escolas femininas e sequestram crianças para casamento. “Estamos regredindo”, disse a xeica Moza bint Nasser, presidente da Fundação Qatar, que mantém o congresso.

NA SÍRIA

Situações de pobreza e de conflito, em geral, expulsam as meninas da escola. Exemplo disso é que o número de meninas casadas (e fora da escola) na Síria dobrou desde o início da guerra naquela região, de acordo com Mabel van Oranje, que comanda a ONG “Girls not Brides” (“Garotas e não noivas”). “Educação tem de fazer parte de ações humanitárias”, defendeu.

Mesmo fora da guerra, famílias de todo o mundo ainda priorizam a educação dos filhos homens em detrimento dos estudos das meninas, que acabam se ocupando de tarefas domésticas.

E, sim, isso acontece no Brasil: em pesquisa recente realizado pela ONG internacional Plan, 76,8% das meninas consultadas disseram que lavam a louça em casa, mas que só 12,5% de seus irmãos fazem a mesma tarefa. Trocando em miúdos: mesmo quando matriculadas, as meninas têm menos tempo para estudar do que seus irmãos.

Para Michelle Obama, a inclusão de meninas nas escolas e de mulheres no mercado de trabalho –e nas posições de liderança– devem caminhar juntas. “Precisamos que os homens olhem ao redor nas suas respectivas instituições e se perguntem: onde estão as mulheres na chefia?”

O congresso WISE reúne mais de dois mil acadêmicos, ongueiros e políticos de todo o mundo –como, no caso do Brasil, o ministro Celso Pansera (Ciência) e Carlos Nobre, presidente da Capes (agência federal de fomento à ciência). É uma das apostas dos xeiques do Qatar para tornar o país uma espécie de referência em educação e inovação em todo o mundo.

 

Sabine Righetti viajou a Doha a convite da organização do WISE 

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Polêmica sobre Enem mostra necessidade de debater violência contra mulher https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/10/25/polemica-sobre-enem-mostra-necessidade-de-debater-violencia-contra-mulher/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/10/25/polemica-sobre-enem-mostra-necessidade-de-debater-violencia-contra-mulher/#respond Sun, 25 Oct 2015 22:59:31 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=2126 O Enem 2015 acertou ao eleger a persistência da violência contra a mulher no Brasil como tema da redação –e a maior prova disso é o barulho que está causando. O assunto ganhou as redes sociais neste domingo (25) com elogios e críticas acaloradas. Também fez com que políticos (feministas e machistas de plantão) se posicionassem em redes sociais e por meio de notas oficiais.

Na rede social Twitter, meninas comemoram o tema eleito para redação com mensagens do tipo “deixe aqui a sua risada para todos os machistas que precisaram engolir seu próprio veneno ao fazer a redação do enem”.

Outros usuários da rede, no entanto, recomendavam que, no lugar de discutir o assunto, as meninas “fossem lavar a louça”. Algumas dessas críticas foram reunidas no Tumbrl “Machistinhas do Enem“, que descreve que a coletânea de comentários traz “os melhores pensadores da contemporaneidade: ozomi brasileiro.”

Folha lança aplicativo inédito que calcula nota do Enem

Por que uma prova tão importante só acontece anualmente?

Apesar do furdúncio, o tema sobre a situação da mulher no país já era previsto por educadores e chegou a ser antecipado pela Folha há dez dias. Era uma das apostas para redação, ao lado de assuntos como “limites do humor” e “PEC das domésticas”. No ano passado, a redação tratou de “publicidade infantil”.

A prova do Enem tem dois dias de duração. A espuma sobre o suposto feminismo no exame começou já no sábado (24), com uma questão que trazia um trecho de uma obra da filósofa francesa feminista Simone de Beauvoir: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquido, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino.”

Em nota, o deputado federal pastor Marco Feliciano (PSC-SP) exigiu explicações ao Ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT-SP), “sobre a abordagem do assunto, teoria de gênero, que já deveria estar sepultado e seus assessores teimam em desenterrar esse fétido cadáver.” O ministro, por sua vez, defendeu o tema em balanço realizado após o exame dizendo que é inquestionável que somos uma sociedade que ainda é muito violenta contra a mulher.

Quem também defendeu a prova foi a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Em sua página do Facebook, ela qualificou o tema da redação como “excelente” e “pedagogicamente acertado”. “Não venham agora os moralistas de plantão com discursos contra a ‘ideologia de gênero’ ou com a ridícula afirmação de que que tratar de um tema como este significa “politizar” a educação.”

MATEMÁTICA FOI PIOR

Se a proposta declarada do Enem é fazer os alunos refletirem, mais do que medir conhecimento, o tema da redação foi bastante acertado. Nem por isso foi difícil: quem fez a prova reclamou mais de matemática do que da polêmica redação. Os estudantes foram cobrados em lógica, trigonometria e leitura de gráficos (leia mais aqui).

Além de Simone de Beauvoir, a prova também contou com trechos de “Educação como prática da liberdade”, de Paulo Freire, e com um poema do líder angolano Agostinho Neto em uma das duas questões que abordaram história da África –uma das marcas recentes do exame.

O Enem é o maior exame do mundo em número de participantes e, neste ano, teve cerca de oito milhões de inscritos. A nota dos estudantes no exame é usada para ingresso nas universidades federais e também como parte da nota em algumas escolas estaduais e particulares. Um em cada quatro estudantes cadastrados para fazer a prova neste ano não realizaram o exame.

 

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Universidades têm de criar canais específicos para denúncia de estupro https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/01/06/universidades-tem-de-criar-meios-para-denuncia-de-estupro/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/01/06/universidades-tem-de-criar-meios-para-denuncia-de-estupro/#respond Tue, 06 Jan 2015 03:00:50 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=1638 A notícia de que três alunas da USP teriam sido estupradas durante uma festa do curso de medicina da universidade trouxe à tona um problema grave das escolas brasileiras: a inexistência de um canal específico para comunicação e denúncias de assédio sexual e de estupro.

Hoje, uma estudante da USP que quiser denunciar qualquer forma de assédio dentro da universidade deve procurar a ouvidoria. O caso será analisado no meio a outras tantas reclamações –como nota errada emitida por um professor em alguma disciplina ou mal funcionamento de um serviço da biblioteca. Não há uma atenção específica para o caso.

USP, estupros e metrô

Mais: o simples fato de que esse tipo de denúncia deve ser feito na ouvidoria, e não em um órgão específico, pode intimidar as estudantes e reduzir o número de casos relatados. É a mesma lógica da delegacia para a mulher: antes, sem um serviço específico, muitas mulheres simplesmente não se sentiam confortáveis em fazer a denúncia em uma delegacia padrão. Agora, com uma delegacia específica, as chances de denúncia aumentam.

Com esse sistema torto de denúncia na universidade brasileira, fica difícil conhecer o tamanho do problema de assédio sexual e de estupro no campus. E, sem conhecê-lo, não dá para fazer políticas pensando em evitar e abordar esses casos. Sem informação, as alunas acabam ainda mais expostas. Como resolver isso?

O Abecedário investigou como funciona o sistema de denúncia em algumas universidades ‘top’ no mundo. Na Universidade de Michigan, EUA, por exemplo, há um serviço específico para acolher denúncias ligadas à assédio sexual. De junho de 2013 a junho de 2014, foram reportados 129 casos na universidade, que vão de retaliação à assédio sexual (considerado pela universidade como qualquer caso de toque com intenção sexual, incluindo até abraço, sem consentimento da vítima).

Os casos foram investigados e em 33 deles as vítimas foram orientadas a não falar com o suposto agressor. Até junho do ano passado, um aluno foi considerado culpado e foi expulso da universidade  (veja relatório detalhado). Esse mesmo modelo –com canal específico para denúncia e relatórios anuais– é seguido pelas principais universidades dos EUA e da Europa.

MAIS INFORMAÇÃO

O serviço da Universidade de Michigan possibilita que a universidade identifique quais são os casos mais comuns, o perfil das vítimas e os pontos de maior vulnerabilidade no campus para as alunas. Com isso,  consegue produzir um material detalhado, que é distribuído para as alunas com informações sobre o que caracteriza assédio sexual, como evitá-lo e como denunciá-lo (eu mesma recebi um informativo desses assim que cheguei na Universidade de Michigan para um período de estudos em 2012; na USP, Unesp e Unicamp, onde já fui aluna, nunca recebi nada parecido).

Mais: todas as denúncias de estupro e de outros tipos de violência dentro do campus, como roubos e assaltos, são enviadas por e-mail a todos os alunos. Alguém aí estuda em uma universidade brasileira e já recebeu um e-mail desses? Pois é, eu também não.

A identidade das vítimas, na Universidade de Michigan, sempre é preservada. Na USP, as três garotas viraram notícia e foram criticadas pela própria gestão da universidade por causa da denúncia. O próprio reitor teria dito, em reunião do conselho da universidade, que as denúncias mancharam a imagem da universidade (leia aqui). Oi?

O caso da USP criou tanta espuma e confusão que a Assembleia Legislativa de São Paulo acabou criando uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que ficou conhecida como “CPI da USP”, para apurar a denúncia e o comportamento institucional subsequente. O relator é o deputado Ulysses Tassinari (PV).

A USP anunciou que vai ampliar a atuação da Comissão de Direitos Humanos da universidade para lidar com políticas e iniciativas na área (leia aqui), mas nenhum canal específico de comunicação desse tipo de caso foi criado.

A universidade brasileira precisa encarar o problema de frente, tem de incentivar suas estudantes a denunciar casos de assédio sexual e estupro e, claro, precisa criar canais específicos, efetivos e seguros para que isso seja feito. Enquanto isso não acontecer, toda estudante universitária brasileira já está sendo previamente agredida.

 

Agradeço à Fernanda Pires, da Universidade de Michigan, pela ajuda com as informações.

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O que está por trás de “mãe é quem educa, pai é quem paga as contas” https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2014/07/08/o-que-esta-por-tras-de-mae-e-quem-educa-pai-e-quem-paga-as-contas/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2014/07/08/o-que-esta-por-tras-de-mae-e-quem-educa-pai-e-quem-paga-as-contas/#comments Tue, 08 Jul 2014 15:46:17 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=1102 Eu não assisto novela. Costumo deixar a TV desligada à noite em casa, pois passo muitas horas do dia diante de várias TVs ligadas na redação. Em casa, ouço música.

Ontem, no entanto, a TV estava ligada na novela das nove, da Rede Globo, enquanto eu preparava o jantar. Foi tempo suficiente para ouvir a seguinte frase, dita em um diálogo entre mãe para filha: “Mãe é quem educa, pai é quem paga as contas.”

Resolvi prestar atenção.

A mãe, Helena, personagem principal da trama, interpretada por Júlia Lemmertz, tentava conversar com a filha, interpretada por Bruna Marquezine (a namorada do Neymar), sobre o relacionamento dela com um cara mais velho.

Mães ainda são maioria nas reuniões das escolas

E aí surgiu a tal frase. Pois bem. O que há por trás da ideia de que “mãe é quem educa, pai é quem paga a conta”?

São dois pontos principais:  a ideia de que a educação dos filhos não é coisa para homem e a ideia de que a mulher é incapaz de ganhar o suficiente para sustentar um filho (e, talvez, a si própria).

Há também a ideia de divisão de tarefas por gênero. Enquanto um educa (a mulher), o outro paga as contas (o homem).

Já escrevi sobre o primeiro ponto algumas vezes aqui no blog. Ainda hoje, no Brasil, as mulheres são maioria nas reuniões das escolas, costumam acompanhar as tarefas de casa mais do que os pais e estão mais presentes na hora de dar bronca.

MAIORIA FEMININA

Também nas escolas o papel da educação é delegado à mulher. No Brasil, 80% dos docentes são mulheres e têm em média 40 anos anos (leia sobre isso aqui).

Isso, no entanto, está mudando. A geração de novos papais tem se mostrado muito mais presente do que os papais anteriores. E esse movimento tende a crescer aos poucos porque a mulher tem ganhado mais espaço no mercado de trabalho e o homem tem ganhado mais espaço em casa.

Bom, mas pela lógica da personagem da novela, o pai não educa porque paga as contas. Ok, vamos investigar isso.

Resolvi pesquisar sobre a tal Helena. De acordo com perfil no site da própria Globo, ela é uma “mulher independente”, com “personalidade forte”. E mais: é dona de uma casa de leilões. Isso dá dinheiro, certo?

Já o marido dela, Virgílio, “cavaleiro de Goiânia”, interpretado por Humberto Martins, “ajuda a esposa na casa de leilões” (do mesmo site da Globo).

Hum. Parece que, nesse caso, a mãe é quem está pagando as contas, não?

Qual é o problema disso? Nenhum. O problema é delegar à mulher a função solitária de educar as crianças mesmo quando existe a figura de um homem na família. Essa tarefa deve ser dividida entre pai e mãe, cada casal da sua maneira.

O pai deve estar presente além das brincadeiras e do pagamento das contas. Seria bom mostrar isso em uma novela.

 

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A nova mulher ‘pedreira’ da Copa https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2014/07/01/a-nova-mulher-pedreira-da-copa/ https://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2014/07/01/a-nova-mulher-pedreira-da-copa/#comments Tue, 01 Jul 2014 16:15:40 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/?p=1083 Há um fenômeno interessante nesta Copa do Mundo no Brasil: a nova mulher “pedreira”.

São mulheres que tecem longos comentários sobre atributos físicos dos jogadores –assim como fariam os homens, caso o campeonato fosse feminino.

Tudo é assunto: os tanquinhos de quem está em campo (visível, especialmente, em times que usam um novo modelo justinho de uniforme), as pernas ou, sim, a bunda.

Na partida do Brasil contra o México, em que Hulk ficou de fora, a hashtag #nãovaiterbunda foi uma das mais usadas nas redes sociais como o Twitter. A mulherada estava inconformada com a ausência do jogador. “Nosso muso está no banco.” Já os homens, não se conformavam com os posts femininos.

Os elogios do tipo “pedreiro” são aqueles comumente escutados pelas mulheres nas ruas. Sabe quando se passa em frente a uma obra? Então.

‘PEDREIROS’

Ao que parece, o termo “pedreiro” foi cunhado pelas próprias mulheres para classificar os elogios mais “pesados”, com referências sexuais. Mas agora, nesta Copa, as mulheres também estão se mostrando pedreiras.

Qual é o problema disso? Em princípio, nenhum. O curioso é que o fenômeno está causando um estranhamento no universo masculino brasileiro.

Eu já ouvi de tudo.

Um primo, por exemplo, comentou, inconformado, sobre a sua chefe, que falara sobre os atributos do mesmo Hulk (sempre o Hulk!). Um amigo disse que as “mulheres não são mais as mesmas” e que agora estão “mais atiradas”.  Outro reclamava sobre a atenção dispensada às camisetas mais justinhas. “Isso é estranho porque as mulheres são menos visuais.” São?

A reação masculina sobre a “pedreirice” feminina reside em uma questão ligada a questões de gênero e de educação: nós não fomos treinados para isso.

Sim, isso mesmo.

Homens aprenderam a valorizar –e a comentar, inclusive em público,– os atributos femininos. As mulheres não.  Alguém aí já viu uma menina comentando com a mãe sobre um garoto bonito que passou na rua? Eu não.

Por que não?

NA ESCOLA

Esse tipo de treinamento, que define o papel do homem e da mulher, e estipula limites para cada sexo, está presente em casa e na escola. Já escrevi sobre isso aqui no blog.

Esses limites, obviamente, não são naturais. Devemos podar uma menina que comenta sobre a beleza de um coleguinha? Devemos estimular um garoto a chamar uma mulher de gostosa?

Nem uma coisa, nem outra.

Meninas e meninos devem ter o direito de admirar o belo. E meninas e meninos devem respeitar o limite do outro ao externalizar tal admiração.

Você pode até achar uma fulana que está passando na rua bonita, com formas perfeitas, mas gritar “gostosa” pode ser entendido por ela como uma baita agressão. A mesma regra deveria valer para as mulheres.

Regras iguais, papeis iguais, direitos iguais. Vamos debater isso?

Hulk: gigante pela própria natureza

 

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